POR LINCYOs últimos acontecimentos abalaram radicalmente nossa estrutura de trabalho e de atuação. Eu passara de líder operante a uma garota superprotegida. Desde a morte daquela criatura, a visão não tão bem compreendida por Lunester e Miridar tornou-se clara. Eu morreria em breve, e neste mundo. — As visões de Ragrim não falham — falei, cansada de ouvir discutirem sobre mim bem na minha frente. Se eu fosse morrer, não importava o que fizessem para me proteger. Essa seria a minha última aventura, o fim da minha história. Eu não me sentia triste, apesar disso. Eu enganara a morte uma vez e ganhara uma nova vida, experimentando sentimentos e emoções que nunca tivera a chance de viver. O que mais eu precisava? — Está tudo bem.— Não, não está! — disse Miridar, com firmeza. — Não importa o que Ragrim viu, nós vamos mudar isso de algum jeito! Eu e Lunester fizemos esse juramento a ele!— Miridar tem razão — falou Zuldrax. — Não vamos deixar nada lhe acontecer. Nenhuma criatura te fará m
POR LINCYA criatura era imponente. Seu perfil lembrava o de um tiranossauro rex, exceto pelos braços longos, com garras tão afiadas quanto seus pés e dentes. Todo o seu vasto corpo estava coberto por escamas negras, semelhantes a uma armadura. Sua aparência imponente e horripilante não me causou medo, pois eu tinha uma dióxy ultra poderosa em mãos.— Não funciona... — sussurrei, após uma tentativa falha de levantar a criatura com telecinesia. Congelei ao perceber que a dióxy simplesmente não surtia efeito nela.— As garras no pé! — alertou Zuldrax.Sem pensar, concentrei minha visão no pé da criatura, vendo que as unhas das garras estavam totalmente recobertas por holiath.— Saia daqui, agora! — ordenou Zuldrax, sua voz carregada de urgência.A cena ao meu redor era aterradora. Todos os outros pularam atrás de mim pelo portal, que já havia se fechado. Enquanto os halisianos projetavam um escudo ao meu redor e ao de Laux, Drakhan lutava sozinho. Ele já estava coberto de cortes, e, por
POR LINCYO sussurro do vento nas folhas e o crepitar da fogueira eram os únicos sons que preenchiam aquele momento de silêncio. Eu precisava recuperar minhas forças para realizar o teletransporte junto com Lunester.Eu estava sentada, com os pensamentos a mil, refletindo sobre tudo o que havia acontecido e o que ainda estava por vir. Observei os rostos adormecidos ao meu redor, consciente de que em breve nos separaríamos, e me peguei imaginando como seria o futuro de cada um deles.— Também está pensando em como as coisas vão ser daqui para frente? — perguntou Lunester, com as costas apoiadas nas minhas, como vinha fazendo nas últimas semanas.Sorri ao sentir a ponta dos dedos dele roçando os meus. Ele nunca ousava ir além disso, e nem sempre tinha coragem de puxar assunto. Ainda assim, aquilo despertava em mim uma animação difícil de explicar.— Sim. — Tentei entrelaçar um pouco mais os dedos nos dele. — Se eu não morrer, logo estarei de volta em casa.— Lin, ninguém vai te fazer ma
POR LINCYMiridar não soltava meu braço, e minha paciência já estava se esgotando quando Zuldrax interveio, afastando-nos.— Está tudo bem? — perguntou ele, dirigindo-se a mim.— Sim, estou. Obrigada! — agradeci, ignorando o fato de que ele provavelmente tinha ouvido tudo.Agora, mais do que nunca, eu não queria nada com Miridar. Afastei-me do grupo, caminhando em direção ao litoral. Mergulhei os pés na água e observei a luz do dia surgir no horizonte.— Parece que você está cercada de admiradores — comentou Drakhan, aproximando-se.— Você acha? — Funguei, sem esconder meu desconforto. Eu não considerava isso algo bom. Na verdade, me sentia péssima por ter que rejeitar quem quer que fosse apenas porque se interessou por mim. No momento, não queria dar esperanças a ninguém. — Não me diga que você também é um deles?Embora fosse apenas uma brincadeira, a resposta dele me pegou de surpresa:— Acho que a concorrência já está um pouco alta para eu tentar qualquer coisa. Mas não te recusari
