O que é isso? Que tipo de barbaridade estou vendo?
— Finalmente chegaram. Uma bela mulher loira disse, sua pele branca, tão linda e elegante, ela parece uma fada, ela usa vestido lápis, suas pernas finas bronzeadas de dar inveja. — Meu nome é Margarete, sou a governanta da ala das mulheres. Ela gesticulou enquanto apresenta-se caminhando gentilmente no seu sapato alto de bico fino sobre os azulejos azuis como o céu iluminado. — Irei ensinar a vocês, tudo o que precisam aprender para ser uma verdadeira dama, uma verdadeira amante apaixonante, e como agradar nosso senhor em todos os sentidos. Como? — O que disse? Questionei perplexa com a sua declaração, fui sequestrada brutalmente, espancada, amordaçada por horas para virar brinquedo sexual de um homem? Eles compreendem tudo que fazem? Sequestrar mulheres para o prazer sexual? Nunca ouvi tamanho absurdo em toda a minha vida. — Qual é seu nome minha bela jovem? — Cristal. — Cristal. Ela sussurrou meu nome com um gosto amargo em seus lábios. — Vocês são escravas do meu senhor. Escravas? Eu realmente ouvi isso? Em que mundo estou? Eu não sou uma escrava. — Eu não sou uma escrava, senhorita Margarete. Ela arregalou os olhos como se estivesse acostumada em ouvir isso, seus olhos fazem uma breve avaliação do meu corpo cima a baixo, em seguida ela surpreendeu-me com uma ação, sua mão tocou bruscamente meu queixo exercendo pressão no meu esqueleto. — Você é o que eu digo que é, sem questionar. Ela não está muito feliz comigo, eu posso dizer pela forma que ela olha para mim. Eu não sou uma escrava e nunca serei, não importe o quanto ela me torture. Eu não sou uma escrava. Nossos olhares se encontraram. — Eu tinha uma vida, livre, não pedi para virar uma escrava de ninguém. Ela soltou meu queixo fazendo-me saltar com seu empurrão, sem mais, Margarete segurou um punhado dos meus cabelos puxando-me para mais perto dela. Seus olhos lindos chocam-se com os meus, ela está tentando me assustar para que eu sirva de exemplo para as demais. Eu não baixo a cabeça a ninguém, e não será ela quem conseguirá me assustar com suas meias palavras vazias. — Sua vida lá fora não te pertence mais, mocinha. Ela soltou meus cabelos, encarando outras meninas, elas estão assustadas, curiosas com o lugar inusitado, temendo seu futuro. Eu também estou assustada com meu futuro incerto. Será que estou destinada a sofrer? — Já aviso, se alguém tentar fugir, os homens que estão lá fora, tem autorização para atirar. Fugir está fora de questão, eu não sei onde estou, como chegar a uma embaixada para pedir ajudar, este infelizmente é um fim amargurado para qualquer mulher. — Vocês viverão muito bem aqui, terão comida, roupas elegantes, dormiram confortavelmente e serão tratadas como rainhas, claro. Primeiro, precisam conseguir ser a favorita do nosso senhor. Ela continuou falando como se tudo fosse normal para ela, eu fui sequestrada para virar escrava sexual de um homem. E ela diz isso como se fosse uma conversa no pequeno almoço. — Senhorita Margarete, tudo pronto para elas serem examinadas. Um homem vestido de tudo preto com uma arma pendurada na sua cintura disse. — Muito bem, por aqui. Aquele homem guiou-nos até um departamento que se parecia uma clínica, uma a uma entramos, no total somos dez mulheres, e cada uma é atendida particularmente. Quando chegou a minha vez, entrei numa pequena sala chique, onde uma mulher estava sentada esperando por me enquanto preparava uma seringa para tirar meu sangue. — Tirem suas roupas. Ela disse sem olhar-me, permaneci parada por alguns segundos antes de cair a ficha que eu não tinha muita opção além de seguir de suas ordens. Tirei minhas roupas ficar completamente nua na sua frente, ela examinou externamente meu corpo verificando se tinha cicatrizes ou marcas na pele, tirou meu sangue depois autorizou-me que eu vista minhas roupas. — Você teve parceiro? — Não