POR LORENAZadiel apontou o polegar para Lunester e Jeradar, levando Lincy a encará-lo com incredulidade. Lunester se remexeu no sofá, com a aura visivelmente perturbada. O termo “dupla mais inútil” o atingiu como um trauma.— Lunester? — perguntou Lincy, esperando alguma explicação sobre o porquê de Zadiel se referir a eles dessa forma.— É assim que eles são chamados em Feron pelo restante da família real — explicou Miridar. — Lunester, apesar de ser príncipe, possui um dom que não é considerado valioso para a família dele.— Ninguém nunca quer me mostrar nada. Não posso ver lembranças se as pessoas não as expuserem para mim — explicou Lunester. — Fora Jeradar, Ragrim foi o único que acreditou no meu dom. O dom de Jeradar também tem suas limitações. Ele só encontra o que consegue ver e ouvir.— Mas isso é incrível de qualquer forma, certo? — comentou Lincy, ainda tentando entender a situação.— Seria, se ele não fosse surdo — explicou Miridar. Fiquei pasma com essa informação. Final
POR LORENADióxys, simples pedras com grande poder escondido, que, se reunidas, eram capazes de causar muito estrago. No momento em que soube da destruição que a aquisição delas por mãos erradas poderia causar, senti uma tristeza profunda. Temia pela vida do meu povo e de todos em Halasin. Bastava imaginar que alguém pudesse realmente querer fazer-lhes mal para que meu coração se enchesse de angústia.— Lincy, Lenissya... — continuou Zadiel com um olhar firme. — Vocês foram escolhidas por seus corações nobres e pela capacidade de se manterem firmes nos propósitos do que consideram justo e bom. O tempo é curto e a guerra está próxima; apenas aguardávamos o início da contagem a partir do nascimento do outro lado da balança. A solução está nas mãos de vocês.— E o que devemos fazer? — perguntei.— Precisam reunir todas as dióxys, de ambos os continentes, e destruí-las. El Dorado sem o ouro são só ruínas, assim como Halasin sem as dióxys é apenas um mero planeta aos olhos de quem está por
POR LORENANos alinhamos em volta uns dos outros, mas quando peguei a dióxy de localização, Lunester tocou de leve minha mão como quem pede para eu recuar.— Confiem em mim! Precisamos ganhar tempo — pediu, segurando a mão de Jeradar e iniciando a invocação de um portal.Entreguei a dióxy de localização para Zuldrax guardá-la e segurei a mão livre dele. Com a outra mão, me segurei em Lincy, e ela em Miridar, e ele em Jeradar, fechando a corrente.Senti-me estremecer ao encarar aquelas luzes, e fechei os olhos assim que adentramos o portal dimensional. Desde a última experiência, ganhei um temor absoluto da dimensão zero.— Onde estamos? — perguntei, assim que meus pés se firmaram no chão e abri meus olhos. Havia muitas árvores ao redor, numa paisagem verde e exuberante. A grama sob meus pés era baixa, macia e de coloração esbranquiçada, tal qual a nossa aura agora. A claridade era tanta que tive que piscar várias vezes até me acostumar.— Halis — respondeu Lincy, afastando-se do grupo
POR LINCYHalasin era exatamente como Lenissya havia descrito, mas acompanhar tudo era impossível com a turbulência que se agitava dentro de mim. Passamos o restante do dia explicando ao irmão teimoso dela tudo o que havíamos descoberto até então. Teria sido mais fácil se ele acompanhasse o raciocínio com a mesma rapidez que Zuldrax.— Então, seremos alvos de uma invasão? — pronunciou-se o ancião ao lado de Alister. Estávamos em uma sala de reuniões, debatendo o assunto com muitos rostos ainda desconhecidos para mim, que, no momento, pouco poderiam ajudar.— Exatamente, Ikzar. Agora entendem a urgência da situação? Precisamos nos unir pelo bem do nosso lar — respondeu Zuldrax.— Já deveríamos estar procurando por Saitron — resmunguei para Lenissya.— Controle sua amiga apressadinha — ordenou Alister à irmã. — Estamos em reunião agora.— É claro que estou com pressa! — respondi em alto tom. — Quanto mais cedo resolvermos tudo, mais rápido eu volto para casa. Será que isso ainda não est
