O final de semana chegou e sem muitas despedidas partiram para o continente asiático. Como era uma missão, foram com documentos falsos, que não poderiam ser localizados nem mesmo se as polícias humanas decidissem. Óbvio que tinham alguns membros do alto calão sabendo de suas incursões, mas, era tão secreto que até mesmo generais e comandantes não sabiam da existência de outras raças, que dirá as missões que eram realizadas.
Rafaela não desceu do quarto antes da partida da comitiva, estava com o estômago revirando de ansiedade pelo resultado da conferência da irmã e Fernando que tomou lugar naquela manhã. Uma batida em sua porta chamou sua atenção e indo abrir topou com a cabeleira loiro escura cacheada de Louis.
– Água.
– Então o pestinha quer água? Onde está sua mãe?
– Mãe! Mãe!
Ela estranhou o sobrinho ainda não falar muitas palavras, mas, relevou o fato pela quantidade de mimos que ele recebia de toda a família. Tomando a criança no colo desceu se certificando de que ninguém estivesse por ali no momento. Na cozinha esperou paciente que ele apontasse o que desejava, enquanto entregava nas mãos dele um copo colorido com pequenos cachorros coloridos, era o mais próximo de lobos que haviam encontrado para o pequeno quando ele começou a usar copos.
– Louis cumpriu a missão então. – Aquela voz neutra, indicava porque os inimigos tremiam quando ela falava dessa forma. Os ombros de Rafaela retesaram e ela não ousou se virar.
– Mãe! Mãe! Água!
– Sim, meu amor, sua tia deu o copo, agora vá procurar o vovô, mamãe tem que falar com ela.
Enquanto o filho saía, ela aguardava a irmã se virar e parecia que coragem estava em falta naquele momento.
– Quando é que eu ficaria sabendo que andou mentindo para Fernando? Ele não tinha ideia de porque queria treinar com a Elite até saber por mim essa manhã que o objetivo era entrar na guarda.
– Não achei a informação relevante para ele. – Rafaela disse, ao se virar devagar tentando não fazer movimentos bruscos. De onde estava conseguia ver os dentes pronunciados de Ran e seus olhos com o brilho característico do ataque. Ela possivelmente estava desapontada e com isso, o garou ainda bastante instável dela, sempre queria dar o ar da graça.
– E para mim? Acha irrelevante também? Tem alguma ideia de como é o exame para a guarda?
– Não me importava muito no momento, sendo que o objetivo é o mesmo, o caminho pouco importa.
– Que bom que pensa assim. Às 18 horas, me encontre no ginásio, sem desculpas e sem atrasos. Se não aparecer, saberei que desistiu dessa ideia.
– Estarei lá.
O brilho cinza brilhante se chocou com o vermelho e mais nenhuma palavra foi dita. Passou o dia todo se preparando psicologicamente para enfrentar o que quer que a irmã fosse jogar nela, e, jamais desistiria. Treinou escalada, mergulho, luta, arco e flecha, tiro ao alvo e tudo o que mais pôde pensar no espaço da manhã e tarde.
Antes do combinado estava abrindo ginásio e fazendo sua entrada, sem nem mesmo reparar que o mesmo estava vazio. O foco estava em sua irmã que encarava o vazio de costas para a porta com as mãos nos bolsos. Ao seu lado uma figura bastante conhecida e de certa forma invejada e detestada na mesma proporção. Raoul.
– Vejo que não fugiu.
– Eu não faria isso.
– Não é necessário fazer apresentações, já que vocês vivem às rusgas por aí. E sim, eu reparei.
Ran tinha esse mau hábito de ver além do que estava disponível para os olhos, mas, era uma característica louvável dada sua posição no conselho e a forma como ela firmou um reinado de sangue sobre os cadáveres. Rafaela olhou da irmã para o não-morto a seu lado e apenas meneou a cabeça, recebendo o curto aceno de volta.
– Depois eu quem era infantil... Vou anotar isso.
– Sempre foi, princesa. Mas, não costumo me dar bem com crianças, foi uma exceção.
– Chega de melação, o que estamos fazendo aqui?
– Apressadinha ela…
– Raoul... – A advertência era claramente um ‘Cale-se’. – Rafa, Raoul me disse que te deu um conselho há algum tempo atrás, espero que tenha seguido. Porque hoje, o desafio não tem NADA a ver com o que tem treinado com Fernando ou tenta com tanto afinco me mostrar.
