- Posso apostar que não mesmo. – ele riu.Francis abriu a porta antes do doutor Marcelus.Eu estava saindo quando o médico pegou meu braço, gentilmente:- Sua mãe me convidou para o Baile de Primavera.- Legal! Aposto que o doutor vai gostar.- Ela disse que você vai concorrer ao título de rainha da cidade.Eu ri:- Isso não é nada importante, doutor. Concorro desde os 15 anos e confesso que não é porque eu gosto... E sim porque ela quer.- Imagino. – ele sorriu. – Michelle tem uma personalidade forte.- Sim... E o doutor já percebeu em pouco tempo, não é mesmo?- Bem, se você acha 5 anos pouco tempo... Sim.- Verdade... No fim, cinco anos é tempo suficiente para conhecer minha mãe.- Eu gostaria de ir. Mas não conheço ninguém por lá... Então se você pudesse me fazer companhia, eu ficaria muito feliz.Fiquei olhando para ele sem saber o que responder. Mas Francis respondeu por mim:- Claro que ela ficará honrada em lhe fazer companhia, doutor.Olhei para Francis e depois para o médico
Irina abriu a porta. Ficou um pouco surpresa ao me ver:- Virgínia?- Francis já voltou? Quer dizer... Olá, Irina! Francis já voltou de onde foi?- Não, querida.Olhei novamente no relógio e suspirei, resignada. Droga, ele levou Dothy para cama de novo. Sendo que há minutos atrás estava fingindo que sentia algo por mim. E por que eu deveria me importar com os sentimentos de Francis? Eu mesma havia decidido que seríamos só amigos e que isso era o melhor para nós dois. Então, não tinha direito de cobrar nada dele... Nem de mim mesma. Mesmo que eu decidisse ficar com ele, este seria exatamente o meu futuro: desconfiança, medo, insegurança. Porque Francis não era um homem fiel, tampouco de relacionamentos sérios. Aliás, nenhum de nós dois éramos. Jamais tivemos namoros fixos.- Quem sabe você entra um pouco e espera? – ela convidou.- Não... Tudo bem. Vou voltar e preparar algo para o almoço.- Não mesmo. Eu estou com o almoço pronto e Maurício acabou de me ligar que teve um imprevisto e
Eu dormi sem que minha mãe e Liam tivessem chegado em casa naquela noite... E na certeza de que Francis dormiu acompanhado e longe de mim.Na quinta-feira voltei à loja com minha mãe, para provar o vestido novamente. Para minha tranquilidade, mas não posso dizer felicidade, ele serviu. Perdi as medidas que havia ganhado, focando nos exercícios durante toda a semana e quando exagerava na comida, vomitava em seguida. Mas eu não considerava aquilo nenhum distúrbio. Era só uma tática para perder peso em poucos dias, embora eu ainda não tivesse usado até então.O vestido era lindo. Mas em nada me fazia ficar entusiasmada. Eu gostava do baile, mas queria um dia poder aproveitá-lo sem ter que estar no palco desfilando e sendo julgada e só poder usufruir das últimas músicas e danças.O baile anual, além do concurso de beleza, tinha o objetivo de angariar fundos para projetos sociais de Primavera. Por este motivo, ele sempre era frequentado por prefeitos e políticos de cidades vizinhas. No ano
Eu poderia ter ignorado o que eu vi e ir embora. Mas foi mais forte que eu. Levantei o vestido pesado com minhas mãos e segui, ainda descalça, parando na frente dele, que ficou me encarando surpreso:- Vi?- Que porra você está fazendo aqui? – quase gritei.- Esta é minha colega da faculdade, Tereza. – ele apresentou a mulher, que sequer teve a capacidade de levantar do colo dele.- Oi... – falei mal olhando na cara dela, voltando meus olhos para ele.- Vi? É um prazer conhecê-la. Fran fala muito de você.- Fran? – olhei incrédula para ele. – Por qual motivo você não estava no baile?- Eu cheguei a passar por lá... – ele retirou a garota do colo. - Mas... Tereza achou chato.Olhei para ela. Tereza era mais alta do que eu. Não era magra, corpo curvilíneo. Olhos grandes e escuros. Os cabelos eram pretos e na noite pareciam até azulados. Eram extremamente lisos e ela tinha uma franja longa. Um piercing em forma de argola adornava seu nariz e outro na sobrancelha. Os olhos eram bem delin
