— Acho que ficará mais fácil se eu te começar desde o início, desde antes de eu nascer. - sua voz ecoou melodiosa e eu vi seus olhos vermelhos se focarem para frente. Nathaniel estava virado para a televisão, mas seus olhos não a miravam, eles estavam longe, perdidos em seus mais profundos pensamentos. Observei-o encostar seus cotovelos em sua coxa e entrelaçar seus dedos embaixo de seu queixo. — Segundo Nicholas, minha mãe apareceu aqui no bar dele em busca de emprego. O bar do Nicholas não está escondido aos olhos dos humanos, mas mesmo assim só entra quem sabe da existência, pois por conta da clientela Nicholas lançou um feitiço no bar para manter humanos desavisados longe. Mas com a minha mãe isso não funcionou. Ele acha que o desespero dela em arrumar algum trabalho era tanto, que ela passou por cima dos avisos de perigo que o corpo automaticamente manda quando estamos por perto. Algo do tipo que aconteceu com você. - ele sorriu mini
— Por favor... - sua voz saiu baixinha e ela se inclinou no sofá, imitando a pose de Nicholas e encarando-o atentamente. Olhei para Nathaniel e o mesmo deu de ombros. — E eu não estava apaixonado pela Louise. - ele rolou os olhos encarando-a. — Ela era uma pessoa incrível e não foi difícil de encantar até o mais terrível dos monstros. E nesse caso eu estou falando de Lúcifer. - ele riu e dessa vez foi Nathaniel quem rolou os olhos. Observei meu demônio favorito fechar os olhos e encostar sua cabeça no encosto do sofá, como se não se importasse com a história, pois já tinha escutando-a muitas vezes. Eu, por outro lado, estava atenta a cada palavra que saia da boca de Nicholas. — Ela já sabia do nosso mundo e ele já sabia dela e ajudou nessa parte, permitindo que ela vivesse e continuasse com a sua vida, mesmo sabendo da gente. Demorei para perceber que ele estava interessado nela, pois L
— O que quer saber, Brenda? - seus olhos me avaliavam curiosamente e eu senti meu rosto ir esquentando a medida em que um sorriso malicioso se abria em seu rosto. — Pode esquecer! Não... - gritei por cima de suas gargalhadas histéricas e não me aguentei, quando vi eu estava gargalhando junto. — Por Deus! Como pode ser tão safada assim? — Você que me aparece com um demônio, bem gostoso por sinal, e eu que sou a safada? - me perguntou entre os risos e eu lhe taquei um travesseiro na cara. — Ai, doeu cretina! E seu chifrudo é gostoso, está bem servida amiga. - tive que rir da sua cara maliciosa. — E o Nick? Cara, a Frozen não fica atras não, hein... — Olha, dona Brenda você está me saindo uma bela de uma safada. E você que tem que me contar algo, pois eu estou vendo a senhorita com uma blusa masculina. E eu posso jurar que é do Nicholas.
