MayaSeu elevador chegou e ela partiu depois de nos despedirmos com um rápido abraço. Voltei para o quarto e fiquei um pouco mais até começar o cair da noite. A caminho para a casa do Victor, pensei em ir até Grace, mas tive medo de encontrar Higor por lá, então desisti. Porém, mais alguns metros à frente, um aperto em meu peito falou mais alto e, quando menos percebi, já estava parando à frente do seu prédio. Ao entrar, cumprimentei o porteiro noturno e subi direto para o apartamento sem precisar ser anunciada. Quando cheguei a seu andar, meu estômago se encheu com um friozinho de ansiedade. Diante da porta, toquei a campainha e logo ouvi passos se aproximar, mas a porta não foi aberta. Eu sabia que ela estava do outro lado observando quem chamava pelo olho mágico, podia sentir sua presença próxima ali.— Grace... Por favor. Deixe-me entrar, eu vim até aqui apenas para te ver e saber como você está.— É melhor ir embora — falou com a voz baixa.— Você sabe que eu não vou embora. Se l
MayaEla se levantou e eu fiz o mesmo. Nós nos abraçamos e choramos juntas até que nos acalmássemos de novo.— Ele esteve aqui na semana passada — falou ainda abraçada a mim e soltou-me. — Ele veio me pedir desculpas assumindo que errou e dizendo me amar, mas eu não acreditei. Aí ele insistiu tentando me convencer, até que revelou o que queria. Ele precisava de dinheiro. Muito dinheiro. Disse que estava com problemas financeiros. Contou que suas contas estavam bloqueadas a mando da justiça e culpou você mais uma vez. Também disse que seu negócio em Dallas estava à beira da falência e a única pessoa que poderia ajudá-lo era eu. Foi aí que eu percebi o porquê de se aproximar e pedir desculpas. Era apenas interesse. Eu neguei e mandei-o ir embora, mas ele se negou. Então, eu me revoltei e falei demais.— O que disse?— A verdade. Disse que finalmente estava conseguindo ver seu jogo sujo de manipulação e que ele apenas me usou para foragir por um tempo. Ele se irritou e tentou me intimida
MayaNa manhã seguinte, Victor viajou cedo para Seattle. Antes de ir, ele me fez prometer de que não irei sair de casa sem escolta e nem agir com estupidez me colocando em perigo. Foi preciso jurar a ele de joelhos que seguiria suas regras à risca, para que ele pudesse fazer uma viagem tranquila de negócios que duraria quatro longos dias. Os dois primeiros dias sem ele se passaram arrastando. Nós nos falávamos por mensagens e ligações quando ele podia, mas mesmo assim era difícil não sentir saudade. Os seguranças me acompanhavam de uma distância confortável para todo lugar que eu ia. Grace me ligou para dizer que estava bem e agradecer o segurança que Victor destinou para cuidar dela. Eu aproveitei o ensejo e perguntei se Higor havia dado as caras, mas ela deu graças a Deus que não. Ao mesmo tempo que desejava que ele sumisse, queria que aparecesse para que fosse finalmente pego e preso para que pagasse pelo seu crime. No terceiro dia me ocupei em esvaziar o trailer em que meu pai est
MayaDespedi-me dela com um beijo em seu rosto e caminhei até a BMW preta blindada. O segurança que estava no passageiro desceu e abriu a porta para mim quando me aproximei. A caminho da mansão, eu mandei uma mensagem para Victor. Estava precisando tanto dele naquele momento.Você é a melhor coisa no meu mundo.Maya06:58 p.m.E você é o meu mundo! Victor06:59 p.m.Sorri com sua mensagem carinhosa, ainda que eu estivesse chorando. Quando cheguei em casa, subi com Bow para o quarto e o deixei deitar nos pés da cama enquanto assistia TV e tomava sorvete. Meu celular tocou ao meu lado e era Jack quem ligava. Estranhei sua ligação, ainda mais naquela hora.— Jack? Está tudo bem?— Oi, Maya. Desculpa ligar tão tarde, mas é que eu preciso perguntar algo a você e não conseguiria esperar até amanhã.— Tudo bem, ainda estou vendo TV. O que houve? — perguntei preocupada.— Conhece Sean Renald?— Conheço sim, mas gostaria de não conhecer. É um modelo babaca assediador com quem já fiz alguns t
