POV MARIUSQuando seguir Tristan em direção ao carro do lado de fora da casa, quase cai diversas vezes, mas felizmente, consegui me sustentar sem o apoio humilhante do macho.Tristan caminhava de forma altiva e apressada, suas passadas longas e barulhentas sobre o assoalho de madeira.Quando ele abriu as portas, percebi que estava noite, quanto tempo havia se passado? Dias enquanto eu perdia e retornava a consciência?Essa percepção congelou meu sangue de tal forma que eu nem percebi que havia paralisado no mesmo lugar até que a voz alta e impaciente de Tristan se fez ouvir:— O que está fazendo parado aí? Ah, pela deusa, se não consegue ficar de pé apenas fique ai! Eu já tenho o endereço desse rastreador mesmo, trarei Jane de volta.Algo se revolveu dentro de mim e usei as poucas forças que possuía para me impulsionar para frente e segurá-lo pela camisa.— Cale sua maldita boca, Jane é minha responsabilidade. — E minha fêmea amada, eu quase disse.Tristan engoliu em seco e pigarreou
Me movi desconfortável no banco com a franqueza de Tristan, me olhando como se eu não passasse de um canalha que em um futuro hipotético, estava sendo egoísta e tirando dela a chance de viver em uma alcateia normal.Não, eu apenas não poderia fazer isso.Não havia como eu renunciar a ela, porque eu a amava demais.Preferia morrer antes de deixá-la ir, mesmo ela sendo teimosa, ingênua e tola. Mesmo ela tendo me envenenado e eu esteja odiando cada minuto do efeito daquela m*****a erva de lobo, mesmo assim, eu ainda a queria em meus braços segura.— Não perca tempo me acusando de nada, apenas preste atenção na estrada. — Ralhei com ele para que seu olhar de gato afiado se desviasse de volta a pista.Eu não precisava de seu olhar repleto de julgamentos.Ele não era ninguém para me julgar.— Jane sabe a localização da casa segura que estavam? — ele perguntou seriamente.— É claro que sim. — Respondi.Tristan respirou fundo e seus olhos ficaram semicerrados, sua expressão pensativa de repent
POV TRISTAN O macho que era o rastreador estava completamente bêbado, isso estava claro. Eu não precisei nem sequer chegar mais perto, o cheiro da bebida estava por todo o ar, a casa que um dia deve ter sido arrumada, estava com os móveis revirados e algumas garrafas quebradas ao chão completavam o cenário. Marius estava pálido agora, mesmo assim, ele estava usando suas poucas forças para gritar e avançar contra o macho no chão que não conseguia nem sequer abrir os olhos de forma competente. Marius o puxou pela camisa amassada e o ergueu do chão, seus olhos tremeram e ele tossiu, enquanto Marius o sacudia como um lunático. — Onde ela está seu maldito? Onde está Jane? — ele gritou com o macho, mas aquilo tudo era inútil. O verme bêbado não conseguia nem se orientar de onde estava, e Marius parecia não se importar com isso. Ele socou o macho algumas vezes, até que o sangue espirrasse em seu rosto, então se levantou como um louco e quando deu o primeiro passo para correr atrás de
POV JANETodo o meu corpo estava paralisado, eu não sabia se era dia ou noite. Meu coração batia lentamente enquanto eu pensava em Marius e tudo que eu havia abandonado.Ele estaria bem? Devia ter ficado muito preocupado comigo, mas eu esperava que ele me esquecesse rapidamente, que seguisse em frente e não afastasse as pessoas.De repente, senti uma forte pressão em meus pulmões e comecei a tossir violentamente, enquanto todo o meu corpo se sacudia com o acesso repentino de tosse.A cela ainda continuava úmida e toda vez que eu começava a me sentir seca, o carcereiro Bill surgia com um balde de água fria pronto para me molhar novamente.A Luna Clarisse havia dado instruções claras sobre o que ele deveria fazer quando eu parecesse estar confortável.Por essa razão quando terminei de tossir e olhei para as minhas roupas secas, não fiquei surpresa ao ouvi-lo se aproximando das grades da cela, o choque da água gelada fez com que eu me tremesse completamente.— Acorde! Você não tem qualqu
