Não mais se falaram pelos próximos dias, o clima volátil se estendeu à casa que dividiam com a família e onde uma entrava a outra saía na sequência. Marieta e José nunca tinham presenciado uma briga tão feia entre os irmãos Ferreira antes. O treinamento ficava cada vez mais intenso e Rafaela apesar de não pensar em desistir se questionava se estava trilhando o caminho para o sucesso.
Seu primeiro exame foi ligeiramente fácil, o que ainda não a habilitava ao cargo de guarda, porém era um degrau a mais. Seus esforços foram reconhecidos pelos colegas que estavam juntos tentando uma vaga também. Lobos e não-mortos lutando por uma causa comum, era normal 100 anos atrás, e, está voltando a ser agora que a Alfa e o Rei da região estavam de acordo com as regras que deveriam ser estabelecidas para tanto.
Resistência e força física eram testados ao máximo e era sabido que apenas os melhores realmente tinham um lugar ao sol no treinamento. Assim como o que foi dito em sua conversa anterior, a Alfa não permitiu nenhuma colher de chá para a caçula, que agora estava rolando um pneu morro acima próximo à Serra enquanto tentava escapar das flechas que eram atiradas em sua direção.
– Me digam, como carregarão algum ferido em batalha se não conseguem desviar de flechas, seus inúteis?
O comandante da tropa Savoy, um francês com olhar meio louco sempre questionava e os chamava de inúteis ou imbecis. Seus treinamentos físicos eram os piores. Um dos recrutas pouco acima de Rafaela levou uma flechada no tornozelo e ia cair, mas, ela estendeu a mão e o segurou antes que ele rolasse com o pneu morro abaixo.
– Fique próximo de mim.
– Não podemos ajudar uns aos outros.
– Não podemos uma ova.
– Desiste logo, seu monte de carne inútil. Vai procurar uma bolsa de sangue, vai?
– Eu odeio esse comandante de tropa.
– Somos dois, agora vamos... Rápido.
Eles se abaixaram quando uma nova saraivada de flechas perfurou precisamente onde estariam suas cabeças, caso não tivessem os reflexos rápidos. Com algum esforço e mancando depois de retirar a flecha do tornozelo, o recruta conseguiu manter o passo da lupina que levava sozinha o pneu. Quando chegaram no alto da colina Savoy praticamente torceu o pescoço de Rafaela quando lhe acertou um gancho de direita no queixo.
– Isso é por salvar esse peso morto! Não se salva ninguém no exercício de combate. Isso vale para todos vocês.
– Senhor, permissão para falar, Senhor? – Ela fuzilava aquele vampiro como se sua vida dependesse disso.
– Sim, Ferreira, prossiga.
– Senhor, se estamos treinando no ambiente hostil mais imaginável pela sua mente fértil, Senhor. O correto não é ajudar e carregar nossos feridos pra casa?
O cabo Andrew, um lupino de mais ou menos 200 anos estava observando a cena, enquanto fazia algumas anotações em sua prancheta e sorria de canto de boca observando a cena. Ele costumava ser os olhos da Alfa no treinamento da guarda. Passando o time médico que nada teve a fazer já que o soldado mesmo arrancou a flecha e pela velocidade de cicatrização já estava com tudo encaminhado para a cura.
– Já que acredita nisso, Ferreira, pague 100 flexões pelo soldado Andi.
– Senhor, sim, Senhor.
Se abaixando à contra gosto, ela iniciou as flexões, pela décima e após um sermão de Savoy a classe foi dispensada, enquanto ela era observada por Andrew e o comandante, que conversavam a respeito da evolução da turma. Mesmo em tom baixo, ela podia distinguir alguns nomes, propositalmente evitaram o dela. Depois de finalizada a punição, ela foi dispensada e foi em direção ao alojamento. Seu corpo implorava misericórdia e um banho cairia muito bem no momento. Antes de chegar ao seu destino, foi parada por Andi que a olhava com certa admiração.
