Rafaela olhava a irmã partir sem se dar conta do peso que seria não tê-la em casa. Ranielle nunca foi uma loba comum, sempre atrás de aprender tudo o que poderia, e, no alto de seus doze anos a irmã caçula já sentia a necessidade de ser parecida com a irmã mais velha, tanto em suas práticas diárias quanto na destreza.
Os olhos dela não tinham o brilho do alfa, mas, também não eram comuns. Cinzentos, o que só poderia significar uma coisa, era uma Atalaia com tendências peregrinas. A cor dos olhos queria dizer muito em seu mundo e ter olhos vermelhos como os da irmã eram ao mesmo tempo uma bênção e maldição.
Depois que o carro partiu, ela se sentiu vazia, como se as cores tivessem sido roubadas de sua infância. Isso fez com que se distanciasse da família, seu objetivo agora era depois da passagem ocorrida cinco anos atrás, ter armas para ajudar no que fosse necessário. Sua inteligência, carisma e calma a destacavam dos demais irmãos.
Magnus estava agora sempre preocupado, James uniu forças com os primos de Portugal para ajudar a encontrar a fugitiva e de vez em quando ela ouvia os pais sussurrando sobre o desaparecimento de Ranielle. Era sabido que ela estava perdida pelo mundo e apenas a avó deles sabia de seu paradeiro. O incomum, é que ela estivesse ainda focada em acontecimentos passados.
– Muito bem, princesa. – Era como todos no Brasil a chamavam, nada mais apropriado para uma das netas de Eduardo e irmã da herdeira do trono. Ela estava finalizando suas aulas de arquearia, quando ouviu um sussurro distante, James estava contando ao pai algo sobre as aventuras pela Ásia. Não era comum trazerem assuntos assim para a casa.
– Obrigada, Ling. – O professor sul-coreano, o melhor que o dinheiro poderia pagar, estava inconsciente sobre o assunto, já que como humano não possuía as habilidades comuns aos lupinos. – Podemos continuar amanhã?
– Claro, como desejar. Tenha um bom descanso. – Mal sabia ele que agora era hora de se dedicar às lutas físicas.
~~
Suada, contundida e exausta, eram adjetivos que cabiam bem à situação. Rafaela entrou em seu quarto já rumando para a ducha que tomaria com todo o prazer contido em suas entranhas. A água gelada que tocou seu corpo aliviou a tensão dos músculos cansados e doloridos, enquanto fitava seu reflexo no box.
Seus cabelos estavam agora abaixo da cintura, seus traços eram delicados demais para ser considerada mortal ou agressiva como a irmã era, uma grande diferença. Na família, apesar de serem filhos de pai e mãe, além do sorriso nada os colocaria como parentes próximos. Ranielle, seu modelo de persistência, neste momento estava fora de sua vida por enquanto. Algo que seria resolvido muito em breve, já que decidira assim como ela partir numa busca. Seus 15 anos chegaram com uma demora assustadora.
Depois de limpa e cheirosa, foi procurar a mãe, que provavelmente estava na sala ou na adega escolhendo o vinho para o jantar, ainda não conseguia entender como poderia agir como se nada estivesse acontecendo e dar as costas à uma de suas crias. Foi na segunda opção que a encontrou...
Os anos depois do desaparecimento da irmã cobraram um preço à aparência da mãe, que parecia ter muito mais que seus pouco mais de 60 anos. Ao invés da vitalidade e energia que Rafaela se lembrava, ela estava sempre com uma expressão preocupada no rosto.
– Mamãe... Podemos conversar?
– Da última vez que ouvi isso, perdi uma filha. Não quer me fazer perder outra, não é?
Por essa resposta ela não esperava. E ficou preocupada se deveria ou não citar sua vontade de viajar para procurar Ranielle.
– Mamãe, temos que encontrá-la!
– Acha que não fizemos tudo a nosso alcance? Ela sempre escapa entre nossos dedos. Se sua avó não fosse mais teimosa que ela, já estaria em casa à essa altura. Mas, me contento em saber que meus outros filhos estão sobre as minhas asas.
