O caminho de volta ao castelo foi tranquilo, pontuado apenas pelo som de folhas secas sob seus pés e o farfalhar da floresta ao redor. Serena sentia o peso das revelações ainda pulsando dentro dela, como um nó apertado em seu peito. Seu passado, sua linhagem… a verdade parecia estar se desenrolando diante de seus olhos, mas ainda envolta em sombras.Dominic caminhava ao seu lado em silêncio, as mãos nos bolsos, sua presença tão sólida quanto as árvores ao redor. Pela primeira vez, ele parecia menos o Alfa imponente e mais um homem que carregava cicatrizes invisíveis.Ao se aproximarem da entrada do castelo, Dominic quebrou o silêncio:— Você precisa descansar. Amanhã será um dia importante.Serena arqueou uma sobrancelha, olhando para ele com desconfiança.— Por quê?— A matilha precisa reconhecer você. Oficialmente.Ela parou de andar.— Como assim?Dominic virou-se para encará-la. Seu olhar era firme, mas não duro.— Você é uma Luna. E, gostando ou não, isso faz de você uma peça cen
A noite avançava sobre a sede da matilha, espalhando um manto de escuridão pelo castelo e pelos terrenos que o cercavam. Após o ritual de aceitação de Serena, a energia entre os membros da matilha parecia diferente. Havia aceitação por parte de alguns, mas a tensão ainda era palpável para outros.Serena sentia o peso da noite e de tudo o que acontecera. O eco dos uivos ainda parecia vibrar em seus ossos, e o calor do sangue de Dominic sobre sua pele não havia sido esquecido. Agora, mais do que nunca, ela fazia parte da matilha – e isso significava que as coisas nunca mais seriam as mesmas.Dominic, sempre observador, percebeu o turbilhão dentro dela.— Precisa de um momento sozinha? — ele perguntou, a voz baixa o suficiente para que apenas ela ouvisse.Serena piscou algumas vezes, voltando ao presente. Olhou ao redor e viu os lobos começando a dispersar-se, voltando às suas rotinas.— Acho que sim.Dominic assentiu, mas, antes que pudesse virar-se para ir embora, ela segurou seu pulso
A manhã chegou lenta e silenciosa sobre a sede da matilha, banhando as pedras antigas do castelo com tons dourados. Serena despertou antes mesmo do sol estar completamente alto no céu. Apesar do cansaço da noite anterior, sua mente estava inquieta, preenchida por pensamentos sobre tudo o que acontecera.Virou-se na cama, os lençóis macios deslizando por sua pele, enquanto seus olhos se fixavam no teto. Ainda se lembrava das palavras de Leah e da conversa com Dominic. Ele acreditava que ela pertencia ali. Mas… e o resto da matilha?Suspirando, empurrou as cobertas para o lado e se levantou, caminhando até a janela. Lá fora, a floresta se estendia como um mar de árvores, e, em meio ao cenário, pôde ver alguns lobos correndo entre as folhas caídas. O treinamento matinal já havia começado.Sentindo-se inquieta, decidiu que também precisava se movimentar.☽❂☾Ao descer para o térreo, Serena encontrou a cozinha vazia, mas com vestígios de que alguém estivera ali há pouco tempo. Uma jarra de
A manhã chegou silenciosa sobre a sede da matilha, com a luz pálida do sol invadindo os corredores de pedra. Serena acordou sentindo o peso da noite anterior ainda sobre seus ombros. O ritual de aceitação, o sangue de Dominic em sua pele, as palavras cortantes de Leah... tudo parecia se misturar em sua mente como uma tempestade inquieta.O dia anterior havia sido cansativo, porém necessário. Serena sentia suas pernas e costas levemente doloridas do treinamento e aquilo a deixava contente em saber que estava tendo progresso embora alguns ainda duvidassem de sua capacidade para estar ali.Ela suspirou, jogando as cobertas para o lado e levantando-se. Seu corpo ainda se adaptava à nova realidade, à conexão latente que sentia com a matilha, como se de alguma forma estivesse ligada a cada um deles agora. Era estranho.Após um banho rápido, vestiu uma calça confortável e uma blusa de mangas longas, deixando os cabelos soltos para secarem naturalmente. Estava prestes a sair do quarto quando
