Minha cabeça estava latejando, o fundo dos olhos doendo e o pescoço também não colaborava. O cansaço ia me dominar, se unindo ao estresse e minha impaciência. Ninguém havia descoberto muito sobre o suposto investigador que de investigador não tinha nada. O que ficou claro foi que o mesmo detetive que foi até Corey, estava de alguma forma ligado ao homem que apareceu na Hayans e entrou na minha sala. Os homens responsáveis por descobrirem mais, acreditavam que o melhor era esperar mais passos deles, então não tinha o que ser feito logo de cara, a não ser esperar.Pressionei a têmpora, suspirando exausta após terminar de assinar a pilha de documentos que estava sobre minha mesa. Apesar de Paul dizer que eu podia sair mais cedo e não me esforçar tanto, ainda estava tentando seguir minha rotina normal, na intenção de não pensar demais no que ia me levar ao caos. Deixei minha caneta ao lado do computador, e acompanhei com o olhar ela rolar pela mesa até cair no chão. Deixei que caís
— E então, posso te ajudar de alguma forma? Estou meio sem ter o que fazer por enquanto, senhorita J. Dei de ombros, não tendo nada em mente. Podia pedir para ele fazer o trabalho de Liza, mas ele não seria a melhor pessoa para isso, com certeza não. No máximo, ia oferecer um baseado para as pessoas e nós seríamos processados.Nos minutos seguintes, andei dando uma olhada em currículos que foram mandados no meu email por Mandy, a meu pedido, e investiguei um por um, pensando que talvez fosse o momento de contratar. Não que eu quisesse substituir Liza, mas ela estava em uma gravidez complicada, muitos sintomas chatos e faltas frequentes, então alguém ia ter que dar uma forcinha.Jason sumiu depois de não muito tempo, dizendo que ia tomar um café, mas eu jurei que ele estava jogando charme para cima de Mandy. Era raro as vezes em que eu realmente via ele interessado em uma mulher. Claro, ele se interessava quando tinha que seduzir, conquistar, mas após fazer isso facilmente, esque
Talvez não fosse a melhor ideia do mundo por causa dela, Corey, e o passado, mas eu precisava muito de alguém, e se existisse uma pessoa que eu confiasse mais do que confiava em Mia, não conhecia ainda. Não um ser humano que eu pudesse deixar em uma sala com uma celebridade e sair com a consciência tranquila. Ela era perfeita no jeito de agir e falar, super educada, e tinha a cabeça dentro de todas as notícias desse mundo que a Revista abordava. Além de que, era só fazer uma e outra pergunta, anotar tudo, e pronto, não ia exigir mais nada dela. Seria ótimo. A solução maravilhosa. — Enlouqueceu, senhorita Legard? Eu não posso trabalhar na mesma empresa que o Corey! Ha! Aí estava o motivo real. Algo que poderia ser facilmente contornado por mim.— Serão só trinta dias, até que eu encontre alguém de confiança e que seja bom no que faz. Você nem vai ter que conviver com o Corey, vai ver só. O Scott é quem costuma cuidar dessas coisas. Vocês vão se dar bem.É, olhando por esse lado…
Li uma vez em uma matéria na Hayans, que havia comprovações científicas de que uma paixão dura de doze a vinte e quatro meses, ou seja, após dois anos você já não sente mais aquele fogo todo da paixão, nem mesmo os desejos latentes. No entanto, quando vi Scott Legard jogado no meu sofá, com sua maldita calça de pijama e seu tronco descoberto, sim, eu me apaixonei uma segunda vez e nem sabia se isso era realmente possível. Deixei minha bolsa em cima da mesinha no canto da sala, fazendo assim com que seus olhos fossem até mim, e até seu irmão, claro. Jason entrou logo atrás, tirando seus tênis e os deixando jogados perto da porta quando a trancou com a chave que lhe dei. O filho da puta só podia estar querendo acabar de vez com minha paciência, já tinha repetido umas cinquenta vezes que seria necessário manter a organização no meu apartamento, caso contrário eu o expulsaria, e mesmo assim pareceu ignorar cada palavra que eu disse. Tentando não surtar por ver meu espaço bagunçado, m
