Ele chegou em casa sentindo a derrota pesar sobre os ombros. Não importava o quanto tivesse rido do Pakhan patético da Bratva, no fundo ele sabia que sentia o mesmo. Leoni Messina sabia o que havia causado, e agora estava pagando pelos pecados do que fizera quando ainda era um maldito jovem irresponsável. Um aspirante a don nunca deveria ter tido tanto poder quanto ele, mas o que dizer de um homem tão jovem que ainda não havia conhecido a vida real além das torturas? Quem o julgaria quando tudo aconteceu? Marcela era a mais linda mulher que ele já tinha visto, e enlouquecer por ela pareceu natural. Aquele amor nunca daria certo. Um italiano nunca deveria casar-se com uma Russa, mesmo que morasse no mesmo maldito território. Leoni Messina jogou o terno sobre um dos sofás e então se jogou como se pudesse largar apenas o corpo ali, inerte para sempre. A forma como ele parecia nada tinha a ver como o mesmo homem inabalável de antes da Giulia Rossi. A moça chegou como um furacão e de
As mãos trêmulas da Giulia Rossi alcançaram o rosto do homem. Ela ainda estava ali, ao lado dele, sendo obrigada a cuidar de alguém que desejava matar na primeira oportunidade. Se ele ao menos soubesse de quantas vezes ela brigou consigo mesma para impedir-se de cometer o crime contra a vida, nunca confiaria uma navalha ao pescoço seu pescoço nas mãos da mulher, mas ele não tinha como ler os pensamentos, e lá estava, de olhos cegos fechados, esperando que ela terminasse de barbeá-lo.A visão por certo voltaria em algum momento, e ele ainda esperava que a dobraria, como fizera com a louca mulher que também acreditava ser casada com ele. A verdade é que um Mafioso como ele nunca poderia se casar com qualquer mulher, e definitivamente estava fora de cogitação aceitar uma mulher impura como esposa. Ele a agarrou pelas mãos e a Giulia previu o horror que aconteceria a ela se não escapasse rápido o bastante. Ela olhou para os lados, a procura de qualquer brecha que a ajudasse a fugir,
Giulia Rossi tinha a barriga tão pesada que mal podia se levantar da cama. Presa a um quarto, o homem nunca mais voltou a atormenta-la, mas a garota ainda tinha a certeza de que ele tentava, exaustivamente, criar um vínculo tão estranho quanto tinha pela primeira esposa. Tudo que restou a ela fora fingir carinho ao homem que mais sentia nojo na vida.A porta se movimentou, e ela olhou diretamente para os pés da pessoa que entrava pela pequena fresta que se abriu. O pobre coração aflito sempre antecipava momentos como aqueles onde seu pesadelo estaria frente a frente com ela. – Você dormiu bem, querida? – A mulher a encheu de alivio. Giulia Rossi sorriu gentilmente, embora estivesse mal disposta. – Estou muito bem! Obrigada por perguntar. A mulher colocou a bandeja ao lado da cama e a ajudou a sentar-se. A forma como cuidava dela era sempre tão estranha, e enquanto levava a colher de sopa a boca, os olhos da Giulia ainda estavam focados nela. – O que foi? – Ela perguntou quando not
Giulia Rossi abriu os olhos cansados depois de sofrer por quase dezesseis horas de um parto bastante difícil. O quarto pouco iluminado parecia tão assustador quanto todos os que ela já estivera antes desde que havia sido sequestrada pelo mafioso maldito. O coração da mulher doía com tanta intensidade, tentando ao menos imaginar o futuro da criança sem que ela pudesse conhecer o pai que nem mesmo acreditava nela. A lágrima solitária deslizou pelo rosto delicado da mulher ainda pálida pelo esforço de horas mais cedo. Ainda sentindo a dor, ela sentiu a tontura a atingir quando virou-se para o lado. Os pés tocaram o chão e a lágrima foi-se junto as sensações do chão gelado no quarto. Os olhos intensos percorreram as paredes, procurando pelo bebê, até que finalmente puderam descansara do estado de vigilância, mas logo foram substituídos pelo medo e horror. Giulia Rossi sabia exatamente o que fazer, e o que significava ver aquele homem aonde ele estava. A silhueta de costas, parado em f