- Mãe, você não pode acusar a menina assim.- Eu vi... – ela alegou. – E exijo que esta garota tenha a faixa e a coroa retirados. O título de rainha da Primavera não pertence a ela.No mesmo momento, o prefeito ligou para a Polícia e avisou que Tamires provavelmente havia roubado o dinheiro do baile.Assim que saímos da casa, falei, ainda estagnada:- Mãe... Me diga que você tem certeza do que está falando.- Tenho. – ela confirmou.- Me diga que não está fazendo isso tudo por causa da porra da coroa e da faixa de rainha que pouco me importam.- Se não importam para você, para mim importa.Ela seguiu caminhando rapidamente e eu atrás dela:- É só um título... Nada mais. Ganha uma pequena quantia em dinheiro que não resolve a vida de ninguém. – aleguei.- Você vai ganhar até o fim...- Mãe, eu não me importo. Já tenho cinco coroas e faixas guardados. Posso dar tudo para você. Só não estrague a vida da pobre garota. Ela só tem 15 anos.- Acha que eu mentiria uma coisa tão séria assim, V
- Mãe, eu não quero pensar que você possa ter prejudicado a pobre garota por causa desta coroa. - Vai voltar a este assunto? Me trata como se eu fosse uma criminosa. - Não é uma criminosa. Eu amo você, mãe. Mas estou me sentindo sufocada. – entrei em casa e ela veio atrás. - Sufocada? Depois de tudo que passei com você... - Não comece seu discurso ridículo e repetitivo. Liam nos olhou e parou na escada. Me parece que pensou em dizer algo, mas desistiu. Subiu as escadas e ouvi a porta do quarto dele bater. - Discurso ridículo? É assim que me trata? - Tudo que você fez por mim cobrou ao longo de toda a minha vida. Mãe, eu estou com 21 anos e só fiz o que você quis até hoje. Por favor... Deixe-me viver a minha vida... – Não contive as lágrimas, que começam a escorrer. - Chorar? Quer piedade agora? – ela ironizou. - Como você consegue ser tão cruel? Meu pai se foi, eu vou... E Liam também irá. E você sentirá nossa falta. Porque ninguém é feliz sozinho, sabia? - Sim... – ela riu s
- Você lembra da minha amiga Tereza?- Não... “Eu” sou sua amiga, Francis. Tereza é um “lance” seu. – corrigi.- Que seja, porra.- O que tem ela? - Ela me propôs... Bem, sexo a três.Sentei no banco, atônita, encarando-o:- E... O que eu tenho a ver com isso?- Eu sempre desejei fazer isto.- Você pediu isso para ela?- Não... Ela me propôs. – ele sorriu. – Isso não é magnífico?- E a proposta foi você, ela e outro homem? Ou você, ela e outra mulher?- Na verdade, pensamos em “você”, eu e ela.- O quê? – quase gritei.- Vamos, Vi. Faça isso, por mim.- Eu não vou fazer sexo com você... Muito menos com sua “amiga” louca bissexual. Eu gosto de homens, Francis.- E eu de mulheres.- Então vamos você, eu e Marcelus. – propus.- Ok, podemos pensar nesta possibilidade depois.- Eu estou brincando, porra. Sendo sarcástica, irônica. Puta que pariu... Como você consegue ser tão burro?- Ei, não quis ofender você. Isso é algo... Bem, um desejo sexual de muitos anos...- Foder com duas mulhere
- Ah, sua metida. Ninguém pediu sua opinião. – tentei avançar nela, sendo contida por Francis.- Acabou a palhaçada. – gritou Maurício. – Quero as fotos apagadas agora dos celulares. Se eu ver Francis nu em qualquer lugar da internet, processarei vocês e seus pais terão que vender as suas casas para pagarem indenização ao meu filho.- Acho que seu filho estava perturbando a ordem pública, senhor Provost. – disse Dothy debochadamente. – Afinal, estava nu, exatamente como veio ao mundo, se exibindo para as meninas menores de idade.- Não foi isso que aconteceu. – Francis contestou.- Você tirou fotos, senhorita Falco? – Maurício questionou.- Claro que não.- Quer ser testemunha de alguém, por acaso?- Não...- Então se retire da frente da minha casa ou por processá-la por perturbar a ordem pública e incitar jovens menores de idade a espionarem as casas alheias. E você é de maior... Responde por seus atos.- E eu vou processar Virgínia Hernandez por tentar me agredir. – ela me olhou.Es