Bruno levantou um canto da boca e foi atrás dela.A namorada terminou um relacionamento, não merece um pouco de atenção?...Matheus voltou desanimado para o jantar, forçando um sorriso para continuar oferecendo brindes aos figurões.Viviane não queria mais saber dele, e nem cedia às chantagens, então essa reunião era sua última chance.Ele ergueu o copo e disse:— Sr. André, nos encontramos algumas vezes, mas hoje é a primeira vez que posso fazer um brinde. Espero que possa me dar uma mão no futuro.Nas reuniões anteriores, Matheus nem sequer conseguia se aproximar dos grandes empresários, muito menos fazer um brinde.André cruzou os braços com um meio sorriso: — Matheus… como é mesmo o seu sobrenome?— Matheus Castro.— Isso, Castro. Bom de bebido, né?— Imagina, só consigo tomar umas poucas, não sou muito resistente.— Ouvi dizer que você está aqui para concorrer ao papel de coadjuvante na série de alto orçamento que o Sr. Sérgio está produzindo?Matheus ficou sério:— Qual o seu p
Ela disse:— Você está errada aí. Dos outros eu não sei, mas eu mesma tenho um coração de pedra.Bruno não segurou e riu.Patrícia olhou para ele insatisfeita:— Por que está rindo tanto?— E o que eu deveria fazer? Chorar?— Claro, até te dou um lencinho.Bruno pegou o isqueiro, e Patrícia fez um sinal com a mão. Ele o entregou, achando que ela estava sendo gentil e iria acender seu cigarro. Mas, ao invés disso…Uma tapinha!Patrícia bateu na mão dele: — Quero o cigarro! Para que eu quero um isqueiro? Você não entende nada…Bruno ficou confuso.Ele acendeu seu próprio cigarro primeiro. Desta vez, sem precisar de uma segunda dica, Bruno estendeu o isqueiro e, cuidadosamente, acendeu o cigarro para ela.A chama iluminou o rosto de Patrícia. Ela inclinou a cabeça, prendendo o cigarro entre os lábios, com uma marca de batom ficando no filtro. Bruno ficou ali, ao olhar isso, ficou um pouco perdido.Patrícia falou de repente:— Ei, pode apagar o fogo.— Hã? Ah!Ele guardou o isqueiro no
Bruno franziu a testa, ele claramente não estava no clima para aquilo:— Não precisa, pode levá-la.O gerente manteve o sorriso, acenou para Sônia e os dois saíram sem hesitar.Já do lado de fora, um pouco afastados.Sônia perguntou, com uma mistura de dúvida e decepção:— Você não disse que o senhor geralmente pede companhia feminina quando fica hospedado aqui? Por que hoje…O gerente deu uma risada sarcástica:— Normalmente é assim, mas há exceções. Você acha que todo homem em hotel só pensa nessas coisas?— Mas eu…Ela mordeu o lábio. Era uma oportunidade que ela tinha esperado por tanto tempo.O gerente sorriu um pouco:— O que você quer ou espera não importa. O que importa é o que o senhor deseja. Azar o seu, ele já deve estar satisfeito, não quer ‘sobremesa’. Aceite isso, garota. Para ele, você não é nada de especial.Sônia engoliu seco, com os olhos brilhando de raiva contida.Enquanto isso, Patrícia relaxava na sua suíte. Depois de um banho quente e de secar o cabelo, ela ouviu
A luz da lua fluía como água, e a noite era silenciosa.Na manhã seguinte, às nove horas, Bruno acordou e foi procurar Patrícia Cardoso.Estava prestes a bater na porta do quarto em frente quando esta se abriu de repente.Ele viu um homem jovem parado na porta, com os cabelos levemente desarrumados, claramente recém-acordado e prestes a sair.Os dois se encararam, seus olhares se cruzaram.Bruno ficou completamente atordoado.Em comparação, o homem parecia muito mais calmo; fez um leve aceno de cabeça, gesticulou para que ele ficasse em silêncio e apontou para dentro do quarto: — Fale baixo, ela ainda está dormindo.Depois disso, saiu tranquilamente.Bruno ficou parado no corredor, em choque, por uns bons trinta segundos antes de reagir:— Droga!Patrícia, na cara de pau, estava no hotel dele, no quarto que ele tinha reservado, do outro lado do corredor, debaixo do nariz dele… com outro homem?!Bruno entrou no quarto, fechando a porta com força, na esperança de fazer barulho.Infelizm
