CAPITULO 4

Era domingo, e minha mãe, junto com mamãe Beca, decidiram que seria um bom dia para fazer um piquenique. Apesar de eu ter insistido que não era o melhor momento, ambas se empenharam tanto que, no fim, não tive outra escolha a não ser aceitar. Afinal, um pouco de ar fresco não faria mal a ninguém, certo? Peguei o vestido de Emily, um estilo verão na cor rosa, e o combinei com sapatinhos vermelhos. Enquanto o preparava, pensei em como poderia arrumar seu cabelo. Com apenas seis meses, ela já tinha mechas macias e abundantes que me lembravam muito de mim quando era pequena.

—Emily, você tem muito cabelo para uma bebê de apenas seis meses —eu disse enquanto escovava delicadamente seus fios—. O que acha de colocar uns "bombons" no cabelo, como os que mamãe usava quando era pequena? Você gostaria de usar um penteado como o da mamãe...?

Eu me lembrava perfeitamente de como minha mãe costumava fazer dois chiquinhos que chamávamos de "bombons". Eu adorava esses penteados, tanto que até tentava recriá-los sozinha quando era criança. Levantei Emily, e ela começou a rir e mexer suas mãozinhas e pezinhos, animada por ser erguida tão alto.

—Só espero que você esteja igualmente feliz quando eu começar a pentear seu cabelo, hahaha —murmurei enquanto a sentava entre minhas pernas na cama. Dei-lhe um brinquedo para distraí-la e peguei a pequena escova. Seu cabelo era tão macio e cheirava deliciosamente a chiclete de morango. Comecei a fazer a primeira mariquinha: era pequena, mas suficiente para formar um chiquinho. Repeti o mesmo processo com a outra parte e… nossa, consegui! Fiquei super contente, embora não tenham ficado exatamente como os "bombons" da minha infância. Minha bebê estava linda. Seus laços pareciam pequenos bolos decorando sua cabeça.

Justo então, minha mãe entrou no quarto para me apressar.

—Ángela, você está pronta? Filha, olha que não podemos demorar tanto... —Minha mãe não terminou a frase porque o novo penteado de Emily a deixou sem palavras.

—Céus, Angie, você mesma fez isso...? —disse Isabel, emocionada ao ver sua neta.

Apenas assenti com um sorriso orgulhoso.

—Essa princesinha está bonita? Os chonguitos não estão apertados? —perguntou Isabel, referindo-se se os chiquinhos de Emily estavam muito ajustados.

—Óbvio que não, mãe. Fiz com a maior delicadeza possível —respondi, fazendo cara de indignação fingida e mostrando a língua.

Isabel pegou a pequena nos braços e revirou os olhos.

—Angie, querida, você e delicadeza na mesma frase, tipo, algo aqui não combina, né, filha —replicou Isabel com ironia. Ela conhecia bem sua filha.

Minha mãe começou a rir às gargalhadas, e Emily, contagiada pela risada sarcástica de sua avó Isabel, também começou a rir. Foi impossível não rir com elas.

—E... já está... melhor vamos logo —falei, interrompendo o momento. Isabel saiu do quarto com Emily nos braços, descendo as escadas.

—¡Ángela, apresse-se! —gritou lá de baixo.

Peguei a bolsa de fraldas da minha bebê e segui minha mãe. Rebeca estava na sala dando instruções a Alonso sobre o almoço. Ele não era muito habilidoso na cozinha, e isso sempre gerava certa tensão divertida entre eles.

—Já, mulher, você me trata como uma criança. Não sou tão inútil na cozinha —reclamou Alonso, um pouco irritado.

—São vinte e seis anos de casamento, querido, mais o tempo que te conheço —respondeu Rebeca com superioridade.

Alonso ia retrucar novamente, mas nesse momento sua filha apareceu com sua neta nos braços, e por um instante ele ficou sem palavras.

—Mãe, já estamos indo. Ángela terminou de arrumar Emily, olhe o que ela fez. Não acha que nossa pequena é uma graça? —disse Isabel, levantando a bebê nos braços.

—Olha, Alonso, amor! Não acha que nossa neta é toda uma bonequinha? —exclamou Rebeca, aproximando-se de Isabel.

