Dois anos depois
— Senhoras e senhores. — Dei uma risada forçada antes de continuar. — Desculpem, eu ainda estou tentando me recuperar das palavras da defesa. — Ri mais um pouco apenas para dar mais ênfase no quão ridículo foi o discurso da defesa. — Antonino D’Gregory é um pai de família honesto?
Caminhei até a minha mesa e peguei as fotos das vítimas do esquema de tráfico humano e voltei para o júri.
— É praxe agora pais de família traficarem meninas de países subdesenvolvidos para o seu esquema de prostituição? Homens honestos fazem lavagem de dinheiro ou são responsáveis pela morte de dezoito mulheres nos últimos quatro anos? Me desculpem, mas se não conseguem ver o perigo que este homem representa em nosso país e em outros países também, não vejo mot
Eu nunca escrevi uma canção românticaQue não terminasse em lágrimasTalvez você reescreva minha canção românticaCaso possa substituir meus medosPreciso de sua paciência e direçãoE todo seu amor e maisQuando trovões circulam através de minha vidaSerá que você está disposto a vencer essa tempestade?Há muito que eu gostaria de lhe dar, babySe ao menos eu conseguisseHá um inchaço de emoçõesQue sinto, que devo protegerMas qual é o ponto dessa proteção?Se mantém o amor longe tambémEu prefiro sangrar com cortes de amorAo invés de viver sem cicatrize
Porra! Como foi que essa doida veio parar na minha cama?Onde está a outra garota?Era com ela que eu pretendia transar...E se eu transei, por que eu não me lembro?Mas que merda!— Sei a resposta para a maioria das suas perguntas. — A garota de ontem, a maluca de cabelos curtos e, porra, platinados, que me prendeu para dançar com ela, murmurou sonolenta ao meu lado.Que merda, meu filtro mental já era ruim, ao acordar era inexistente.Ela riu um pouco e gemeu aconchegada em meu braço enquanto falava, estava de costas para mim, o cheiro de cigarro e bebida exalando dela estava me deixando um pouco enjoado.Porra, não poderia ter tomado um banho antes de...— Hey! Eu quis, mas você não me deixou, me atirou contra a parede do corredor e... — Ela foi levantando para me contar enquanto me deix
— Eu... não posso ficar... tem que haver alguma maneira de ir — disse se virando enquanto ajeitava o vestido embaixo do grande sobretudo preto.— Eu sinceramente não acho que dê para você ir para casa... Você mora em Chinatown. Não é exatamente longe daqui, mas nesta tempestade é impossível chegar lá.Parando na porta, Carter deu um grande suspiro derrotado. Foi para a janela e ficou por um bom tempo olhando para baixo do prédio, talvez tentando achar alguma brecha para sair. Depois de mais outro suspiro, virou a sua atenção para mim.— Você tem uma bela janela aqui — elogiou. Seus ombros caídos e a voz denunciavam a sua entrega. — E imagino que a vista seja muito bonita sem toda a maldita neve — resmungou, chateada com a tempestade.— Sinto muito que você esteja presa aqui, Caterine. Você pode fi
Quando abri meus olhos, era quase meia-noite.A ressaca e o cansaço foram colocados de lado devido à adrenalina de acordar com uma desconhecia e a notícia da nevasca, ao sentar e finalmente relaxar enquanto assistia ao filme, devo ter pegado no sono também. Lembro de acompanhar os créditos finais enquanto pensava sobre ter aquela estranha mulher dormindo praticamente em cima de mim.Carter devia estar muito cansada, uma vez que havia dormido antes de mim. Levantei o mais delicadamente que pude e segui até meu quarto para pegar um cobertor extra e um travesseiro para ela. Ao retornar para a sala, cobri seu corpo e ajeitei o travesseiro embaixo da sua cabeça, seus olhos abriram momentaneamente e um sorriso se fez em seus lábios, mas logo caiu e os olhos fecharam novamente, um suspiro cansado escapou e ela estava dormindo novamente. Levantei e caminhei até o meu quarto me esforçando para não olha
Acordamos com o telefone tocando.Era o meu.Era a minha mãe.— Porra! Porra!— Alguém já te disse que você fala muito essa palavra? — Carter ronronou ao meu lado enquanto eu me sentava e criava coragem para atender.— É minha mãe. Eu deveria estar em Jérsei neste final de semana, mas, obviamente, não fui. — Passei a mão nos cabelos me preparando para um longo sermão.Minha mãe tinha uma mania muito inconveniente de sempre achar que podíamos dar um jeito em tudo, inclusive em uma tempestade de neve.Ainda conseguia me lembrar de quando ela desenvolveu teses para Rose conseguir se equilibrar com Jack em cima da porta flutuante em Titanic.— Oi, mãe. — Estou muito brava. Semana que vem quero você aqui, Alexander.E ela desligou.Eu não esperava por isso
Quarta-feira.Cinco dias com Caterine dentro da minha casa.A neve não dava trégua e eu estava muito feliz com isso. Cinco dias parecem pouco, mas experimente conviver com uma pessoa vinte e quatro horas por dia. Apenas com ela. Converse com ela, faça refeições com ela, faça sexo com ela e veja o que acontece.Nunca mais condenarei as pessoas que se trancam em casas de reality shows. Nunca mais.Carter já era uma amiga. Tudo bem, uma amiga que eu fazia sexo, mas ainda uma amiga. Criamos uma pequena rotina, cozinhávamos juntos, conversávamos sobre as mais diferentes coisas e, incrivelmente, concordávamos sobre muitas coisas.Eu a ensinei a jogar pôquer quando achei meu baralho. Ela me ensinou a fazer um doce com bananas, açúcar, queijo e raspas de laranja. Eu parei de resmungar sobre a janela e ela parou de me chamar de resmungão ou bebê chor&atild
— Mais... forte... — pediu ofegante enquanto eu investia cada vez mais forte.Essa mulher ainda me mataria de alguma forma, e eu não me importava.Nossas pélvis se batiam de forma violenta e nossos corpos suavam em pleno inverno de Nova Iorque, o rosto dela estava vermelho e seus olhos brilhavam mudando de tonalidade para um verde mais escuro.Puxei sua perna por trás do joelho e a encaixei em minha cintura, entendendo o recado ela ajeitou a outra cruzando as duas e grudando ainda mais nossos corpos. Quase ergui seu corpo com o tamanho da investida que dei, ela gemeu alto e nesse momento eu nem me importei mais com o que os vizinhos poderiam pensar. Faltava pouco para ela ir embora e eu queria tudo que poderia pegar dela.Egoísta do caralho.Era sexta-feira e a neve começava a dar trégua. Carter e eu apenas olhamos pela janela na quinta à noite e silenciosamente vimos que o nosso tempo es
Eu estava bravo.Eu estava muito, mas muito bravo mesmo.Por que diabos ela tinha ido embora daquele jeito?Olhei para o seu recado engraçadinho no espelho sentindo que estava a ponto de explodir enquanto tentava entender por que ela faria algo tão rude.Entender por que ela tinha ido embora, por que ela não havia se despedido, por que ela não tinha aberto mais da sua vida para mim.Saí do banheiro e fui para a sala, eu ficaria careca em breve, se antes eu mexia nos meus cabelos, naquele momento eu estava os arrancando de frustração, me aproximei da janela, descansado minhas mãos e cabeça nela e olhei para baixo. A rua estava movimentada, pessoas e carros passavam lá embaixo. A neve se foi e todos voltavam com as suas vidas normalmente enquanto eu só conseguia pensar:Não tivemos mais tempo.Ela não deixou nem o seu telefone.