– Ela não está perdida como um cachorrinho, é minha irmã, preciso ajudá-la.
– Depois de tudo o que ela estudou e viveu, não quero ser cruel, filha... Mas, a única coisa que você conseguirá nesse momento é atrapalhá-la.
– Eu posso ajudar, estou me tornando uma arqueira excelente. E, consigo lutar.
– Contra humanos, com certeza. Mas, jamais terá a força dela nem seus reflexos ou suas habilidades para fazer o que é necessário. Espero que compreenda nossa decisão de manter você aqui.
– Se a senhora não me permitir ir, terei de fugir.
– Boa sorte com isso.
Frustrada, saiu da adega, voltando para o quarto. Naquele momento em que o desespero por talvez não ver mais a irmã estava dominando seus neurônios, só pode pensar em uma coisa, se tornaria a melhor lutadora e arqueira que o mundo deles já conheceu. E, nada impedia uma lupina determinada.
Marieta odiava magoar os filhos, principalmente Rafaela, que era a caçula e entre eles foi a mais mimada. Suas lágrimas caíram assim que viu os cachos da menina balançando porta fora.
~~
Um ano depois do episódio, receberam a notícia de que Ranielle finalmente estava bem, tinha conseguido derrotar Encantadora, e, estava devastada pelas perdas, na verdade, uma perda em específico. Todos foram para Portugal, não apenas para celebrar a vitória, mas também pela saudade de Ran.
No entanto, ao chegarem encontraram o fantasma que ela se lembrava levemente ser sua irmã... os anos cobraram um preço muito alto e era possível ver isso no peso em seus olhos, ela deveria ter testemunhado muitas atrocidades para estar com aquela expressão perdida e angustiada. O lugar mais comum onde ela era encontrada: próximo da tumba de um dos mortos em batalha.
– Eles faziam um casal bonito, sabe?
Um não-morto com o cabelo loiro, lindos olhos azuis e um sorriso fácil a encarava enquanto vigiava a irmã. Era bonito de certa forma, mas, parecia velho demais e com olhos muito cruéis. Ela se recordava levemente dele, provavelmente por vê-lo por ali sempre.
– Sou Raoul. Ajudei sua irmã quando ela chegou à Paris mais ou menos dois anos atrás.
– Sim... um dos não-mortos. Conheço bem a raça.
– Desdenhosa, gosto disso. Sua irmã tinha a mesma opinião quando nos conhecemos, e, veja... a ajudei a chegar na vitória e apoiei quando mais ninguém da família acreditou nela.
Como um soco no estômago ou pelo menos era essa a sensação, Rafaela empalideceu e antes que conseguisse retribuir a afronta, a irmã estava chegando próxima e abraçando o não-morto. Rumando novamente para a casa, ele a colocou na cama. Era como se ela confiasse exclusivamente nele e nos dois lupinos que ajudaram na cruzada. Confusão estava nublando seus pensamentos, ela não conseguia compreender como poderia a irmã preferir aquelas pessoas à própria família.
Com o passar dos dias, Ranielle se abriu mais e mais, voltando a um comportamento quase igual ao de antes da partida. Seus pais demonstravam todo o orgulho por terem colocado ela no mundo e Rafaela se sentia bem, tendo a irmã de volta.
Os treinamentos seguiram, estando em Beirão, conseguia treinar de igual para qualquer outro lupino que por ali estivesse e assim poderia provar que merecia o título de princesa assim como a irmã fez para merecer o seu. Seus cabelos viviam trançados para não atrapalhar nas práticas, já que ela se recusava a cortá-los e viu que nunca foram impedimentos para que a irmã chutasse os inimigos nas bolas.
– Muito bem, Rafaela, só continue no gingado antes de atacar, a vantagem está no que o inimigo não espera. – Sem dar tempo para ela assimilar as palavras, Fernando, o primo dela, saltou e a prendeu no chão. – Viu? Esteja sempre atenta. Seus reflexos são bons, mas, ainda precisa de concentração na batalha para não perder por nada.