– Muito obrigado por ter me salvado ali.
– Só mantenha a guarda alta. Eles são treinados para nos fazer desistir não importa como sejamos fortes ou durões.
– Eu retribuirei um dia, é uma promessa.
– Certo, obrigada. – O tom solene dele a fez refletir sobre essa questão de irmandade da qual ouvira tanto os parceiros da irmã falarem nos últimos anos. É um laço criado nas piores batalhas que travamos durante a vida e vale a pena manter pessoas confiáveis assim por perto.
~~
O clima era de tensão nos alojamentos e ao receberem cada relatório de progresso do time enviado na missão de reconhecimento. Rafaela estava tensa, pois um de seus irmãos havia ido juntamente com a força. E desde que não haviam recebido ainda nenhum relatório, sabiam que havia a possibilidade de estar tudo bem, já que notícia ruim chega mais rápido e vaso ruim, não se quebra.
O relatório de 25 dias de missão chegou e até o momento não tinham nada sobre o que prosseguir, acharam a quadrilha, no entanto, não estavam conseguindo penetrar por suas defesas e requeria certo tempo até poderem ser considerados de confiança.
– Ferreira está fazendo um belo trabalho.
– Sim, é de família isso, pena que James quer seguir a carreira política, seria um grande líder de batalha assim como a irmã.
– Ranielle quer os irmãos muito longe do campo, se pudesse teria segurado Magnus também…
– E quem é que consegue segurar um deles? Não viu que a caçula está no nosso treinamento?
– Vi, e, ela salvou a vida de Andi naquele treinamento, Savoy teria arrancado a cabeça dele.
Rafaela escutava estática a conversa dos companheiros de treinamento. Então, era de conhecimento público que Ran desejava os irmãos seguros, e, isso tinha a ver com o fato de que ela estava proibida de pisar fora dos limites da serra e da cidade de Beirão. Não fazia muito sentido, mas, ainda sim desejava descobrir o tamanho do medo de Ran.
Chamou o parceiro para um passeio de escalada pela Serra. Ele iria com ela até os limites da cidade e ela queria ver como era o outro lado. Mal podia esperar por estar longe o suficiente do ambiente sufocante de cuidado criado pela irmã.
Arrumaram as mochilas e partiram na alvorada do dia, enquanto ainda havia um resquício de luz solar banhando as árvores em volta das propriedades da família. Soltou um longo suspiro enquanto encarava a paisagem e aguardava que Andi conseguisse manter seu ritmo.
Pisaram em poças como crianças fariam, saltaram sobre troncos caídos e visualizaram a luz do sol se derreter finalmente por trás da paisagem que só poderia ser descrita como perfeita. Num dado momento o jovem tomou sua mão na dele, a tocando com gentileza enquanto fitava seus olhos cinzentos.
– Eu ainda não te agradeci o suficiente pelo treinamento.
Quando seus lábios tocaram o dela foi uma sensação eletrizante e única, seus dedos percorrendo os traços do rosto dela, como se estivesse tocando uma sinfonia sem emitir nenhum som. Porém, antes de conseguirem concluir o beijo, foram interrompidos por Polux, um dos guardas de Ranielle, que estava à sua procura.
– Precisa vir comigo, princesa. É caso de vida ou morte.
~~
Ao chegarem à casa da avó, Rafaela soube imediatamente que havia algo errado, sua mãe chorava inclinada contra seu pai e a irmã estava com os olhos vermelhos do alfa, brilhando mais do que costumeiramente. James tinha uma expressão preocupada, enquanto levava uma xícara de chá de camomila para a avó. Quando todos a olharam ela se perguntou se estariam preocupados assim porque havia saído sem avisar.
– Sente-se Rafaela. - Disse a irmã com o tom autoritário com o qual ela não costumava falar com a família. - Achamos melhor te contar, antes que algum desavisado o faça…
O ar parou a caminho de saída dos pulmões dela, e seus dedos ficaram brancos quando ela amassou a mochila com mais força do que seria necessário.
