O calor emanando de Cedric era muito alto, as labaredas queimando com força ao redor dele, mostrando que estava claramente e extremamente furioso. Os insitente pedidos dos nobres o deixou irritado ao extremo, ao ponto que seu descontrole obrigou a sempre quieta nas reuniões, Feiticeira Ayala Trever dizer alto para alertá-lo:— Diminua a magia saindo de seu centro elemental.— Acabará queimando o salão real conosco dentro — Gael se juntou aos avisos para refrescar a mente do rei.Encarando-as com fúria por um instante, pois estava naquela situação por causa deles, um que incitou os nobres e a outra por extrair mais do que devia da magia de Selene, Cedric inspirou fundo, trazendo para dentro a magia irradiando em chamas. Sem expor o que achava da opinião deles, fechando os olhos recolheu sua raiva e magia, puxando as duas para dentro de seu centro elemental até extingui-las por completo por fora.Ao reabrir os olhos, as íris estavam novamente com a coloração normal. Notou que que as tel
Seguindo as ordens de Cedric, antes do entardecer o salão real estava preparado para a coroação de Selene. Havia várias flores Lilium bulbiferum, retiradas da Montanha do Corvo, decorando cada canto do salão e das escadas de acesso, um pedido de Cedric, por se tratarem das preferidas de Selene. Um longo tapete vermelho com flores negras desenhadas se estendia até o trono, o queimado abaixo do trono foi retirado expondo o lustroso chão. Um segundo trono foi colocado à esquerda do pertencente ao rei, sendo enfeitado com o estandarte de Eszter, de fundo vermelho com o Corvo negro em voo sobre três estrelas douradas. Nos extremos, a partir do longo tapete, vários moradores da fortaleza aguardavam nos bancos de madeira colocados para a cerimônia. Fora do palácio havia ainda mais súditos observando as telas de água, ansiosos em ver o que aconteceria no interior do salão real durante toda a coroação de Selene. Nos campos de batalha também seguiam a indicação de deixar as telas aquáticas mo
A urgência do inesperado e breve pedido de ajuda do elfo Grend fez Cedric mandar Ayala informar-se sobre o que ocorria na montanha, ordenar para Gael juntar os soldados e depois seguir para o quarto com Selene. Precisava trocar as roupas da cerimônia pela armadura e voltar ao campo de batalha, dessa vez no último lugar que imaginava que a luta ocorreria. — Peça um guisado de javali para a rainha — Cedric ordenou para Patry ao entrar nas acomodações reais. Colocou Selene delicadamente sobre a cama e sentou ao lado dela. — Selene, voltarei ao campo de batalha, peço que espere por meu triunfo e prometo que quando voltar com a vitória, entraremos em um longo tempo a sós — pediu fazendo essa proposta com um sorriso sedutor, se inclinando para beija-la com carinho, sentindo o calor e maciez dos lábios amados. Ainda amortecida pelos efeitos da poção do sono, Selene lamentou que a guerra tivesse avançado até a Montanha do Corvo. — Me leve com você... — pediu suavemente, desejando que aten
Com o colar de brilho azulado dado por Mamba cercando seu pescoço, montando em sua hidra, Phélix observava na parte alta do relevo a luta entre seus aliados e os elfos e criaturas da montanha. Ao seu lado, em pé no chão pedregoso, estava o feiticeiro, como sempre com a serpente verde envolta dos ombros.Quase tinha recuado quando o feiticeiro propôs invadirem a Montanha do Corvo. A lenda envolta daquele lugar, sobre pessoas morrendo em questão de horas após entrar nela, lhe causava certo receio. Porém, saber que seu exército estava a ponto de ser derrotado e jamais conseguiria Eszter removeu a cautela, cercando-o de fúria.~— Temos que fazer alguma coisa! — esbravejou indignado. — Esqueça aquela montanha. Tem que dar ainda mais magia para nosso exercito eliminar aquele corvo maldito — ordenou aborrecido.— Sei que na montanha conseguiremos um poder maior — Mamba declarou. — O Corvo se armou com a magia lunar. Nenhuns dos nossos ataques surtem efeito agora. Falei que Selene seria útil
