Mesmo com muitas dúvidas se fazia o certo ao envolver a esposa nos assuntos da guerra, deixando a dama de companhia da esposa na biblioteca, junto com Gael, Selene e Ayala, Cedric seguiu todos para o salão de magia da feiticeira. Seguiram para uma parte diferente a que Selene esteve ao se encontrar as escondidas com os conselheiros.Sendo a primeira vez que entrava naquela parte, cheios de poções, vidrais e um teto de vidro que dava acesso ao céu ao centro de uma mesa, Selene, olhava tudo com fascínio, esquecendo por algum tempo seu receio do que aconteceria.— Fico feliz que tenha entendido a necessidade do nosso povo, rainha Selene! — Gael disse baixo quando Cedric e Ayala se afastaram para falar do procedimento.O comentário à meia voz deixou Selene incomodada. Dando um sorriso amarelo, assentiu e caminhou até o marido, mantendo uma distância sutil do estrategista.A verdade que no reino as únicas pessoas que confiava eram Cedric e Tristan. O que era irônico, uma vez que, ao aceita
Por um instante, Ayala Trever ficou encarando a face inesperadamente tranquila de Selene, chocada, pois não esperava que a outra se oferecesse para continuar. Gael também se surpreendeu. Sempre considerou Selene uma princesinha tola e mimada, que custava o tempo e esforço de Ayala em aulas que a jovem não se esforçava o mínimo para aprender. Mas agora via que havia na jovem mais do que imaginou: Selene possuía coragem e comprometimento com o povo. Tinha mais que Cedric naquele momento delicado do reino. Olhou para Selene com preocupação. O procedimento de extração era arriscado, especialmente para alguém tão jovem e com poderes tão intensos como Selene. Cedric se revoltaria caso algo ocorresse sem a presença dele. Fora a repetição da desobediência que o ofendeu quando Selene iniciou os treinamentos de magia com Grend. — Acredito que devemos esperar por Cedric — Ayala insistiu com seriedade, tentando convencer Selene a adiar o procedimento. Selene, no entanto, estava determinada a
Finalizando a avaliação do estado de Selene, Ayala respirou aliviada ao constatar que somente dormia.Aproximando-se do altar, Gael encarou a feiticeira com frustração. Precisava que extraísse o máximo de poder antes que Cedric voltasse com suas tolas exigências.— Retire mais magia lunar, Ayala. Não podemos perder tempo — argumentou com a voz carregada de urgência.— Selene precisa de descanso para repor a magia. Conversarei com Grend para acelerar a recuperação — declarou preocupada, estalando os dedos para quebrar os sigilos de silêncio. — Peça para Patry chamar um soldado para levar Selene às acomodações reais.Analisando Selene adormecida, Gael franziu o cenho, visivelmente frustrado com a situação. Estava acostumado a lidar com estratégias e planos de batalha, sem nunca se preocupar com o bem-estar pessoal dos soldados para os quais repassava as informações.— E se não tivermos tempo para esperar? E se Magdala atacar antes que tenhamos poder suficiente para conter seus ataques?
