MayaEntre as coisas que caíram havia alguns metros de um fino cabo de aço enrolado. Peguei-o e foi inevitável não me recordar da trágica noite em que encontrei o corpo de Bridget no beco da Wilcox com um cabo como aquele enrolado em seu pescoço.— Obrigado! — agradeceu e tomou o cabo das minhas mãos, levantando-se depressa.— De quem são essas coisas?— Do estúdio. — Apertou o botão chamando o elevador que havia subido.— Para que se usa o cabo de aço? — perguntei curiosa, engolindo em seco. Não sabia o porquê, mas senti uma vibração ruim ao tocá-lo.— Quanta pergunta. Mas respondendo... Tyrone usa para suspender coisas no enquadramento dos ensaios para publicidade e propaganda. Ele diz que o cabo de aço se apaga melhor no Photoshop. Eu discordo.— Entendi... — disse baixo ainda sentindo a tal vibração.O elevador chegou e Bash entrou sem se despedir. Ele parecia de mau humor ou nervoso, não pude deixar de perceber sua feição fechada e grosseria em falar comigo. Saí do prédio e senti
MayaJack caminhou em direção à porta e eu o acompanhei.— Acha que esse crime pode ter ligação com os outros assassinatos do serial killer?— Não. Esse crime não segue o mesmo padrão que os outros. As garotas foram mortas em outro lugar, diferente de onde eram encontradas. Além de que todas foram decapitadas após a morte.— As vítimas tinham alguma ligação? — perguntei curiosa.— Além de que moravam na mesma cidade, não encontramos nenhuma ligação direta. Bom... Eu tenho que ir. Vou levar Kim para jantar hoje à noite.— Até mais, Jack. E me desculpe por fazê-lo vir até aqui para enchê-lo com meus devaneios.— Tudo bem. Amigos também servem para isso. — Sorriu e se foi.***Mais tarde, Victor ligou pedindo que eu arrumasse minha mala e para me avisar de que iríamos ainda naquela noite para Nova Iorque. Arrumei a mala em tempo recorde verificando se não estava esquecendo nada. Estava com Sasha ao telefone avisando-a de que estava indo viajar, quando, às oito, ele chegou perfeitamente b
MayaCaminhei para o fim da aeronave e tranquei-me dentro do minúsculo banheiro. Meus olhos queimavam pela ira que se apossava e minha respiração pesava no peito. Queria poder gritar e chorar ao mesmo tempo, para aliviar o ódio misturado a angústia que sentia. Eu nunca na vida pensei que sentiria ódio algum dia, mas era inevitável esse sentimento quando se tratava daquela mulher. Minha angústia aos poucos se fundiu ao arrependimento por ter cortado contato com Penny, sem lhe dar direito de se explicar. Fui tão estúpida com essa ação, quanto Victor foi comigo naquela manhã em que me expulsou de sua casa.Sentei-me na tampa fechada do vaso sanitário e abaixei meu rosto escondendo-o em minhas mãos apoiando meus cotovelos sobre os joelhos. As lágrimas desceram silenciosamente por minha face e um bolo se formou em minha garganta causando-me aquela dor estranha de quando se retinha um choro desesperado.Uma leve batida soou na porta do lado de fora. Corrigi minha postura e encarei-a secando
MayaAcordei no dia seguinte e o outro lado da cama estava vazio. Esfreguei sutilmente meus olhos tentando limpar as vistas embaçadas e sentei-me na cama ouvindo o barulho do chuveiro ligado. Levantei-me e caminhei até lá tirando minha camisola e deixando-a no chão pelo caminho. Ao entrar, Victor estava lavando os cabelos de costas para a porta. Aproximei-me a passos silenciosos e entrei no boxe abraçando-o por trás e lhe dando um beijo em suas costas.— Bom dia — desejei.— Bom dia, querida — retribuiu e puxou-me para sua frente colocando-me debaixo da água quente. — Você acordou cedo.— Só queria me despedir antes que fosse para sua reunião.Ele sorriu e abraçou-me juntando nossos corpos. Acariciei seu rosto e beijei-o com desejo escorregando lentamente minha mão entre nós dois. Para minha surpresa e felicidade, seu membro estava duro como uma rocha. Comecei a masturbá-lo aumentando gradativamente a intensidade dos movimentos. Nosso beijo ficou mais profundo e gostoso. Sua mão esque
