Giulia Rossi abriu os olhos cansados depois de sofrer por quase dezesseis horas de um parto bastante difícil. O quarto pouco iluminado parecia tão assustador quanto todos os que ela já estivera antes desde que havia sido sequestrada pelo mafioso maldito. O coração da mulher doía com tanta intensidade, tentando ao menos imaginar o futuro da criança sem que ela pudesse conhecer o pai que nem mesmo acreditava nela. A lágrima solitária deslizou pelo rosto delicado da mulher ainda pálida pelo esforço de horas mais cedo. Ainda sentindo a dor, ela sentiu a tontura a atingir quando virou-se para o lado. Os pés tocaram o chão e a lágrima foi-se junto as sensações do chão gelado no quarto. Os olhos intensos percorreram as paredes, procurando pelo bebê, até que finalmente puderam descansara do estado de vigilância, mas logo foram substituídos pelo medo e horror. Giulia Rossi sabia exatamente o que fazer, e o que significava ver aquele homem aonde ele estava. A silhueta de costas, parado em f
– Eu não posso! – Ela afirmou, entre lágrimas. – Eu fiz a minha escolha. – Que escolha, amor? O que você fez? Ela tremia com o corpo inteiro, mas os olhos ainda encaravam o bebê nos braços de outro homem. A verdade era que Giulia Rossi precisava de uma motivação ou mataria a todos eles. – Eu não posso dizer. Eu tenho que te matar, meu amor. Leoni Messina pareceu finalmente compreender. A voz grossa tornou-se ainda mais rígida, e o corpo em defensiva sabia que ele queria continuar vivendo. – Giulia, olha para mim! Mas ela ainda resistiu, até que ele a segurou pelo queixo, obrigando-a a encara-lo. – Me perdoa. – Faça o que tiver que fazer! – Ele afirmou. As mãos erguidas atrás do corpo tremeram ainda mais. A apunhalada tão próxima parecia como um pesadelo para ele, mas Leoni Messina confiava nos próprios instintos o bastante para permitir que ela fizesse o certo. O som da faca caindo no chão nem mesmo o dez desviar o olhar para o objeto que o teria matado. Leoni Messina não temeu
As mensagens no novo número da garota não paravam de chegar sem importar que ele não as deveria ter. Giulia Rossi gritou em desespero, quando a foto do bebê surgiu na tela do telefone. As roupas iguais as de quando fora levada do hospital a dilaceraram por dentro. Ainda podia-se notar o cuidado da mãe, mas a falta de cuidado do seu sequestrador. Uma chamada surgiu na tela, e a assombrou como um pesadelo que nunca terminaria. Giulia Rossi entregou a criança ao tio desengonçado e hesitou em atender ao número desconhecido que insistia em ligar mais uma vez. As mãos da garota tremiam como loucas, enquanto os dedos estavam prestes a atender a chamada. Os olhos cheios de lágrimas alcançaram as imagens na tela, de um homem que de costas, ninava um bebê bastante escandaloso. Dimitri Nicov se virou em direção ao celular e o segurou com uma das mãos, tentando equilibrar a criança nos braços. – Acho que a sua filha puxou aos seus pulmões malditos. Manda ela calar a boca antes que eu fique lo
Ela sabia que teria que se entregar ao monstro que a esperava em algum lugar, no instante em que deixou o apartamento do Leoni Messina para sempre. A sensação de medo custava a passar, e ela ainda mantinha o pequeno bebê em seus braços trêmulos, enquanto tentava conter a vontade de fugir daquela rua escura em que foi obrigada a esperar pela chegada do homem que a buscaria. Fugir do Leoni Messina nunca foi uma tarefa fácil, e ela sabia que qualquer deslize o faria acha-la, como em todas as vezes em que desapareceu do seu apartamento. Agora, no entanto, ele não tinha um rastreador que pudesse usar para acha-la quando quisesse, embora a Giulia Rossi torcesse para que ele tivesse colocado outro sem que ela soubesse. Um carro estranho parou do outro lado da rua, e o impacto do medo fez com que ela sentisse um estranho zumbido no ouvido. Não, ela não podia desmaiar naquele momento. Giulia Rossi precisava ser forte pela criança, e precisava ser fria se quisesse ter ao menos a chance de sob