doutora. — Perfeito. Quando ela terminou com as perguntas ela me liberou, rapidamente seguimos para tomar banho, o banheiro era enorme, com diversos chuveiros, não havia privacidade, fomos obrigadas a tomar banho juntas, um grupo de mulheres veio entregar-nos alguns vestidos, eles são longos que cobrem basicamente todo nosso corpo deixando apenas os nossos braços. Nosso quarto era um conjunto, haviam muitas camas e um guarda roupa, mesinha de maquiagem com espelho para cada cama. — Que bom que estão acomodadas, como é o vosso primeiro dia eu as deixarei descansando, amanhã iniciará o treinamento, quanto mais rápido aprenderem melhor. — Sim senhorita Margarete. Quando ela se foi, algumas mulheres trouxeram nosso jantar, comemos e dormimos, na manhã seguinte, fomos acordadas as 6h da manhã para uma corrida matinal, depois da corrida, fomos tomar banho e tomar café da manhã. — Andar perfeitamente em cima do sapato alto, é uma das coisas que precisam aprender rapidamente. Ela gesticulou, caminhando suavemente mostrando-nos como devemos caminhar, seu vestido de tecido caro cobria seus sapatos deixando-a elegante. — Sutil. Ela disse para uma mulher. — Isso. Comentou. — Quando forem chamadas para o quarto do nosso senhor, primeiro, não olhem nos olhos dele, segundo, façam uma reverencia, desse modo. Ela juntou os pés e agachou-se levemente seus olhos para baixo e levantou o corpo sutilmente enquanto sorri docemente. — Não sejam extravagantes, deixem nosso senhor apreciar vossa beleza. — O que acontece quando você é a favorita? Uma das mulheres questionou. — Você ganha um quarto com direito a muitos privilégios. — Isso é muito bom. — Nosso senhor é muito generoso. Disse Margarete. Nós continuamos aprendendo sobre etiquetas e roupas. Estava entediada, a maior parte do dia não há o que fazer, além de assistir algum filme, escutar músicas e jogar conversa fora. É um paraíso como a senhorita Margarete mencionou, um paraíso a que preço? Porque ele gastaria seu rico dinheiro para sequestrar mulheres e submetê-las ao desconhecido. Desconheço o preço deste paraíso criado pelo tal senhor, temo pelo que está por vir, temo por me, pela minha integridade e sanidade. É um mundo completamente desconhecido, onde as regras podem não estar ao meu favor. Regras. Quais? Preciso descobrir quais são as regras deste jogo louco. As portas duplas deslizaram suavemente quando aproximei da porta, nos últimos dias, notei a tecnologia de ponta é usada aqui, há câmeras por todos os cômodos, o pessoal de limpeza, utiliza maquinas aspirantes para tirar o pó e limpar o chão. As janelas enormes de vidros abraçam o rio, é uma vista encantadora, os sons dos pássaros todas as manhãs cantando alegremente aliavam o tedio deste lugar. Não escolhi estar aqui, entretanto, é minha escolha não permitir que eu vire um frango assado suculento do tal senhor. Meu sapato alto penetrou a terra do jardim, Margarete tinha razão, há muitos homens de preto carregando um rifle nas costas enquanto circulam pelo terreno silenciosamente pronto para matarem em caso de observar algo incomum, não há como sair daqui além de dentro de um caixão. Em passos lentos, observei a gigantesca casa principal, de fora, não dá para observar nada além dos jardins encantadores e a piscina enorme que dá para ver daqui. Margarete disse que ele é poderoso, todos o temem e respeitam, quem ele é? Como é sua figura, ninguém no mundo possui tanto poder, quem ele é? Meus olhos desviam da casa principal para as rosas vermelhas repletas no jardim, lentamente, caminhei pelo bosque, os cheiros das rosas me lembram casa. Minha terra natal, uma cidadezinha tranquila com cheiro de flores e rosas, a primavera é a minha estação favorita, época das flores, um novo início, assim como essas rosas, o sol brilha tão iluminando as flores deixando-as sorridentes.Elas são encantadoras.