Desgraçado astuto. Era isso que Marius era, uma raposa, cruel e sem coração.Um traidor que estava agora jogando na minha cara que a única amiga que tive me abandonou na clareira.Fiquei completamente sem resposta quando ele me lembrou disso diante de todos, enquanto me encarava com triunfo.— Que falta de sorte, Jane. Mas se serve de consolo, ele só está falando essas coisas porque está irritado por ter sentido ciúmes de nós. Ele se sente um tolo. — Tristan esclareceu. Ele pegou um pacote de batatas fritas e o entregou a Meg, para a minha surpresa ela o abriu e deu na boca dele.Tristan também ficou paralisado com isso, olhando para Meg.— Olhe para a estrada, ou irá matar todos nós. — Marius resmungou e ignorou completamente o que Tristan havia dito.Meg corou quando viu que nós havíamos notado o que ela havia acabado de fazer e rapidamente sinalizou:Ele está dirigindo, não pode tirar as mãos do volante.— Você não precisa alimentá-lo como um bebê, ele não merece. E sem querer ser
Quando eu disse aquilo sobre apostar o quarto, vi a expressão dos três machos mudar. Tristan me olhou como se eu fosse louca e Marius franziu o cenho, porque machos como eles eram assim, não viam outra maneira de resolver seus conflitos a não ser pela violência.O macho desconhecido que desejava o quarto pigarreou e eu acrescentei:— Uma aposta entre nós, um tipo de corrida, será algo rápido e não restará dúvidas de quem irá vencer. E eu tenho certeza de que a atendente vai preferir que seja assim, o casal que perder, deverá se retirar e procurar outro hotel.A companheira do lobo desconhecido se aproximou dele, sua expressão antes era de preocupação, mas vi como ela havia respirado aliviado quando eu disse que a aposta se tratava apenas de uma corrida. Ela o tocou delicadamente no ombro e sussurrou algo em seu ouvido, mas pela sua expressão, eu podia saber que ela estava dizendo-o para concordar.— Não se intrometa em assuntos de machos, Jane. Eu posso muito bem acabar com esse macho
MARIUS Por que ela estava me atacando daquela forma? Era tudo por causa de Beth? Ela acha que transamos com Beth... a voz de Gaius repleta de censura surgiu em minha mente. Talvez seja melhor que ela pense assim, dessa forma será mais fácil me manter afastado de Jane, apesar de não conseguir parar de pensar nela nem um só segundo. A situação com Beth foi bastante constrangedora por causa desses pensamentos inconvenientes e de Gaius colocando Jane em minha visão a cada segundo. — Eu nunca devia ter saído de lá. Tudo é mais complicado aqui, principalmente fêmeas. — Retruquei e passei por ela, seguindo o outro casal para uma parte vazia da calçada atrás do hotel. O macho puxou sua companheira para perto de uma arvore e seus braços a envolveram, ele parecia estar sussurrando coisas em seu ouvido. Jane estava logo atrás de mim e olhou para um ponto no poste de luz, era cerca de quinhentos metros de onde estávamos até o poste. — Acho que aquele pode ser a linha de chegada. — falei par
JANESeu toque em minha nuca fez o meu coração bater mais forte, assim como o calor de sua mão e a firmeza que ele me segurava estavam fazendo meus joelhos quase cederem, enquanto todo o meu corpo parecia estar sendo envolvido pelo calor de Marius.Eu o encarava com firmeza e desejava que ele não percebesse o quanto aquele toque mais selvagem dele estava me afetando, desejava que ele não visse em meus olhos que eu não queria que ele me soltasse, que seus lábios quase nos meus era uma tentação.— Você não tem o direito de fazer... —gaguejei e tentei me desvencilhar dele, não podia mais estar em seus braços daquela forma ou todos os meus planos para seguir em frente e esquecê-lo iria desmoronar.Marius girou o meu corpo e me colocou contra a arvore, para a minha surpresa, ele me levantou em seus braços e praticamente me obrigou a envolver minhas pernas em sua cintura.Seus olhos estavam da cor de Jaspe, um vermelho escuro e intenso como a pedra, fazendo-me estremecer em seus braços. Aqu
