Os pais dele.

Camy encontrava-se ocupada servindo uma mesa quando Athena optou por sentar-se no banco adjacente ao balcão, buscando assim uma pausa para se alimentar. Minutos depois, um casal de certa idade adentrou o estabelecimento, dirigindo-se diretamente até Athena. A senhora do casal fez um gesto gentil tocando o ombro da jovem. Camily percebeu imediatamente uma mudança na expressão de Athena, que começou a tremer e direcionou seu olhar na direção de Camily. Repentinamente, Athena perdeu os sentidos, caindo inertemente nos braços da mulher.

— Athena! — exclamou Camy com preocupação.

— Meu Deus, ela é a Athena? — ao indagar a senhora demonstrou desespero

— Sim, senhora. O que vocês fizeram com ela? — respondeu Camy apreensiva.

— Não fizemos nada, jovem moça. Apenas a toquei em seu ombro. — O senhor do casal tentou acalmá-la.

— Droga, Diego, chame o senhor José imediatamente para que possamos levá-la ao hospital. — Camily murmurou para si mesma, frustrada e preocupada

Athena despertava gradualmente, direcionando o olhar à senhora que a segurava nos braços. Athena piscou algumas vezes, envolvendo então a mulher num abraço apertado enquanto lágrimas começavam a escorrer. Juntas, permaneceram abraçadas no chão da lanchonete. Athena chorava intensamente, e a senhora afagava seus cabelos, oferecendo palavras de conforto, assegurando que tudo ficaria bem. Gradualmente, a agitação de Athena cedia, embora ainda soluçasse, agora com uma calma emergente. Foi quando a porta da lanchonete se abriu, e Apollo e Átila entraram. A atitude de Apollo a surpreendeu:

— Pequena, o que aconteceu? — perguntou Apollo preocupado.

— Apollo! — falou Athena.

— Olá, pequena. Pai, mãe, vocês disseram algo que a magoou? — perguntou Apollo, se abaixando para ajudá-la a levantar-se.

— Não, filho. Minha querida, você está se sentindo melhor? — perguntou Alice.

— Sim, senhora. Desculpem minha reação. E agradeço o abraço, eu realmente precisava dele. — falou Athena emocionada ainda.

— Venha, pequena. Mãe, pai, vamos nos sentar! — pediu Apollo.

— Seus pais? — perguntou Athena.

— Sim, pequena! — confirmou Apollo.

Athena há muito tempo ansiava por um abraço materno. O peso do dia a havia sufocado, e agora ela se entregava aos braços da gentil senhora, que por acaso era a mãe de Apollo. Eles se acomodaram, e com o passar dos minutos, risos ecoaram naquele ambiente. Athena interagia com Apollo, seus pais e até mesmo Átila, que às vezes a observava enquanto Camily trabalhava. Alice, a mãe de Apollo, a convidou para um almoço no sábado. Athena concordou, contanto que sua excêntrica amiga também fosse convidada.

Os pais de Apollo se mostraram pessoas maravilhosas, e Athena se sentiu verdadeiramente acolhida. Quando a noite caiu, os pais de Apolo partiram, mas Apolo garantiu que a levaria para casa após seu expediente. Com um beijo na testa, ele se despediu temporariamente e partiu com seus pais e Átila.

Enquanto conduzia o carro, Apollo sentia uma alegria interior por ter apresentado Athena a seus pais, que a haviam recebido de braços abertos. No entanto, algo o deixava apreensivo: o fato de que Athena parecia ter passado por algum trauma. Ele recordava como ela havia reagido com medo ao toque da senhora. Parecia que Athena não gostava de ser tocada, exceto por ele.

Havia uma determinação crescente em descobrir o trauma de Athena e encontrar uma maneira de ajudá-la. A presença dela preenchia os pensamentos de Apollo mais uma vez, e ele começou a perceber que Átila estava correto: estava se apaixonando por ela. Essa constatação o deixava atordoado, pois percebia que estava profundamente envolvido emocionalmente. Após chegar em casa, subiu para tomar um banho, e pela primeira vez fantasiou pensamentos eróticos com relação a Athena, masturbando-se intensamente. Vestiu uma bermuda e uma camiseta da sua banda favorita, Nickelback, combinando com um par de tênis All Star. Embora fosse um CEO, Apollo não se limitava a roupas formais o tempo todo, preferindo o conforto do casual.

Ao descer, encontrou seus pais jantando e avisou que sairia para levar Athena para jantar. Com as despedidas feitas, dirigiu-se ao carro e, ao se preparar para partir, Átila se aproximou dele:

— O que você quer, seu maluco? Estou prestes a sair! — perguntou Apollo.

— Quero ir junto, ora essa! — respondeu Átila.

