Lorena não disse nada o tempo todo, mas cada palavra sua era como uma lâmina cortante, se afundando dolorosamente no coração. Duarte avançou rapidamente até ela e agarrou seu pulso, puxando ela para perto de si. Seu olhar estava carregado de fúria ao dizer: — Repete isso para mim! — Eu disse... Você é imundo! — Lorena semicerrou os olhos, sua expressão repleta de desprezo e repulsa. — Eu preferia que você nunca tivesse me resgatado de País N. Para mim, tanto faz ter sido estuprada por aqueles homens ou ter dormido com você. Agora, não há mais nenhuma diferença! Cada palavra dela era uma lâmina afiada, perfurando impiedosamente o ponto mais sensível do coração de Duarte. Era a primeira vez que ele conhecia uma mulher tão cruel a ponto de dilacerar alguém apenas com palavras. Duarte nunca se considerou um homem bom. Ele gostava de Lorena, mas não suportava sua rebeldia constante. Ainda assim, ao encarar aqueles olhos frios e aquele rosto devastado, acabou soltando ela. Ma
Lorena manteve o tom desafiador e disse: — Pode usar todos os seus truques contra mim. No pior dos casos, eu morro nas suas mãos! Alguém como você... Duvido que nunca tenha matado ninguém. Duarte assentiu e respondeu: — Já que você mesma disse isso, então vamos ver! — Após falar, ele gritou em direção à porta: — Enrico, entre! Logo, Enrico entrou, mantendo a cabeça baixa, sem ousar levantar o olhar. Ele se curvou levemente e perguntou: — Chefe, o que deseja? Duarte ordenou: — A partir de agora, se a Srta. Lorena não comer, a mãe dela também não come! Quero ver quem aguenta mais tempo sem se alimentar, se a Sra. Lopes ou a Srta. Lorena. Lorena ergueu a cabeça, surpresa, seus olhos se arregalando enquanto encarava Duarte. — Você está sendo cruel demais! — Exclamou, furiosa. — Duarte, além de intimidar mulheres e idosos, você não sabe fazer mais nada, não é? Duarte se agachou diante dela, levantando a mão para acariciar lentamente o rosto de Lorena, que transbordava
— Não precisa. — Lorena recusou friamente. — Você não precisa me explicar nada, e eu também não me importo. Sr. Duarte, já não me interessa quantas mulheres ou quantos filhos você teve no passado. Isso não significa mais nada para mim! A frieza de Lorena caiu sobre Duarte como um balde de água gelada, extinguindo instantaneamente qualquer intenção que ele tivesse de se desculpar. — Certo, se você não quer ouvir minha explicação, então esqueça. — Duarte se levantou com o rosto fechado e declarou. — Mas se lembre, Lorena, você é minha mulher. Assim que resolvermos a situação de Domingos, vamos registrar nosso casamento. A partir desse momento, você será minha para o resto da vida. Lorena olhou para ele, atordoada, e balançou a cabeça. — Você enlouqueceu! Ela simplesmente não conseguia entender o que se passava na mente daquele homem. "Depois de tudo que descobri sobre ele, depois de tudo o que aconteceu entre nós, Duarte ainda quer se casar comigo?" Com um olhar gelado, ela
Na verdade, o que Duarte pensava era: "Natacha, Joaquim... essas pessoas estudaram tanto que ficaram burras. Se dá para resolver conversando, por que precisam brigar?" — Ah, certo, mano, fica com o Domingos no quarto hoje à noite. Ele anda tendo muitos pesadelos ultimamente, e eu não fico tranquila deixando ele sozinho no hospital. Natacha mudou o assunto para Domingos. Duarte não pensou muito e assentiu. — Certo, eu devia passar mais tempo com o Domingos. Natacha aproveitou para reforçar: — Pensa bem sobre a cirurgia também. Agora o Domingos finalmente conseguiu um doador de coração. Se perder essa chance, se sabe lá quanto tempo vai demorar para aparecer outra. Falar disso deixou o coração de Duarte pesado. Afinal, a cirurgia era extremamente arriscada. Agora, mais do que nunca, ele sentia que precisava aproveitar cada momento com Domingos. O tempo que pudessem ter juntos era precioso. Depois de convencer Duarte, quando chegou o fim do expediente, Natacha fez questã
Natacha olhou, surpresa, para as costas de Lorena, sentindo o coração tremer incontrolavelmente. “Meu Deus, o que a Lorena está dizendo? O que meu irmão fez com ela, afinal?” — Lorena... — Natacha chamou baixinho. O corpo de Lorena enrijeceu. Ela se virou para encarar Natacha. Ao se dar conta do que havia dito momentos antes, uma expressão fugaz de constrangimento e vergonha passou pelo rosto dela. Mas, no instante seguinte, seus olhos se encheram de fúria e se afiaram como lâminas ao dizer: — Você veio? Veio ajudar seu irmão a me convencer? Natacha respondeu, com culpa na voz: — Eu sei que, agora, no seu coração, eu e meu irmão somos iguais... dois mentirosos. — E não são? — Lorena a fitou, sem qualquer expressão, rebatendo com frieza. — Você não me ajudou a cair na armadilha dele? Não brincou comigo? Vocês acham que eu sou estúpida, não é? Foi divertido me enganar assim? Natacha se aproximou e se ajoelhou diante de Lorena, dizendo com pesar: — Lorena, me desculpa.