– Magnus está desaparecido.
O chão sumiu de seus pés, ela queria gritar e chorar, dizer que estavam dizendo mentiras e que ele já estaria de volta, seus olhos brilharam assim como os da irmã estavam brilhando e naquele momento ela queria matar alguma coisa de preferência algo que sangrasse bastante.
– Como assim, desaparecido, sendo que recebemos uma carta dizendo que ele estava bem?
– O grupo da missão de reconhecimento foi atacado no galpão do porto em Busan. Pelo que parece a quadrilha descobriu o que estávamos tramando e desmantelou o grupo antes de podermos enviar reforços. Todos foram deixados inconscientes quase mortos no local, porém o corpo de Magnus, caso esteja realmente morto, não foi encontrado com os demais. Hyuna nos fez um report mais rápido pela urgência da situação. A carta havia sido enviada alguns dias atrás, por isso achamos que estava tudo bem.
– Você está dizendo que meu irmão… Nosso irmão. Pode estar morto e você está aqui só passando relatórios sobre isso?
– Ele é meu irmão, assim como é seu, e, acredite… Me dói muito mais do que em você. O que uma criança sabe sobre perda?
– Eu preciso encontrá-lo, preciso encontrar Magnus.
– Você precisa se acalmar.
A mão de Ranielle foi pro ombro de Rafaela, tentando acalmá-la. No entanto, no reflexo a caçula usou dessa mão para dobrar o braço da irmã e trazer seu corpo para perto, assim usando o joelho para tirar todo o ar do corpo dela. Pela surpresa do ataque e a obviedade de nunca machucar os irmãos, Ranielle se deixou bater, apenas se defendendo com o mínimo de força necessária.
Depois de mais calma, Rafaela a olhou e disse sem conter a raiva nas palavras.
– Você foi capaz de lutar pelo vovô e te agradeço por isso, mas, parece-me que a sua força ficou naquela cruzada. Agora é a minha vez de procurar Magnus e acabar de uma vez por todas com essa quadrilha de merda.
Henrietta, que tinha apenas a visão parcial, se levantou e pronunciou já que pareciam todos muito chocados para fazer.
– Deixem que vá. Essa garota vai ser uma dor no nosso saco se tentar fugir. Fora que com um outro lupino treinado, ela pode se manter fora de problemas muito graves.
Rafaela não acreditava nas palavras que ouvia, apenas observava as reações ao redor da sala... Marieta e José se mantinham passivos diante da atitude da avó, James estava de queixo caído e Ran tinha uma parte do rosto roxa a encarando com os olhos serrados.
– Não… Ela não vai… – O momento de surpresa da irmã parecia ter passado, mas, antes de ela poder lutar novamente, a ouviu completar. - Com outro lupino… Ela vai com Raoul. Sem discussões.
Somente nesse momento ela reparou na presença do vampiro parado no canto sombrio da sala, seus olhos estavam ilegíveis enquanto ela o sentia maquinar uma desculpa para não irem juntos. No entanto, sua única preocupação era procurar por traços de Magnus durante a incursão.
– Eu não preciso de uma babá, se é o que acham, estão totalmente errados.
– Ele não será sua babá, Rafaela, é apenas uma precaução e uma fonte de contatos inestimável. Poderão partir no entardecer de amanhã, e, quero ser mantida informada de todo o progresso da missão.
Com todos dispensados daquela reunião de família, Ran e Raoul ficaram sozinhos para discutir o plano de entrada na Coréia.
– Eu não sei ainda porque insiste em ir com ela, é uma criança desobediente e você é um dos reis, não tem necessidade de ficar de babá dela.
– O coração possui razões que a própria razão desconhece, minha cara.
– Eu sei que anda se apaixonando por ela e devo dizer que é uma péssima idéia. Ademais, não tem motivos para continuar com isso. Posso proibi-la de ir.