O tempo passou de forma quase imperceptível na sede da matilha. Os dias se fundiam entre treinos, refeições e novas rotinas que Serena precisou aceitar como parte de sua nova vida. Não demorou para perceber que sua estadia ali não seria temporária.Ela se esforçava no treinamento diário, o que a ajudava a se adaptar melhor ao ambiente e aos outros membros da matilha. Como Dominic e seus irmãos estavam ocupados com assuntos administrativos e Leah claramente não queria a responsabilidade de treiná-la, a tarefa foi deixada para Darius, um dos alfas da elite.Darius era um homem de porte físico imponente, pele bronzeada e cabelos curtos e escuros, quase sempre bagunçados. Seus olhos eram de um verde intenso e, ao contrário de Leah, ele não parecia se incomodar com a presença de Serena ali. Na verdade, ele demonstrava paciência e dedicação, algo que a surpreendeu.No início, Serena o viu apenas como um instrutor severo, mas ao longo dos dias, o respeito que desenvolveram um pelo outro se t
A alvorada tingia o céu com tons suaves de dourado e lilás quando Serena despertou. O frio da manhã roçava sua pele, trazendo consigo a sensação de um novo dia que não parecia tão diferente do anterior.Nos últimos tempos, sua vida havia se resumido a um turbilhão de mudanças. A sede da matilha, que antes parecia um castelo isolado e desconhecido, agora era sua casa. Seu treinamento progredia sob a tutela paciente de Darius, suas interações com Seth e Jeremy eram repletas de risadas, e mesmo Cristopher, sempre mais reservado, começava a se abrir um pouco.Mas havia algo que Serena não conseguia controlar…Dominic.Ele era um enigma constante, uma presença que bagunçava seus pensamentos e estremecia suas certezas. As noites pareciam mais longas desde aquele momento no jardim. Os olhares que trocavam, os toques sutis, o magnetismo que os aproximava como um fio invisível e inquebrável.E Leah via tudo.A presença da alfa feminina tornava qualquer interação com Dominic mais pesada. Leah n
A lua cheia pairava no céu como um olho prateado, banhando a paisagem de Pembrokeshire com sua luz espectral. Serena puxou o casaco mais rente ao corpo, tentando afastar o frio cortante que invadia a noite. Caminhava lentamente pela trilha que levava de seu escritório até sua casa alugada, um trajeto que ela já conhecia de cor. As ruas estavam vazias, apenas o som distante das ondas quebrando contra as rochas ecoava na escuridão.Desde pequena, Serena sentia um magnetismo estranho em noites como essa. Era como se algo dentro dela estivesse inquieto, ansioso por algo que nem mesmo ela sabia nomear. Mas ao contrário dos alfas da matilha local, que celebravam a lua cheia como um momento de conexão com suas naturezas lupinas, ela preferia ignorar. Não era parte daquilo. Nunca fora.Suspirando, acelerou o passo. Ainda sentia os efeitos do longo expediente no escritório de arquitetura, onde passou o dia ajustando os detalhes de um novo projeto para um restaurante sofisticado no centro da ci
O dia amanheceu com o cheiro da chuva pairando no ar, as nuvens ainda carregadas no horizonte. Serena despertou com a mente embaralhada, a lembrança dos olhos prateados ainda vívida em sua memória. Tinha sido real? Ou apenas um devaneio causado pelo cansaço?Tentando afastar a sensação estranha, levantou-se e seguiu sua rotina matinal. O aroma forte de café preencheu sua pequena casa enquanto ela se sentava à mesa, distraída, rolando o feed do celular sem realmente absorver o conteúdo. Mas sua mente insistia em voltar à noite anterior.Quando chegou ao escritório, ainda se sentia inquieta. O prédio era moderno e minimalista, com paredes de vidro que permitiam a entrada de luz natural. Seus colegas já estavam em suas mesas, imersos em projetos e conversas. Laura, sua colega mais próxima, percebeu seu olhar distante.— Você está bem? — perguntou, franzindo o cenho. — Parece que viu um fantasma.Serena hesitou antes de responder:— Não é nada. Só não dormi muito bem.Laura estreitou os o