Capítulo 3
Fernando estava ao telefone, olhando para ela com desprezo. Nem mesmo o gerente da propriedade a considerava importante; como ela ousava se achar alguém importante para pedir o divórcio?

Sofia bufou e, na frente de Fernando, jogou a luva suja no rosto do gerente da propriedade. O homem foi pego de surpresa, deixando o caderno e a caneta caírem no chão.

— Se você não sabe o que um gerente deve fazer, sugiro que volte para o treinamento! Mesmo que me expulse, você não conseguirá entrar nesta mansão. Fernando gosta de putas jovens, você é vadia o suficiente, mas já está velha demais!

Com o divórcio se aproximando, Sofia não precisava mais segurar a raiva e ainda podia provocar Fernando. Perfeito!

O olhar de Fernando ficou repentinamente frio, os nós dos dedos que seguravam o telefone ficaram brancos.

Sofia entrou na casa, bebeu água e ouviu a porta se abrir e fechar. Algo foi jogado na prateleira da entrada.

Quando ela terminou de arrumar as malas para sair, viu que o que estava na prateleira era seu próprio celular.Fernando voltou porque seu celular tinha caído no carro dele?

Desta vez, Sofia foi esperta e saiu com o Cayenne da garagem.Esse carro foi um dos presentes de casamento que Fernando lhe deu. Como ela raramente saía e o Rio de Janeiro adorava engarrafamentos, o carro ficava acumulando poeira na garagem.

Mesmo que ela não conseguisse a propriedade de Fernando, esse carro era seu, bem antes do casamento.

Pensando em deixar aquele homem frio e insensível, Sofia estava de ótimo humor, o motor roncando alto.

No caminho, sua amiga Maria Araujo Costa ligou. Ela também tinha visto as notícias e, com medo de que Sofia ficasse chateada, convidou-a para ir a um bar relaxar.

O apartamento estava limpo, mas Sofia tinha a mania de usar o aspirador de pó antes de dormir em uma cama estranha.

Enquanto estava ajoelhada na cama limpando, o zelador entrou de repente.

— Eu bati por um bom tempo e você não ouviu, então entrei sozinho.

— Algum problema? — Perguntou Sofia.

— Bem... — O zelador forçou um sorriso — O proprietário acabou de me ligar, dizendo que não vai mais vender o apartamento.

— Mas eu já paguei o depósito.

— Lamentamos muito, vamos compensar o dobro do valor pago.

De manhã, ele disse que estava vendendo urgentemente, agora diz que não vai mais vender.Sofia quis ligar para o proprietário, pegou o telefone e viu que a última ligação recebida era dele.

Sem surpresa, essa ligação foi atendida por Fernando. Se ela ainda não entendesse a situação, seria uma tola.

Ela jogou o aspirador na cama.

— Comprar a casa é uma decisão minha, aquele idiota não pode decidir por mim!

O zelador continuou com um sorriso forçado.

— Sra. Sofia, sou apenas um empregado, como ouso ofender o chefe do Grupo Araujo?

Não importava o que Sofia dissesse, o zelador apenas balançava a cabeça sorrindo. Ela não podia nem passar uma noite ali.

Sem alternativa, ela pegou suas malas e foi procurar sua amiga.

Não era que ela não pudesse pagar um hotel, mas ela tinha um trauma com hotéis.

Maria estava tomando banho, atendeu a porta com uma toalha na cabeça. Quando viu Sofia tirando as malas do porta-malas, arregalou os olhos de surpresa.

— Só mesmo um homem canalha para partir seu coração e você perceber o quanto sua amiga te ama! Mas fugir para casar comigo assim não é cedo demais? Vamos nos conhecer melhor primeiro...

Sofia levou um susto ao ouvir isso, e prendeu o dedo na alça da mala.

— Ai, ai, ai...

— Pecado, pecado! Ainda tem tantas roupas antigas no museu esperando por você para serem restauradas. Se você se machucar, aqueles historiadores vão me bater até a morte!

Sofia riu com a piada de sua amiga, dissipando a nuvem negra em seu coração. Maria continuou:

— Vou levá-la até eles agora, uma grande estrela cantando e dançando, esses velhos vão adorar!

As duas estavam conversando animadamente quando a mãe de Fernando, Lara Cardoso Pereira, ligou convidando Sofia para jantar.

— Ela sabe que você se mudou? — Maria perguntou preocupada.