Sem entender a interposição da irmã, ela apenas continuou fitando seus olhos e encarando o casal à sua frente. Tardiamente, percebeu que no centro do ginásio tinha uma mesa com um tabuleiro sobre ela.
– Vai me fazer jogar batalha naval? Não sabia que estávamos atuando em alto mar também.
Curvando os lábios num sorriso diabólico, a Alfa apenas se retirou e deixou os dois no ginásio. Era sabido que nem ela tinha muita paciência com os chiliques de Rafa, só torcia para que Raoul fosse paciente como foi com ela no início.
– Ranielle me pediu com bastante persuasão para que te testasse no único quesito que eles não podem conferir no treinamento convencional. Como não conheceu Eduardo e mal conviveu com algum dos governantes, não sabe. Porém, qualquer líder de comando, tem necessariamente que ser um estrategista, e, isso inclui os membros da guarda, por estarem sempre responsáveis por traçar planos de batalha e proteção dos membros essenciais do alto calão. Como deve saber... Nem todos os jogos do mundo juntos equivalem ao único jogo de estratégia que exigimos dos nossos membros. Por este motivo, para a segunda etapa da seleção, passam apenas os que têm sucesso contra mim na primeira.
- Um jogo de tabuleiro vai te mostrar se estou apta a entrar num esquadrão?
– Não... O jogo só vai me mostrar se você MERECE estar nesse esquadrão.
– Comecemos então…
– Antes de começarmos, me diga princesa, qual a sua habilidade com o Xadrez?
Sorrindo abertamente pela primeira vez, ela encarou o não-morto no fundo dos olhos e o brilho cinza tomou conta de toda sua íris antes de responder.
– Digamos que eu adorava jogar contra meu pai e sempre venci Ranielle.
– Nada muito impressionante, ela também nunca ganhou de mim. É o único que ela não conseguiu fazer até hoje, mesmo treinando e aprendendo depois de todos esses anos próximos.
– Vamos ver a extensão da sua habilidade então.
Caminharam lado a lado para o tabuleiro, onde as peças já estavam dispostas. Um lindo tabuleiro com peças que pareciam ser de marfim e granito, ela escolheu as peças brancas e deu início à partida. Sem o cronômetro que geralmente usava com o pai, era muito mais fácil se concentrar nas jogadas. Tinha que reconhecer que ele era bom, porém o jogo estava acirrado demais para dizer que seria uma derrota vergonhosa para qualquer dos lados.
Como suposto por Raoul, ela era inteligente e tinha características totalmente diferentes da irmã, que no início perdia até mesmo numa sequência simples de seis movimentos. A jovem Ferreira era mais concentrada e por essa lógica seria uma boa oportunidade para ela desenvolver suas habilidades na guarda. Ele não lhe diria obviamente, mas, estava para perder.
– Injusto, já que você tem uns mil anos de prática na minha frente. – Ela não jogaria a toalha caso pudesse escolher iria com alguma honra restante.
– A injustiça é uma questão perspectiva.
– Certo, certo…
Num último movimento, ele encurralou o rei entre uma torre e sua rainha negra. A partida demorou algum tempo mais que poderia supor olhando para sua oponente, mas, concluiu que sendo quem era, devia a ela respeito.
– Foi prazeroso, pode dizer à Ran que fui reprovada, ela vai pular de alegria.
– Ironia cai melhor nela do que em você, meu anjo. E nunca dissemos que deveria vencer para ser avaliada, dissemos?
Uma esperança ínfima brilhou nos olhos dela, e, foi preciso muito autocontrole para não sair saltitando pelo ginásio. Ela estava agora esperançosa de que fosse conseguir pelo menos uma segunda chance. No entanto, antes mesmo de conseguir se despedir, a irmã retornou para junto deles. Uma curta olhada no tabuleiro e ela sorria para Raoul como não costumava fazer com frequência.
– Vejo que quase teve sua bunda finalmente chutada por alguém. Nenhum dos candidatos chegou tão longe, e, meia hora? Por Gaia! Ficaram batendo papo ou realmente jogaram por tanto tempo?
– Sua irmã tem habilidades que mesmo depois de anos de treinamento, você não conseguiu desenvolver, devia agradecer por isso. Seria um saco se ainda com tudo o que tem, fosse inteligente.
– Ainda consigo chutar a sua bunda no tatame, não se esqueça.
– Jamais, Alteza.
– Corta o papo... E aí?