POR LINCYO ambiente do outro lado era misterioso, tanto em aparência quanto nas estranhas vibrações que emanavam ao redor. Parecia que estávamos no interior de uma caverna, cujas rochas, formando todas as paredes, tinham um tom amarelo fosco. A única iluminação vinha de fendas no teto.— Isso é holiath? — reconheceu Lenissya, apalpando uma das paredes. — Nossa!— Aproximem-se! — ordenou uma voz estranha e profunda. Como era impossível determinar de onde vinha, e por não ter ecoado, percebi que estava apenas em minha mente.Caminhei pelo corredor da caverna de holiath ao lado de Lenissya. Atrás de nós, estava o unigus que nos guiara até ali, e, um pouco à frente, uma fileira de unigus ainda maiores formava um corredor, conduzindo-nos ao líder. Saitron, o maior entre eles, possuía uma coloração mais acinzentada. Lenissya se curvou respeitosamente, e eu a imitei, observando atentamente.— Então o nosso Guardião está em ação. — Saitron sequer abriu a boca para dizer isso, e confirmei: co
POR LINCYGuardei a dióxy recém-adquirida na bolsa e peguei as outras duas que havia recolhido na caverna. Assim que localizei meu próximo alvo, senti-me aliviada ao perceber que era um lugar mais "normal". Abri o portal de novo, antes que fosse devorada pela areia ou tostada como um frango.— Onde estamos agora? — perguntou Lenissya, logo atrás de mim, assim que atravessamos. Estávamos cercados por árvores, com um riacho próximo. Caminhei até o riacho e entrei na água, procurando uma pedra específica entre as pedrinhas no fundo.— Essa foi fácil! — disse, erguendo a pedra, satisfeita por não ter precisado usar magia.— Maravilha! — comemorou Lenissya ao meu lado, acompanhando meus movimentos e claramente esperando respostas.— Amo a água deste mundo! — exclamei, sentando-me à beira do riacho e percebendo que minhas roupas já estavam quase secas. Guardei a dióxy na bolsa, apanhei um punhado de água nas mãos e bebi. — Límpida e deliciosa!— Se você encontrar água suja em algum lugar de
POR LINCY— Está feito! — anunciei aos homens que estavam em roda, distraídos com uma explicação de Alister.— Demoraram! — reclamou Alister, e com razão. Eles ficaram esperando por muitas horas, e já estava começando a escurecer. A situação se complicou porque eu e Lenissya nos atrapalhamos ao pegar a dióxy de absorção e formular o restante do plano.— Estão com a dióxy de busca? — perguntou Lunester.— Claro! — eu e Lorena respondemos em uníssono, mostrando as dióxys de absorção, uma pedra redonda de um azul vívido, com cerca de nove centímetros.Os poderes de todas as dióxys absorvidas eram incorporados à pedra. Quando todas fossem assimiladas, teríamos em mãos uma arma extremamente poderosa, e percebi a necessidade de adotar medidas de segurança adicionais. Por precaução, mantive a dióxy de identificação e a de réplica guardadas separadamente. Era mais prudente que os buscadores permanecessem na ignorância, pois ter poder em mãos e compreender plenamente sua extensão é uma combina
POR LINCYColoquei minhas coisas sobre a mesa e fui conferir o arsenal de roupas que pertenciam a Lenissya. Soltei um suspiro ao notar que eram todas das mesmas cores: azul e branco. Só então me dei conta de que todos os halisianos que vi neste reino também usavam apenas essas cores. Lenissya não havia mencionado nada sobre isso!Mesmo sem precisar, despi-me e entrei nas águas de uma piscina embutida no cômodo ao lado do quarto. Águas mágicas, sem dúvida! Não era só pelo efeito delas, mas pela forma como eu sentia a energia que percorre este mundo se chocando contra mim. Era boa, revigorante e me fazia sentir tão... calma.— Perdão! Sinto muito! Não sabia que estava no banho — desculpou-se uma jovem que havia entrado no cômodo sem se anunciar.— Tudo bem, afinal, somos ambas mulheres. Da próxima vez, lembre-se de bater na porta antes. Qual é o seu nome? — perguntei, apoiando o cotovelo na borda e descansando o queixo sobre os braços.— Nindik, Alteza! Soube que é princesa em nosso pla