JANEEu me debatia de modo incontrolável e só conseguia pensar em Marius e o quanto eu me arrependia.Queria pedir perdão a ele, queria olhar em seus olhos de jaspe e dizer a ele que tinha razão, que fui tola e imatura.O meu desespero por saber do meu passado e das minhas origens haviam me trazido até aqui, minha impulsividade me colocado em risco.A loba rancorosa e dona daquele lugar que agora eu sabia que era uma casa de prostituição, sorriu um sorriso maligno para mim e saiu do quarto.Quando ela abriu a porta, para meu horror eu ouvi uma voz masculina trocando alguns comprimentos com a loba.Eu quis gritar, mas senti um nó se formando em minha garganta.De repente ouvi passos e a porta se fechando, em seguida a chave trancando-a.— Você realmente e tudo que ela disse... tão bonita. — A voz masculina soou no quarto e eu comecei a me debater com as cordas até senti elas arranharem meus pulsos e tornozelos, eu não me importava que sangrassem desde que eu me libertasse.— Se afaste d
JANEQuando aqueles olhos luxuriosos me fitavam e a compreensão do motivo para ele ter me soltado me alcançava, eu só conseguia pensar que tudo na minha sempre dava um jeito de piorar.O arrependimento por ter abandonado o macho que amava me cortando em pedaços novamente e meus olhos começaram a arder, mas logo pisquei afastando aquelas lágrimas tão fora de hora.Aquele macho me observava como um predador, um pervertido da pior espécie, que havia apenas me soltado para se divertir com me espírito de luta.Ele sabia que era mais forte, mais veloz, pela deusa nem comendo direito eu estava. Minhas pernas estavam tremendo agora, minhas mãos fracas...Olhei ao redor procurando algo que pudesse usar de arma, mas não havia nada nesse maldito quarto, apenas velas aromáticas, seda e algumas frutas.Minha respiração se tornou pesada quando o macho avançou e eu usei toda a minha força para me esquivar para longe, ele caiu na cama de braços abertos prontos para me agarrar, meu olhar saltou para a
JANE O ar noturno bateu cotra o meu rosto e fiquei momentaneamente atordoada com tantas pessoas passando ao meu redor. O som de carros, motos e pessoas falando todas ao mesmo tempo quase fizeram minha mente colapsar, meu coração batia descompassado em meu peito, meus pés descalços no asfalto me confirmavam que sim, eu havia fugido. Diversos pensamentos atravessavam a minha mente e o primeiro deles era, quem era aquele macho e porque ele me olhou daquela forma? Afastei esses pensamentos e dúvidas, eu precisava correr, precisava me afastar daquele lugar. Logo notei alguns olhares maldosos de machos, quando olhei para baixo percebi que eu estava usando apenas aquela camisola de seda, era a roupa mais sensual e vulgar que eu já havia usado na vida, minhas pernas estavam expostas. Meus seios expostos como se estivessem em uma vitrine prontos para serem levados para quem pagasse mais, contudo, essa devia ser a intenção daquela loba rancorosa. Desci rapidamente a rua me afastando de tod
Suas palavras só podiam ser mentira.Meu companheiro? O macho tinha olhos de esmeralda que ficaram mais escuros conforme ele se aproximou. Seu rosto era incrivelmente bonito e seus cabelos bem cortados.Sua barba estava baixa e escura e ele usava roupas que de longe se viam que eram caras, sem contar com o relógio em seu pulso, a marca dele valia mais que uma casa.Ele continuava a me encarar como se eu fosse um verdadeiro enigma que ele não conseguia desvendar e eu acabei me dando conta de que estava quase nua na rua. Aquilo não era um vestido, era uma camisola sensual que estava me expondo de todas as formas possíveis.Abracei a mim mesma quando uma brisa gelada me atingiu, mas não apenas tentava me proteger do frio, mas do olhar dele que mesmo não sendo luxurioso ou desrespeitoso, mas ainda assim eu podia ver claramente que ele estava consciente dos meus trajes.De repente, vi algo atravessar seu rosto quando ele desceu o olhar para a camisola.Ele pareceu incomodado, em seguida tir