MayaNós nos soltamos e olhamos um para o outro com sorrisos largos.— Como foram esses dias sem mim? — perguntou.— Não foram tão ruins, mas senti saudade o tempo todo. Ficar sem você é triste. Eu te amo, Victor — declarei-me acariciando seu rosto.— Também amo você.Beijei-o passando meus braços por seu pescoço e entregando-me aos seus lábios quentes e macios. A vontade que tinha naquele exato momento era de subir de volta para o quarto e nos trancafiar lá dentro por horas.— O que cheira tão bem na cozinha? — perguntou curioso depois de findar nosso beijo.— Ratatouille para entrada e Coq au vin para o prato principal.— Uau! Passou o dia todo na cozinha?— Passei sim e é exatamente por isso que, se algo estiver ruim, você irá comer do mesmo jeito sem reclamar e fingir que está ótimo — brinquei.— Não se preocupe, querida. Estou faminto e com o desejo de comer muitas coisas diferentes esta noite. Não irei reclamar de nada que me servir — disse com malícia e selou meus lábios com um
MayaAjoelhei-me à sua frente e ele agarrou meu pescoço, não tão forte, levando minha cabeça para trás. Abri minha boca sem esperar por mais uma ordem e esperei que se libertasse. Victor se masturbou gemendo baixo e olhando-me nos olhos, até que por fim gozou em minha boca. Seus olhos verdes-acinzentados estavam tão claros, que mais pareciam prateados. Admirei a visão que tinha ali de baixo, enquanto recebia tudo com amor e tesão.No chuveiro, repetimos de novo a dose de sexo quente. No quarto, fizemos de um jeito mais lento e apaixonado, trocando beijos, carícias e frases de amor.— Não posso... não quero... não consigo ficar sem você! — declarei-me enquanto ainda transávamos.Ele acariciou meu rosto e continuou com seus movimentos lentos e, então, beijou-me com amor.Satisfeitos, adormeci nua e suada em seu peitoral, vencida pelo cansaço de horas de sexo bom e gostoso.***Na manhã seguinte, acordei revigorada e com ele ainda adormecido ao meu lado. Velei seu sono e contemplei sua b
MayaPerto do closet estavam nossas malas e sobre os pés da cama, um robe de seda rosa-claro. Antes do banho, resolvi desfazer as malas retirando apenas algumas coisas necessárias que usaríamos nas próximas horas, afinal, embarcaríamos em dois dias para Las Vegas. No banheiro enrolei um pouquinho mais na banheira com a esperança de que Victor aparecesse, mas ele não veio. Devia mesmo estar concentrado no trabalho. De dedos enrugados e sentindo a água já quase fria, saí e fui me deitar. Não demorou muito para que pegasse no sono pesado. Acordei com beijos em minha panturrilha, que subiram por minhas costas até minha nuca, deixando uma leve mordida em meu ombro. Remexi-me preguiçosamente deitada de bruços e suspirei fundo ainda de olhos fechados, sentindo um cheiro másculo que sempre abalava minhas emoções.— Bom dia, querida — sussurrou em meu ouvido.— Bom dia — resmunguei com a voz rouca de sono.— Levante. Vamos tomar café da manhã e depois você virá comigo para um dia de trabalho.
MayaEnquanto caminhava para a saída, Victor parou para assinar algo no balcão. Parei perto da porta esperando por ele e algo à minha esquerda na parede chamou-me a atenção. Era um quadro de moldura metálica com uma foto em preto e branco. Na imagem estava Victor entre duas mulheres. A primeira mulher eu reconheci de imediato como sua irmã, Margot. A segunda, eu desconhecia. Ela era jovem, magra, alta, de postura esbelta, cabelos anelados na altura dos ombros, realmente uma mulher muito bonita. Victor, assim como sua irmã estavam mais novos do que agora, a foto havia sido registrada em dezessete de abril de mil novecentos e noventa e três, segundo a data na descrição abaixo da imagem. No mesmo lugar também, abaixo da data, havia os nomes Margot White, Victor White e Madalene B. White. Eu me recordava daquele último nome.— Esta foto foi tirada na inauguração desta loja — disse Ricco atrás de mim.— Victor é o dono desta loja? — perguntei-o sem tirar meus olhos da mulher “desconhecida”