– Chefe? – As batidas na porta se tornaram intensas. Giulia Rossi forçou todo o corpo para o lado, tentando a todo custo derrubar o homem enorme caído sobre o corpo franzino. Ela gritou quando ele finalmente caiu para o lado, de bruços no chão. Ela provavelmente o deixaria morrer sufocado no próprio corpo, mas não poderia viver com a culpa. A mulher se abaixou e girou a cabeça para o lado, mesmo que o tivesse em grande nojo. Ela estava completamente encurralada, olhando para a porta prestes a ser aberta. A mulher assustada correu em direção ao banheiro quando sentiu mãos fortes a agarrarem com brutalidade. Ela chacoalhou os pés irritados, na esperança de que pudesse escapar do destino que a atingiria por ter matado o chefe da máfia Russa. – Me solta! – Ela gritou. Nenhuma resposta. Os homens se movimentavam ao redor do mafioso como um ritual estranho de luto. Um deles se abaixou e tocou o pescoço do homem. – Ele ainda esta vivo! Giulia Rossi ainda não havia decidido se respi
– Se casou aquele homem, então ele pode ser o pai do bebê. – Lucca Messina disse em um tom de autoridade. Leoni Messina o encarou, segurando o copo de bebida entre os dedos. – Não... Eu não sei. Eu acredito nela. – Você mesmo disse que ela pensa que vai mata-la. E a garota disse isso por que ela sabe bem que você ficaria bravo quando soubesse que ela tinha engravidado de outro homem. Leoni Messina encarou o chão como um ato reflexivo. O coração praticamente explodindo de sentimentos conflitantes que o atormentavam como pesadelos impossíveis de superar. Ele arremessou o copo contra um quadro branco pendurado na parede. – Isso que tem me enlouquecido. Eu não posso ter engravidado ela... Não posso. – Ele massageou a cabeça dolorida. Lucca Messina estava ali como um conselheiro, mas ainda era o irmão que o via sofrer, e faria qualquer coisa para ajuda-lo. – Eu tenho que investigar. Talvez a Alessandra saiba de alguma coisa! Leoni Messina revirou o rosto como um lunático, encaran
– Você achou que... – Ele estava tão irritado que mal podia encara-la. – Você realmente achou que o irmão a protegeria de alguma coisa? Alessandra passou a massagear a garganta como louca, tentando a todo custo evitar os hematomas que fariam o marido acreditar que ela o tinha traído. – Eu... Quer dizer, eu não sei. Eu só tentei ajudar.. não sei o que estava pensando quando aceitei aquilo. Leoni Messina a olhou de cima a baixo como a mais patética mulher que ele já tinha visto na vida. – Eu sei exatamente no que você estava pensando. Ela se sentiu indignada. – Não sou você, don. Eu não penso só em sexo. O mafioso liberou uma gargalhada sinistra. – Você acha mesmo que me engana? Acha que eu sou burro? Eu monitoro você! Eu sei de cada detalhe da sua vida. Eu sei a sua intenção. Você não queria se casar, Alessandra, e faria qualquer coisa se ele te ajudasse. Ela arregalou os olhos temerosos. – Mas eu realmente achei que seria bom para ela ficar longe de você. Ele ergueu o cant
Os pés pequenos andavam pelo corredor, inundando tudo por onde passava. O coração acelerado mal cabia no peito enquanto ela continuava a caminhar sem saber o destino. Ela olhou para o lado e viu a mesma mulher que a tinha ameaçado horas mais cedo. O temor a atingiu com ainda mais força. Havia algo de errado com a primeira esposa do mafioso. Ela tinha um olhar doentio e morto, como se a vida a tivesse deixado a muito tempo. Sem esperança, sem sonhos, apenas a esposa de um homem cruel e manipulador que a tinha destruído por dentro. Giulia desviou o olhar, temendo que acabasse tendo o mesmo destino. E no momento em que ela viu a porta que fora o seu pior pesadelo a dias atrás, tentou voltar. Ela empurrou o brutamontes que a impediu com facilidade. Não importava quanto treinamento tivesse. Giulia Rossi ainda seria pequena e fraca comparada aos homens das máfias. Alguém abriu a porta e ela não deve escolha além de entrar no cômodo. O cheiro dela a incomodava, e aquilo fora ao menos