– E, o que é uma boa ideia? Mantê-la longe de mim até que não pense mais em como ela pode se machucar ou ferir em batalha, minha alfa… Conversamos inúmeras vezes sobre isso, você fez o que pôde para manter suas mãos e pensamentos longe de Louis, mas, veja que no final isso não funciona bem assim.
– Eu sei, inclusive que já falamos sobre isso, só preciso que a proteja já que a tarefa parece difícil de ser cumprida por mim ou qualquer outro lupino com quem ela se relacione.
– Sua requisição é uma ordem! Farei de sua vontade a minha própria.
Inconsciente de ser o assunto entre a Alfa e o não-morto, Rafaela arrumava feliz as malas e apesar de não saber ao certo o que esperar de uma missão de reconhecimento, selecionou algumas poucas armas de seu arsenal, para poder lutar caso fosse necessário. A maneira como as conferia era digna de uma princesa, de fato. James concordava com esse pensamento enquanto espreitava as atitudes da irmã.
– É realmente uma pena que parta, assim como ela fez.
– Não estou partindo se é o que te preocupa. Estaremos de volta em breve e trarei Magnus de volta. Minha preocupação é achar nosso irmão.
– Sim, Rafa, eu sei. No entanto, cuidado no caminho. Há muitos segredos entre o céu e a terra, assim ouvi dizer.
Dos quatro irmãos, James era o filósofo. Seus dons de premonição e suas sacadas só poderiam ser vistas como providenciais em tempos difíceis. A relação entre esse par de irmãos em específico era muito sincera e bastante dedicada. Abraçaram-se por um longo tempo, até que Marieta veio ver o que a filha estava colocando em suas malas.
– Querida, por favor. Leve algumas facas à mais.
– Mãe, nossa missão é de resgate de Magnus, não vou entrar em batalha.
– Espero que não, mas é melhor ter vinte armas e não precisar de nenhuma, do que precisar e não ter. Ouça a voz da experiência, filha.
– Sim, senhora Ferreira. Compreendo totalmente.
Usando a ajuda do irmão e da mãe, ela finalizou as malas, e, depois das bênçãos da avó, se deitou com o único pensamento de trazer de volta o irmão. E, talvez descobrir algo de útil do que estava acontecendo com aqueles problemas relatados pelos que estavam em incursão.
Raoul havia arrumado rapidamente uma mala pequena. Com a mesma desculpa de Rafaela, de que iriam apenas realizar um resgate, mal sabia ela que se ele precisasse de uma arma ou de toda a guarda para mantê-los à salvo era questão de assobiar. Possuía contatos em todo o mundo e não seria difícil conseguir ajuda se realmente precisassem dela.Inconsciente desse fato, a jovem loba não tinha ideia de que havia enrolado um rei, suas vontades e um reino inteiro sobre seu dedo mindinho.Assim que partiram, a animosidade já tomou conta dela, que estava a passos de distância de realizar um ataque em direção à ele. Sua vontade maior era de ter ido sozinha, ainda não entendia a escolha de parceiro para uma missão de resgate, Raoul nem mesmo conhecia seu irmão. Porque dever
Paquistão, finalmente. Encontrariam-se com Kwan ali, para posteriormente prosseguir para a China em direção à Coreia do Sul. Estava ansiosa por ver novamente o famoso guarda número um de Hyuna e tinha o pressentimento de que seria muito melhor viajar com alguém que não tinha tanta bagagem com sua família.– Devemos avistá-lo a qualquer momento.– Sim, vai ser uma honra encontrar com o lupino que você chutou a bunda.– Cale-se, Raoul, ele nem mesmo deve se lembrar de nós.– Oh, querida… Um homem jamais se esquece
Um estrondo foi ouvido do lado de fora da porta, Rafaela e Raoul se levantaram com as armas apontadas para a porta e apesar de terem dormido na mesma cama ainda se olhavam com suspeitas. Era incomum para ela dormir acompanhada e para ele dormir acompanhado sem liberar toda a libido de seu corpo.Com os olhos furiosos ouviram do outro lado da porta “Parada de Chung-Ze”, sem nem mesmo se moverem passaram alguns momentos se encarando enquanto uma centelha de reconhecimento enchia seus olhos.– Que horas serão?– Não sei… – Os olhos cinzentos da lupina denunciavam ansiedade. Enquanto os azuis do não-mort
