TRISTANEu queria dizer tantas coisas a Meg, e a primeira delas era que eu era um maldito egoísta por não perceber como a vida devia ser para ela.Sempre me senti aliviado por Meg ser desprezada, sempre pensei que ela ser uma loba vermelha significava que ela estava segura, mas também significava que eu não poderia tê-la e nunca levei em consideração peso do desprezo que ela devia aguentar.Os olhos de Meg sempre tão doces e gentis agora estavam repletos de uma tristeza tão profunda que eu nem sequer imaginava que estava lá, porque ela sempre foi o meu conforto.Meg sempre foi uma luz na minha vida de sombras e agora eu parecia realmente a ver.— Meg, eu não tinha ideia de que você se sentia assim. — era algo idiota de se dizer e não a consolava em nada, mas eu não sabia mais o que dizer. Nunca fui realmente bom com palavras.Meg respirou fundo e simplesmente sorriu, um sorriso que iluminou tudo ao redor, mesmo assim, eu sabia que não passava de um sorriso falso.É seu aniversário Tris
Pov Jane Quantos horas se passou? Era dia ou noite?Eu não tinha ideia. A cela estava tão úmida, tão fria. Meu corpo estava imóvel e encolhido e eu tremia violentamente. Não sentia mais dores nas mãos e não tinha certeza se isso era um bom sinal. Fechei os olhos e minhas lágrimas aqueceram o meu rosto por alguns segundos.Pensei novamente em Marius, ele teria se recuperado? Se ele fosse esperto, me abandonaria depois do que fiz.Tentei me mover, eu precisava me mover, se continuasse jogada no chão daquela maneira poderia morrer. Infelizmente, o meu corpo não obedecia a minha mente e eu não consegui mover um músculo sequer.Abri e fechei os olhos, havia um peso esmagador em meu coração e eu não conseguia mais suporta-lo. A saudade e o arrependimento me rasgando o coração e fazendo-me sangrar.Por um momento eu tive tudo. Eu tive o amor que tanto busquei, que tanto desejei.Mãe, me perdoe por não ter descoberto nada, Marius, me perdoe por abandona-lo.Provavelmente eu seria deixada pa
POV MARIUS Minha visão ainda estava turva e eu havia vomitado por todo o chão da cozinha antes de conseguir finalmente me levantar.Um dia e meio havia se passado até que eu conseguisse parar de tremer e vomitar.Me arrastei até a sala, procurando o telefone.Pensei em ligar para Kevin da alcateia Vyre, pedir sua ajuda para que ele dirigisse até a casa do rastreador, mas apenas a possibilidade dele me ver fraco e quase impossibilitado me aterrorizou e eu desisti.Além do fato de que eu não o conhecia bem, não sabia se ele iria querer me tirar daqui. E se ele tivesse ordens de Kilian para que eu ficasse aqui? Kilian era um maldito controlador.Não, eu precisava de alguém que não se importasse com o meu estado de saúde.Digitei o número de Trista e chamou várias vezes. — Atende seu bastardo. — reclamei sem forças.Uma dor cortante me atingiu novamente no estômago e eu me dobrei em agonia, o telefone fixo ainda na minha mão, mas não mais no meu ouvido.Vomitei mais uma vez e dessa vez
POV MARIUSQuando seguir Tristan em direção ao carro do lado de fora da casa, quase cai diversas vezes, mas felizmente, consegui me sustentar sem o apoio humilhante do macho.Tristan caminhava de forma altiva e apressada, suas passadas longas e barulhentas sobre o assoalho de madeira.Quando ele abriu as portas, percebi que estava noite, quanto tempo havia se passado? Dias enquanto eu perdia e retornava a consciência?Essa percepção congelou meu sangue de tal forma que eu nem percebi que havia paralisado no mesmo lugar até que a voz alta e impaciente de Tristan se fez ouvir:— O que está fazendo parado aí? Ah, pela deusa, se não consegue ficar de pé apenas fique ai! Eu já tenho o endereço desse rastreador mesmo, trarei Jane de volta.Algo se revolveu dentro de mim e usei as poucas forças que possuía para me impulsionar para frente e segurá-lo pela camisa.— Cale sua maldita boca, Jane é minha responsabilidade. — E minha fêmea amada, eu quase disse.Tristan engoliu em seco e pigarreou