Rafaela que estava passivamente fingindo não escutar o assunto deles, apenas se interessou nessa parte. Era claro que ele tentara lhe elogiar anteriormente, no entanto, ela nunca entendia corretamente o humor dos não-mortos, poderia ser o total oposto.
– Por mim, está aprovada para a segunda fase. Ela não foi brilhante, mas, tem algumas coisas que poderão ser melhoradas com o tempo e será um prazer esfregar a minha presença constante na cara dela.
Rafaela estaria chocada se não tivesse acabado de escutar que foi aprovada. A felicidade transbordava em seus poros e aquilo era apenas o primeiro sim.
– Rafa... Venha aqui.
– Sim?
– Raoul te aprovou, o que significa que está apta para a segunda etapa do processo. Daqui a duas horas, volte ao ginásio. Venha vestida para lutar.
– Sim! Obrigada!
Ela saiu reverenciando o não-morto e Ran enquanto saltitava para fora. Ela estava alegre pela aprovação e sentia que nada poderia dar errado à partir de agora.
– Tem certeza de que é uma boa ideia, Raoul?
– Absoluta. Ela tem destreza, moldou o jogo várias vezes enquanto estava comigo no tabuleiro, tem aquele brilho determinado no olhar e está disposta a ir até o fim dos testes.
– É toda essa sua admiração por ela que me preocupa.
– Não se desespere, ela me odeia.
– Assim como eu odiava à Louis?
Ranielle nunca diria abertamente, mas, já havia reparado na forma como Raoul olhava sua irmã às vezes. Ela ainda se mantinha inocente àquelas investidas veladas, no entanto, a preocupação maior da Alfa é que de toda a proximidade pudesse surgir algo mais.
– Mudando de assunto, quem irá testá-la na segunda etapa? Obviamente não pode ser você.
– Pedi um auxílio à Carmem, já que Matteo está com a comitiva de Mortaz indo para o sul.
– Ótimo... Posso assistir?
– Sim, mas, mantenha-se quieto, mudo como uma pedra, senão eu vou cortar a tua língua.
– Que medo…
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Às 20 horas, conforme solicitado, Rafaela desceu para o ginásio novamente, ao entrar podia ver a lupina que acompanhou Ran na cruzada Carmem, ela tinha certeza e Ran sentada meditando com Raoul. Seus olhos perscrutam as figuras ali presentes e ela tentou entender o que seria o segundo teste. Vestida totalmente de preto com uma calça comprida e uma regata, caminhou em suas sapatilhas para junto deles.
– Bom ver que é pontual, vamos lá. Já que o teste de estratégia deu certo e foi aprovada, este tem mais a ver com o que podemos enfrentar no nosso dia a dia, tanto na guarda quanto na vida. Carmem, um passo à frente, por favor?
A mulher estava vestida de forma similar, perto da irmã era baixinha porém não menos letal.
– Olá! É uma honra. Tomara que não me quebre como essa aí fez na primeira vez. Ainda posso sentir meu cérebro se mexendo no crânio.
– Espero não precisar fazer isso.
Sorrindo uma para a outra, reconhecendo ser um teste e não uma batalha real, se saudaram de maneira amigável e sem a animosidade anterior, reservada exclusivamente ao não-morto.
– Ok. A sua missão, Rafaela, é fazer três pontos, assim como no Jiu-Jitsu. Imobilizar a oponente vai contar um ponto, golpe num ponto intermediário um ponto, golpe num ponto vital dois pontos e finalização sem morte os 3 pontos.
– Certo.
– Carmem, a sua missão é dificultar a vida da minha irmã como dificultou a minha.
– Sim, Alteza.
Tomando distância uma da outra, as mulheres se encararam e começaram a circular o tatame disposto. Ran acreditava no potencial da irmã já que estava a seis meses treinando na Elite, no entanto, Carmem era osso duro de roer, fora general de seu avô e agora era coordenadora junto com Matteo da guarda d’O Conselho.
Iniciaram a luta com um soco certeiro de Rafaela no estômago de Carmem, recebendo de volta um balão que a jogou de costas no tatame. Seus corpos pareciam obedecer com maestria suas vontades, e, num salto a jovem estava de volta sobre seus pés, passando uma rasteira e socando o rosto da mais velha.
