TRISTAN Caminhei de um lado a outro do quarto ainda pensando nas ordens de Kilian. Havia acabado de sair do banho e mesmo após um longo tempo debaixo da água fria pensando na razão de suas ordens, não conseguia chegar a uma solução. Mas eu sabia que ele estava tramando algo. Ele parecia estranho ao telefone, pedindo que eu capturasse o macho rastreador ao invés de matá-lo. Se eu havia entendido bem, aquele macho estava atrás de Marius e Jane, pelo que aconteceu na clareira e ele que os havia sequestrado. Não sabia como eles haviam escapado, mas agora Jane estava segura. Respirei fundo me lembrando do terror que senti ao ver o sangue no quarto vazio, sem ter ideia do que havia acontecido aos dois. Por um instante, apenas por um instante, desejei não ter sido tão rude com ambos. E as últimas palavras de Jane para mim me dizendo que me odiava pareceram cortar ainda mais fundo após sua partida. Fui até o pequeno banheiro e lavei o rosto, encarando-me no espelho vi as olheiras profunda
LÚCIASeus olhos estavam fixos em mim e meu coração começou a bater descompassado. Aquele macho olhava nos meus olhos com tamanha profundidade, não era como outros que me lançavam um olhar de desprezo ou desdém.Sim, ele estava me interrogando e eu não podia confiar nele, mas ele me olhava como se eu fosse alguém digno de conhecer.Não, eu devia estar apenas delirando, ele estava apenas interessado em saber quem eu era porque talvez eu representasse algum perigo para sua verdadeira identidade.Eu não podia ser tola.— O que você disse, Lúcia, antes sobre os lobos meu e dos meus irmãos...Então eles era irmãos.— Eu já disse, não sei porque disse aquilo, estava confusa...O macho me encurralou contra a porta e pressionou seu corpo contra o meu. Suas mãos desceram para minha cintura e ele estava com o rosto a centímetros do meu.O terror daquele momento sendo encarada por aqueles olhos vermelhos fez com que meus pelos do corpo se arrepiassem e um frio na espinha me percorreu.De repent
JANEAbracei meus joelhos enquanto me balançava de um lado para o outro na cela fria.Quanto tempo havia se passado desde que cheguei aqui?Fui arrastada de volta para Delister e estava em uma cela da alcateia de Delister. Várias horas haviam se passado e ninguém havia aparecido nessa cela úmida e malcheirosa.Eu já tinha entendido algumas coisas.A loba do ônibus viu um anúncio meu sendo procurada por me aliar a lobos negros e me denunciou. Agora eu estava sobre a custódia do Alfa de Delister.Fechei os olhos e tudo que vi foi a expressão de Marius no chão.Como eu havia sido tola... como pude fazer aquilo com ele?E para que? Olha a onde eu estava...Meus olhos começaram a arder eu me recusei a deixar que as lágrimas caíssem.Era culpa minha, eu era uma idiota.Não consegui abandonar o meu passado, mesmo quando tinha Marius ao meu lado.Fiquei presa a um pai que me abandonou em um orfanato, larguei o macho que amor para perseguir uma falsa ilusão de família.Marius era a minha famíl
TRISTANEu queria dizer tantas coisas a Meg, e a primeira delas era que eu era um maldito egoísta por não perceber como a vida devia ser para ela.Sempre me senti aliviado por Meg ser desprezada, sempre pensei que ela ser uma loba vermelha significava que ela estava segura, mas também significava que eu não poderia tê-la e nunca levei em consideração peso do desprezo que ela devia aguentar.Os olhos de Meg sempre tão doces e gentis agora estavam repletos de uma tristeza tão profunda que eu nem sequer imaginava que estava lá, porque ela sempre foi o meu conforto.Meg sempre foi uma luz na minha vida de sombras e agora eu parecia realmente a ver.— Meg, eu não tinha ideia de que você se sentia assim. — era algo idiota de se dizer e não a consolava em nada, mas eu não sabia mais o que dizer. Nunca fui realmente bom com palavras.Meg respirou fundo e simplesmente sorriu, um sorriso que iluminou tudo ao redor, mesmo assim, eu sabia que não passava de um sorriso falso.É seu aniversário Tris
