Capítulo Três

Khaol

As palavras Livre e Espontânea vontade era um eufemismo. Pelo menos para mim. Quando cheguei Mamãe, já estava a minha espera. Ela me levou para a parte de trás da casa, onde aconteceria a cerimônia, a palavra soa mas sarcástica em minha cabeça do que dita. Me surpreendo ao ver que não tinha ninguém ali, além do juiz de paz e os garçons. Imaginei ver várias de suas amigas aqui comemorando a realização em prender um homem, ou melhor pensar ter prendido. Na noite anterior pensei muito sobre isso, até mas do que gostaria. Minha fidelidade a esse casamento está fora de cogitação, se seu Pai, teve que se rebaixar dessa forma para casar sua filha imagino que bonita ela não deva ser, mas sim, uma das desesperadas por casamento. Imagino que Mamãe, já sabia disso, por isso me informou três dias em cima da data, não tive um minuto do meu tempo livre para pesquisar sobre ela, ou qualquer informação relevante. A empresa tomava a maior parte do meu tempo de dia, e a noite as bucetas. Dei um belo castigo a Raquel, por xeretar no meu celular. Fudi uma das garotas novas da boate em sua frente. A garota era novinha na faixa dos vinte anos, corpinho mediano. Uma delícia. Raquel, como era de se esperar ficou se mordendo de raiva e ciúmes. Ver seu pau favorito foder outra buceta na sua frente, uma das suas concorrentes, não deve ter sido fácil. Mas ela mereceu, vai ficar um bom tempo sem levar uma surra de pau. Esse pensamento faz meus lábios contorcer em um sorriso.

— Khaol! Como vai querido? É muito bom conhecer você.

Me assusto ao ouvir uma voz feminina próxima, meus olhos vão em direção a mulher de meia idade, bem vestida. Caralho! De onde essa mulher veio? Tenho que manter minha guarda alta, não posso mas me distrair. Mesmo que seja com pensamentos sacanas e prazerosos da noite passada. Me recomponho, e observo a mulher. Ela sorri abertamente com os braços abertos, meu sorriso de antes se desmancha, tomo uma postura neutra. Mamãe, toma a frente cumprimentando a mulher.

— Elenor, como vai?

— Magot, querida. Estou ótima! E você está linda como sempre.

— Eu digo o mesmo — Mamãe, dá seu habitual meio sorriso — esse é meu filho Khaol, já conversamos sobre ele antes.

— É claro, ele é ainda mas bonito do que falou.

Claro que sou, me mato horas na academia para ter esse porte físico. O que me recompensa um belo chá de buceta. Mamãe, faz um gesto em minha direção.

— Khaol, essa é Elenor, uma amiga e sua futura sogra.

Eu devia suspeitar. Os olhos da mulher cintila ao me encarar. Como Mamãe, dou um meio sorriso.

— É um prazer conhecê-la.

Seguro a mão que ela me estende, beijando as costas, como um verdadeiro galanteador que sou. Ela solta um breve suspiro, colocando a outra mão sobre o colar de pérolas. Ambas suas sobrancelhas se erguem em aprovação.

— Magot, querida. Você criou um verdadeiro cavalheiro. Sofia, tem muita sorte.

Sofia, o nome sonda minha mente. Então esse é o nome da minha mistério noiva, e futura esposa que ocupará o cargo da Senhora Santiago. Tenho que admitir seu nome é lindo, delicado. Como uma sinfonia sensual, quente. Que envolve você por todos os lados, e posições. Imagino como deve ser gozar falando seu nome, até onde lembro nunca me envolvi com nenhuma mulher chamada Sofia. Essa nova descoberta me deixa animado por algum motivo que trato de ignorar. Se controla, porra! Você está prestes a casar com uma mulher que a única informação que tem sobre ela é seu nome, e mas nada. Mas não me contenho em pensar, se seu nome for igual a dona, sou eu que tenho sorte.