Mesmo com todo o poder da magia lunar de Selene e os melhores soldados ao seu lado, a situação no campo de batalha não estava a favor de Eszter.Antes partir para a montanha, Cedric ordenou que ninguém podia contar à Selene sobre a situação de guerra. No entanto, um soldado da muralha, em contato com os que foram para a montanha, apressou-se a informar Gael e a Feiticeira Ayala Trever sobre o que ocorria e os conselheiros perceberam que só havia uma forma de obter novamente a vantagem.Ignorando a ordem, por acha-la absurda e inútil, a Feiticeira Ayala Trever marchou para a ala das acomodações reais, direto para o quarto ocupado pelo casal.— Como vai, soberana rainha de Eszter?Torcendo a boca diante do título pomposo e desnecessário ali, Selene pediu:— Pode me chamar só de Selene.— Sou uma mulher de tradições, rainha, gosto de respeitar cada detalhe que é importante ao reino de Eszter — indicou, fazendo Selene assentir, lembrando que sempre a ouvia chamar Cedric de Vossa Majestad
Assentindo, pois Selene aprendeu nas lições de Grend que o procedimento em curto intervalo poderia causar sua morte, sem se sentir arrependida de concordar com o pedido da Feiticeira Ayala Trever, falou: — O faço por amor, um tão forte que levarei comigo para esse plano. Se o pior ocorrer, esperarei em paz o dia que Cedric se unirá a mim... O importante é que o amei e recebi o amor dele de volta, o que por tanto tempo pensei que era indigna de recebê-lo — declarou com um sorriso suave. — Mas se não ocorrer, se tudo der certo, conseguirei a justiça que prometi a você e aos elfos mortos por Mamba — indicou, mostrando que o cenário podia ser bom ao final. Myra acariciou seu cabelo, com tamanha tristeza no olhar que Selene sentiu em si a dor dela. Com um sorriso triste, indicou com voz fraca, tão baixa que Selene não ouviria se não estivesse próxima dela: — Seu pai dizia me amar e no fim a ambição venceu. O amor é maravilhoso, mas mostrou-se ser meu fim e pode ser o seu também — avisou
Selene sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao perceber que estava diante de Eriz, a troca-formas que a havia sequestrado anteriormente. Seus olhos azuis se estreitaram ao analisar a figura de pele clara, cabelo e olhos esverdeados diante de si.— Onde está Patry? — Selene questionou, tentando manter a calma apesar do receio da resposta.Eriz riu com desprezo.— A dama de companhia não está mais aqui. A matei e tomei seu lugar há meses — anunciou com um sorriso cruel nos lábios.Com o coração apertado de tristeza e raiva, Selene parou de recuar devagar em direção à conexão dos quartos. Patry foi uma amiga e presença reconfortante em meio ao caos que sua vida se tornou, e agora estava morta, vítima da crueldade de Mamba e sua comparsa.— Por que fez isso? Ferir uma inocente? — perguntou, lutando para controlar o tremor na voz.A troca-formas deu de ombros, como se aquilo não fosse importante.— Depois de você escapar do meu ataque e o Corvo te colocar aqui, a única opção foi encont
Usando a magia que a levava diretamente para perto do líder dos elfos da montanha, se materializando em meio a uma intensa luta, Selene procurou por Grend.Por toda parte havia elfos da floresta, soldados, orcs, driders e toda espécie de criaturas místicas lutando. Muitos estavam no chão, mortos ou debatendo-se com sangue e saliva saindo da boca, os corpos ressequidos como se sugados até os ossos.Identificou Grend a poucos passos, de costas para ela e em cima de um cervo, liderando seus guerreiros. A coroa de galhos e folhas brilhava sob a luz do sol atravessando a folhagem das árvores altas, suas mãos se moviam com rapidez, pegando flechas que enchia de magia solar antes de disparar, dizimando fileiras inimigas.Selene avançou pelo campo de batalha, a magia pulsando ao seu redor. Enchendo as mãos de uma grande quantidade de magia, moveu-se em direção a Grend, preparada para afastar qualquer um que a impedisse. Justamente por isso, ao ter o braço agarrado, virou-se pronta para desfer