Giulia Rossi gritava, segurando a faca que havia conseguido de formas quase inacreditáveis. Revirar o corpo de um homem morto não parecia a melhor idéia, mas de forma alguma ela podia voltar a entrar no carro com aquele monstro parado a sua frente. Ele tinha uma arma apontada para ela, mas se recusava a atirar. Aquele tipo de misericórdia não era divertido o bastante, e a Giulia Rossi finalmente conseguiu correr para longe. Parecia tão assustador fugir segurando apenas um bebê e uma faca, mas que escolha ela tinha? Giulia conseguiu alcançar uma mata fechada que ficava ao lado das pistas de pouso e desaparecer, mas ela sabia que não duraria muito tempo. Logo aqueles homens a encontrariam. As vezes ela conseguia sentir a presença do monstro que a perseguia, mas parecia paranoia. Olhar para todos os lados já não era o bastante e a garota sabia que seria pega se continuasse parada no mesmo lugar.Quando as vozes se tornaram mais próximas, Giulia teve certeza de que seria levada para o
– Foi a Marcela, não é? Ela me traiu mais uma vez? Leoni Messina riu. – Ela não tem tanta sorte! – Então quem foi? – Os olhos pareceram paralisados no mesmo lugar, com o vislumbre da traição que caminhou até ele, em passos lentos e traumatizados. – Você? Maldita! – Parece que você não consegue segurar uma mulher tão bem quanto pensa. Já perdeu duas, e se vivesse livre o bastante, perderia muitas outras. – Ele zombou. – parece que o seu bichinho de estimação se cansou. Dimitri Nicov riu alto. – O que você acha que ela vai fazer? Pode me entregar para ela. – Você é um escravo agora. – Ela vai me libertar na primeira oportunidade. Então, eu vou pegar você, Leoni Messina. O mafioso italiano riu, mas ainda havia algo cruel na expressão estampada no rosto. – Não se esqueça de me levar para jantar antes. – Você adora brincar, não é? Vamos ver se vai achar divertido quando eu te amarrar e torturar a sua virilidade dia e noite! – É muito engraçado. – O que é engraçado? – Eu andei co
O avião pousou em um lugar remoto, e Leoni Messina segurou a mulher pela mão, a arrastando para fora do avião que a resgatou até o novo lar. Remoto, e escondido de todos, as terras sequer pareciam terem sido desbravadas. Como construir uma casa ali? Mesmo assim, ele a segurou pela cintura, e a mulher ainda conseguiu sentir as ondas de calor que percorreram até as pontas dos pés, traduzindo em um tremor que ela não conseguiu disfarçar. De alguma forma, ela ainda tinha um sorriso de felicidade nos lábios, mesmo que não pudesse esperar o que estava prestes a ser revelado. O mafioso subitamente parou de caminhar e a encarou. – Agora, Marcela, estamos só nós dois aqui. E pelo tanto que eu acreditei te amar, não a levei a um galpão. Marcela Alekseeva arregalou os olhos, temendo que tivesse caído em uma armadilha. Leoni Messina nunca foi o tipo de mafioso acostumado a ser benevolente, e não seria diferente para ela.Não depois do que fez. – Você está me assustando! O homem a segurou pelo
Leoni Messina bateu os pés ansiosos várias vezes. Ele não conseguiu conter a vontade de arrasta-la até o altar, então, desceu pelas escadas e andou em direção a grande porta de madeira, que se abriu assim que ele se aproximou. Os olhos percorreram todo o ambiente, esperando que pudesse vê-la o mais rápido possível, mas a imagem de alguém beijando a testa da Giulia Rossi o deixou em estado de fúria. O mafioso sentiu a cabeça ferver, enquanto avançou em direção ao homem, arrancando dos braços de sua amada. As costas do atrevido bateu contra a parede, e Giulia Rossi gritou de desespero quando o punho cerrado do Leoni Messina quase acertou o rosto do homem preso pela garganta. Leoni Messina se conteve bruscamente assim que figura que desejou matar com todas as suas forças cinco segundos antes. – Que merda, Lucca! – Ele murmurou. – Que droga você faz sozinho com ela? O pescoço ainda estava sendo apertado antes que ele percebesse a falta de ar do irmão, então finalmente o liberou, embo