Talvez não fosse a melhor ideia do mundo por causa dela, Corey, e o passado, mas eu precisava muito de alguém, e se existisse uma pessoa que eu confiasse mais do que confiava em Mia, não conhecia ainda. Não um ser humano que eu pudesse deixar em uma sala com uma celebridade e sair com a consciência tranquila. Ela era perfeita no jeito de agir e falar, super educada, e tinha a cabeça dentro de todas as notícias desse mundo que a Revista abordava. Além de que, era só fazer uma e outra pergunta, anotar tudo, e pronto, não ia exigir mais nada dela. Seria ótimo. A solução maravilhosa. — Enlouqueceu, senhorita Legard? Eu não posso trabalhar na mesma empresa que o Corey! Ha! Aí estava o motivo real. Algo que poderia ser facilmente contornado por mim.— Serão só trinta dias, até que eu encontre alguém de confiança e que seja bom no que faz. Você nem vai ter que conviver com o Corey, vai ver só. O Scott é quem costuma cuidar dessas coisas. Vocês vão se dar bem.É, olhando por esse lado…
Li uma vez em uma matéria na Hayans, que havia comprovações científicas de que uma paixão dura de doze a vinte e quatro meses, ou seja, após dois anos você já não sente mais aquele fogo todo da paixão, nem mesmo os desejos latentes. No entanto, quando vi Scott Legard jogado no meu sofá, com sua maldita calça de pijama e seu tronco descoberto, sim, eu me apaixonei uma segunda vez e nem sabia se isso era realmente possível. Deixei minha bolsa em cima da mesinha no canto da sala, fazendo assim com que seus olhos fossem até mim, e até seu irmão, claro. Jason entrou logo atrás, tirando seus tênis e os deixando jogados perto da porta quando a trancou com a chave que lhe dei. O filho da puta só podia estar querendo acabar de vez com minha paciência, já tinha repetido umas cinquenta vezes que seria necessário manter a organização no meu apartamento, caso contrário eu o expulsaria, e mesmo assim pareceu ignorar cada palavra que eu disse. Tentando não surtar por ver meu espaço bagunçado, m
A súplica em seu olhar me fazia querer muito mais que ele. É óbvio que eu ainda pensava na possibilidade de tê-lo. Era Scott, porra! Eu podia fingir aceitar que era meu irmão, mas nada tirava da minha cabeça que era o único homem que eu amei. Porque foi isso, amor. Um dia Marisa mesmo me disse que paixões seriam esquecidas com o tempo, não que as memórias fossem embora, mas esquecidas no sentido de não serem mais importantes. E isso era uma coisa que aconteceria, eu querendo ou não. Talvez até existiu alguém por quem eu me apaixonei e pensei gostar muito, talvez essa pessoa foi Joe, mas nesse caso ele se encarregou de matar a paixão antes do tempo. Se bem que, acho que nem mesmo paixão existiu, porque se tivesse existido, eu ia me entregar para ele do modo como nunca me entreguei. Mas Scott… Scott era algo quase indescritível. Ele foi o meu desafio maluco, uma coisa que eu passei a desejar do nada, e então com a nossa aproximação o sentimento se tornou uma coisa grande demai
Scott se afastou após um tempo apenas para recuperar fôlego. Eu deixei meu corpo se acostumar com a sensação de tê-lo ali e fiquei impressionada com a forma com que fez meu cansaço ser ignorado. Ele era paz. Suas íris eram o meu mar gostoso de paz. Há quanto tempo eu não sentia que o peso das minhas costas tinha sido retirado? Beijar Scott, apenas beijar, foi meu remédio para as últimas semanas difíceis. O único problema é que esse remédio tinha um preço muito alto. Podíamos ser banidos da Família, como Paul disse, e Scott deixaria de ser um herdeiro dos Legards. Claro, o dinheiro não era o mais importante, mas a reputação sim. O que diriam sobre dois irmãos que assumiram um romance? Como a Hayans ia ser encarada dali em diante? Não. Eu podia ter todos os meus desentendimentos com Paul e até mesmo com Marisa, mas nunca seria ingrata a ponto de ignorar tudo o que me foi dado uma vida inteira. Eu tive uma infância de princesa, nunca me faltou nada, tive do bom, do melhor e do