– Alto e claro!
Porém antes de começarem a se atracar, Ran entrou na arena de treinamento e como normalmente, atraiu os olhares de todos para si. Ela não treinava muito pesado desde que descobriu a gestação avançada do filho ou filha, que esperava de seu antigo amante. Todos reverenciavam a alfa, que agia como se fosse qualquer outra pessoa ali, os únicos momentos em que ela vestia o poder de sua coroa era durante os processos burocráticos de ser Alfa de uma matilha.
Ela gostava de liderar O Conselho com Raoul e depois de conviver um pouco mais com ele, Rafaela descobriu que ele era adorável à sua maneira, pelo menos aos olhos da irmã..
Ranielle foi diretamente à Matteo e Carmem, ignorando os demais sem reparar direito em quem eram e depois de alguns cochichos começou a se desarmar enquanto deixava uma faca com cada um deles. Os olhos de Rafaela se arregalaram e tentou avisá-la, já que obviamente mais ninguém ia treinar naquele momento e apenas observavam a cena sem se mover, porém antes que conseguisse sair de perto dele, Fernando a segurou firmemente.
– Ela sabe o que está fazendo, na verdade tenho pena deles. Está prestes a presenciar uma coisa muito rara depois da morte de Louis.
Antes de ela conseguir responder, seu olhar se fixou nos movimentos da irmã e na forma como seus olhos adquiriram o tom mais vermelho que o cotidiano. Apesar da barriga já média ela se movia com graciosidade e certeza. A confiança dela no próprio corpo, a união entre seus pensamentos e coordenação motora, fizeram Rafaela entender porque seus inimigos a temiam tanto e seus aliados sentem tanto orgulho.
Numa série de 4 movimentos precisos ela desarmou Matteo e mesmo de costas dadas à Carmem, seu movimento fluído a desviou por centímetros quando ela passou a faca próximo demais de seu corpo, prendendo sua mão com a própria, girando seu pulso e encarando o estalo.
Sem desculpas, sem receios e sem misericórdia, ela apenas torceu mais e cotovelou o rosto de Carmem, enquanto Matteo se levantando novamente tentou atingi-la no rosto, o que foi impossível já que ela usara a mão segura de Carmem para atirar o corpo dela sobre o dele.
Derrotados e sorridentes, apenas se ajoelharam diante dela.
– Acabar com vocês está ficando cada dia mais fácil, estão ficando velhos.
Ela se abaixou e os ajudou a se levantar. Os dois não pareciam pesar mais que poucos quilos para ela, no entanto, Rafaela tinha certeza de que eram bem pesados.
– Eu já era velho quando nos conhecemos, Ran. Nenhuma novidade nisso.
– É menina, dê algum crédito à nossa idade e experiência. Devo dizer que desde seu avô não conheci ninguém mais habilidoso.
– Idiotas... – Ranielle de repente observou em volta e estavam todos na arena olhando para os três e não foi necessária nenhuma palavra dela para que voltassem cada um a seus próprios treinos. – Você também, Rafaela. Vi que escolheu um dos melhores para te ajudar.
– Sim, Fernando tem tentado ajudar.
– Você é incrível. Assim como qualquer um de nós. Vai ser uma lupina maravilhosa, basta continuar estudando e fazendo seus exercícios com afinco.
– Espero ser parecida com você um dia. – Dor passou atrás dos olhos de Ranielle, no entanto ela disfarçou e sorriu, se retirando.
– Ela nunca vai permitir que seja parecida com ela. – Carmem disse à ela quando a irmã saiu.
– E, porque isso?
– Porque o que ela fez e viu para chegar até aqui, ela não desejaria para uma pessoa que ama tanto.
Dúvidas pairavam na mente de Rafaela, e, quando Fernando a atacou novamente, foi um alvo ainda mais fácil. O que eles tanto queriam dizer com essa resistência de que fosse parecida com a irmã?
