José acenou com a mão e disse:— Sem pressa.Era só um casaco, ele tinha outros no guarda-roupa.— Vou pegar algumas roupas para trocar, logo preciso voltar para o laboratório. — Ele falava com um tom nasal bem-marcado e ainda usava uma máscara, deixando claro que estava com um resfriado forte.— Espere um pouco.Júlia entrou novamente em casa e voltou com uma garrafa térmica na mão:— Isso é chá de gengibre que preparei ontem. Lembre-se de beber enquanto ainda está quente.Ao ouvir a palavra ‘gengibre’, José franziu a testa sem que Júlia notasse.Ela continuou:— No saco tem remédios para gripe, são os comuns. As instruções estão na caixa.José não costuma ficar doente, hesitou ao ouvir isso e quase devolveu a garrafa térmica. Mas ouviu Júlia dizer:— Afinal, foi por minha causa que você ficou gripado.Ele então recolheu a mão que estava prestes a devolver a garrafa.E olhou para o relógio e viu que o tempo estava se esgotando:— Obrigado, vou tomar o chá de gengibre e os remédios.A
Júlia percebeu a confiança dele e franziu a testa, estava prestes a dizer algo, quando uma voz soou de repente:— Júlia?!André estava passando por ali depois de um almoço com amigos e, ao olhar pela janela do café, viu Lucas e Júlia juntos?!Um café… definitivamente era um lugar para casais.Ele achou que seus olhos estavam pregando peças, mas, não! Era mesmo eles!Sinceramente, embora soubesse que Lucas podia estar interessado na mulher de um amigo, André ainda estava surpreso. Afinal, Lucas já tinha feito coisas ainda mais escandalosas antes. Mas que Júlia aceitasse, isso o deixou de boca aberta.O olhar de André oscilou entre os dois, com uma expressão complicada, sem saber ao certo o que dizer.Júlia desistiu de continuar a conversa e forçou um sorriso antes de acenar para André e sair.Assim que ela saiu, André tomou o lugar dela, olhando diretamente para Lucas:— E aí, tá falando sério?Lucas respondeu calmamente, tomando um gole de café:— Sério sobre o quê?— Mas, olha, Júli
Mas no fundo, André ainda achava errado o que Lucas estava fazendo. Dois amigos brigando por uma mulher, e ainda por cima foi Lucas quem deu o primeiro passo. Onde isso ia parar?Lucas deu de ombros, sem se importar:— Não precisa me convencer, André. Não sei o resultado até que eu tenha experimentado....Após sair do café, Júlia deu uma volta no shopping e comprou um cachecol novo e um casaco de lã. Em seguida, foi ao supermercado fazer compras. Quando saiu, o céu já estava escurecendo.No inverno, ao anoitecer mais cedo, ela acelerou o passo para casa.Quando finalmente chegou ao prédio, já estava completamente escuro.De repente, uma figura saiu de uma viela escura. Ela pensou que fosse um vagabundo, e sentiu um calafrio percorrer sua espinha, todos os pelos do corpo arrepiados.Mas ao perceber que era Rafael, ela soltou um suspiro de alívio. No entanto, ao ver que ele estava com um cheiro forte de álcool e cambaleando, sua testa se franziu ainda mais.Rafael estava esperando ali
Naquela noite, ela usou a desculpa de estar se sentindo mal e foi dormir sozinha no quarto de hóspedes. Ela temia que, se ficasse mais um segundo no quarto principal com aquele homem, não conseguiria segurar o impulso de vomitar.Aquela noite foi realmente escura. O vento era gelado. E as lágrimas não paravam de cair.No dia seguinte, ela marcou uma consulta com uma ginecologista de hospital para fazer um check-up completo. Felizmente, não havia nada de errado.Depois disso, ela passou a evitar qualquer contato físico com Rafael, e ele nem percebeu que algo estava errado.Ficava tão ocupado ‘se alimentando’ fora que nem percebia que em casa a ‘cozinha’ já estava fechada há tempos.Júlia olhou para ele com desprezo:— Eu realmente te acho nojento, então, pode se afastar de mim?Rafael ficou sem ar, como se alguém estivesse apertando seu pescoço. Naquele instante, ele mal conseguia encará-la nos olhos.Então, ela sabia de tudo…O céu começou a chover levemente de novo.O vento frio sibi