—Sim, mulher, você tem razão. É uma menina linda. Tem de onde puxar tanta beleza. É um anjinho —respondeu o avô Alonso, acariciando a bochecha de sua bisneta.

Ao chegarmos ao hall de entrada da casa, vi toda a família reunida ao redor da minha bebê. Era um momento doce, mas também senti aquela pequena pontada no peito ao pensar no quanto ainda me sentia distante de papai Alonso.

—Prontas, já podemos ir. Até logo, papai Alonso —me despedi, querendo dar-lhe um abraço e beijar sua bochecha, mas me contive para não incomodá-lo.

—Até logo, Ángela. Cuide da menina —pediu Alonso, esboçando um sorriso que mais parecia uma careta.

Fomos em direção ao carro, com Emily nos braços e o coração cheio de contradições. Eu sabia que papai Alonso me amava, mas ainda havia algo entre nós que não tinha cicatrizado completamente. Por enquanto, me contentava em vê-lo sorrir quando olhava para Emily.

•••

Aquí tienes la traducción al português, manteniendo la coherencia y el tono del texto original:

---

Pegamos o ônibus e, em menos de vinte minutos, já havíamos chegado ao parque. Foi complicado encontrar um lugar, pois aparentemente havia um evento infantil no parque, e nós procurávamos um local tranquilo para descansar. Fomos para um lugar afastado sob uma grande árvore de carvalho.

Minha mãe e eu estendemos a manta sobre a qual colocaríamos as coisas.

—Sabe, estou feliz por ter vindo. O dia está lindo, o ar está tão puro e limpo... vou tirar muitas fotos da minha pequena Emily.

—Alguém disse fotografia...?

—Victoria? O que você está fazendo aqui?

Corri até ela para cumprimentá-la.

—Oi, gatinha! Pensei ter visto vocês e quis confirmar minhas suspeitas. Estou muito feliz que Emily esteja dando seu primeiro passeio no seu novo carrinho —disse uma animada Victoria, tirando uma foto da pequena no seu carrinho novo.

—E me diga, Vico, o que você está fazendo aqui? —perguntei novamente, tomada pela curiosidade.

—Ah, é que... bem, você sabe, hoje tem um evento de caridade. Vim cobrir o evento porque a organizadora é uma amiga minha.

—Ah, sim! Que bom! Ei, e do que se trata o evento? —Olhei ao redor; toda a decoração era colorida. À minha volta, vi meninas correndo e algumas freiras.

—É para o orfanato Dream Butterfly. É uma arrecadação de alimentos, brinquedos e medicamentos, e algumas das meninas vieram para ver se algum dos presentes as adota.

Victoria fez um gesto para que eu me aproximasse mais. Ela queria me mostrar uma foto. Na imagem, podia-se ver uma menina de não mais de três anos, com cabelo preto até os ombros e olhos castanhos lindos.

—Quem é? —Atinei a perguntar—. É uma menina muito bonita, Vico.

—Ela se chama Alisson e perdeu os pais em um acidente há alguns meses. Loretta e eu queremos adotá-la. Ela é parente da Loretta, e ambas desejamos dar um lar para essa pequena.

—Desejo de coração que você e Loretta consigam dar um lar para essa menina.

—Obrigada, gatinha, pelos seus bons desejos —agradeceu Victoria, guardando novamente sua câmera.

—Ângela, a menina está com fome. Dê comida a ela antes que faça um de seus acessos de choro —Isabel entregou a menina à sua mãe.

Voltei para onde estava a manta que havíamos colocado minutos atrás. Sentei-me nela, tirei um dos meus seios, e minha pequena Emily começou a comer, algo impaciente.

—Céus, coelhinha, parece que você realmente estava com fome. —Minha filha só me olhava com seus grandes olhos expressivos, enquanto tocava meu peito com uma mão.

—Parece que o bebê Emily saiu gulosa igual à sua mãe —disse Rebeca, rindo enquanto tirava os alimentos da cesta de piquenique. A hora de comer estava chegando.

—Ei, eu não sou gulosa, mamãe Beca, você me ofende —respondi, fingindo indignação.

—Tem certeza, Angie querida, de que não é gulosa? —perguntou Rebeca, irônica.

—Totalmente de acordo, mamãe Beca —respondi com um olhar altivo.

Rebeca tirou a última coisa que ainda estava na cesta: era um bolo de creme e morangos, lindo. A boca de Ângela se encheu de água. Rebeca tinha ganhado.

