— Não precisa. — Lorena recusou friamente. — Você não precisa me explicar nada, e eu também não me importo. Sr. Duarte, já não me interessa quantas mulheres ou quantos filhos você teve no passado. Isso não significa mais nada para mim! A frieza de Lorena caiu sobre Duarte como um balde de água gelada, extinguindo instantaneamente qualquer intenção que ele tivesse de se desculpar. — Certo, se você não quer ouvir minha explicação, então esqueça. — Duarte se levantou com o rosto fechado e declarou. — Mas se lembre, Lorena, você é minha mulher. Assim que resolvermos a situação de Domingos, vamos registrar nosso casamento. A partir desse momento, você será minha para o resto da vida. Lorena olhou para ele, atordoada, e balançou a cabeça. — Você enlouqueceu! Ela simplesmente não conseguia entender o que se passava na mente daquele homem. "Depois de tudo que descobri sobre ele, depois de tudo o que aconteceu entre nós, Duarte ainda quer se casar comigo?" Com um olhar gelado, ela
Na verdade, o que Duarte pensava era: "Natacha, Joaquim... essas pessoas estudaram tanto que ficaram burras. Se dá para resolver conversando, por que precisam brigar?" — Ah, certo, mano, fica com o Domingos no quarto hoje à noite. Ele anda tendo muitos pesadelos ultimamente, e eu não fico tranquila deixando ele sozinho no hospital. Natacha mudou o assunto para Domingos. Duarte não pensou muito e assentiu. — Certo, eu devia passar mais tempo com o Domingos. Natacha aproveitou para reforçar: — Pensa bem sobre a cirurgia também. Agora o Domingos finalmente conseguiu um doador de coração. Se perder essa chance, se sabe lá quanto tempo vai demorar para aparecer outra. Falar disso deixou o coração de Duarte pesado. Afinal, a cirurgia era extremamente arriscada. Agora, mais do que nunca, ele sentia que precisava aproveitar cada momento com Domingos. O tempo que pudessem ter juntos era precioso. Depois de convencer Duarte, quando chegou o fim do expediente, Natacha fez questã
Natacha olhou, surpresa, para as costas de Lorena, sentindo o coração tremer incontrolavelmente. “Meu Deus, o que a Lorena está dizendo? O que meu irmão fez com ela, afinal?” — Lorena... — Natacha chamou baixinho. O corpo de Lorena enrijeceu. Ela se virou para encarar Natacha. Ao se dar conta do que havia dito momentos antes, uma expressão fugaz de constrangimento e vergonha passou pelo rosto dela. Mas, no instante seguinte, seus olhos se encheram de fúria e se afiaram como lâminas ao dizer: — Você veio? Veio ajudar seu irmão a me convencer? Natacha respondeu, com culpa na voz: — Eu sei que, agora, no seu coração, eu e meu irmão somos iguais... dois mentirosos. — E não são? — Lorena a fitou, sem qualquer expressão, rebatendo com frieza. — Você não me ajudou a cair na armadilha dele? Não brincou comigo? Vocês acham que eu sou estúpida, não é? Foi divertido me enganar assim? Natacha se aproximou e se ajoelhou diante de Lorena, dizendo com pesar: — Lorena, me desculpa.
O olhar de Lorena para Natacha finalmente suavizou um pouco, deixando de ser carregado de hostilidade como no início. Lorena franziu as sobrancelhas, hesitante: — Agora, a porta desta casa está cheia de homens do Duarte. Eu não consigo sair. E mesmo que eu vá embora, minha mãe não escaparia da tortura dele. Natacha respondeu: — Não precisa se preocupar com a Sra. Lopes. Comigo e Joaquim aqui, meu irmão não vai ousar fazer nada contra ela. Me dá dois dias para pensar em um jeito de te tirar daqui. Lorena disse, cheia de gratidão: — Se você puder me ajudar, eu nunca vou esquecer sua bondade. Eu vou te retribuir. Natacha balançou a cabeça: — Você não precisa me retribuir. Isso é uma dívida que eu tenho com você! — Em seguida, acrescentou. — Ah, nesses dois dias, tenta agir conforme o que meu irmão quer. Deixa ele baixar a guarda. Assim vai ser mais fácil para eu te tirar daqui. A gente se fala pelo WhatsApp quando for a hora. Lorena respondeu apressada: — Não podemos u
Duarte abaixou a cabeça e olhou para o rostinho radiante da mulher em seus braços. Ele sorriu levemente e disse: — Se você tivesse sido tão obediente antes, eu não teria feito isso com você. Lorena forçou um sorriso amargo, reprimindo a raiva e a humilhação que sentia no coração. Duarte então suavizou o tom de voz e continuou: — Naquele dia, quando voltei, minha intenção era pedir desculpas a você. Mas, antes disso, nenhuma mulher jamais havia me batido. Por isso, acabei não pedindo desculpas e ainda gritei com você. Eu sei que também errei. Naquele momento, pouco importava para Lorena se Duarte se desculpava ou tentava se justificar. Porque, no fundo, tudo o que Lorena queria era ir embora, fugir para bem longe de Duarte e reencontrar a si mesma, a pessoa que era antes de perder a memória. Assim, ela fingiu se reconciliar com ele. No entanto, quando Duarte a beijou, Lorena reagiu com um incômodo evidente, o corpo rígido, uma repulsa que não conseguia disfarçar. Mesmo
Na manhã seguinte, ao acordar, Lorena percebeu o novo celular sobre o criado-mudo e ficou um pouco surpresa. Duarte saiu do banheiro após se lavar e, com tranquilidade, explicou: — Antes, você não quebrou o celular? Mandei comprar um novo para você. O chip continua sendo o mesmo. E quanto aos seguranças na porta, já mandei todos embora. Lorena não esperava que Duarte realmente fosse cumprir sua palavra. Além disso, bastava que ela cedesse um pouco, e ele de fato retirava os seguranças. Por um instante, Lorena sentiu uma leve pontada de culpa, mas a sensação desapareceu tão rápido quanto veio. Ela não achava que tinha algo de que se arrepender. "Tudo isso aconteceu por causa de Duarte. Eu nunca pertenci a ele." Nesse momento, Duarte deu alguns passos à frente, se aproximando dela. Se Inclinando, apoiou as mãos ao lado do corpo de Lorena, envolvendo ela completamente em seus braços. Desconfortável e cheia de repulsa, Lorena tentou se esquivar, mas temia irritá-lo e ac
Natacha sempre sentia que tudo isso estava acontecendo de maneira fácil demais. Lorena afirmou com convicção: — Não. Seu irmão é uma pessoa impulsiva e de raciocínio simples, ele não vai perceber. Depois de desligar a ligação com Lorena, Natacha foi procurar Joaquim. Os dois começaram a planejar como ajudar Lorena a sair de Cidade M sem que Duarte descobrisse. — Avião está fora de questão. — Disse Joaquim. — Qualquer meio de transporte que envolva a compra de passagens pode ser rastreado. Seu irmão só precisa fazer uma pequena investigação para descobrir para onde Lorena foi. Natacha concordou: — Também acho. Se queremos garantir que meu irmão não descubra o paradeiro de Lorena, temos que aproveitar esses dias em que ele estará em Cidade Y e levá-la de carro para outra cidade. Quando ele voltar e perceber que Lorena sumiu, já será tarde demais para encontrá-la. Além disso, não podemos usar o nosso próprio carro. Precisamos de um veículo com uma placa que ele não conheça.
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p