POV MARIUSEu sabia que algo estava errado no instante que a expressão de Tristan mudou ao olhar para o retrato quebrado.Seu rosto ficou pálido e seus olhos levemente arregalados, seus dedos trêmulos acariciando a foto de alguém, enquanto o rastreador permanecia bêbado e desmaiado no chão.Segundos depois, eu o vi sussurrar a palavra “mamãe” enquanto tocava a foto com reverencia, foi então que percebi, aquele macho realmente era o pai de Jane. Ela estava certa.Quando pensei em Jane desesperada para descobrir se aquele macho que estava caído no chão era o seu pai, para descobrir de qual alcateia ela pertencia, descobrir mais sobre o seu passado.E agora ela não estava aqui e eu não tinha ideia de onde ela poderia estar e dos perigos que ela devia estar passando.Quando pensei nisso meu coração foi corroído pelo medo de não a encontrar, pelo medo de que algo terrível acontecesse a ela e eu não estivesse lá para protegê-la. Senti como se tudo ao meu redor estivesse virando pó, inclusive
POV JANEA água fria foi novamente jogada em meu rosto e eu arfei, tossindo dolorosamente. Eu havia dormido novamente? Era isso?Abri os olhos e vi o carcereiro perto das grades, ele jogou o balde agora vazio no chão e chutou a grade para que eu o olhasse.Eu me sentia tão completamente fraca, meus olhos estavam tão pesados e apesar de toda a água gelada que ele insistia em jogar quase todo o tempo, minha garganta estava tão seca. Tentei me mexer, mas todo o meu corpo estava rígido e fraco.De repente o carcereiro abriu a cela e caminhou em minha direção, quando ele estava chegando perto demais, tentei me afastar, mas era em vão.Ele me agarrou pelos cabelos molhados e me levantou do chão, foi estranho e doloroso ficar de pé depois de tantos dias. O macho me segurou pelos cabelos e quando meus joelhos fraquejaram, para o meu horror, ele me pegou em seus braços pegajosos e cruéis.— Não, não, me solte... — falei e vi o quanto minha voz estava rouca, fraca. Era a voz de uma pessoa mori
LÚCIACaminhei de um lado para o outro no quarto que estava sendo mantida por dias, desde que havia feito a proposta para o macho chamado Kevin, ele havia ficado paralisado e simplesmente saído do quarto, deixando-me sozinha.Estava agora repleta de incertezas, a cada dia que se passava e eles apenas me alimentavam e não conversavam comigo, era mais um dia de dúvida, será que seria hoje o dia que a bondade deles terminaria?Agora, se eu fosse companheira de um deles, se possivelmente carregasse um filho em meu ventre, eu estaria segura. Sobreviver era tudo que importava, eu queria sobreviver.O quarto era pequeno e limpo e até agora Kevin não havia aparecido, quem me trazia comida era o outro que havia ficado me observando quando acordei da primeira vez aqui, meus ferimentos já estavam curados.Estava andando em círculos enquanto minha mente me atormentava com vários cenários trágicos, céus, eu precisava sair daqui. Precisava falar com algum deles e que eles me ouvissem.De repente, a
DEMETRIUS ELDRYNAs ruas estavam movimentadas com o fim de semana e os shows de bandas de rock para o festival. Meu lobo estava atento a tudo ao meu redor, enquanto caminhava pelas ruas com inúmeros bares e casas de prostituição.Gostava de andar pelo distrito de Delister, mais especificamente para a rua da paixão como era chamada, tendo os melhores bares e casas de prostituição, não que eu precisasse pagar.— D, você parece estar sóbrio demais! Não bebeu o suficiente! — Glenn exclamou ao meu lado segurando uma garrafa de uísque.Não bebi? Fazia três dias que estávamos bebendo o tempo todo, mas era sempre assim com Glenn. Como eu era o filho mais novo, o príncipe mais novo, não havia tantas fotos minhas ou alarde sobre quem eu era.Todos os holofotes estavam sobre Zephyrus, o herdeiro do trono de lobos.Mesmo assim, minha aparência estava disfarçada com um pequeno feitiço de distorção, algo extremamente caro para se comprar, mas sendo um príncipe, era um privilégio que eu poderia ter.