Sr. Fernando De Súbito Viciado Nela
Sr. Fernando De Súbito Viciado Nela
Por: Yolanda
Capítulo 1
— Miguel, me ajuda...

— Fala de novo!

Sofia Cunha Ribeiro foi puxada pelo cabelo e forçada a olhar para cima. Quando viu os traços frios do homem atrás dela, suas pupilas dilataram-se de repente:

— Fernando? Por que é você...?

Fernando Santos Araújo a pressionou contra a parede de vidro, segurando seu queixo para ela olhar diretamente para ele:

— No meu quarto, quem você esperava ver? Hein?

Sofia lutou com todas as forças:

— Me solta, me solta...

— Já que teve coragem de me provocar, agora aguente as consequências! — Ele segurou sua cintura e a penetrou de forma bruta.

— Ah!

Bum!

A cabeça de Sofia bateu na janela do ônibus, e ela acordou do sonho de repente.

Havia ocorrido um acidente à frente, e o ônibus não conseguiu desviar a tempo, caindo na vala.

Dentro do ônibus, algumas pessoas estavam xingando e chorando. Era um caos total.

Comparado a este acidente, a noite de três anos atrás a deixava ainda mais aterrorizada. Naquela noite, Fernando a fez ir parar no hospital após uma noite de sexo selvagem, e depois ela se tornou sua esposa.

Mas...

— Quer morrer? Saia rápido!

Alguém a incentivou, e Sofia abandonou o bolo amassado que estava segurando, começando a escalar pela janela do teto.

O som das sirenes das ambulâncias se aproximava, e Sofia viu uma delas parar ao lado de um Audi.

Uma paramédica desceu da ambulância para ajudar os feridos no carro, mas um homem alto a afastou e entrou no veículo. Ele pegou uma mulher nos braços com cuidado e a levou para a ambulância.

Rapidamente, Sofia o reconheceu; aquele era o homem com quem ela estava casada há três anos, Fernando. E nos braços dele estava sua primeira namorada, Sarah Souza Sousa, que ele sempre amou e que tinha ido estudar no exterior.

Com o braço doendo, Sofia pegou o celular e fez a ligação. A voz fria e irritada de Fernando soou do outro lado:

— Seja breve.

— Você vem para casa hoje? — Sofia tentou controlar a voz para não tremer.

— Estou ocupado.

Cada palavra a mais era um desrespeito à Sarah. Fernando desligou rapidamente.

A amante era cuidada com carinho enquanto a esposa era desprezada. Sofia apertou os lábios até ficarem pálidos, olhando para a ambulância ao longe.

Fernando nunca se lembrava do aniversário dela, mas lembrava-se sempre do cronograma de aulas da Sarah.

Hoje ela queria convidar Fernando para celebrar seu aniversário, mas isso já não parecia necessário.

A ambulância passou pelo ônibus, e Sofia, sentada no teto do veículo, viu Sarah se aninhando nos braços de Fernando.

Essa cena acabou de vez com qualquer esperança que Sofia tinha em relação a Fernando.

O acidente causou um congestionamento de mais de duas horas na estrada. Uma grávida entrou em trabalho de parto devido ao choque, enquanto Sofia sofreu apenas ferimentos leves. Ao retornar do hospital para casa, já estava escuro.

Ela preparou um prato de macarrão para si mesma e sentou-se sozinha na ampla e silenciosa mansão para comemorar.

...

Centro de Emergência do Hospital Municipal.

Uma enfermeira guiou Sarah para fora da sala de emergência, e Fernando foi imediatamente ao encontro dela.

— Como ela está?

Sarah estava com uma gaze na testa, pálida e tremendo de medo. Quando viu Fernando, seus olhos se encheram de lágrimas.

— Concussão leve. Ela teve uma lesão prévia na coluna vertebral e precisa ficar em repouso por um tempo. — Disse o médico.

Fernando olhou para o rosto pálido de Sarah, seu olhar ficando sombrio.

— Doutor... — Sarah perguntou com a voz suave. – Voltei para o Brasil para atuar no filme de um diretor famoso. Não quero perder essa oportunidade.

O médico retirou a máscara, sério:

— Seu estado não permite trabalho pesado. Se precisar trabalhar, alguém deve cuidar de você com atenção.

— Obrigada, doutor. Eu vou me cuidar – Sarah olhou para Fernando com lágrimas nos olhos, tentando sorrir. — Obrigada por vir me buscar e me acompanhar no hospital. Meu agente chega amanhã cedo. Você pode ir descansar.

