Clube Nuvem.Duarte chegou apressado, determinado a resolver o problema com o traidor. Nos últimos tempos, o clube tinha sido alvo de várias denúncias anônimas, o que atraía a polícia com frequência. Embora, por sorte, todas as investigações tivessem terminado sem maiores problemas, os negócios do clube haviam sido gravemente afetados. Duarte não era novato nos negócios. Em pouco tempo, ele descobriu que havia um traidor no clube, alguém querendo sabotar seus esforços. Depois de alguns dias de investigação, finalmente conseguiu pegar o responsável. Se não fosse por isso, Enrico provavelmente não estaria ligando para ele no meio da noite. Agora, no salão do clube, o ambiente estava longe de ser o usual, com a animação das noites movimentadas. Enrico já havia dado ordens para fechar o local mais cedo. Agora, apenas pessoas do Clube Nuvem estavam presentes, sem clientes.No centro do salão, uma jovem mulher estava sendo torturada de forma cruel, caída no chão, diante de Duarte.
— Eu disse que você é sujo! — Lorena disse, rindo com desprezo, zombando dele. — Você acabou de entregar aquela mulher para tantos homens, tão facilmente, e aposto que, no seu dia a dia, também não é de se importar, não é? Ah, esqueci, você trabalha em um clube, então, todas as mulheres daqui, talvez você já tenha passado por todas. Elas todas têm algo com você! Agora entendo o que Zeca quis dizer. Como pude ser tão nojenta, como pude estar com alguém como você?A última frase de Lorena fez Duarte perder completamente a calma.Duarte rosnou baixo:— E o que tem de errado em ser como eu? Eu salvei você, salvei a mãe do Durval! E o que tem de errado em trabalhar em um clube? Não se esqueça, tudo o que você come, veste, usa, e até o tratamento médico da sua mãe agora, vem do dinheiro que eu ganho no clube. Você me acha sujo? Lorena, com que direito? Qual é o seu direito de me julgar?Lorena ficou sem palavras, o que ele disse a deixou sem reação. Só conseguia sentir uma onda crescente de
Naquela noite, a grande rua da Cidade M estava deserta, com poucas pessoas à vista e apenas alguns carros passando de vez em quando.Duarte dirigia devagar, com os olhos fixos na janela, perdido em pensamentos. Onde será que aquela mulher tinha ido?"Com o temperamento da Lorena, ela nunca voltaria para casa... Mas agora, tão tarde assim, e se ela se deparar com algum vagabundo ou algo do tipo?" Esse pensamento fez Duarte se inquietar. Ele estava mais preocupado com a segurança dela do que com a raiva que sentia.Por fim, foi em um banco na beira da estrada que Duarte encontrou Lorena.Se ele não tivesse olhado atentamente, poderia até ter acreditado que a mulher deitada ali era uma mendiga.— Impressionante... — Duarte murmurou, ainda assim estacionando o carro.Quando se aproximou, percebeu que Lorena não tinha percebido sua chegada. Ela estava completamente alheia ao que acontecia ao seu redor.Duarte soltou uma risada fria e falou para si mesmo:— Só tem temperamento, mas nenhuma
Na verdade, aquelas lembranças eram as que Duarte menos queria reviver, pois, para ele, eram como rasgar novamente suas feridas. Contudo, para tentar fazer Lorena entender, ele decidiu falar sobre o que guardava dentro de si.Duarte abriu a boca, com um sorriso amargo:— Na verdade, muito antes, quando minha mãe ainda estava viva, eu deveria ter tido a mesma infância que você, uma infância cheia de conforto e sem preocupações, sem precisar pensar em sustentar a casa ou em como sobreviver. Até que minha mãe faleceu, e então eu ganhei uma madrasta. Naquela época, eu ainda era apenas uma criança, e não entendia nada do que estava acontecendo. Embora eu não gostasse da minha madrasta, meu pai a trouxe para dentro de casa, e eu não tinha escolha a não ser aceitar essa vida. Não pensei em mudar nada, nem em fazer nada contra ela. Depois, minha madrasta ficou grávida, já estava com sete meses. Eu tinha medo de que, com o nascimento de outro filho, meu pai me deixasse de lado, então me esforce