Um corte na bochecha de Carmem garantiu o primeiro ponto ileso, porém a retaliação veio logo em breve, quando ainda no chão segurou as pernas da oponente com as próprias e usou uma delas para tentar atingir seu rosto, com o ataque bloqueado com alguma dificuldade, ela usou um rolamento para se livrar do aperto, conseguindo cotovelar a mulher na costela, golpe que sofreu revide quando Carmem lhe agarrou o pulso e virou aproveitando a distração para poder chutar o peitoral da mais jovem, que perdeu o ar.
Mal conseguindo se levantar, as duas se encararam e quando ia receber um ataque, Rafaela apenas se abaixou passando outra rasteira em Carmem e socando tão forte seu estômago que ela desmaiou por dois segundos. Levantando-se com dificuldades, mancando e ainda sentindo os efeitos da falta de ar, ela encarou a irmã com os olhos cinza escuro.
Ranielle conhecia bem aquela fúria e mal direcionada, seria um belo problema.
– Acredito que tenha conseguido meus três pontos.
– Sim, conseguiu.
Raoul levantou-se e correu para Carmem que estava recuperando o fôlego.
– Vocês por algum acaso querem matar esta velha loba aqui?
– Lutou muito bem, Carmem. Raoul, leve-a para casa por favor, e, cuide para que ela descanse bem.
– Sim, Alteza.
Enquanto saíam, Rafa recuperou a postura e olhava de maneira agressiva para a irmã.
– Era realmente necessário isso? Eu já estou em treinamento com Fernando há meses.
– Era... Na elite vocês treinam duro mas não o suficiente para ser da guarda. É apenas uma preparação. Se acha que não tenho te observado, está muito enganada. Tem se esforçado muito mais que qualquer outro, está sempre disposta a encarar os desafios, porém não é isso que vai te colocar na guarda. Os testes não são a pior parte, eles são apenas uma iniciação. Doloroso de verdade, será o treinamento e se acha que vamos pegar leve porque é minha irmã, está muito enganada.
– Ser sua irmã neste exato momento, é apenas uma maldição. “Seja mais como ela, se comporte como ela, haja como ela, dê o melhor como ela.” Você literalmente acabou com qualquer chance de eu ter conquistas próprias porque fez tudo por sua conta e risco, sem se importar com as vidas que andou destruindo pelo caminho. Se é pra isso que eu vou ter que me tornar, estou fora.
O ar estava estático, parado pela agressividade contida nas palavras de Rafaela. Ela lutou tanto para chegar onde estava, mas, se fosse para ser como a irmã definisse o tempo todo, não faria parte de guarda nenhuma e que O Conselho explodisse. Numa dor incomum, sentiu falta do Brasil, de sua rotina, de suas vitórias pessoais veladas, dos não comparativos. Sentia falta de sentir em casa.
– Seu treinamento vai se iniciar com Raoul na primeira hora da noite de amanhã. Se ele não fritar seus neurônios vamos ver como sairá. E, se o seu medo é se tornar quem sou, pode ficar tranquila... Só existe lugar para um demônio por vez nessa família, enquanto eu ocupar o cargo você está livre.
Não mais se falaram pelos próximos dias, o clima volátil se estendeu à casa que dividiam com a família e onde uma entrava a outra saía na sequência. Marieta e José nunca tinham presenciado uma briga tão feia entre os irmãos Ferreira antes. O treinamento ficava cada vez mais intenso e Rafaela apesar de não pensar em desistir se questionava se estava trilhando o caminho para o sucesso.Seu primeiro exame foi ligeiramente fácil, o que ainda não a habilitava ao cargo de guarda, porém era um degrau a mais. Seus esforços foram reconhecidos pelos colegas que estavam juntos tentando uma vaga também. Lobos e não-mortos lutando por uma causa comum, era normal 100 anos atrás, e, está voltando a ser agora que a Alfa e o Rei da região estavam de acordo com as regras que deveriam ser
Raoul havia arrumado rapidamente uma mala pequena. Com a mesma desculpa de Rafaela, de que iriam apenas realizar um resgate, mal sabia ela que se ele precisasse de uma arma ou de toda a guarda para mantê-los à salvo era questão de assobiar. Possuía contatos em todo o mundo e não seria difícil conseguir ajuda se realmente precisassem dela.Inconsciente desse fato, a jovem loba não tinha ideia de que havia enrolado um rei, suas vontades e um reino inteiro sobre seu dedo mindinho.Assim que partiram, a animosidade já tomou conta dela, que estava a passos de distância de realizar um ataque em direção à ele. Sua vontade maior era de ter ido sozinha, ainda não entendia a escolha de parceiro para uma missão de resgate, Raoul nem mesmo conhecia seu irmão. Porque dever