→ Alguns anos antes.Marisa sempre me dizia "se está em dúvida sobre alguma coisa, siga sua intuição, ela irradia dentro de você!" Então, precisei ser guiada pela minha intuição quando acordei ofegante no meio da madrugada e algo me carregou até a cozinha.Os últimos dias tinham sido… estranhos. Após a noite do meu aniversário de dezoito anos, Scott havia se distanciado. Não que ele fosse o "irmão" mais próximo, contudo, era o que sempre estava atrás de mim tentando me cuidar de alguma forma. O problema é que depois de eu ter me insinuado para ele, percebi que criou um tipo de escudo para se defender de uma possível próxima investida. Lógico que ele entendeu o recado. De um jeito maluco, com a minha insanidade dando as caras, eu o queria.Acordei após um sonho, e não era um pesadelo real, mas continuar sonhando com Scott me tomando para si e só acordar excitada sem poder suprir os desejos da forma que eu queria, era quase um pesadelo sim. Mal podia contar quantas foram as noite
— Já disse pra você não sair futricando durante a madrugada — repreendeu, como se a errada fosse eu.Sem vergonha!— Não saí fazendo nada. Queria água, apenas, mas tive que dar meia volta porque você estava comendo a Scarlett, bem aqui! — Bati a mão na pia, perto de onde ele estava.Havia um bom espaço livre para as cozinheiras se locomoverem e trabalharem com facilidade, e era exatamente naquele espaço onde a bunda da mulher estava, enquanto ela recebia Scott no meio de suas pernas. Na cozinha. Na pia.Lugar sagrado onde preparavam nossas refeições.— É por isso que está fazendo isso?Franzi o cenho, porque agora o assunto estava dando uma guinada.— Fazendo o quê? Vindo roubar chocolate? — Me fiz de ingênua.Sempre era bom provocar, mesmo sabendo que se tinha alguém que conhecia meus erros e minhas fugas noturnas, esse alguém era Scott.— Sabe muito bem do que estou falando, Chloe.Louca para atentá-lo, me aproximei um pouco mais e parei em sua frente, com meu peito tocando um tan
— Só posso aceitar uma insanidade dessas se você me explicar por que caralho quer tanto que logo eu faça isso? Por que você me quer desse jeito?Quem riu dessa vez foi eu. Era tão óbvio. Scott deveria enxergar que era um puta homem gostoso e que toda mulher que o cercava o olhava da mesma forma que eu, tirando sua mãe, óbvio. Até suas primas babavam por ele, não tinha como não achá-lo lindo e tentador pra cacete.— Eu simplesmente quero, Scott. Não há uma explicação plausível agora, mas ela existe. Não sei se é porque estou com raiva de saber que você anda se atracando com a bonitinha nova que a mamãe contratou, ou se é porque eu senti inveja quando vi você se enfiando nela nessas últimas noites. Não faça perguntas difíceis. Apenas diga se aceita a aposta ou não.Ele tirou uma de suas mãos de mim para levá-la aos cabelos e bagunçar eles, enfiando os dedos e chacoalhando, como se pudesse limpar a mente e esclarecer as ideias.— Se eu fizer isso e qualquer um deles descobrirem… se nó
Como uma amizade que foi feita para durar a vida toda acaba em menos de um mês?Eu não aceitava, não mesmo. Há poucas semanas estava falando com Corey como se fossemos os melhores amigos do mundo, ele estava em meu apartamento fazendo massagem em minhas pernas e falando bobagens, e então naquela mesma noite descobriu sobre Andrew, e após isso tudo desabou.Será que foi culpa minha? Eu deveria ter sido mais cautelosa e mais devota à ele?Não. Sinceramente, mais devoção era impossível. Fiz tudo que Corey queria por muito tempo. Deixei que escolhesse meu apartamento quando decidi sair da mansão, permiti que entrasse e saísse quando bem tivesse vontade, e fazia exatamente tudo por ele e para ele. Não tinha como pensar que fui uma pessoa ruim.Ele errou ao falar todas aquelas palavras estranhas, e eu errei em, por um momento, cair naquele papo. Vi a oportunidade de me aventurar como fiz com Scott e achei que poderia substituí-lo usando Corey, o meu irmão e melhor amigo.Nossa, quanta