JANE Quando finalmente me vi sozinha naquele quarto de pensão, tranquei a porta mesmo sabendo que deviam existir outras chaves da dona do lugar. Mesmo assim, tranquei e só o ato de fazer isso, de poder ficar finalmente sozinha, me fez respirar fundo e meus olhos arderem um pouco.Me virei para olhar para o quarto e percebi que havia uma porta de madeira escura em um canto, o que eu desejei intensamente que fosse o banheiro.O quarto era pequeno, mas aconchegante, as mantas estavam dobradas sobre a cama, as paredes limpas e o chão igualmente limpo.Caminhei em direção ao banheiro, empurrando a porta e revelando um banheiro até que amplo, com paredes de azulejo branco, piso cinza claro.A divisa do box era apenas uma cortina verde com flores, o vaso sanitário estava limpo, nas prateleiras havia potes pequenos fechados de xampu e sabonete e eu agradeci por isso. Não me lembrava da última vez que havia tomado um banho sozinho, voltei meu olhar para o vaso e lembranças de mim fazendo mi
Minha respiração estava sobressaltada, meu coração batendo como um louco, apenas porque eu havia ouvido um maldito bêbado gritar no corredor. De repente, o olhar de Demetrius desceu do meu rosto e quando acompanhei o seu olhar, percebi que ele estava encarando minhas mãos. Quando olhei para elas, percebi que estavam tremendo, mas ele não deve ter notado só isso. Todos os meus dedos sem unhas, completamente feridos ainda. Sua expressão mudou completamente, indo da palidez ao rubro, ele respirou fundo e o vi fechar os olhos por alguns segundos com força demais. Seu maxilar se contraiu e ele abriu os olhos. Estavam escuros como a noite. — Quer me contar o que aconteceu com você? — sua pergunta direta me surpreendeu, mas era compreensível. — Eu... quero me vestir. — falei. Quando disse essas palavras e me encolhi, o macho pareceu despertar e seus olhos clarearam novamente. Rapidamente ele disse: — É claro. Ele se virou e fechou a porta em seguida. Fiquei alguns segundos olhando
DEMETRIUSSeus olhos castanhos estavam cautelosos, quando meus dedos tocaram sua pele suave, o meu lobo Éden ficou agitado.Ele estava quase me fazendo perder o controle, apenas com um mínimo toque na pele dela.Eu não tinha ideia de quem ela realmente era, do que havia passado, merda, eu nem sequer sabia se ela era uma prostituta ou não. E o que mais me assustava nisso tudo era que não sabia se isso realmente importava para mim.Devia importar, eu sempre fui muito seletivo com fêmeas para relacionamentos, e já fazia anos que me transformei, era de se esperar que eu não tivesse companheiro.Ao menos eu estava vivendo dessa forma, sem me importar com uma companheira. E de repente, em uma noite qualquer, eu sou arrastado até ela.Arrebatado pelo seu aroma, pelo seu rosto, pela sua voz...Jane parecia pensativa com a minha resposta e eu só podia supor que a data para o seu aniversário estava próxima. Isso me deixou extremamente ansioso, porque isso significava que ela sentiria as mesmas
Orfanato Delister JANE — Mas o que significa isso, Jane? — A senhora Calister apontou para as pequenas manchas de café na barra da minha saia, eu olhei imediatamente para Hayley que sorria maldosamente. — Senhora Calister... — tentei explicar, mas ela desferiu um tapa contra o meu rosto tão forte que eu caí para trás. Arregalei os olhos quando vi um dente meu no tapete. — A Luna Clarisse está vindo para cá ver como eu estou administrando o orfanato e você mancha sua melhor roupa! Ah, sua órfã imunda! Hayley havia jogado seu café na minha roupa de propósito, mas a senhora Calister não se importava com isso. Ela me puxou pelos cabelos e me arrastou para fora da sala, me empurrando em direção as escadas. Cai sentada no primeiro degrau, o sangue em minha cabeça fervendo enquanto a dor no meu rosto e na minha boca sem o meu dente, faziam minhas pernas tremerem. A senhora Calister era uma loba muito forte e cruel. — Vá para o quarto e fique lá, direi que está doente. Sua id