Sofia balançou a cabeça.

Para os pais de ambos, eles eram um casal harmonioso, Sofia precisava agradar a sogra para conseguir o máximo de benefícios e salvar a vida de seu irmão.De fato, Lara tratava Sofia melhor do que sua própria família. Ela podia ignorar Fernando, mas não podia magoar Lara.

Quando ela chegou sozinha, Lara ficou desapontada.

— Que desrespeito, pedi para aquele moleque ir buscar você, mas ele deixou você vir sozinha!

Lara era a única que ousava xingar Fernando.

— Não foi isso, ele está ocupado ultimamente. — Sofia segurou a mão da sogra. — Como está sua saúde?

Lara tinha problemas de saúde após dar à luz sua filha, Emilly Oliveira Araujo, estava sempre tomando remédios, seu corpo tinha um cheiro constante de medicamentos.

— Se você me der um neto logo, minha saúde vai melhorar! — Lara sussurrou sorrindo no ouvido dela. — Está tomando os suplementos?

Lara enviou muitos suplementos para Sofia, dizendo que eram para regular seu corpo, mas na verdade eram para ajudar na concepção.Sofia entendia, mas Fernando não a tocava, então não adiantava tomar.Às vezes, ela queria enviar os suplementos para o escritório de Fernando, mas pensando no carinho de Lara, não queria decepcioná-la.

— Estou tomando. — Sofia respondeu obedientemente.

— Não se preocupe. — Lara a confortou. — Hoje termina um ciclo de tratamento, vocês dois vão dormir aqui esta noite, com certeza vai funcionar.

O quê?

Sofia estava prestes a falar quando a empregada abriu a porta e se curvou respeitosamente.

— Senhor, senhora, bem-vindos de volta.

Fernando olhou para Sofia com desprezo nos olhos.

Falando em divórcio, mas agradando sua mãe, que atriz.

— Mãe, aqui está o colar de pérolas que comprei para você no leilão. — Emilly entregou a caixa para Lara, e sorriu levemente para Sofia. — Eu não sabia que você viria, não preparei um presente, você não se importa, né?

Na frente de Lara, ela era contida, mas em particular, era extremamente arrogante.

Emilly sempre achou que Sofia não era digna de seu irmão; se não fosse por seus truques sujos, ela nunca teria conseguido se aproximar de Fernando.

Lara não via a filha há muito tempo e estava naturalmente feliz.Convidou todos para se sentarem para jantar.Sofia, acostumada a cuidar de todos, serviu a comida para Lara. Quando ela se sentou, Emilly entregou sua tigela.

— Quero meia tigela.

Sofia estava prestes a se levantar quando Fernando a impediu com a perna debaixo da mesa.

Ela ficou ligeiramente atordoada e logo ouviu Fernando dizer:

— Participou do leilão e quebrou a mão? Não consegue se servir sozinha?

— Ela ia servir você, por que não pode me servir também? — Emilly protestou.

— Eu não como arroz à noite. — Fernando passou os talheres para Sofia.

Ele realmente não comia carboidratos à noite, mas sempre incomodava Sofia: ela fazia abóbora para ele, se estivesse mole, ele não gostava; se estivesse dura, também não. Se a abóbora fosse farinácea, ele não gostava; se fosse doce demais, também não.

Agora, na frente de Lara, ele estava se fazendo de bonzinho, Sofia ficou irritada e se levantou.

— Se você não come, eu como. — Ela pegou a tigela de Emilly e foi servir arroz.

Sofia podia imaginar a cara fechada que Fernando faria, não por ela ajudar Emilly, mas por desafiá-lo.

Durante o jantar, Fernando manteve o rosto fechado, enquanto Lara conversava animadamente com Sofia.Lara ria muito, de repente olhou para o outro lado da mesa.

— Pedi à empregada para arrumar o quarto, vocês dois vão ficar aqui esta noite.

Fernando olhou de soslaio para Sofia, sem dizer nada.

Depois do jantar, Sofia ajudou a arrumar tudo, Lara foi verificar o quarto, e Emilly se sentou ao lado de Fernando.

— Mano, a Sarah voltou e entrou em contato com você imediatamente, o que significa que ainda gosta de você. Você não gosta da Sofia, por que não se divorcia e casa com a Sarah?

Fernando olhou friamente para ela.

— Como você a chamou?
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