—Você... você mesma fez isso?

—Sim! —respondeu Rebeca com um sorriso travesso—. Gostou?

Lambi os lábios antes de dizer qualquer coisa. —Se parece... delicioso.

A pequena Emily já estava satisfeita e descansando em seu carrinho, enquanto as outras desfrutavam de um delicioso almoço, ao qual Victoria foi convidada por Isabel. E claro, ela não seria boba de recusar a comida deliciosa de sua tia Rebeca.

—Tudo está delicioso, obrigada pelo convite para este almoço tão maravilhoso.

—De nada, querida, faço isso com prazer —disse Rebeca—. Além disso, é bom que aproveitemos momentos em família, não acha?

—Claro, tia, concordo totalmente —concluiu Victoria, concordando com sua tia.

A refeição transcorreu tranquilamente, e o tempo passou em meio a conversas triviais. Chegou a hora da sobremesa, e Rebeca cortava o bolo. A primeira fatia foi tomada por Isabel, que foi repreendida por Rebeca, alegando que a primeira fatia era para Victoria, já que ela era a convidada.

Todas comiam e conversavam, muito entretidas, e não ouviram o zumbido de uma abelha que voava perto da pequena menina, que ainda dormia. Até que um grito seguido de choro alarmou a todos. A primeira a correr fui eu. Peguei a menina nos braços, e ela estava vermelha como uma cereja de tanto chorar. A menina tinha pulmões poderosos.

Isabel foi quem notou a picada de abelha no bracinho direito da bebê. Ângela estava aterrorizada; a menina começava a inchar.

—Ângela, você sabe se ela é alérgica? —Não houve uma resposta coerente. Rebeca começou a gritar que precisavam de um médico.

Victoria fez um clique e saiu correndo. Precisava de um médico, e rápido. Correu para o local do evento em busca de alguém. Não parou até encontrar a pessoa certa.

—Ar... Artemis, é uma emergência! Traga seu kit de primeiros socorros e me siga.

—Mas, Victoria...

—Victoria nada! Pegue logo esse maldito kit e vamos! —Victoria e Artemis correram para onde estavam as outras.

Artemis soube imediatamente o que a bebê tinha. Tirou uma pequena seringa do bolso e, sem hesitar, aplicou-a na menina. O inchaço começou a diminuir, e a pequena ainda chorava, mas de susto.

—Já está bem, linda. Já passou, sim —disse ele enquanto acariciava a bochecha da menina, que apenas soluçava e fungava o nariz.

—Eu achei que ia te perder —disse eu, chorando, enquanto abraçava a pequena.

—Eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a você.

Artemis a segurou pelo ombro, e com voz calma começou a confortá-la. Ele não sabia o que o impulsionava. Reconheceu-a: era a cabeça-dura arrogante de alguns dias atrás. Mas preferiu não ser imprudente. Pareceu-lhe um pouco jovem para ser a mãe da menina; talvez fosse sua irmã.

—O mais recomendável é fazer um exame para determinar possíveis alergias da pequena —ele pegou sua mão e a menina simplesmente o olhou. De repente, ela agarrou seu dedo com força.

—E quanto custa esse exame? —perguntei ansiosa, rezando para que não fosse tão caro.

—Não se preocupe. Leve-a amanhã ao hospital geral, e eu farei os testes.

—Você... está falando sério?

—perguntei novamente, ainda não muito convencida.

—Obrigada, Lombardi. Eu mesma as levarei amanhã. O que acha? —perguntou Victoria, esperando uma resposta positiva.

—Como quiser, Crowter. Até amanhã, princesinha. Até amanhã, cabeça-dura, e cuide bem dessa princesa. —Sem mais, aquele moreno se retirou, deixando a pequena nos braços de sua ainda nervosa mãe.

Minha mente fez "clique". Juntei as peças e fiquei vermelha como nunca.

—Ai, meu Deus, esse rapaz é...!

Sigue leyendo este libro gratis
Escanea el código para descargar la APP

Capítulos relacionados

Último capítulo

Explora y lee buenas novelas sin costo
Miles de novelas gratis en BueNovela. ¡Descarga y lee en cualquier momento!
Lee libros gratis en la app
Escanea el código para leer en la APP