MayaFinalizada a visita, fomos para a Time Square. Fiquei encantada com a tão famosa e apaixonante avenida. Era tão lindo quanto se ver nos filmes. Estar ali foi impossível não me lembrar do triste passado da minha mãe e Clarice. A viagem delas poderia ter sido bem diferente do que foi. Mas, por outro lado, poderia ter sido pior se não fosse por Victor.Deixei de lado a tristeza e curti o resto da nossa manhã. Caleb foi uma ótima companhia e eu realmente me diverti cada segundo. Após nosso almoço voltamos para o hotel e, ao entrar no saguão rindo das piadas ridículas e ruins do Caleb, encontramos Victor vindo em nossa direção com uma feição de completa insatisfação.— Vocês estão quinze minutos atrasados! — disse ele.— A culpa foi minha, demoramos mais do que devíamos no restaurante — expliquei-me e o abracei passando meus braços em volta da sua cintura. — Desculpe-me. — Dei-lhe um beijo rápido em sua boca.Saímos do hotel de braços dados e, como sempre, foi impossível não atrair al
MayaDepois de me trocar e pagar pelo vestido, fomos dar uma volta pelo Central Park. Apenas nós dois. É claro que Noberto estava conosco pela segurança do Victor, mas ele ficou alguns metros de distância atrás de nós, nos dando um pouco de privacidade.— Vamos falar sobre quando pretende voltar para casa?— Já disse que não sei quando será. Ainda não é a hora.— Maya... sua mãe precisa de você agora.— Eu sei.— Soube que seu pai perdeu a oficina.— E a casa também. Foram postos à venda. A oficina fechou depois que o Higor sumiu no mundo e deu para trás nos negócios. A casa foi para o banco quando meu pai não pôde mais pagar a hipoteca.— Ainda estou atrás dele.— Do Higor?— Sim. Ele tentou me matar, tenho contas a acertar com ele.— Quando foi a última vez que teve notícias do paradeiro dele?— Ele estava fora do país brincando de viajante com sua amiguinha Grace. Eu esperei pelo retorno deles, mas só ela desembarcou no aeroporto.— Acha que ele ainda está usando ela para se escond
MayaFinalizei minha taça de champanhe e fui para a pista de dança com Caleb. Nós dançamos algumas músicas e conversamos um pouco. Ele me fez rir bastante contando suas histórias de encrencas na escola e das vezes que aprontava com o pai nas férias de verão quando mais novo. Saímos da pista de dança e ele se afastou para ir ao banheiro. O garçom passou servindo mais champanhe e aceitei. Um homem alto, jovem e bonito — confesso — se aproximou com um enorme sorriso de dentes brancos e perfeitamente bem alinhados. Parecia até um daqueles sorrisos que estampava propagandas de consultório odontológico.— Oi. Sou Jeremy — apresentou estendendo-me sua mão que apertei por educação.— Maya Valentine.— Você é linda. Vi que chegou na companhia do White. São namorados?— Sim. Algum problema com isso? — perguntei sendo um tanto rude.— Não! Claro que não. — Riu sem graça. — Quer dançar?— Eu adoraria, mas não com você — respondi sorridente e olhei para Victor, que parou ao seu lado. — Quer dançar
MayaAo sair do quarto, Victor continuava sentado exatamente no mesmo lugar. Caminhei a passos silenciosos até ele e ajoelhei-me no chão sentando-me sobre meus calcanhares, deixando os pesados braceletes caírem no chão fazendo um barulho alto chamando sua atenção. De cabeça baixa, estendi minhas mãos espalmadas para cima, entregando-lhe o chicote e o plug. Ele nem sequer ainda havia me tocado e eu já estava excitada com os pelos do corpo levemente arrepiados.— Parece que você encontrou nossos brinquedinhos — disse com seu tom imponente e sedutor. Vi seus pés apoiarem-se no chão e ele se levantar. — O que quer, Maya? Diga-me!Lentamente ergui minha cabeça e olhei a figura tão alta e sexy diante de mim, que me encarava com tamanho desejo explícito em sua postura e feição. Parecia um leão cercando sua presa.— Que o Senhor me domine. Que faça de mim seu objeto de prazer. Que sacie seus desejos, para que eu tenha os meus atendidos.— Está certa de que é isso que você quer? — perguntou ap