— Elas são lindas não são?Ouço uma voz desconhecida, não ouvi seus passos aproximando-se, estava tão distraída ao ponto de não ouvir o inimigo por perto? Eu me virei, a voz profunda e rouca, com um forte sotaque italiano, eu congelei quando vi um homem parado no jardim. O paletó do terno azul marinho desabotoado, revelando uma camisa branca por dentro, esse homem parecia tão poderoso quanto rico. Sua pele verde-oliva era impecável, aqueles olhos azuis pálidos iluminados sob as luzes escuras. Cabelo escuro e uma mandíbula cinzelada salpicada com uma barba por fazer o faziam parecer um homem pintado em mistério e escuridão. O tipo de escuridão que devoraria uma mulher como eu e ainda não seria saciada. Só a presença dele me intimidou. Eu me virei rapidamente para encarar as rosas, os homens do tal senhor são a maioria muito intimidadores.— Sim, nunca havia visto um jardim tão espetacular.Suspirei.— Sabe o que imagino?— Não.— Que deveria ter poltrona
O ser superior da máfia, escolhe uma mulher, aquela que a dará poderes superiores para cuidar, dos seus filhos, manter a ordem da ala das mulheres e assegurar que a linhagem do Don continue.Mordo uma fatia de bolo.O título atribuído para mulher principal escolhida pelo Don, é sultana, a soberania máxima das mulheres do império, todos os homens a baixo do Don se curvaram parente a ela sem exceção.Minha boca se abriu em choque total, Margarete nunca mencionou isso, claro, ela nunca nos disse onde estamos e com o que estamos lidando. Entretanto eu ouvi um dos meus sequestradores dizer que estamos indo para Itália. Apenas um homem fluentemente poderoso poderia mandar sequestrar mulheres para sua vontade masculina.Máfia.Os homens de preto circulando pela casa, os muros altos, as câmeras de segurança. Ele não é um milionário comum, nunca foi. — Obrigada por me mostrar a cozinha, estava morrendo de fome.— Disponha.— Meu nome é Katia.— Cristal.Fechei o livro para encarar e
Eu segurei meu livro e caminhei lentamente pelos os jardins, quando notei um homem seguindo-me.— Não se assuste senhorita, fui ordenado pela senhorita Margarete para ser seu segurança.Ele é alto como a maioria dos seguranças, suas roupas são pretas, pelo menos ele não carrega um rifle em suas costas.— Quais ordens ela te deu?Eu questionei a ele.— Desculpa senhorita, eu não sei...— As outras mulheres não tem um segurança, porque eu teria?— Senhorita Cristal, tenho ordens direta para eu cuidar de ti.Suspirei, meus dedos brincam com a capa do livro, Margarete não colocaria um segurança para cuidar de me se seu pequeno segredo não for importante. Dei dois passos para frente girando a cauda do meu vestido. — Qual é seu nome?Eu questionei.— Rodrigo.— Rodrigo.Murmurei lambendo meus lábios. — Rodrigo, você será leal a mim.Dei duas batidas no seu peito com meu dedo indicador.— Não importa o que ela diga, eu sei que Margarete está preocupada com seu segredo.Mur
— O que estava fazendo no escritório do Don?Ele questionou curioso, é aquele homem que colocou poltronas no jardim da ala feminina. Ouvimos passos pelo corredor e rapidamente me aproximei dele colocando a mão sobre sua boca para ficar quieto.— Pensei que tivesse ouvido algo.Empurrei ele contra a parede e fiz final para ficar quieto.— Vamos sair daqui, Don odeia pessoas circulando neste corredor.Esperei, quando não ouvi mais passos no corredor, eu retirei a mão da sua boca.— Que bom que foi você quem entrou, estaria encrencada.— Que bom, o que deseja aqui?— Aquele livro, da capa preta.— Entrou aqui para roubar um livro?— Vai me ajudar ou não?Ele subiu na cadeira e pegou ele.— Se perguntarem, jure pela sua vida que nunca entrei aqui.— Claro, não se preocupe.Abro a porta e observo o corredor, está limpo, rapidamente, eu saio correndo até o elevador, quando as portas se abriram Rodrigo estava esperando por mim, sem mais, eu o entreguei o livro discretamente e ele guardou ent