— Alo? - minha voz estava ofegante ao atender.— Por que está ofegante? Aconteceu algo? - a inconfundível voz de Nicholas soou do outro lado da linha e eu rolei os olhos.— Não aconteceu nada! Eu só corri para atender ao telefone.— Já podemos voltar? Nathaniel está enchendo meu saco. - sorri sozinha ao escutar aquilo e ouvi ele xingar Nathaniel do outro lado. — Ok, ok ele não está enchendo o saco. - ri ao ouvir a voz dele. — Dá para parar de fogo?! Boiola...— Alo, Rose? - sorri como uma boba ao ouvir a voz de Nathaniel do outro lado da linha. — Conversou com a sua amiga? Estamos perto e... eu não queria deixar voc&ec
—Baixinha, vamos embora! Preciso te levar antes que o sol nasça. - Nicholas levantou-se de repente do sofá e olhou para minha amiga. Estávamos concentradas em um jogo muito bom de tiros, mas Brenda o pausou para olhar para ele.— Já?! Por que não posso fi... - minha amiga se calou com a intensa olhadela que ele lhe deu. Vi a sobrancelha do vampiro se arquear, do mesmo jeito que eu já vi muitas vezes Nathaniel fazer e um sorrisinho sacana nascer no canto de seus lábios. Minha amiga disfarçou um riso com uma tosse e deu um alto e demorado bocejo. —É mesmo, estou com sono. - rolei os olhos com aquilo e Nathaniel e Nicholas não seguraram a risada. — É bom que você tenha uma cama, Frozen. De preferência, uma grande e não um caixão. - ela lançou um olhar enviesa
— Lembre-se disso quando estiver lá e lute. - minhas mãos seguraram seu rosto, suas bochechas quentes esquentavam minhas palmas e percebi que seu rosto estava húmido. — Não desista, Nathaniel. Volte para mim, vivo! Porque eu te amo e preciso de você. Entendeu? - esperei que ele assentisse e puxei seu rosto de encontro ao meu. Seus dedos soltaram meus seios e eu o senti passar o polegar em minha bochecha, em um carinho gostoso. — Não se esqueça disso. Eu preciso... - solucei sob seus lábios agarrando seus braços.— Você é a minha vida, Rose. Eu amo você e te prometo que irei voltar. - sua voz estava embargada, mas ele se segurou bravamente. Assenti deixando as lagrimas salgadas deslizarem sem controle e mordi meu lábio inferior para evitar que o choro compulsivo saísse da
— Precisamos de um banho. - assenti para sua voz incapaz de achar a minha naquele momento e ele riu compartilhando meus pensamentos. — Eu não sei se consigo me levantar agora. - dessa vez foi eu quem riu e ele me acompanhou baixinho. — Você vai me matar qualquer dia desses.— Eu espero realmente que não. - murmurei esperando que meu corpo se acalmasse e constatando o quão eu estava esgotada. — Dessa vez eu não desmaiei. - ele riu esfregando seu nariz em minha pele.— Eu não suguei tanto a sua energia. Dessa vez eu consegui controlar mais. - explicou e eu assenti.— O que teria acontecido se a gente não tivesse transado? - perguntei de repente e vi suas sobrancelhas se juntarem em confusão.
Um mês depoisOs primeiros dias foram horríveis. Os piores da minha vida. Eu queria dizer que fui forte o suficiente para não me afundar em uma onda de tristeza e melancolia, mas não. Eu somente me deixei afundar em um buraco tão fundo que nada nem ninguém conseguia me tirar de lá.Era horrível. Eu o queria comigo. Falar o nome dele acarretava uma dor imensa em meu corpo, comparada a milhões de facas se enterrando em meu coração e sendo torcidas todas ao mesmo tempo. Era difícil pensar nele, mas ao mesmo tempo ele era tudo o que eu pensava.Pesadelos horríveis me faziam acordar gritando no meio da noite e eu tinha certeza de que estava fazendo da vida de Brenda e Nicholas um infer
Era como se o mundo estivesse em câmera lenta. Fiquei lá com o coração aos pulos, enquanto observava um Nicholas completamente desesperado se aproximar de Nathaniel e procurar por ferimentos. Rosnados e palavrões eram ecoados ao longe, mas nada captava meu interesse. Somente ele. Seus olhos completos por um vermelho brilhante se cravaram em mim e eu ofeguei em busca de ar. Ele estava ali. Ele voltou. Nathaniel tinha voltado para mim. Pisquei deixando que os primeiros soluços doloridos saíssem pelos meus lábios e observei Nathaniel empurrar o corpo de Nicholas para longe e dar um passo vacilante em minha direção. — Saia Nicholas. Eu estou bem. Eu quero... eu preciso ver como está a minha garota. - aquela voz, a voz dele, que eu tanto temia ter esquecido. Era como poder respirar ar fresco. — Rose? — Nathaniel, seus olhos... - a voz de N