Sem se importar com o que Patry tinha a dizer, precisando ver a esposa e saber o que tanto enchia todos, até o corvo, de ansiedade e preocupação, Cedric atravessou o quarto apenas para encontrar Selene pálida e adormecida no leito. O estado dela estava semelhante de quando salvou a vida dele do maléfico artefato lançado por Kinur.Foi para junto dela, ajoelhou-se ao lado da cama e segurou a face de Selene, sentindo-a igual da outra vez, morbidamente gelada. Em desespero, a chamou diversas vezes, mas não obteve qualquer resposta, como o que ocorreu no tempo em que ela esteve lutando contra a magia sombria.— Majestade...— O que houve com Selene? Porque não me informaram que ela está doente? — perguntou se erguendo e voltando-se furioso para Patry.Os olhos flamejantes entregavam a vontade de retaliar quem permitiu que Selene ficasse naquele estado e não o comunicou.— A rainha Selene está assim desde que Vossa Majestade partiu para a guerra.— Como assim? Quando sai daqui ela estava p
Como prometido a Cedric, toda magia lunar extraída de Selene foi entregue para ajudar o exercito da nação de Eszter de diversas formas para conter o inimigo e vencer a guerra. Na muralha seu efeito impressionou antes mesmo do retorno do Rei.O feitiço lançado pela nação de Magdala, que transformou aliados de Eszter em inimigos bradando a favor de Phelix Volun e pela queda do reino de nascença deles, foi curado pelas esferas de cura criadas pela Feiticeira Dourada a partir da magia de Selene.A transformação foi imediata. A névoa purpúrea dissipou-se e os olhos antes cheios de ódio se encheram de confusão e depois de reconhecimento. Os aliados voltaram a enxergar os soldados de Eszter como irmãos de armas, e não mais como inimigos. As espadas se voltaram para os inimigos certos, aos comparsas do Rei Perverso entre eles, e a muralha se viu livre do cerco.Após o retorno, os equipamentos, esferas e elixires de cura foram passados para os soldados espalhados pelo território, carregando as
O calor emanando de Cedric era muito alto, as labaredas queimando com força ao redor dele, mostrando que estava claramente e extremamente furioso. Os insitente pedidos dos nobres o deixou irritado ao extremo, ao ponto que seu descontrole obrigou a sempre quieta nas reuniões, Feiticeira Ayala Trever dizer alto para alertá-lo:— Diminua a magia saindo de seu centro elemental.— Acabará queimando o salão real conosco dentro — Gael se juntou aos avisos para refrescar a mente do rei.Encarando-as com fúria por um instante, pois estava naquela situação por causa deles, um que incitou os nobres e a outra por extrair mais do que devia da magia de Selene, Cedric inspirou fundo, trazendo para dentro a magia irradiando em chamas. Sem expor o que achava da opinião deles, fechando os olhos recolheu sua raiva e magia, puxando as duas para dentro de seu centro elemental até extingui-las por completo por fora.Ao reabrir os olhos, as íris estavam novamente com a coloração normal. Notou que que as tel
Seguindo as ordens de Cedric, antes do entardecer o salão real estava preparado para a coroação de Selene. Havia várias flores Lilium bulbiferum, retiradas da Montanha do Corvo, decorando cada canto do salão e das escadas de acesso, um pedido de Cedric, por se tratarem das preferidas de Selene. Um longo tapete vermelho com flores negras desenhadas se estendia até o trono, o queimado abaixo do trono foi retirado expondo o lustroso chão. Um segundo trono foi colocado à esquerda do pertencente ao rei, sendo enfeitado com o estandarte de Eszter, de fundo vermelho com o Corvo negro em voo sobre três estrelas douradas. Nos extremos, a partir do longo tapete, vários moradores da fortaleza aguardavam nos bancos de madeira colocados para a cerimônia. Fora do palácio havia ainda mais súditos observando as telas de água, ansiosos em ver o que aconteceria no interior do salão real durante toda a coroação de Selene. Nos campos de batalha também seguiam a indicação de deixar as telas aquáticas mo
A urgência do inesperado e breve pedido de ajuda do elfo Grend fez Cedric mandar Ayala informar-se sobre o que ocorria na montanha, ordenar para Gael juntar os soldados e depois seguir para o quarto com Selene. Precisava trocar as roupas da cerimônia pela armadura e voltar ao campo de batalha, dessa vez no último lugar que imaginava que a luta ocorreria. — Peça um guisado de javali para a rainha — Cedric ordenou para Patry ao entrar nas acomodações reais. Colocou Selene delicadamente sobre a cama e sentou ao lado dela. — Selene, voltarei ao campo de batalha, peço que espere por meu triunfo e prometo que quando voltar com a vitória, entraremos em um longo tempo a sós — pediu fazendo essa proposta com um sorriso sedutor, se inclinando para beija-la com carinho, sentindo o calor e maciez dos lábios amados. Ainda amortecida pelos efeitos da poção do sono, Selene lamentou que a guerra tivesse avançado até a Montanha do Corvo. — Me leve com você... — pediu suavemente, desejando que aten