A súplica em seu olhar me fazia querer muito mais que ele. É óbvio que eu ainda pensava na possibilidade de tê-lo. Era Scott, porra! Eu podia fingir aceitar que era meu irmão, mas nada tirava da minha cabeça que era o único homem que eu amei. Porque foi isso, amor. Um dia Marisa mesmo me disse que paixões seriam esquecidas com o tempo, não que as memórias fossem embora, mas esquecidas no sentido de não serem mais importantes. E isso era uma coisa que aconteceria, eu querendo ou não. Talvez até existiu alguém por quem eu me apaixonei e pensei gostar muito, talvez essa pessoa foi Joe, mas nesse caso ele se encarregou de matar a paixão antes do tempo. Se bem que, acho que nem mesmo paixão existiu, porque se tivesse existido, eu ia me entregar para ele do modo como nunca me entreguei. Mas Scott… Scott era algo quase indescritível. Ele foi o meu desafio maluco, uma coisa que eu passei a desejar do nada, e então com a nossa aproximação o sentimento se tornou uma coisa grande demai
Scott se afastou após um tempo apenas para recuperar fôlego. Eu deixei meu corpo se acostumar com a sensação de tê-lo ali e fiquei impressionada com a forma com que fez meu cansaço ser ignorado. Ele era paz. Suas íris eram o meu mar gostoso de paz. Há quanto tempo eu não sentia que o peso das minhas costas tinha sido retirado? Beijar Scott, apenas beijar, foi meu remédio para as últimas semanas difíceis. O único problema é que esse remédio tinha um preço muito alto. Podíamos ser banidos da Família, como Paul disse, e Scott deixaria de ser um herdeiro dos Legards. Claro, o dinheiro não era o mais importante, mas a reputação sim. O que diriam sobre dois irmãos que assumiram um romance? Como a Hayans ia ser encarada dali em diante? Não. Eu podia ter todos os meus desentendimentos com Paul e até mesmo com Marisa, mas nunca seria ingrata a ponto de ignorar tudo o que me foi dado uma vida inteira. Eu tive uma infância de princesa, nunca me faltou nada, tive do bom, do melhor e do
→ Alguns anos antes.Marisa sempre me dizia "se está em dúvida sobre alguma coisa, siga sua intuição, ela irradia dentro de você!" Então, precisei ser guiada pela minha intuição quando acordei ofegante no meio da madrugada e algo me carregou até a cozinha.Os últimos dias tinham sido… estranhos. Após a noite do meu aniversário de dezoito anos, Scott havia se distanciado. Não que ele fosse o "irmão" mais próximo, contudo, era o que sempre estava atrás de mim tentando me cuidar de alguma forma. O problema é que depois de eu ter me insinuado para ele, percebi que criou um tipo de escudo para se defender de uma possível próxima investida. Lógico que ele entendeu o recado. De um jeito maluco, com a minha insanidade dando as caras, eu o queria.Acordei após um sonho, e não era um pesadelo real, mas continuar sonhando com Scott me tomando para si e só acordar excitada sem poder suprir os desejos da forma que eu queria, era quase um pesadelo sim. Mal podia contar quantas foram as noite
— Já disse pra você não sair futricando durante a madrugada — repreendeu, como se a errada fosse eu.Sem vergonha!— Não saí fazendo nada. Queria água, apenas, mas tive que dar meia volta porque você estava comendo a Scarlett, bem aqui! — Bati a mão na pia, perto de onde ele estava.Havia um bom espaço livre para as cozinheiras se locomoverem e trabalharem com facilidade, e era exatamente naquele espaço onde a bunda da mulher estava, enquanto ela recebia Scott no meio de suas pernas. Na cozinha. Na pia.Lugar sagrado onde preparavam nossas refeições.— É por isso que está fazendo isso?Franzi o cenho, porque agora o assunto estava dando uma guinada.— Fazendo o quê? Vindo roubar chocolate? — Me fiz de ingênua.Sempre era bom provocar, mesmo sabendo que se tinha alguém que conhecia meus erros e minhas fugas noturnas, esse alguém era Scott.— Sabe muito bem do que estou falando, Chloe.Louca para atentá-lo, me aproximei um pouco mais e parei em sua frente, com meu peito tocando um tan