— Não, obrigada — Juliana disse, arrastando a voz — Eu já estou quase lá!
Otávio olhou-a, cerrando os olhos, sabendo que a garota não estava falando a verdade. Estranhamente, pode-se ver preocupação nos olhos dele. Juliana percebeu, mas não ficou nem aí. Não lembrava de ter conhecido o garoto o suficiente, então simplesmente virou as costas e seguiu até o próximo ponto de ônibus, subindo no primeiro que parou para ela.
Assim que passou na catraca, um garoto lhe sorriu. Sua capacidade de percepção não estava muito boa, mas sabia que conhecia ele de algum lugar. E era bonito.
Então tentou se segurar nas barras de ferro do ônibus até conseguir sentar-se ao lado do garoto.
— Olá! — cumprimentou-a. Ele cheirava à bebida, mas não parecia nem um pouco t
— É, eu acho que é uma boa ideia — respondeu, dando de ombros e claramente mal-intencionada.Observou-o com atenção: os lindos olhos azuis acinzentados estavam sobre ela, divididos entre o tom de divertimento e a preocupação. A pergunta que ele fizera, embora pudesse ter um milhão de segundas intenções, soara infantil e inocente, mas olhando para o sorriso maravilhoso que ele sustentava, ela sabia que a noite não acabaria em bêbados dormindo pelo chão. Ah, ela tinha certeza que acabaria em uma bela e confortável cama contando quantas sardas o garoto tinha pelo resto do corpo.— Ótimo — ele disse — Eu ia pro meu apê, mas me perdi da minha carona e é mais fácil ir pra casa da minha mãe daqui. E, além de tudo, ela não está em casa.Juliana riu com a declaraç&atil
— Não acho que seja uma boa ideia, Vinícius — deu de ombros. — Preciso ir pra casa.Na verdade, estava pensando em sua amiga e se ela ficaria chateada caso ficasse com Vinícius sem sua aprovação.Com um pouco de clareza na mente, aceitou que ele anotasse seu telefone no celular dele.— Você sabe qual ônibus tem que pegar? — perguntou.— Quer que eu desça com você pra te colocar no ônibus certo?— Não, tudo bem — colocou a mão em seu braço em um agradecimento por sua gentileza. — Acho que estou melhor agora.Ela deu-lhe um beijo na bochecha e desembarcou no ponto de ônibus seguinte. Só tinha um problema: não havia ninguém na rua.Assustada, ela colocou o celular entre os seios e se encolheu no ponto de ônibus, esperando que o seu passasse o ma
— Eu quero ir pra casa, Diego — disse, fechando os olhos — Estou muito enjoada.A mão que estava em sua coxa foi retirada rapidamente. Ele suspirou.— Tudo bem — concordou, parecendo chateado.O que ela podia fazer? Ninguém mandou ele simplesmente dar o pé sem avisar e fazê-la sair para beber.O garoto dirigiu silencioso até a casa dela e estacionou na vaga vazia em frente à garagem. A casa inteira estava apagada.— Tem alguém em casa? — perguntou.Ela deu de ombros, tirando o cinto. Quando saíra de casa, os pais tinham ido ao shopping. Ela havia deixado um bilhete avisando que tinha saído, mas aparentemente, dessa se safara.Colocou a mão na cabeça, parecia que ia explodir. Ouviu o suspiro pesado de Diego e ele desceu do carro, aparecendo rapidamente, abrindo a porta dela e oferecen
Ela sabia no que ia dar e não podia dizer que não estava com vontade, então...— Tudo bem — concordou. — Não acho que eu vou dar conta de mim, hoje.A mão que estava em sua coxa apertou-a com mais força, demonstrando claramente quais eram as intenções da preocupação dele. Ela sorriu, sentindo um arrepio em seu corpo lhe informar o quanto estava querendo isso também.O garoto dirigiu na velocidade máxima permitida até a garagem do prédio onde ele morava com os amigos. Ele ainda teve o cavalheirismo de abrir-lhe a porta do carro e ajudá-la a sair, mas, assim que o fez, empurrou-a contra a porta fechada, beijando seus lábios por uns momentos, antes de beijar-lhe o pescoço, as mãos escorregando por entre as coxas dela, fazendo-a arfar.— Aqui... — gemeu — Não. — Ele
