Já tinha chegado em casa alguns minutos atrás. Antes de entrar, parei para comprar fraldas, lenços umedecidos para bebês e uma barra de chocolate porque, bem, uma garota precisa se dar alguns pequenos prazeres. Mas é claro, nem tudo podia ser tão fácil. Assim que entrei na loja, me deparei com alguns dos meus antigos colegas do ensino médio. Só de vê-los foi suficiente para que aquele nó familiar de raiva se formasse no meu peito. Quantas vezes eles me fizeram sentir como se eu fosse menos que eles? As provocações sempre estavam lá, esperando para me lembrar do que eu já sabia: que nunca fui parte do grupo deles, que nunca me viram como mais do que um alvo fácil. Mas o que eu ia dizer a eles agora? Nada. Não valia a pena gastar palavras com aquelas cabeças ocas. Tudo parecia estar indo bem até que cheguei ao caixa. Lá estavam elas: Molly e Vanessa, duas meninas da minha antiga turma. Não sei o que essas pessoas têm, mas parece que estão sempre procurando formas de me fazer sentir
Era domingo, e minha mãe, junto com mamãe Beca, decidiram que seria um bom dia para fazer um piquenique. Apesar de eu ter insistido que não era o melhor momento, ambas se empenharam tanto que, no fim, não tive outra escolha a não ser aceitar. Afinal, um pouco de ar fresco não faria mal a ninguém, certo? Peguei o vestido de Emily, um estilo verão na cor rosa, e o combinei com sapatinhos vermelhos. Enquanto o preparava, pensei em como poderia arrumar seu cabelo. Com apenas seis meses, ela já tinha mechas macias e abundantes que me lembravam muito de mim quando era pequena. —Emily, você tem muito cabelo para uma bebê de apenas seis meses —eu disse enquanto escovava delicadamente seus fios—. O que acha de colocar uns "bombons" no cabelo, como os que mamãe usava quando era pequena? Você gostaria de usar um penteado como o da mamãe...? Eu me lembrava perfeitamente de como minha mãe costumava fazer dois chiquinhos que chamávamos de "bombons". Eu adorava esses penteados, tanto que até tent
A luz matinal filtrava-se pelas janelas altas, iluminando os móveis de madeira escura e os lustres de cristal que pendiam sobre a longa mesa. O cheiro de café recém-feito flutuava no ar, misturado com o aroma doce das panquecas que Gabrielle acabara de servir. Era um contraste estranho: a elegância do lugar e a tensão que pairava entre nós. Sofia estava à minha frente, com seu longo cabelo negro caindo como uma cascata sobre os ombros. Seus olhos escuros me encaravam com uma intensidade que não deixava margem para dúvidas: ela estava irritada. Sua postura rígida e os golpes constantes de seu pé contra o chão eram sinais claros de sua frustração. —Eu te procurei, Artemis. Perguntei a todos. Onde você esteve? Eu precisava falar algo muito importante —disse ela, com um tom que não escondia seu descontentamento. Respirei profundamente antes de responder. Podia sentir sua voz ecoando no espaço, carregada de urgência. Tentei manter a calma enquanto explicava o ocorrido. —Sofia, apena
A palavra "assombro" parecia pequena, insignificante até, diante do que meus olhos viam. Eu tinha imaginado que essa sessão seria no estúdio de Vico, algo modesto e familiar, mas isso... isso era outra coisa. Digno da realeza europeia. Nunca antes eu havia estado em um lugar tão luxuoso. Cada detalhe parecia projetado para impressionar: os lustres de cristal suspensos como estrelas, os tapetes requintados e o aroma sutil de flores frescas flutuando no ar. —Angie, fecha a boca, as pessoas vão achar que você tem algum problema facial —mencionou Vitória com um sorriso zombeteiro, fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas de vergonha. —Desculpa —eu ri, constrangida, incapaz de evitar pensar que se *isso* era só o saguão, como seria o resto do lugar?—. Ah, que emoção! —murmurei sem poder resistir, mas minha alegria durou pouco porque imediatamente recebi um olhar mortal de Vico. —Desculpa —repeti, abaixando a cabeça. Emily dormia tranquilamente em seu carrinho, alheia ao caos interno