O médico disse que ela precisava de cuidados constantes, e seu agente não estava por perto. Como Fernando poderia sair?Ele ligou para o assistente, pedindo para trazer documentos urgentes ao hospital.

Depois de terminar, virou-se para Sarah:

— Vou ficar com você esta noite. Descanse tranquila.

Os olhos de Sarah brilharam por um instante, mas logo se mostraram inquietos:

— Você ficar no hospital comigo não vai incomodar a Sofia? Talvez você devesse...

— Não se preocupe. — Fernando pediu à enfermeira que levasse Sarah para o quarto e acendeu um cigarro.

Ele voltou para casa no dia seguinte, visivelmente cansado. Ao passar pela sala de estar, seu passo desacelerou.

Normalmente, a essa hora, Sofia estaria terminando sua sessão de ioga e preparando o café da manhã, depois passava as roupas que ele usaria naquele dia... Mas hoje a casa estava estranhamente silenciosa.

Ao abrir a porta do quarto principal, a expressão já sombria de Fernando tornou-se ainda mais fria.

O quarto estava vazio, e no meio da cama havia um documento intitulado “Acordo de Divórcio”.

Fernando não deu importância a esse tipo de manobra. Quando Sofia ficava brava, ela costumava ir para um hotel e voltava em poucos dias.

Sarah voltou ao Brasil em grande estilo e sofreu um acidente de carro ao desembarcar. A mídia certamente reportaria isso. Sofia deve ter visto as notícias e ficou chateada.

As roupas no armário estavam organizadas por cores, mas não havia um conjunto pronto para ele vestir hoje.

Fernando fechou a porta do armário com força, pegou o documento na cama e, ao ver o conteúdo, uma frieza passou pelo seu olhar.

— Que coragem!

...

Sofia saiu cedo para procurar um novo lugar, pois precisava deixar a mansão após pedir o divórcio. Por sorte, encontrou um apartamento que precisava ser vendido urgentemente. Embora não fosse grande, o preço era bom e estava completamente mobiliado. Após pagar o depósito, ela voltou para arrumar suas coisas.

A mansão ficava numa área residencial de classe alta onde táxis não eram permitidos. Sofia desceu do carro e começou a caminhar.

— Já viu que horas são? O Sr. Fernando não paga para você ficar à toa. — Disse o segurança, olhando-a de cima a baixo.

Fernando não gostava de ter estranhos em casa, então contratava apenas uma diarista. Sofia gostava de cuidar pessoalmente das necessidades diárias de Fernando, e quando a casa estava limpa, dava folga à diarista.

O casamento deles era conhecido apenas pelas famílias e alguns amigos próximos. O público ainda acreditava na imagem de Fernando como apaixonado por Sarah. Por essas e outras, ninguém sabia que Sofia era a dona da casa, pensando que ela era apenas uma empregada.

— A primeira namorada do Sr. Fernando voltou para o país. Ontem aconteceu um acidente de trânsito e ele a acompanhou o tempo todo. — Disse o gerente da propriedade durante uma inspeção, aproveitando para fofocar. — Três anos e você não conseguiu conquistá-lo, que pena.

— Nem tanto, ela tem um namorado rico. — Riu o segurança. — E aí, vão se casar?

Sofia diminuiu o passo.

Uma noite, após uma briga, Fernando torceu seu tornozelo. Ele a carregou para dentro de casa e saiu. O gerente da propriedade viu isso e pensou que Sofia estava tentando seduzir Fernando. Sofia teve que explicar que aquele homem era seu namorado e que ele vestia roupas semelhantes às de Fernando. No dia seguinte, a fofoca já havia se espalhado: ser empregada de uma família rica podia resultar em namorar com um playboy, causando inveja e críticas.

— Terminamos. Ele não é bom o suficiente. — Sofia usou o rosto para desbloquear a porta.

— Homem nenhum é santo. Feche um olho e deixe passar. Ter um namorado rico é uma sorte sua — disse o gerente, parecendo consolá-la, mas, na verdade, a criticando.

Click, a porta se abriu. Sofia entrou, virando-se para o gerente:

— Quando eu disse que ele não era bom o suficiente, quis dizer literalmente. Ele era todo arrogante, mas na cama era um fracote. Para que serve?

Ao se virar, quase colidiu com um carro que estava saindo. Um Maybach prateado, personalizado, com uma placa ostentosa. Através do para-brisa impecável, ela viu o homem sentado no banco traseiro. Fernando, com seu rosto bonito e sério, olhou para ela com frieza.
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