Engolindo todo o ar que podia para ver se conseguia arquitetar uma resposta, contentou-se em balançar a cabeça afirmativamente.Alex sorriu para ela, capturando sua mão com a dele e arrastando-a pela boate, por entre as pessoas que dançavam e se pegavam na pista de dança. Juliana achava que estava sendo guiada até a saída, quando Alex pegou um desvio e entrou com ela no banheiro masculino.Juliana segurou uma expressão de horror e uma de admiração, curiosa ao reparar os mictórios, mas isso foi apenas por um segundo antes que ele a enfiasse em um boxe junto com ela, trancando-o e atacando seus lábios em um beijo fervoroso.O banheiro não estava silencioso — pelo barulho, outros casais tiveram a mesma ideia que eles —, mas isso não os atrapalhava. Na verdade, para Alex, ter outros casais transando logo ali do lado apenas o excitava ainda
Ela queria ir. Muito. Mas, ao olhar pro garoto, viu a chance de construir algo que não conseguira fazer com Diego. E talvez ir com ele pra algum lugar reservado naquela noite fosse acabar com as chances de fazer funcionar.— Hm... Na verdade, eu não costumo passar noites fora de casa — mentiu. — Meus pais gostam de acordar pela manhã e me encontrar dormindo na cama, não importa a hora que eu tenha retornado. Até porque essa última parte eles não vão descobrir mesmo.Alex riu e ela suspirou aliviada. Alguns caras ficam realmente zangados quando se nega uma coisa assim e a risada dele apenas mostrou que ele era legal.— Bom, então ao menos você tem que me dar seu telefone, não é? — perguntou.Com um sorriso, Juliana passou seu número a ele, que discou para ela, fazendo com que tivesse seu número também
Que ele a desculpasse, mas estava cansada e tudo o que ela queria era tirar aqueles sapatos.— Adoraria, Otávio — repetiu o nome apenas para não esquecer ou confundir.O garoto concordou com a cabeça, não exatamente feliz com isso, abrindo a porta do carona pra ela. Vinícius havia sido despejado no banco de trás e agora estava meio tombado entre o espaço entre os bancos.— Acho que eu vou ter que levar ele em casa primeiro, antes que tenha que colocar meu carro pra lavar — Otávio disse.Os dois riram quando Vinícius murmurou algo em concordância, mas logo em seguida Otávio percebeu o que isso significava e avançou com o carro.Juliana achou muito bonitinho e divertido o quanto o garoto se concentrava ao volante. Por vezes, tentou puxar papo, mas sempre acabava com desculpe, o que você estava dizendo?. Ela
— Deixa pra lá, Otávio — sorriu, simpática. — Meu ônibus já está vindo, me deixa em frente de casa.O garoto levantou-se com Vinícius meio tonto e olhou-a em dúvida.— Tem certeza? — perguntou.— Claro! — tentou soar convicta. — Sem problemas!Então Otávio concordou com a cabeça, se despediu, enfiou Vinícius dentro do carro e sumiu de vista bem a tempo de não ver o sorriso dela se desmanchar. Ela estava certa que seu ônibus ia demorar um bom tempo para passar, mas não quis arrumar problemas para o rapaz que mal conhecia. Ele já tinha um bêbado.Dois ônibus passaram e o ponto esvaziou consideravelmente. Ela se viu entre dois garotos quase morrendo de passar mal e uma menina que tinha olhos idênticos aos de Diego. E ela tinha que parar de pensar nele.&nb