¡Claro! Aquí tienes la traducción al portugués de Brasil, manteniendo intactos los diálogos originales y asegurando que la narrativa fluya naturalmente en este idioma. He ajustado las descripciones para que sean coherentes con el contexto y conserven la esencia de la escena: --- Já se passaram três meses desde que comecei a trabalhar no café, e tudo tem corrido bem… relativamente. Fiz ótimas amizades com as meninas. As quatro se autoproclamaram "tias honorárias" da minha pequena Emily. Ainda me lembro de como todas fizeram uma grande "O" com suas bocas quando souberam da minha maternidade. Apesar de que muita gente, ao saber que sou uma mãe jovem e solteira, automaticamente me transformou no assunto de todos, eu não me envergonho de ser mãe. Pelo contrário, sinto um orgulho imenso da minha bebê. Foi Mía quem, sem querer, revelou que tenho uma filha. Ao contrário do que eu esperava, as meninas não me julgaram nem criticaram. Só se surpreenderam e pediram para conhecer minha bebê. Fi
Cheguei tarde. Sabia que Sofia não estava de bom humor; se havia algo que ela não tolerava era a falta de pontualidade e irresponsabilidade. Isso era importante para nós dois, mas para ela significava muito mais. Ela tinha se apaixonado por uma pequena que visitava há dois meses, e hoje seria o dia em que conheceríamos nossa futura filha adotiva. Ainda me surpreendia o quão rápido tudo havia avançado. Só tinha visto fotos da menina, mas já sentia curiosidade em conhecê-la. Estacionei o carro ao lado do conversível de Sofia. Ao descer, vi-a conversando com uma freira. Assim que percebeu minha presença, ela veio até mim com aquela expressão que sempre adotava quando estava irritada. —Você chegou tarde, Artemis —murmurou rispidamente, tirando seus óculos de sol. Suspirei, derrotado. Não sabia que desculpa inventar para justificar meu atraso. Sabia que não havia nada que pudesse acalmá-la naquele momento. —Está bem, vamos entrar. Já está quase terminando o horário de visitas para as
Não consegui dormir a noite toda. Quem, no meu lugar, conseguiria? Meu cérebro tinha muito o que processar, e tudo em muito pouco tempo. As cores da aurora começavam a se filtrar pela janela, pintando o céu com tons quentes e suaves. Respirei profundamente, tentando acalmar meus nervos, e olhei para minha pequena Emily, ainda profundamente adormecida. Sua respiração tranquila e seu rosto angelical me encheram de ternura. —Você não foi um erro, Emily —murmurei baixinho, acariciando sua bochecha—. Disso eu tenho certeza. Ainda assim, quero saber a verdade, filha. Sua chegada deve ter uma explicação. Hoje era o dia. Hoje a verdade seria revelada, ou pelo menos parte dela. Ami e Rose me acompanhavam, e embora fosse surpreendente, Emily havia se apegado muito à insuportável da Rose. Naquele momento, ela estava dando o mamadeira com uma delicadeza que eu nunca imaginei que ela teria. —Olha, Ángela! Ela já está segurando o mamadeira sozinha! —exclamou Rose com ternura, emocionada com os
Ver aquela garotinha sentada debaixo da árvore, encharcada pela chuva e chorando em silêncio, despertou algo em Helios que ele não soube identificar imediatamente. Era como um puxão no peito, uma sensação visceral que o impelia a se aproximar dela. Ele se inclinou, colocando-se à altura dela, para observá-la melhor. Seu cabelo castanho estava grudado no rosto molhado, e seus olhos, embora nublados pelas lágrimas, pareciam refletir uma dor tão profunda que o atingiu diretamente. "É apenas uma criança", pensou Helios, sentindo seu coração apertar ao vê-la tão frágil, tão perdida no meio daquela tempestade. Ele não podia ignorá-la. Não queria. —Choro porque sou uma idiota, ingênua nível supremo —disse ela de repente, limpando as lágrimas com desajeitamento, como se tentasse esconder sua vulnerabilidade. Sua voz era apenas um murmúrio, mas carregava tanto sofrimento que Helios sentiu um nó na garganta. Ele queria dizer algo, fazer algo para aliviar aquele peso que parecia esmagá-la. M