— Vou avisar a ela que já chegou, vejo você no altar rapazinho. Magot.

A mesma se vira e vai embora. Sim, vá avisá-la, traga para mim. Prometi a mim mesmo que daria a melhor noite de sua vida, é o mínimo que posso fazer já que nossos caminhos estão traçados. Será um divertimento para ambos, e o melhor. Ninguém sairá perdendo. Noto a expressão de Mamãe, voltar a se fechar, e a carranca que tanto conheço voltar a sua face.

— Pegue.

Franzo o ceio, meus olhos vão para sua mão segurando uma caixa de veludo vermelho. Pego a caixa ao abrir quase engasgo com o brilho das alianças. Me pergunto porque não coleiras, se encaixaria melhor nessa ocasião. Guardo a caixa no bolso, Deus sabe como quero jogar isso longe.

— Não sou uma mulher religiosa — com certeza não é. Concluo mentalmente — mas respeito o casamento, por isso tem o nome do seu Pai.

Ela enlaça seu braço ao meu, e andamos pelo jardim em direção ao que imagino ser o altar, matadouro, enforcado. Acho Ilário a forma como posso dar tantos nomes a isso, nomes que se enquadrariam melhor que os originais. O local onde serei acorrentado pelo resto da minha vida a uma completa estranha, a Sofia.

— Sempre achei que fosse pelo fato de ser o meu Pai — zombo.

Mamãe torce o nariz, certamente meu comentário não a agradou. Ela estufa o peito, seu olhar se torna duro, frio.

— Não pense que esqueci o que fez a três dias, aquilo foi inaceitável. Mas achei que seria castigo o suficiente vêr você se casar.

Claro que é. Magot Santiago nunca deixa um assunto inacabado. Além de tirar minha liberdade, me casando com uma estranha que agora sei seu nome ser Sofia. Também vai lucrar com isso, essa é a única coisa que importa em sua vida, o dinheiro. A riqueza que vai obter com esse maldito casamento. Paro ao chegar no matadouro, mamãe me encara.

— Pensei que respeitasse o matrimônio.

A palavra soa sarcástica, fazendo ela lembra suas palavras segundos atrás. O sorriso de mamãe é amargo, sinto seus olhos me perfurar ao me encarar.

— Tente não estragar tudo, tem muita coisa em jogo.

Coloco ambas as mãos no bolso da calça e apenas aceno com a cabeça, ela se afasta indo em direção a enorme tenda com uma mesa espetacular. Meus olhos varrem o local, é quase noite. O sol está mas fraco, o vente um tanto quanto gélido. Vejo Elenor, minha sogra se juntar a Mamãe, na tenda acompanha de uma mulher bem mais jovem, e atraente. Porra! Essa é sua outra filha? Sobrinha? Amiga da sua filha? Observo seu corpo sem pressa. O vestido vermelho justo marca bem suas curvas, a forma redonda da sua bunda linda, e seus seios medianos. Um verdadeiro espetáculo! Se Sofia, for como ela essa casamento pode não ser torduoso como pensei. Seus olhos verdes me fitam, e noto eles alargar. Ela me encara descaradamente, passeando os olhos verdes por meu corpo até chegar ao meu rosto. Quase que imediatamente meu sorriso lateral sacana surge em meus lábios, nunca se pode deixar um bom peixe escapar, como diria o meu falecido Pai. Pode olhar o quanto quiser , querida eu não me importo em ser secado. A mesma se inclina, falando algo próximo ao ouvido de Elenor, estreito meus olhos. Não sei dizer se ela está eufórica ao me ver, ou tensa. A forma como seus ombros se mexem, seus gestos me deixam em dúvida. Não tenho mas tempo para analisar suas reação, minha atenção se volta para a casa, quando a banda embaixo de outra tenda começa a tocar a marcha nupcial. Meus olhos vão de encontro ao final do tapete vermelho. E finalmente eu a vejo. Minha futura esposa. Sofia.

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