~~CAPÍTULO 5~~CRISTAL SMITHEstava exausta com todo este teatro, eu quase fui estuprada e ninguém nem sequer notaria, por isso não fiz muita questão de demorar depois que troquei de roupas, Rodrigo levou-me para ala das mulheres, rapidamente fui tomar banho, bebi copo de leite e descansei.Quando amanheceu, abro todos os meus presentes, compostas por joias, colares, brincos, mascotes e relógios. Eu estava segurando três caixas veludas quando saí para o jardim.— Por favor Rodrigo, chame o homem que ajudou a me localizar.Resmunguei olhando para o horizonte, o dia está muito silencioso, depois da festa de ontem, é claro que muitos ainda estejam a descansar. — Um minuto, senhorita.Comunicou Rodrigo, ele afastou-se enquanto falava no rádio, Depois de um tempo aquele homem sem nome apareceu.— Mandou me chamar?Aquele homem misterioso questionou, ele não estava olhando-me, eu não entendo.— Sim.Murmurei, peguei uma caixa veluda e entreguei a ele, é um relógio masculino, ele
Rodrigo anunciou. Um carro parou no meio do trajeto, e Cassio Moretti desceu. Não havia nada nos olhos dele. Sem emoção. Sem sentimento. Nada. Nem mesmo raiva. Era um vazio preto absoluto. Indiferença, a única coisa pior que o ódio. Era tão fácil ver que ele era o tipo de homem que não se importava com aqueles que machucavam, desde que conseguisse o que queria. Bom, somos dois, minha determinação me colocara onde eu quero, e sua raiva onde ele deseja. Estamos jogando um jogo perigoso sem nos importar com as consequências dos nossos atos.— Seja muito bem-vindo, Don.Seus lábios se curvaram, um olhar de pura diversão, como se ele amasse cada segundo de me foder com as palavras. Congelada no lugar, eu só podia assistir quando ele estendeu a mão e colocou as costas da mão fria na minha bochecha. — Cristal.Sua voz caiu para um sussurro baixo e escuro. Seus dedos brincaram com os meus lábios carnudos, fechei os olhos apreciando seu toque sob a minha pele que parecia uma eternidade.
~~ CAPÍTULO 7~~CASSIO MORETTIMeu controle caiu e eu reagi, jogando meu copo através dos painéis, o som dele se quebrando através do escritório. Eu levantei, passando a mão pelo cabelo, o nível de raiva subindo a cada segundo que passava. Seus olhos azuis corrompidos com a dor indevida se trancaram nos meus. Me inclinei sobre ela, segurando a parte de trás do seu assento. — Você me desafia. Seus olhos se arregalaram quando ela olhou para mim, me estudando. Eu sorri. — Se você está procurando algum sinal de remorso, não o encontrará. Eu trouxe meus lábios até a orelha dela. — Porque eu não sinto nenhum. Ela estremeceu, e uma corrente de ar passou por seus lábios, sua garganta se movendo enquanto ela engolia. Estando tão perto, eu podia sentir seu medo, sua incerteza. Ela cheirava astucia e ingenuidade, um perfume que eu queria substituir pelo meu, como um maldito animal reivindicando o que era seu por direito. Meus pensamentos corrompidos encheram minha cabeça como
~~CAPÍTULO 8~~CRISTAL SMITHAbro os olhos, o teto branco dá-me boas-vindas, o som dos pássaros, chamam minha atenção, entretanto a dor estridente por todo o corpo, lembram-me do pesadelo que não era pesadelo. Alguém me empurrou das escadas, alguém me empurrou das escadas. Gemo ao tentar ficar na posição sentada, tudo dói, meu corpo está todo arrebentado de dor.— Graças a Deus você acordou.Observo Margarete aproximar-se, seus olhos estão vermelhos, ela passou a noite em claro no meu quarto.— Analgésicos por favor.É muita dor. É muita dor, Margarete deu-me comprimidos e copo de água, rapidamente eu tomei sem me preocupar para que servem. Só preciso acalmar minha dor.— Chame Rodrigo, eu quero pedir-lhe para pedir aqueles biscoitos deliciosos na cozinha principal.Murmurei.— Ele, ele..Porque ela está gaguejando?— Chame-o.Eu gritei com ela, a porta foi aberta repentinamente e Rodrigo machucado entrou, abro a boca e fecho, quem fez isso com ele? Há mais hematomas nele d