Pov Jane Quantos horas se passou? Era dia ou noite?Eu não tinha ideia. A cela estava tão úmida, tão fria. Meu corpo estava imóvel e encolhido e eu tremia violentamente. Não sentia mais dores nas mãos e não tinha certeza se isso era um bom sinal. Fechei os olhos e minhas lágrimas aqueceram o meu rosto por alguns segundos.Pensei novamente em Marius, ele teria se recuperado? Se ele fosse esperto, me abandonaria depois do que fiz.Tentei me mover, eu precisava me mover, se continuasse jogada no chão daquela maneira poderia morrer. Infelizmente, o meu corpo não obedecia a minha mente e eu não consegui mover um músculo sequer.Abri e fechei os olhos, havia um peso esmagador em meu coração e eu não conseguia mais suporta-lo. A saudade e o arrependimento me rasgando o coração e fazendo-me sangrar.Por um momento eu tive tudo. Eu tive o amor que tanto busquei, que tanto desejei.Mãe, me perdoe por não ter descoberto nada, Marius, me perdoe por abandona-lo.Provavelmente eu seria deixada pa
POV MARIUS Minha visão ainda estava turva e eu havia vomitado por todo o chão da cozinha antes de conseguir finalmente me levantar.Um dia e meio havia se passado até que eu conseguisse parar de tremer e vomitar.Me arrastei até a sala, procurando o telefone.Pensei em ligar para Kevin da alcateia Vyre, pedir sua ajuda para que ele dirigisse até a casa do rastreador, mas apenas a possibilidade dele me ver fraco e quase impossibilitado me aterrorizou e eu desisti.Além do fato de que eu não o conhecia bem, não sabia se ele iria querer me tirar daqui. E se ele tivesse ordens de Kilian para que eu ficasse aqui? Kilian era um maldito controlador.Não, eu precisava de alguém que não se importasse com o meu estado de saúde.Digitei o número de Trista e chamou várias vezes. — Atende seu bastardo. — reclamei sem forças.Uma dor cortante me atingiu novamente no estômago e eu me dobrei em agonia, o telefone fixo ainda na minha mão, mas não mais no meu ouvido.Vomitei mais uma vez e dessa vez
POV MARIUSQuando seguir Tristan em direção ao carro do lado de fora da casa, quase cai diversas vezes, mas felizmente, consegui me sustentar sem o apoio humilhante do macho.Tristan caminhava de forma altiva e apressada, suas passadas longas e barulhentas sobre o assoalho de madeira.Quando ele abriu as portas, percebi que estava noite, quanto tempo havia se passado? Dias enquanto eu perdia e retornava a consciência?Essa percepção congelou meu sangue de tal forma que eu nem percebi que havia paralisado no mesmo lugar até que a voz alta e impaciente de Tristan se fez ouvir:— O que está fazendo parado aí? Ah, pela deusa, se não consegue ficar de pé apenas fique ai! Eu já tenho o endereço desse rastreador mesmo, trarei Jane de volta.Algo se revolveu dentro de mim e usei as poucas forças que possuía para me impulsionar para frente e segurá-lo pela camisa.— Cale sua maldita boca, Jane é minha responsabilidade. — E minha fêmea amada, eu quase disse.Tristan engoliu em seco e pigarreou
Me movi desconfortável no banco com a franqueza de Tristan, me olhando como se eu não passasse de um canalha que em um futuro hipotético, estava sendo egoísta e tirando dela a chance de viver em uma alcateia normal.Não, eu apenas não poderia fazer isso.Não havia como eu renunciar a ela, porque eu a amava demais.Preferia morrer antes de deixá-la ir, mesmo ela sendo teimosa, ingênua e tola. Mesmo ela tendo me envenenado e eu esteja odiando cada minuto do efeito daquela m*****a erva de lobo, mesmo assim, eu ainda a queria em meus braços segura.— Não perca tempo me acusando de nada, apenas preste atenção na estrada. — Ralhei com ele para que seu olhar de gato afiado se desviasse de volta a pista.Eu não precisava de seu olhar repleto de julgamentos.Ele não era ninguém para me julgar.— Jane sabe a localização da casa segura que estavam? — ele perguntou seriamente.— É claro que sim. — Respondi.Tristan respirou fundo e seus olhos ficaram semicerrados, sua expressão pensativa de repent