~~
Louis nascera, finalmente! Um menino lindo e forte, chorando como um verdadeiro campeão. E estava sendo coroado o príncipe mais lindo do mundo para seus familiares. A avó e a bisavó só faziam mimá-lo, o que deixava Rafaela desconfortável por não ser mais a caçula.
Pelo menos agora podia correr livre pelos campos e lutar à vontade, já que ninguém se importava de ela chegar mancando ou sangrando na casa, pelo menos era isso o que ela pensava.
– Não deveria se esgueirar só porque está com o supercílio cortado, sabe? – O adorável e irritante não-morto melhor amigo de sua irmã. Ele parecia passar mais tempo em Beirão do que na Serra da Estrela.
– O que você quer? – Não era apenas o supercílio, seu corpo inteiro estava machucado e contundido, conforme foi avançando os degraus de desenvolvimento, estava a cada dia lutando contra mais oponentes. E seu humor apesar de um pouco melhor com a evolução, ainda não estava dos melhores.
– Só dizer que está fazendo um belo trabalho, Fernando e Mortaz tem elogiado muito seus esforços. Estou impressionado. Realmente acho que essa gana pelo melhor é coisa de família. Lembro de sua irmã quando começamos, especificamente algo que está ignorando.
– Sei, não sou tão forte, má ou habilidosa como ela?
– Não... És todas essas coisas assim como ela, mas, está esquecendo da sua mente. Pelo que ela disse, é a mais inteligente entre os quatro irmãos, não deveria negligenciar isso.
– Mas, eu não…
– É só um conselho.
Taciturno não chegava nem perto de descrever aquele não-morto. Apesar do humor aparente, ele sempre tinha umas tiradas ridículas para falar com ela. Rafaela estava constantemente irritada com a presença dele. Mas, nada que precisasse ainda ser anunciado a todos. Estava apenas pensando em como sua irmã o aguentava tendo o gênio do cão característico da família Ferreira.
Subindo para seu quarto e depois de um banho morno, conseguiu visualizar os roxos e vermelhos por todo o corpo, amanhã pela manhã não teria nem sinal deles. Mas, se queria realmente ser a melhor, deveria aprender a rebater cada um desses ataques como se sua vida dependesse de cada um desses treinos de batalha.
Corria atrás do pestinha, enquanto era observada por Ran, esse tempo de evolução desde que chegaram à Beirão a fizera bem, seus reflexos e sua postura melhoraram significativamente depois de seus treinamentos. Sua mira com o arco era perfeita, lidava já bem com armas de fogo e gostava particularmente de pequenas lâminas, mais fáceis de esconder nos cabelos.Raoul estava por ali, sondando sua irmã. Se ela não conhecesse a ligação entre eles, poderia jurar que ele vivia por cortejá-la. Mas, não era bem o caso. A intensidade com que ele olhava para tudo era muito perturbadora. Ela se sentia desconfortável com aquilo.Depois de alguns minutos ainda observando seus exercícios com o pequeno Louis, se retiraram para se armar e seguir para a reuniã
O final de semana chegou e sem muitas despedidas partiram para o continente asiático. Como era uma missão, foram com documentos falsos, que não poderiam ser localizados nem mesmo se as polícias humanas decidissem. Óbvio que tinham alguns membros do alto calão sabendo de suas incursões, mas, era tão secreto que até mesmo generais e comandantes não sabiam da existência de outras raças, que dirá as missões que eram realizadas.Rafaela não desceu do quarto antes da partida da comitiva, estava com o estômago revirando de ansiedade pelo resultado da conferência da irmã e Fernando que tomou lugar naquela manhã. Uma batida em sua porta chamou sua atenção e indo abrir topou com a cabeleira loiro escura cacheada de Louis.–