Me movi desconfortável no banco com a franqueza de Tristan, me olhando como se eu não passasse de um canalha que em um futuro hipotético, estava sendo egoísta e tirando dela a chance de viver em uma alcateia normal.Não, eu apenas não poderia fazer isso.Não havia como eu renunciar a ela, porque eu a amava demais.Preferia morrer antes de deixá-la ir, mesmo ela sendo teimosa, ingênua e tola. Mesmo ela tendo me envenenado e eu esteja odiando cada minuto do efeito daquela m*****a erva de lobo, mesmo assim, eu ainda a queria em meus braços segura.— Não perca tempo me acusando de nada, apenas preste atenção na estrada. — Ralhei com ele para que seu olhar de gato afiado se desviasse de volta a pista.Eu não precisava de seu olhar repleto de julgamentos.Ele não era ninguém para me julgar.— Jane sabe a localização da casa segura que estavam? — ele perguntou seriamente.— É claro que sim. — Respondi.Tristan respirou fundo e seus olhos ficaram semicerrados, sua expressão pensativa de repent
POV TRISTAN O macho que era o rastreador estava completamente bêbado, isso estava claro. Eu não precisei nem sequer chegar mais perto, o cheiro da bebida estava por todo o ar, a casa que um dia deve ter sido arrumada, estava com os móveis revirados e algumas garrafas quebradas ao chão completavam o cenário. Marius estava pálido agora, mesmo assim, ele estava usando suas poucas forças para gritar e avançar contra o macho no chão que não conseguia nem sequer abrir os olhos de forma competente. Marius o puxou pela camisa amassada e o ergueu do chão, seus olhos tremeram e ele tossiu, enquanto Marius o sacudia como um lunático. — Onde ela está seu maldito? Onde está Jane? — ele gritou com o macho, mas aquilo tudo era inútil. O verme bêbado não conseguia nem se orientar de onde estava, e Marius parecia não se importar com isso. Ele socou o macho algumas vezes, até que o sangue espirrasse em seu rosto, então se levantou como um louco e quando deu o primeiro passo para correr atrás de
POV JANETodo o meu corpo estava paralisado, eu não sabia se era dia ou noite. Meu coração batia lentamente enquanto eu pensava em Marius e tudo que eu havia abandonado.Ele estaria bem? Devia ter ficado muito preocupado comigo, mas eu esperava que ele me esquecesse rapidamente, que seguisse em frente e não afastasse as pessoas.De repente, senti uma forte pressão em meus pulmões e comecei a tossir violentamente, enquanto todo o meu corpo se sacudia com o acesso repentino de tosse.A cela ainda continuava úmida e toda vez que eu começava a me sentir seca, o carcereiro Bill surgia com um balde de água fria pronto para me molhar novamente.A Luna Clarisse havia dado instruções claras sobre o que ele deveria fazer quando eu parecesse estar confortável.Por essa razão quando terminei de tossir e olhei para as minhas roupas secas, não fiquei surpresa ao ouvi-lo se aproximando das grades da cela, o choque da água gelada fez com que eu me tremesse completamente.— Acorde! Você não tem qualqu
POV MARIUSEu sabia que algo estava errado no instante que a expressão de Tristan mudou ao olhar para o retrato quebrado.Seu rosto ficou pálido e seus olhos levemente arregalados, seus dedos trêmulos acariciando a foto de alguém, enquanto o rastreador permanecia bêbado e desmaiado no chão.Segundos depois, eu o vi sussurrar a palavra “mamãe” enquanto tocava a foto com reverencia, foi então que percebi, aquele macho realmente era o pai de Jane. Ela estava certa.Quando pensei em Jane desesperada para descobrir se aquele macho que estava caído no chão era o seu pai, para descobrir de qual alcateia ela pertencia, descobrir mais sobre o seu passado.E agora ela não estava aqui e eu não tinha ideia de onde ela poderia estar e dos perigos que ela devia estar passando.Quando pensei nisso meu coração foi corroído pelo medo de não a encontrar, pelo medo de que algo terrível acontecesse a ela e eu não estivesse lá para protegê-la. Senti como se tudo ao meu redor estivesse virando pó, inclusive