Ela continuou a falar:— Por que está me olhando assim? Anda logo, estou morrendo de sede!Bruno se levantou resignado.Depois de um copo de água gelada, Patrícia finalmente despertou por completo.Ela perguntou:— Você queria falar comigo? Esperou tanto tempo, que vergonha…Enquanto ele foi pegar a água, ela aproveitou para se vestir e dar uma olhada no relógio.Já eram 11 horas!Bruno respondeu:— Vergonha? Você, Patrícia, sentindo vergonha? Você é a cara da vergonha na cara!Era como se um balão tivesse estourado dentro de Bruno. Ele estava segurando as pontas até, mas agora todas as emoções vieram de uma vez.Ele continuou:— E ainda tem a audácia de mandar eu buscar água? Por que não vira santa, hein?E depois disso, ainda xingou baixinho.Patrícia franziu a testa:— Você está de mau-humor? Que bicho te mordeu?— Não vai me explicar quem era aquele homem hoje de manhã?— Explicar o quê? Você explica cada mulher com quem dorme?Bruno travou:— Eu… eu sou seu namorado, certo? Pelo m
— Frase anterior.— Foi o senhor quem ordenou…— Mais uma antes dessa.O gerente respondeu nervoso: — O check-out do quarto 1901?Bruno ficou surpreso: — Ela já fez o check-out?!— Fez, sim… há uns dez minutos.— Droga! Mande todas aquelas mulheres embora! Só de olhar já me irrito!O gerente ficou mudo: “Mas foi você quem pediu isso no telefone antes…”Aqui, era pura emoção e drama. Já para Júlia, tudo seguia como sempre, calmo e previsível.Às sete da manhã, ela acordou naturalmente.Preparou o café da manhã e saiu para comprar verduras.Às nove, ao voltar do mercado e entrar em casa, ouviu a voz surpresa de Gustavo:— Não sabia que, além de ser excelente em pesquisa, você também tem talento para cuidar de plantas!Enquanto trocava os sapatos na entrada, ela parou por um momento.Dois segundos depois, um timbre familiar veio da varanda:— Imagina, senhor, você está exagerando.Era José.Júlia levou os legumes para a cozinha, serviu duas taças de uma sopa de pera que havia feito pel
Uma memória repentina atacou Júlia de surpresa, deixando-a sem palavras.Aquela pessoa teimosa, que segurava o colarinho de alguém sem soltar, era ela mesma?Ao encontrar o olhar brincalhão do homem, ela ficou tão envergonhada que parecia querer sumir.José perguntou: — Lembrou?— Desculpa, eu…José a interrompeu: — Essa pergunta precisa mesmo ser feita? Claro que não pode. Quem aceitaria levar um tapa na cabeça? Não sou um instrumento de percussão. E você mesma não disse que bater na cabeça pode deixar a pessoa mais burra?Com uma frase, ele dissolveu metade do constrangimento de Júlia.Júlia murmurou:— Mas você bateu na minha cabeça…Agora que a parte final da memória voltou, as cenas iniciais começaram a ficar mais nítidas. Na verdade, foi ele quem começou…José ficou sério: — Ainda mantenho o que disse: pode beber, mas com moderação.— Sim, claro.Júlia não ousou discordar, balançando a cabeça obedientemente como uma criança que levou bronca.Gustavo voltou da pia, onde lavava
Camila ficou sem palavras.Não bastava elogiar outra pessoa, tinha que se incluir na conversa também.Naquela tarde, por volta da uma hora, José estava prestes a sair.Gustavo, que estava no quintal revirando a terra, levantou a cabeça ao perceber o movimento e chamou:— Jú, acompanhe meu mano até a saída!José parou no meio do caminho, ficando visivelmente desconfortável com a fala.Júlia levantou-se rápido do sofá, um tanto sem jeito:— Pai, não inventa isso de ‘mano! Professor, eu te acompanho.José assentiu com um sorriso.Enquanto ele saía, Gustavo murmurou com um tom quase ofendido:— Você não disse da última vez que queria que ele me chamasse de mano? Agora fica confundindo as coisas…...O tempo passou, e já fazia quinze dias que Gustavo e Camila estavam hospedados na Cidade J. Júlia achava que era o momento certo para colocar um plano em ação, era para marcar um encontro entre ela e o editor Pedro.Ela disse:— Mãe, na verdade, tem outro motivo para eu ter trazido você e o pa