Desmantelar uma quadrilha em sua mente era a parte fácil, difícil mesmo seria lidar com a recusa de Raoul e Kwan que a encaravam como se fosse louca. Hyuna e Ranielle estavam se descabelando à sua maneira, com as duas alfas o assunto era um pouco mais complexo, já que um incidente internacional dessa magnitude seria como uma terceira guerra mundial velada entre espécies.Apesar dos olhares duros, não passou despercebido para os integrantes da sala que Raoul estava encarando a lupina com um desejo nada saudável. Parecia estar disposto a atravessar um rio a nado, para poder tocar na pele pálida dela à mostra. Suas pupilas estavam novamente volteadas com o brilho vermelho que indicava fome ou um desejo incontrolável dele por algo que naquele momento jamais seria seu. Kwan não ficava muito atrás, praticamente babando pelas curv
Ótima forma de começar uma investigação, de um jeito que faria sua irmã sentir orgulho com certeza. Ela sentiu um carro se movendo mas constatou ainda que tardiamente que seus olhos estavam vendados e suas mãos presas por uma espécie de corda. Nada demais se não fosse o forte cheiro de sangue. Seus sentidos se ajustaram rapidamente, trazendo a leitura de três respirações distintas.– Você está acordada, bom... O chefe gosta de testar a mercadoria antes de ela ser colocada no mercado.Ela estava estática e somente seu fôlego se mostrou mais curto.– Sabemos o que você é e a razão pela qual estava nas ruas. É apenas uma puta nova tentando fazer vida. Não lhe disseram que o
Com a chegada de Farrah, os ânimos que já estavam quentes foram à ebulição. Raoul estava louco de preocupação, assim como os demais da sala. Somente Kwan ainda se mantinha mais calado, provavelmente analisando formas de realizar o resgate sem que comprometesse muito a unidade lupina próxima. As baixas seriam desastrosas, já que os Víboras eram poderosos e pareciam ter alianças muito mais poderosas que eles no jogo de poder.– À essa altura, ela deve estar nas mãos das Víboras, o melhor agora, é colocar toda a nossa força atrás deles.– O rastreador dela está realmente inativo?– Posso tentar consertar, no entanto, seria mais prático se vocês conseguissem fazer um
As buscas pelo GPS falido de Rafaela deram um fracasso total, Raoul estava desesperado por notícias e nessa ânsia procurou por parceiros locais que poderiam ajudar. Alguns vampiros se juntaram à caçada, no entanto ninguém tinha nem mesmo uma pista a respeito do paradeiro da princesa. Cobrando favores um dia ele chegou bastante machucado no centro de comando de Hyuna.Seu olho esquerdo roxo, o supercílio partido assim como o lábio e uma dor no estômago devido a um chute. Nada disso importava muito, pois o foco era achar sua princesa e resgatá-la agora era a missão.As buscas por Magnus também não estavam dando em nada e a preocupação que isso estava gerando em todos era gritante. Raoul acreditava que a alfa local tinha uma queda pelo irmão mais velho da m
Algumas horas mais tarde, Jin a chamou para sua sala novamente. Como estava um clima mais frio, ele vestia um terno de três peças com abotoaduras de ouro e brilhantes, seus dentes reluziam brancos à luz artificial do escritório e ela só pôde imaginar o que ele queria com ela no meio da tarde.– Minha piranha favorita, como está meu bem?– Estou bem... Obrigada por atender minhas requisições.– O que eu não faço para receber um belo boquete no meio da tarde, não é?Antes mesmo de ele colocar as mãos nas calças, ela tomou a frente e deu dois passos em sua direção. Nunca havia ido tão longe quanto o que ele estava solicitando e achou