O olhar de Lorena para Natacha finalmente suavizou um pouco, deixando de ser carregado de hostilidade como no início. Lorena franziu as sobrancelhas, hesitante: — Agora, a porta desta casa está cheia de homens do Duarte. Eu não consigo sair. E mesmo que eu vá embora, minha mãe não escaparia da tortura dele. Natacha respondeu: — Não precisa se preocupar com a Sra. Lopes. Comigo e Joaquim aqui, meu irmão não vai ousar fazer nada contra ela. Me dá dois dias para pensar em um jeito de te tirar daqui. Lorena disse, cheia de gratidão: — Se você puder me ajudar, eu nunca vou esquecer sua bondade. Eu vou te retribuir. Natacha balançou a cabeça: — Você não precisa me retribuir. Isso é uma dívida que eu tenho com você! — Em seguida, acrescentou. — Ah, nesses dois dias, tenta agir conforme o que meu irmão quer. Deixa ele baixar a guarda. Assim vai ser mais fácil para eu te tirar daqui. A gente se fala pelo WhatsApp quando for a hora. Lorena respondeu apressada: — Não podemos u
Duarte abaixou a cabeça e olhou para o rostinho radiante da mulher em seus braços. Ele sorriu levemente e disse: — Se você tivesse sido tão obediente antes, eu não teria feito isso com você. Lorena forçou um sorriso amargo, reprimindo a raiva e a humilhação que sentia no coração. Duarte então suavizou o tom de voz e continuou: — Naquele dia, quando voltei, minha intenção era pedir desculpas a você. Mas, antes disso, nenhuma mulher jamais havia me batido. Por isso, acabei não pedindo desculpas e ainda gritei com você. Eu sei que também errei. Naquele momento, pouco importava para Lorena se Duarte se desculpava ou tentava se justificar. Porque, no fundo, tudo o que Lorena queria era ir embora, fugir para bem longe de Duarte e reencontrar a si mesma, a pessoa que era antes de perder a memória. Assim, ela fingiu se reconciliar com ele. No entanto, quando Duarte a beijou, Lorena reagiu com um incômodo evidente, o corpo rígido, uma repulsa que não conseguia disfarçar. Mesmo
Na manhã seguinte, ao acordar, Lorena percebeu o novo celular sobre o criado-mudo e ficou um pouco surpresa. Duarte saiu do banheiro após se lavar e, com tranquilidade, explicou: — Antes, você não quebrou o celular? Mandei comprar um novo para você. O chip continua sendo o mesmo. E quanto aos seguranças na porta, já mandei todos embora. Lorena não esperava que Duarte realmente fosse cumprir sua palavra. Além disso, bastava que ela cedesse um pouco, e ele de fato retirava os seguranças. Por um instante, Lorena sentiu uma leve pontada de culpa, mas a sensação desapareceu tão rápido quanto veio. Ela não achava que tinha algo de que se arrepender. "Tudo isso aconteceu por causa de Duarte. Eu nunca pertenci a ele." Nesse momento, Duarte deu alguns passos à frente, se aproximando dela. Se Inclinando, apoiou as mãos ao lado do corpo de Lorena, envolvendo ela completamente em seus braços. Desconfortável e cheia de repulsa, Lorena tentou se esquivar, mas temia irritá-lo e ac