— Você está completamente doido! Haha — respondeu Apollo rindo.

— Não estou não. Quero conquistar aquela morena, e você vai me levar junto com você. Haha. — pediu Átila.

— Tudo bem, tudo bem. Se eu disser não, você vai ficar me incomodando sem parar. Então vem! — respondeu Apollo.

Minutos depois, estacionaram em frente à Empire. Ao sair do carro, Átila se aproximou de Apolo e perguntou:

— O que você está tramando, seu doido? — perguntou Apollo

— É um segredo, cara. Podemos? — falou Átila.

Enquanto Átila e Apollo entravam, Diego puxou conversa com Camy, enquanto Apollo aguardava ansiosamente Átila e Athena encerrarem sua conversa. Pouco depois, eles emergiram do estabelecimento rindo um do outro, parecendo dois irmãos que tinham tramado alguma travessura.

— Bem, tudo resolvido. Amiga, hoje vamos jantar fora. — falou Athena.

— Ficar de vela, nem pensar. Hoje é sexta-feira, vou para a Excalibur. Quero beber! — falou Camy.

— Vou com você, mas vamos comer primeiro. — explicou Athena.

Camy, um tanto desconcertada, observou a interação entre Átila e Athena:

— Átila, ela não é minha amiga. O que fez com ela? Haha — perguntou Camy.

— Depois te conto. — falou Átila com cara de que estava aprontando.

— Tudo bem. Eu vou com vocês. Diego, pode ir para casa hoje, não preciso que você me acompanhe até o ponto de ônibus. — falou Camy.

— Então, eu vou junto! — indagou Diego.

— Não! — reclamou Athena.

— Oxi, Athena! — questionou Diego.

— Não quero a sua companhia. Não esqueci o que você disse na nossa conversa de hoje! — reclamou Athena.

— Mas eu me preocupo com você, Athena! — explicou Diego.

— Não precisa se preocupar. Não preciso da sua preocupação. Vamos, pessoal, ou vocês querem que eu desista? — pediu Athena.

— Não, vamos. O convite para ir à Excalibur foi sério, amiga? — perguntou Camy.

— Foi sim. Quero esquecer aquela dor e me divertir. — falou ela.

— Então vamos! — falou Camy com empolgação.

Eles entraram no restaurante e se dirigiram a uma mesa para quatro pessoas, onde planejavam jantar antes de seguir para a boate. O restaurante que escolheram era sofisticado, e foram atendidos por um maitre que, para surpresa deles, era da família de Átila. O maitre os conduziu a uma mesa mais isolada, onde fizeram seus pedidos. Durante a conversa, descobriram um aspecto surpreendente sobre Átila: ele tinha uma irmã. Embora se pensasse que ele fosse filho único, a verdade era que a mãe dele havia deixado a bebê em um hospital por um momento de desespero, mas quando retornou para buscar a criança, ela já não estava mais lá. O fato de que a mãe de Átila continuava procurando pela filha perdida trouxe um tom mais triste à conversa. Camy confortou Átila, tocando seu rosto e dizendo palavras de apoio:

— Não fique assim, moreno. Se tiver que acontecer, Deus os reunirá. — falou com Camy com carinho.

— Obrigado pelas palavras, gatinha. Mas agora, vamos para a Excalibur beber e dançar até o amanhecer. — falou Átila.

— Isso mesmo, moreno. — concordou Camy

Após terminarem o jantar, dirigiram-se à boate Excalibur. A fila na porta estava longa, porém, sem dificuldades, eles foram direcionados a entrar sem demora após o cumprimento caloroso do segurança para Apollo. Uma vez dentro, seguiram por um corredor estreito que exibia uma decoração extravagante, com paredes negras e luminárias prateadas que projetavam uma luz vermelha. Subiram uma escada de mármore contrastante com as paredes escuras. Na parte superior, uma porta prateada se destacava das demais, com o desenho de um sol e o nome "Apollo" abaixo.

Dentro da boate, uma parede de vidro oferecia uma visão panorâmica do ambiente. Apollo tinha uma visão completa de toda a boate e de seus frequentadores. Com um sofá de canto vermelho, mesas e cadeiras, eles se acomodaram para começar a beber. Pela primeira vez em muito tempo, Athena sentiu-se capaz de esquecer aquele dia traumático e permitir-se ser feliz.

Na madrugada, enquanto Apollo e Athena tomavam outro shot de tequila, voltaram o olhar para Átila e Camy, que estavam envolvidos em beijos intensos, como se cada um quisesse se fundir com o outro. Ao olhar para Apollo, Athena sentiu uma gratidão imensa por ele e pela alegria que trazia à sua vida. Movida por um impulso que vinha se acumulando há muito tempo, ela se sentou em seu colo e o beijou com uma urgência genuína.

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