Melhor me acompanhar

David

Eu acordo com um humor digno de abrir uma guerra. O sol que atravessa as cortinas me irrita mais do que deveria, e o silêncio da casa parece zombar da tempestade que carrego dentro de mim. Depois de uma noite mal dormida, com memórias e dúvidas me corroendo, a única coisa que consigo fazer é levantar e tentar me recompor.

Entro no banheiro e tomo uma ducha longa, tentando lavar não só o corpo, mas também os pensamentos que parecem grudados em mim como uma segunda pele. Quando saio, com a toalha amarrada na cintura, me encaro no espelho enquanto escovo os dentes. Meu reflexo me devolve um olhar vazio, um azul tão escuro que nem parece o meu. Não gosto do que vejo.

Ao voltar para o quarto, sinto gotas escorrendo pelo meu peito, mas antes que eu tenha tempo de me vestir, minha mãe invade o cômodo sem bater. Respiro fundo para não mandar uma resposta atravessada e me viro para encará-la. Ela não se importa, se joga na minha cama e bate no colchão ao lado, indicando que quer conversa
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