Marius apenas fechou os olhos e respirou fundo. Eu estava sentada agora o encarando, esperando que ele usasse o seu bom senso e cumprisse com sua promessa.— Eu preciso de tempo, está bem? — ele disse por fim, abrindo os olhos e olhando para mim.— Tempo? Quanto tempo? — questionei.Quando ele não respondeu, eu imediatamente soube que nem mesmo ele sabia, estava completamente mergulhado em seus medos e paranoia.Respirei fundo.— Está bem, vou deixá-lo pensar um pouco.Eu não tinha tempo. Me levantei da cama e coloquei a roupa.— Onde você vai? — Marius perguntou se sentando na cama.— Eu vou fazer o almoço. Pode esperar aqui, e não se preocupe, não vou fugir.Marius estreitou os olhos e pareceu analisar minha expressão e o que eu havia dito.— Não há nenhum carro aqui perto e você me encontraria em segundos. Além disso, confio e você vai tomar a melhor decisão. A decisão correta. — falei e sai do quarto deixando-o pensativo.Desci as escadas e fui direto para os armários onde eu havia
Enquanto descia correndo a colina, a chuva caía espessa ao meu redor, meus pés afundando na lama, meus pensamentos todos voltados para Marius na casa.Meu coração doía tão intensamente que cogitei mais de uma vez retornar para ele. Retornar para a casa e implorar o seu perdão, mas se fizesse isso, como eu poderia descobrir sobre o meu passado? Como poderia saber se aquela fêmea da foto era a minha mãe? Agora ela não era mais um nome em uma lápide destruída, mas um rosto que eu havia visto. Ela tinha uma vida.Será que Marius me perdoaria? Eu não sabia e isso quase me sufocou.Continuei descendo a colina e minhas lágrimas se misturaram com os pingos da chuva sobre a minha cabeça. Se ele não me perdoasse, se eu estivesse o perdendo...Não, eu não podia pensar nisso agora!Se pensasse, desistiria.Continuei caminhando até encontrar uma estrada de terra, segui por ela até chegar em uma pequena cidade e a primeira coisa que fiz foi procurar terminal de ônibus. Eu sabia que havia levado a n
LÚCIAOs três machos me olhavam como se eu tivesse dito que os mataria. Naquele momento me ocorreu que aquilo devia ser um segredo e possivelmente a razão de estarem discutindo antes.O macho que discutia com Kevin o encarou e eles pareceram discutir silenciosamente.O outro macho com olhos em tons prateados estava observando os dois.— Quer dizer, quem são vocês? Ah, quer saber isso não importa. — falei e comecei a me levantar da cama, quando fiz isso, percebi que estava usando uma camisola de seda branca.Fiquei chocada porque aquilo definitivamente não era meu.Levantei o olhar para os três machos.— Qual dos tarados colocou isso em mim? — questionei.Os três machos se entreolharam e os de olhos em tons prateados e o que parecia um tipo de rei da beleza olhou para o que havia me atropelado.— Resolva isso, Kevin. Agora. — O macho que discutia antes rosnou e saiu do quarto.O que havia apenas observado até agora de olhos estranhos saiu em seguida, ele lançou um rápido olhar em minha
TRISTAN Caminhei de um lado a outro do quarto ainda pensando nas ordens de Kilian. Havia acabado de sair do banho e mesmo após um longo tempo debaixo da água fria pensando na razão de suas ordens, não conseguia chegar a uma solução. Mas eu sabia que ele estava tramando algo. Ele parecia estranho ao telefone, pedindo que eu capturasse o macho rastreador ao invés de matá-lo. Se eu havia entendido bem, aquele macho estava atrás de Marius e Jane, pelo que aconteceu na clareira e ele que os havia sequestrado. Não sabia como eles haviam escapado, mas agora Jane estava segura. Respirei fundo me lembrando do terror que senti ao ver o sangue no quarto vazio, sem ter ideia do que havia acontecido aos dois. Por um instante, apenas por um instante, desejei não ter sido tão rude com ambos. E as últimas palavras de Jane para mim me dizendo que me odiava pareceram cortar ainda mais fundo após sua partida. Fui até o pequeno banheiro e lavei o rosto, encarando-me no espelho vi as olheiras profunda