Ela finalmente voltou!Vestindo aquela camisol sensual que ele mais adorava, com um perfume encantador e um charme quase sobrenatural.Dessa vez, ele não a deixaria escapar!Com um movimento rápido, Rafael a pressionou contra o colchão e a beijou intensamente, murmurando com carinho:— Jú… Jú…“Você finalmente me perdoou.”…A noite foi caótica, o barulho só cessou no meio da madrugada.O homem caiu no sono com satisfeito.No dia seguinte, quando acordou, Rafael massageou instintivamente as têmporas latejantes, como se agulhas estivessem perfurando sua cabeça.No entanto, no segundo seguinte, ele sentiu algo quente sob o cotovelo e congelou.Virando a cabeça, viu Viviane deitada ao seu lado.Os dois estavam completamente nus, cobertos pelo mesmo lençol.Havia marcas vermelhas no pescoço da garota, e suas bochechas ruborizadas brilhavam com uma vivacidade que só podia vir de uma noite intensa.Rafael sacudiu a cabeça, enquanto flashes das cenas quentes da noite anterior começaram a toma
Já era noite quando Rafael terminou de lidar com a pilha de trabalho. De repente, recebeu uma ligação de André:— Rafael, faz tempo que a gente não se encontra. Vamos sair para tomar uma?— Claro.Rafael saiu do escritório, trocou de roupa e desceu as escadas. Quando chegou ao andar de baixo, viu Viviane entrando pela porta da frente, trocando os sapatos na entrada.Quando os olhares se cruzaram, ambos ficaram surpresos.Rafael perguntou:— O que você está fazendo aqui?— Amor, você vai sair?Rafael assentiu.Viviane mordeu os lábios, claramente desconfortável:— Então… eu vim na hora errada?O homem permaneceu em silêncio.Ela continuou:— Eu… Eu só vim depois da aula, não faltei. Ontem você foi tão forte… que eu fiquei um pouco inflamada, o dia inteiro me sentindo mal… não tive coragem de ir à farmácia comprar remédio, com medo de que rissem de mim. Aí lembrei que na caixa de primeiros socorros da casa tem alguns analgésicos, por isso vim até aqui…Ela se explicava gaguejando, temend
Ao ouvir o barulho, André correu para a porta para receber os recém-chegados. Mas na próxima cena, Rafael entrou… com Viviane?Esperar! André engoliu em seco confusamente.Rafael cumprimentou com uma expressão neutra:— André.André começou imediatamente a servir bebidas e frutas:— Rafa, se senta…Mais tarde, depois que Viviane foi ao banheiro, André não pôde mais conter a curiosidade:— Rafa, o que está acontecendo? Vocês não tinham terminado? Por que ela está aqui?Com alguns copos de bebida já consumidos, o olhar de Rafael estava um pouco turvo:— Ela ainda é jovem, precisa de tempo. Ela pode não aceitar isso de uma vez.André mal conseguiu disfarçar o desconforto e pensou:“Sério? Ela já é universitária, e ele ainda acha que é jovem demais?”— Rafa, você tá perdido! — Ele perguntou ainda. — Então, e a Júlia? Não pensa em tentar de novo com ela?Se fosse esse o caso, Lucas não ficaria feliz da vida?Ao ouvir o nome de Júlia, Rafael sentiu uma pontada no coração:— Quem disse que
Rafael bateu a porta novamente, com um tom de voz cada vez mais impaciente:— Eu sei que você está aí. Abre a porta, vamos conversar.Silêncio.— Júlia! Você está me ouvindo?…Mais silêncio.— Muito bem, Júlia. Isso mesmo. Não vai abrir, é? Acha que não vou entrar só porque não abriu a porta?A paciência de Rafael estava se esgotando, passando de apelos calmos para uma raiva crescente.Quando ele finalmente desistiu e se virou para ir embora, se deparou com um olhar frio e firme.Rafael parou com surpreso, e franziu as sobrancelhas.Na escada escura e estreita, José estava parando alguns degraus acima, parecendo que tinha acabado de chegar. A essa hora, ele só podia estar ali por um motivo, e não era difícil adivinhar qual.Depois da confusão causada por Lucas, e agora com a presença inesperada de José, Rafael começou finalmente a perceber que a quantidade de ‘rivais’ em torno de Júlia não era brincadeira.Depois daquele dia, Rafael se acalmou e em seguida, ele mandou investigar o pa