Não mais se falaram pelos próximos dias, o clima volátil se estendeu à casa que dividiam com a família e onde uma entrava a outra saía na sequência. Marieta e José nunca tinham presenciado uma briga tão feia entre os irmãos Ferreira antes. O treinamento ficava cada vez mais intenso e Rafaela apesar de não pensar em desistir se questionava se estava trilhando o caminho para o sucesso.Seu primeiro exame foi ligeiramente fácil, o que ainda não a habilitava ao cargo de guarda, porém era um degrau a mais. Seus esforços foram reconhecidos pelos colegas que estavam juntos tentando uma vaga também. Lobos e não-mortos lutando por uma causa comum, era normal 100 anos atrás, e, está voltando a ser agora que a Alfa e o Rei da região estavam de acordo com as regras que deveriam ser
Raoul havia arrumado rapidamente uma mala pequena. Com a mesma desculpa de Rafaela, de que iriam apenas realizar um resgate, mal sabia ela que se ele precisasse de uma arma ou de toda a guarda para mantê-los à salvo era questão de assobiar. Possuía contatos em todo o mundo e não seria difícil conseguir ajuda se realmente precisassem dela.Inconsciente desse fato, a jovem loba não tinha ideia de que havia enrolado um rei, suas vontades e um reino inteiro sobre seu dedo mindinho.Assim que partiram, a animosidade já tomou conta dela, que estava a passos de distância de realizar um ataque em direção à ele. Sua vontade maior era de ter ido sozinha, ainda não entendia a escolha de parceiro para uma missão de resgate, Raoul nem mesmo conhecia seu irmão. Porque dever
Paquistão, finalmente. Encontrariam-se com Kwan ali, para posteriormente prosseguir para a China em direção à Coreia do Sul. Estava ansiosa por ver novamente o famoso guarda número um de Hyuna e tinha o pressentimento de que seria muito melhor viajar com alguém que não tinha tanta bagagem com sua família.– Devemos avistá-lo a qualquer momento.– Sim, vai ser uma honra encontrar com o lupino que você chutou a bunda.– Cale-se, Raoul, ele nem mesmo deve se lembrar de nós.– Oh, querida… Um homem jamais se esquece
Um estrondo foi ouvido do lado de fora da porta, Rafaela e Raoul se levantaram com as armas apontadas para a porta e apesar de terem dormido na mesma cama ainda se olhavam com suspeitas. Era incomum para ela dormir acompanhada e para ele dormir acompanhado sem liberar toda a libido de seu corpo.Com os olhos furiosos ouviram do outro lado da porta “Parada de Chung-Ze”, sem nem mesmo se moverem passaram alguns momentos se encarando enquanto uma centelha de reconhecimento enchia seus olhos.– Que horas serão?– Não sei… – Os olhos cinzentos da lupina denunciavam ansiedade. Enquanto os azuis do não-mort
Desmantelar uma quadrilha em sua mente era a parte fácil, difícil mesmo seria lidar com a recusa de Raoul e Kwan que a encaravam como se fosse louca. Hyuna e Ranielle estavam se descabelando à sua maneira, com as duas alfas o assunto era um pouco mais complexo, já que um incidente internacional dessa magnitude seria como uma terceira guerra mundial velada entre espécies.Apesar dos olhares duros, não passou despercebido para os integrantes da sala que Raoul estava encarando a lupina com um desejo nada saudável. Parecia estar disposto a atravessar um rio a nado, para poder tocar na pele pálida dela à mostra. Suas pupilas estavam novamente volteadas com o brilho vermelho que indicava fome ou um desejo incontrolável dele por algo que naquele momento jamais seria seu. Kwan não ficava muito atrás, praticamente babando pelas curv
Ótima forma de começar uma investigação, de um jeito que faria sua irmã sentir orgulho com certeza. Ela sentiu um carro se movendo mas constatou ainda que tardiamente que seus olhos estavam vendados e suas mãos presas por uma espécie de corda. Nada demais se não fosse o forte cheiro de sangue. Seus sentidos se ajustaram rapidamente, trazendo a leitura de três respirações distintas.– Você está acordada, bom... O chefe gosta de testar a mercadoria antes de ela ser colocada no mercado.Ela estava estática e somente seu fôlego se mostrou mais curto.– Sabemos o que você é e a razão pela qual estava nas ruas. É apenas uma puta nova tentando fazer vida. Não lhe disseram que o