— Mas eu queria. Queria isso porque você tem me enlouquecido Jane! E porque eu não sou bom o bastante para você. — Ele acrescentou e eu engoli em seco.Não era bom o bastante? E eu devia acreditar que ele não transou com ela? Marius devia acreditar que eu era uma idiota.— Não quero suas explicações sobre sua relação com Beth. — exclamei e tentei passar por ele, mas o macho me segurou pela nuca e me empurrou de volta para a arvore.Sua mão se guiou para o meu pescoço e ele me segurou ali, pressionando levemente.— Não terminei de falar. Desde que saímos da alcateia, você tem me xingado e menosprezado, além de nem sequer ter me agradecido por tê-la salvado de Lucian, que estou começando a acreditar que não era o que eu pensava. Estou certo, Jane?Desviei o olhar e ele pressionou mais sua mão em minha garganta, não o suficiente para me sufocar, mas eu sabia que ele poderia se quisesse.— Chega de segredos, merda. Por que mentiu para mim? Por que me deixou acreditar que você e aquele bast
JANETodo o meu corpo tremia de ódio e minhas pernas se moveram sozinhas em direção a Tristan. Em minha mente as imagens de Tristan mentindo para mim e me forçando a mentir para Marius. Os olhos de Marius ao me ver usando aquela coleira nojenta, o modo como eu tive que olhar para ele dizer que desejava continuar usando aquilo, que desejava continuar sendo cuidada por Tristan.E tudo aquilo por que? Por uma mentira grotesca, uma mentira cruel.Empurrei Tristan contra a parede enquanto gritava em fúria e acertava tapas e socos contra seu rosto e cabeça, tentando fazer com que ele sentisse um pouco de dor, mas nem se eu cortasse seus membros sua dor se compararia a minha.Meu coração ardia em ódio e decepção, enquanto minha garganta ficava seca e Tristan tentava me segurar pelos pulsos.— Pare com isso! Está louca! — ele exclamava e segurava os meus pulsos.— Maldito! Canalha! Canalha! Mentiroso! — esbravejei, me debatendo contra ele histericamente.Meus cabelos estavam em meu rosto e em
MEGTristan estava com seus ombros tensos e eu sabia que ele estava se sentindo culpado, só não sabia o que exatamente. Seus passos eram pesados e sua expressão atormentada enquanto segurava a minha mão e me guiava em direção as escadas.Sua mão estava suada e descemos em silencio, quando finalmente chegamos a recepção, o macho foi direto na recepcionista e eu apenas o observei fazer perguntas e pedidos, havia uma sala de jantar seguindo pelo corredor a loba apontou.Novamente, Tristan segurou a minha mão e me levou até ela.Fiquei temporiamente paralisada quando entramos, estava lotado de fêmeas e machos, todos comendo e falando alto, pareciam animados e não percebi que estava recuando quando senti a mão de Tristan aperta a minha.— Venha, vamos nos sentar para jantar. A recepcionista vai mandar o jantar deles no quarto. — ele me incentivou e eu voltei meu olhar para todas aquelas pessoas.Tristan pareceu notar o meu desconforto, não me sentia bem perto de estranhos.O macho se aprox
JANEAs palavras de Marius se repetiam como um eco em minha mente.Ele ainda segurava as minhas mãos e me olhava, seu olhar de jaspe estava firme e seguro, ele parecia completamente confiante no que estava dizendo.Aquele macho estava disposto a sacrificar sua liberdade por mim, para que eu encontrasse um lar. Marius sempre me surpreendia, porque ele era o macho mais durão que eu conhecia, mas tinha aqueles momentos suaves que eu olhava para ele e apenas via um coração gentil.— Eu não quero isso. Aquela alcateia não é o seu lugar. Você é diferente deles... — falei com convicção.Marius respirou fundo e se sentou na cama, ele se deitou ao meu lado e se virou para mim. Seu olhar preso ao meu, o macho esticou a mão e tocou o meu rosto com delicadeza.— Não sou tão diferente deles, pude comprovar isso. Jane, você estava certa quando disse que resolvo tudo com violência, não consigo ver outro modo de resolver as coisas porque sempre vivi sozinho. — ele revelou.Pisquei várias vezes tentan