LÚCIASeus olhos estavam fixos em mim e meu coração começou a bater descompassado. Aquele macho olhava nos meus olhos com tamanha profundidade, não era como outros que me lançavam um olhar de desprezo ou desdém.Sim, ele estava me interrogando e eu não podia confiar nele, mas ele me olhava como se eu fosse alguém digno de conhecer.Não, eu devia estar apenas delirando, ele estava apenas interessado em saber quem eu era porque talvez eu representasse algum perigo para sua verdadeira identidade.Eu não podia ser tola.— O que você disse, Lúcia, antes sobre os lobos meu e dos meus irmãos...Então eles era irmãos.— Eu já disse, não sei porque disse aquilo, estava confusa...O macho me encurralou contra a porta e pressionou seu corpo contra o meu. Suas mãos desceram para minha cintura e ele estava com o rosto a centímetros do meu.O terror daquele momento sendo encarada por aqueles olhos vermelhos fez com que meus pelos do corpo se arrepiassem e um frio na espinha me percorreu.De repent
JANEAbracei meus joelhos enquanto me balançava de um lado para o outro na cela fria.Quanto tempo havia se passado desde que cheguei aqui?Fui arrastada de volta para Delister e estava em uma cela da alcateia de Delister. Várias horas haviam se passado e ninguém havia aparecido nessa cela úmida e malcheirosa.Eu já tinha entendido algumas coisas.A loba do ônibus viu um anúncio meu sendo procurada por me aliar a lobos negros e me denunciou. Agora eu estava sobre a custódia do Alfa de Delister.Fechei os olhos e tudo que vi foi a expressão de Marius no chão.Como eu havia sido tola... como pude fazer aquilo com ele?E para que? Olha a onde eu estava...Meus olhos começaram a arder eu me recusei a deixar que as lágrimas caíssem.Era culpa minha, eu era uma idiota.Não consegui abandonar o meu passado, mesmo quando tinha Marius ao meu lado.Fiquei presa a um pai que me abandonou em um orfanato, larguei o macho que amor para perseguir uma falsa ilusão de família.Marius era a minha famíl
TRISTANEu queria dizer tantas coisas a Meg, e a primeira delas era que eu era um maldito egoísta por não perceber como a vida devia ser para ela.Sempre me senti aliviado por Meg ser desprezada, sempre pensei que ela ser uma loba vermelha significava que ela estava segura, mas também significava que eu não poderia tê-la e nunca levei em consideração peso do desprezo que ela devia aguentar.Os olhos de Meg sempre tão doces e gentis agora estavam repletos de uma tristeza tão profunda que eu nem sequer imaginava que estava lá, porque ela sempre foi o meu conforto.Meg sempre foi uma luz na minha vida de sombras e agora eu parecia realmente a ver.— Meg, eu não tinha ideia de que você se sentia assim. — era algo idiota de se dizer e não a consolava em nada, mas eu não sabia mais o que dizer. Nunca fui realmente bom com palavras.Meg respirou fundo e simplesmente sorriu, um sorriso que iluminou tudo ao redor, mesmo assim, eu sabia que não passava de um sorriso falso.É seu aniversário Tris
Pov Jane Quantos horas se passou? Era dia ou noite?Eu não tinha ideia. A cela estava tão úmida, tão fria. Meu corpo estava imóvel e encolhido e eu tremia violentamente. Não sentia mais dores nas mãos e não tinha certeza se isso era um bom sinal. Fechei os olhos e minhas lágrimas aqueceram o meu rosto por alguns segundos.Pensei novamente em Marius, ele teria se recuperado? Se ele fosse esperto, me abandonaria depois do que fiz.Tentei me mover, eu precisava me mover, se continuasse jogada no chão daquela maneira poderia morrer. Infelizmente, o meu corpo não obedecia a minha mente e eu não consegui mover um músculo sequer.Abri e fechei os olhos, havia um peso esmagador em meu coração e eu não conseguia mais suporta-lo. A saudade e o arrependimento me rasgando o coração e fazendo-me sangrar.Por um momento eu tive tudo. Eu tive o amor que tanto busquei, que tanto desejei.Mãe, me perdoe por não ter descoberto nada, Marius, me perdoe por abandona-lo.Provavelmente eu seria deixada pa