– Eu não posso! – Ela afirmou, entre lágrimas. – Eu fiz a minha escolha. – Que escolha, amor? O que você fez? Ela tremia com o corpo inteiro, mas os olhos ainda encaravam o bebê nos braços de outro homem. A verdade era que Giulia Rossi precisava de uma motivação ou mataria a todos eles. – Eu não posso dizer. Eu tenho que te matar, meu amor. Leoni Messina pareceu finalmente compreender. A voz grossa tornou-se ainda mais rígida, e o corpo em defensiva sabia que ele queria continuar vivendo. – Giulia, olha para mim! Mas ela ainda resistiu, até que ele a segurou pelo queixo, obrigando-a a encara-lo. – Me perdoa. – Faça o que tiver que fazer! – Ele afirmou. As mãos erguidas atrás do corpo tremeram ainda mais. A apunhalada tão próxima parecia como um pesadelo para ele, mas Leoni Messina confiava nos próprios instintos o bastante para permitir que ela fizesse o certo. O som da faca caindo no chão nem mesmo o dez desviar o olhar para o objeto que o teria matado. Leoni Messina não temeu
As mensagens no novo número da garota não paravam de chegar sem importar que ele não as deveria ter. Giulia Rossi gritou em desespero, quando a foto do bebê surgiu na tela do telefone. As roupas iguais as de quando fora levada do hospital a dilaceraram por dentro. Ainda podia-se notar o cuidado da mãe, mas a falta de cuidado do seu sequestrador. Uma chamada surgiu na tela, e a assombrou como um pesadelo que nunca terminaria. Giulia Rossi entregou a criança ao tio desengonçado e hesitou em atender ao número desconhecido que insistia em ligar mais uma vez. As mãos da garota tremiam como loucas, enquanto os dedos estavam prestes a atender a chamada. Os olhos cheios de lágrimas alcançaram as imagens na tela, de um homem que de costas, ninava um bebê bastante escandaloso. Dimitri Nicov se virou em direção ao celular e o segurou com uma das mãos, tentando equilibrar a criança nos braços. – Acho que a sua filha puxou aos seus pulmões malditos. Manda ela calar a boca antes que eu fique lo
Ela sabia que teria que se entregar ao monstro que a esperava em algum lugar, no instante em que deixou o apartamento do Leoni Messina para sempre. A sensação de medo custava a passar, e ela ainda mantinha o pequeno bebê em seus braços trêmulos, enquanto tentava conter a vontade de fugir daquela rua escura em que foi obrigada a esperar pela chegada do homem que a buscaria. Fugir do Leoni Messina nunca foi uma tarefa fácil, e ela sabia que qualquer deslize o faria acha-la, como em todas as vezes em que desapareceu do seu apartamento. Agora, no entanto, ele não tinha um rastreador que pudesse usar para acha-la quando quisesse, embora a Giulia Rossi torcesse para que ele tivesse colocado outro sem que ela soubesse. Um carro estranho parou do outro lado da rua, e o impacto do medo fez com que ela sentisse um estranho zumbido no ouvido. Não, ela não podia desmaiar naquele momento. Giulia Rossi precisava ser forte pela criança, e precisava ser fria se quisesse ter ao menos a chance de sob
Giulia Rossi gritava, segurando a faca que havia conseguido de formas quase inacreditáveis. Revirar o corpo de um homem morto não parecia a melhor idéia, mas de forma alguma ela podia voltar a entrar no carro com aquele monstro parado a sua frente. Ele tinha uma arma apontada para ela, mas se recusava a atirar. Aquele tipo de misericórdia não era divertido o bastante, e a Giulia Rossi finalmente conseguiu correr para longe. Parecia tão assustador fugir segurando apenas um bebê e uma faca, mas que escolha ela tinha? Giulia conseguiu alcançar uma mata fechada que ficava ao lado das pistas de pouso e desaparecer, mas ela sabia que não duraria muito tempo. Logo aqueles homens a encontrariam. As vezes ela conseguia sentir a presença do monstro que a perseguia, mas parecia paranoia. Olhar para todos os lados já não era o bastante e a garota sabia que seria pega se continuasse parada no mesmo lugar.Quando as vozes se tornaram mais próximas, Giulia teve certeza de que seria levada para o