- Sra. Camargo, parece que o Sr. Joaquim não vai voltar esta noite. Que tal você ir dormir primeiro? – Sugeriu Dora, com gentileza, olhando para a luz ainda acesa no quarto.Um traço de decepção cruzou os olhos de Natacha Gonçalves.Naquele momento, o som do motor do carro ecoou no quintal.Natacha, sem sequer colocar os chinelos, correu para a janela para dar uma olhada.Era realmente o carro esportivo prateado de Joaquim Camargo que entrava na garagem.Ela respirou fundo e olhou para o seu conjunto de lingerie sexy, seu coração batendo de forma descontrolada como um tambor.Dois anos de casamento, ele sempre dormia no quarto de hóspedes e nunca tocou ela.Natacha sabia que o casamento deles foi arranjado pelo avô Paulo e não era a vontade de Joaquim.Mas já se passaram dois anos, eles não podiam continuar assim para sempre, certo?Será que Joaquim achava que ela era apenas uma universitária sem diploma, que não sabia de nada?Será que ele achava que ela era muito passiva?Com esses p
Joaquim já havia perdido completamente a razão.Não se sabia se foi a comida ou a bebida que estava batizada na festa naquele dia.Naquele momento, ele era impulsionado pelo desejo, incapaz de controlar seus sentimentos.Ao tocar a mulher macia e perfumada na cama.Seu desejo explodiu num instante como uma flecha disparada.A inocência e o choro impotente dela simplesmente enlouqueceram ele!Uma hora inteira se passou.O homem finalmente estava satisfeito e adormeceu.Natacha se sentiu como se todo o seu corpo tivesse sido esmagado até os ossos.Ela se levantou com dor, se vestiu às pressas e saiu do quarto às pressas.Entrou apressadamente no elevador e acabou esbarrando em uma jovem mulher.- Desculpe. – Murmurou Natacha.Ela estava pálida, entrou rapidamente no elevador e apertou o botão de fechar a porta.Rafaela Costa saiu do elevador e imediatamente olhou para trás.Ela não podia acreditar que estava vendo Natacha pela fresta do elevador.Aquela não era a esposa de Joaquim? A mul
Natacha olhou apressada para ele, se engasgando ao dizer: - Você precisa me ouvir, ontem eu... - Chega. – Joaquim interrompeu ela, seus olhos caindo nas marcas vermelhas em seu decote.Estava claro que eram marcas deixadas depois de transar com alguém. Sua voz era calma e cruel, continuando. – Eu também tenho responsabilidade por deixar você sozinha por esses dois anos. Não culpo você por fazer isso. Mas, Natacha, a família Camargo não pode aceitar uma mulher suja como matriarca.Natacha ficou atordoada, todas as suas explicações pareciam vazias agora.Era verdade que quem acreditaria em explicações para isso?Além disso, mesmo que ela provasse que foi tramada por Daniela e Marta, ela ainda estaria suja.Natacha forçou um sorriso amargo, dizendo: - Então, você quer dizer que... O divórcio?Joaquim concordou com calma: - Do lado do meu avô, eu espero que você seja clara sobre querer se divorciar. Posso dar a você uma última chance de manter sua dignidade, para que ele não saiba que
Quando Joaquim chegou em casa, já passava das onze da noite. A mansão estava estranhamente silenciosa, com apenas uma luz noturna acesa na sala de estar. Natacha estava sentada no sofá, parecendo estar esperando por ele o tempo todo. Joaquim tirou o casaco, afrouxou a gravata e falou com um leve tom de impaciência: - O divórcio não foi acordado ao meio-dia? Não vou te prejudicar no que diz respeito à propriedade. Você pode confiar nisso. Ele pensou que ela queria mais dinheiro. Natacha interrompeu ele, com uma voz rouca: - Joaquim, é por causa daquela mulher que você quer se divorciar de mim? Joaquim mudou sua expressão por um momento, mas logo voltou a sua calma de sempre. Ele não queria mais esconder isso dela, nem se dava ao trabalho de esconder. - Sim, tenho que dar a ela uma explicação, é o que devo a ela. – Admitiu Joaquim, com calma. - Só hoje percebi como você é hipócrita. Ao meio-dia, você se fez de vítima, me fez sentir culpada, me forçou a me divorciar. Talvez naqu