Paquistão, finalmente. Encontrariam-se com Kwan ali, para posteriormente prosseguir para a China em direção à Coreia do Sul. Estava ansiosa por ver novamente o famoso guarda número um de Hyuna e tinha o pressentimento de que seria muito melhor viajar com alguém que não tinha tanta bagagem com sua família.– Devemos avistá-lo a qualquer momento.– Sim, vai ser uma honra encontrar com o lupino que você chutou a bunda.– Cale-se, Raoul, ele nem mesmo deve se lembrar de nós.– Oh, querida… Um homem jamais se esquece
Um estrondo foi ouvido do lado de fora da porta, Rafaela e Raoul se levantaram com as armas apontadas para a porta e apesar de terem dormido na mesma cama ainda se olhavam com suspeitas. Era incomum para ela dormir acompanhada e para ele dormir acompanhado sem liberar toda a libido de seu corpo.Com os olhos furiosos ouviram do outro lado da porta “Parada de Chung-Ze”, sem nem mesmo se moverem passaram alguns momentos se encarando enquanto uma centelha de reconhecimento enchia seus olhos.– Que horas serão?– Não sei… – Os olhos cinzentos da lupina denunciavam ansiedade. Enquanto os azuis do não-mort
Desmantelar uma quadrilha em sua mente era a parte fácil, difícil mesmo seria lidar com a recusa de Raoul e Kwan que a encaravam como se fosse louca. Hyuna e Ranielle estavam se descabelando à sua maneira, com as duas alfas o assunto era um pouco mais complexo, já que um incidente internacional dessa magnitude seria como uma terceira guerra mundial velada entre espécies.Apesar dos olhares duros, não passou despercebido para os integrantes da sala que Raoul estava encarando a lupina com um desejo nada saudável. Parecia estar disposto a atravessar um rio a nado, para poder tocar na pele pálida dela à mostra. Suas pupilas estavam novamente volteadas com o brilho vermelho que indicava fome ou um desejo incontrolável dele por algo que naquele momento jamais seria seu. Kwan não ficava muito atrás, praticamente babando pelas curv
Ótima forma de começar uma investigação, de um jeito que faria sua irmã sentir orgulho com certeza. Ela sentiu um carro se movendo mas constatou ainda que tardiamente que seus olhos estavam vendados e suas mãos presas por uma espécie de corda. Nada demais se não fosse o forte cheiro de sangue. Seus sentidos se ajustaram rapidamente, trazendo a leitura de três respirações distintas.– Você está acordada, bom... O chefe gosta de testar a mercadoria antes de ela ser colocada no mercado.Ela estava estática e somente seu fôlego se mostrou mais curto.– Sabemos o que você é e a razão pela qual estava nas ruas. É apenas uma puta nova tentando fazer vida. Não lhe disseram que o
Com a chegada de Farrah, os ânimos que já estavam quentes foram à ebulição. Raoul estava louco de preocupação, assim como os demais da sala. Somente Kwan ainda se mantinha mais calado, provavelmente analisando formas de realizar o resgate sem que comprometesse muito a unidade lupina próxima. As baixas seriam desastrosas, já que os Víboras eram poderosos e pareciam ter alianças muito mais poderosas que eles no jogo de poder.– À essa altura, ela deve estar nas mãos das Víboras, o melhor agora, é colocar toda a nossa força atrás deles.– O rastreador dela está realmente inativo?– Posso tentar consertar, no entanto, seria mais prático se vocês conseguissem fazer um
As buscas pelo GPS falido de Rafaela deram um fracasso total, Raoul estava desesperado por notícias e nessa ânsia procurou por parceiros locais que poderiam ajudar. Alguns vampiros se juntaram à caçada, no entanto ninguém tinha nem mesmo uma pista a respeito do paradeiro da princesa. Cobrando favores um dia ele chegou bastante machucado no centro de comando de Hyuna.Seu olho esquerdo roxo, o supercílio partido assim como o lábio e uma dor no estômago devido a um chute. Nada disso importava muito, pois o foco era achar sua princesa e resgatá-la agora era a missão.As buscas por Magnus também não estavam dando em nada e a preocupação que isso estava gerando em todos era gritante. Raoul acreditava que a alfa local tinha uma queda pelo irmão mais velho da m