Ela estava presa apenas pelos pulsos quando os olhos vendados se arregalaram até o limite suportável. O semblante de medo da mulher não podia ser representado por nada além do estado de pavor. O som do portão se abrindo a deixou completamente tremula de tanto medo que parecia exalar o cheiro pelos poros quase invisíveis. Os sons das botas pesadas entrando naquele ambiente úmido era como estar num pesadelo. A garota deixou a lágrima solitária descer pelo canto do rosto, enquanto a respiração ofegante e ansiosa do homem antecipava o que estava por vir. Ele a tocou por toda a nudez, e ela só pode retrair o corpo o máximo que conseguiu. A sensação de algo gelado sob a pele fora rapidamente identidade como uma faca raspando contra os seios. Ele os arrancaria dela? Foi o momento em que ela mais se arrependeu de estar naquela maldita casa. – Eu disse que ia te fazer pagar, meu bem. Uma pena não matar você... Tenho coisas interessantes pendentes com a sua família. Giulia Rossi tapou a
Ele a cercou como um rato acuado. Ela ainda estava ajoelhada, o encarando como se visse o pior dos monstros. Nada naquela forma de olhar o deixava irritado, na verdade, parecia-lhe como um grande elogio. Leoni Messina exibiu mais um dos lendários sorrisos, mas não parecia pleno. Ele ainda sentia que algo o estava faltando, e sabia exatamente o que era. Ele entendia como a falta dela causava-lhe dor. – Soube que você tentou falar comigo! – Ele revelou. – Meus soldados a viram rondando o meu apartamento a muito tempo. – Eu só queria te ver. Se sabia que eu estava por perto, por que nunca me procurou? Ele cruzou os braços. – E em que isso me interessa?Olivia Carter o encarou com olhos esperançosos. Os joelhos doloridos foram erguidos e ela correu para ele, o segurando pelas laterais do rosto em uma tentativa de beijo fracassado. Leoni Messina nunca a tinha beijado antes, e aquela não seria a primeira vez. – O que foi? – Ela perguntou. Os olhos pareciam confusos. Ele não con
Os sons dos vidros quebrados. As botas pesadas que passavam pelo longo corredor da casa, deixando um rastro de sangue, cujo o solado se encarregou de levar para outro ambiente. Vários corpos jogados na entrada da mansão. E os olhos mais focados que a máfia já tivera na vida. O homem arrombou cada uma das portas pessoalmente, se colocando perigosamente na linha de frente. Um casal ainda na cama morreu, ainda atracados no ato sexual bastante incomum. – Cadê o Nicov? – Lucca Messina sussurrou. Sons de tiros intensos começaram a ecoar por todos os cantos, enquanto o homem buscava exaustivamente pelo amor da sua vida. Eles se posicionaram atrás de uma porta, até que tivessem visão boa o suficiente para matar o inimigo escondido. Mais um, e outro mortos. Eles puderam prosseguir. Descer as escadas fez com que o Leoni Messina tivesse o coração acelerado para algo além da adrenalina. Ele sabia que tinha algo a ver com a Giulia, e estava disposto a assumir qualquer risco por ela. As
Ele chegou em casa sentindo a derrota pesar sobre os ombros. Não importava o quanto tivesse rido do Pakhan patético da Bratva, no fundo ele sabia que sentia o mesmo. Leoni Messina sabia o que havia causado, e agora estava pagando pelos pecados do que fizera quando ainda era um maldito jovem irresponsável. Um aspirante a don nunca deveria ter tido tanto poder quanto ele, mas o que dizer de um homem tão jovem que ainda não havia conhecido a vida real além das torturas? Quem o julgaria quando tudo aconteceu? Marcela era a mais linda mulher que ele já tinha visto, e enlouquecer por ela pareceu natural. Aquele amor nunca daria certo. Um italiano nunca deveria casar-se com uma Russa, mesmo que morasse no mesmo maldito território. Leoni Messina jogou o terno sobre um dos sofás e então se jogou como se pudesse largar apenas o corpo ali, inerte para sempre. A forma como ele parecia nada tinha a ver como o mesmo homem inabalável de antes da Giulia Rossi. A moça chegou como um furacão e de