Por LorenaParecia-me um dia comum de outono: as folhas das árvores caíam silenciosamente, enquanto o vento soprava suavemente carregando-as pelo ar e o sol lhes dava uma coloração avermelhada. Um lindo cenário! Eu estava à janela admirando a bela arte que a natureza compunha e pensando na minha vida.O tempo parecia passar muito rápido ultimamente. Fazia pouco tempo que eu tinha completado dezessete anos. Em poucos meses terminaria o terceiro ano do Ensino Médio. O que eu queria para a minha vida? O que seria dali em diante? Um vazio enorme me preenchia enquanto eu pensava em um futuro incerto. Por eu gostar de quase todas as matérias, estava tendo dificuldades para escolher um curso universitário.De repente, um som agudo e estridente quebrou aquele momento de reflexão em que eu estava, me fez perceber que minhas preocupações poderiam ser adiadas e que o presente estava ao meu alcance.— Lorena, o sinal já tocou! Sai da janela antes que o professor chegue.Era Beatriz, uma grande am
Por ZuldraxMeu nome é Zuldrax, também conhecido como Zuldrax, o Temerário. Sou o atual rei de Zafis e sou temido por muitos, pois herdei de meus pais todo o potencial real de um zafisiano. Não sabia quanto tempo levaria, mas certamente eu venceria Alister, rei de Halis, na guerra que estamos destinados a lutar. O ódio entre os reinos de Zafis e Halis já existia há séculos, e eu não permitiria que a vida de tantos guerreiros tivesse sido perdida em vão.Após o último ataque, há cerca de quatro meses, algo aconteceu que deixou Alister atordoado. Parecia que ele tinha encontrado algo importante, tão importante que recuou suas tropas e voltou para Henir, a cidade central de Halis. Pensei que talvez fosse o momento oportuno para invadir, no entanto, minhas tropas estavam cansadas e as fronteiras de Halis possuíam uma magia especial de dispersão.Somos muito mais fortes e hábeis que os halisianos. Possuímos um tipo de energia especial que aumenta nosso potencial em combate corpo a corpo; no
Por ZuldraxMais de um mês se passou, e a 'tão importante' missão continuava sem nenhum progresso. Desesperado, Alister convocou sua guarda pessoal para acompanhá-lo em uma jornada. Vislumbrei seu rosto determinado. Aquele reizinho queria ir para Salis, o terceiro grande reino de nosso mundo. Para nós, eles não fediam nem cheiravam. Tratava-se de um povo simples, sem capacidades especiais, cujo intelecto era seu único orgulho. Não queriam guerras e não se metiam nos nossos assuntos.Desenvolviam-se em busca do progresso e da ciência. Sua neutralidade me deixava enjoado, mas não os odiava e, portanto, não via motivos para caçar briga em seu território. Eles tratavam de forma cortês qualquer um que pisasse em seu reino e, justamente por isso, nem os halisianos nem os zafisianos os visitavam. Não queriam correr o risco de se encontrarem e gerarem tumulto no meio daquela gente.O fato de Alister estar indo para lá só poderia significar que ele estava realmente desesperado. Isso me alegrav
Por ZuldraxPara minha decepção, aquele velho voltou são e salvo. Mas como? Era para ele ter morrido! Ao seu lado, caída no chão, estava uma moça de longos cabelos pretos, formosa, de estatura média. Parecia ter desmaiado. Alister, ao vê-la, se emocionou e abaixou-se para tocar-lhe no ombro. Aposto que ele queria abraçá-la, mas, assim como eu, percebeu que havia algo de errado com ela.Uma coisa diferenciava a nós, a realeza, das outras pessoas: a capacidade de ver a energia aura que rodeia cada ser. Lendas dizem que este mundo é que escolheu as pessoas que possuiriam tal habilidade, e a família escolhida reinaria e julgaria sobre as demais. Tal habilidade foi passada de geração em geração, não sendo constatada em ninguém mais além da família real.Os halisianos possuem uma energia em um tom azulado, os zafisianos possuem uma aura de cor avermelhada, e os salisianos de coloração esverdeada, sendo que nas mulheres a tonalidade é mais clara que nos homens. Aquela garota, no entanto, não