Capitulo um pouquinho mais curto, porem, espero que gostem do conteudo <3
Ela teve poucos dias para si mesma, mas conseguiu algum tipo de rotina normal e isso não tinha preço considerando o quanto sofreu de nervoso nos primeiros dias de super atenção do Tommaso, poderia conciliar o interesse dele e sua própria vida se não houvesse esperanças de que ela estreitasse seus laços, mas visivelmente aquilo tudo era um cortejo e nesse ponto, Dalila seguia irredutível. Não queria virar mulher de bandido, principalmente um bandido como ele.Jenifer era uma força da natureza e não podia ser contida, pressionou a amiga incessantemente até que lhe desse o endereço do apartamento “cedido pela empresa”. Naquele sábado ela teria uma festa para tocar, a famigerada festa em Porto Alegre, e Jenny se prontificou a ajudar Dalila com um novo figurino para o show, não abandonava a amiga DJ sonhando que um dia fosse famosa e se acostumasse com os amigos que ela e Jotapê compartilhavam, quem sabem fossem chamados para o mesmo lugar e assim nunca se separariam, essa era a versão ain
Jenifer não diria na frente do convidado, mas percebeu o olhar de Giovanni em Dalila enquanto a maquiava, havia um charme obscuro e cômico naquele gringo de 1,90 segurando o pote de sorvete de morango e comendo com colher de sopa, enquanto olhava a morena no reflexo do espelho no quarto.Por que ele estava ali afinal? Jenny cogitou perguntar para amiga por mensagem no celular, principalmente porque ele não parava de segui-las pela casa, apesar de estar constantemente em silêncio e não negar nenhuma das ofertas de bebida ou comida que fizessem. Um ogro bonitão com síndrome de segurança de shopping.Concluiu que a personalidade estranha combinava com a amiga durona... Talvez fossem um casal e ela só atrapalharia se insistisse em levar sua amiga, por isso desistiu. Dalila respirou aliviada quando a amiga terminou a maquiagem e anunciou sua partida.— Estão indo pro mesmo lugar, amiga, não tem sentido eu te levar se ele vai estar lá contigo. É até bom que eu consigo ir pra casa do Jotapê
Jocasta guiou a morena do backstage para a construção de entrada. A arquitetura do lugar remetia à um coliseu e Dalila não percebera isso até ter de andar naquela perspectiva. O prédio antigo em semicírculo fazia um pequeno túnel de acesso do portão de entrada para o palco e a pista, uma placa de neon indicava o lugar como “Arena”, então possivelmente a referência era proposital.Elas caminharam por um dos corredores de vidro laterais, aonde podiam ver as pessoas na pista sob as luzes coloridas e mesmo assim ter um acesso vip para “O Castelo”. Castelo era um apelido do prédio que visto da rua, parecia apenas mais uma velharia da cidade e não tinha 1% da majestosidade que via dali. Os tijolinhos vermelhos, as janelas grandes e as trepadeiras decorando as paredes dos dois pisos, sendo o superior uma grande varanda com cadeiras altas e brilhantes, davam espaço a sua devida glória.Dalila adorava arquiteturas como aquela, mas saber que aquele cabelo loiro reluzindo no trono central perten
Tommaso com seu ego inflado pelo sinal de devoção da mulher diante dele e o poder que ela inconscientemente emanava o fez deseja-la e assim como a maioria dos vampiros, esse desejo era convertido em sede pois sabia que apenas assim era preenchido pelo êxtase. Ela notou seu olhar faminto, engoliu seco, ainda tinha suas mãos agarradas ao tecido da camisa preta e foi soltando aos poucos. — Quer que eu cuide do seu pulso? Ele parece ter te arranhado. — Soou gentil, mas um tremor foi notado em sua voz e o fez agarrar sua cintura apenas para sentir novamente a adrenalina dela subir. Tommaso não compreendia a diferença de tesão e pavor, em termos de batimentos cardíacos ambos eram semelhantes, afinal. — Há tantas coisas da qual gostaria que cuidasse, Dalila... — Ele sussurra perto dos lábios dela. Não havia o que fazer, ela escolheu estar ali, não escolheu? Sentia-se como nunca se sentiu antes. Indigna de si mesma, suja. Via de relance as duas mulheres apáticas sentadas naquelas malditas
Dalila desejou ter o número de telefone do Giovanni, primeiro sentia raiva de não o ver outra vez, não sabia se Tommaso cumprira com sua palavra ou não, temia que algo tivesse acontecido. Depois, percebeu que na verdade sentia saudades dele, da voz grave, do cheiro de cigarro e menta, do seu olhar quente e o comportamento bruto e impaciente... Sentia falta de ser ela mesma, o que só podia fazer ao lado dele, já que era obrigada a mentir para todo o resto.Infelizmente não tinha o que fazer a respeito, além de seguir sua vida e esperar os próximos episódios da sua novela.Ainda estava magoada com Gabriel, ficou por horas esperando-o aparecer, mas além de não aparecer ainda rejeitava todas as suas ligações. Em algum momento o pai dele atendeu para dizer que ele estava muito ocupado e que ligaria assim que pudesse, o que obviamente não aconteceu.Viu Elias na segunda, brevemente. Ele entregou um disco que comprara pra ela e a avisou de uma viagem aos EUA com a Babí, ficariam 6 dias por l
Giovanni não voltou para a fazenda na noite de sábado, nem no domingo, tampouco nos dias que se seguiram.A todo momento ele se lembrava de que fora criado para obedecer e atacar. As leis da família voltavam como tinta fresca, manchando sua consciência de desconforto. Ao conhecer Dalila, algo nela o fez encarar o mundo de uma nova forma, e agora estava pagando pelas consequências de sentir-se forçado a sacrificar qualquer coisa por suas convicções, incluindo a vida.Por muito tempo ele se agarrou a ideia de que a vida que tinha era o que os deuses haviam reservado, foi o que ouviu todos os dias desde a infância, mas como podia ser isso? Que Deus ou Deusa destinaria um menino a nascer para matar os inimigos do seu pai e servir ao seu irmão mais novo? Por que matar sua mãe e tirar dela a eternidade se essa era uma dádiva?Dalila não inspirou apenas reflexões urgentes de como libertá-la, ela o fez questionar o todo e então, questionar o direito do seu irmão de viver para ser o monstro qu
Jocasta não demorou para pular em Giovanni, cruzando as pernas ao redor do seu pescoço para usar seu peso, velocidade e gravidade no intuito de derrubar o homem enorme abaixo dela. Tommaso aproveitou o embate para soltar Dalila, o buraco em sua garganta estava quase 100% curado e a morena plenamente fora do seu próprio controle.Pulou a janela quebrada com ela nos ombros, se prontificando a subir em qualquer carro preparado para leva-los ao aeroporto.Giovanni, apesar de lançado no chão, não deu trégua a Jocasta a qual foi agarrada pela perna e puxada ao chão, aonde ele subiu no corpo pequeno da mesma e desferiu socos em seu rosto repetidamente, o bastante para sangrar. Em um piscar de olhos ela deteve um dos socos e empurrou o mestiço com os dois pés na sua barriga. Em pé novamente, Giovanni cambaleou e avistou finalmente a arma, lançando-se ao chão rápido a bastante para pegá-la e atirar quando a vampira já estava sobre ele. Dois tiros precisos em sua cabeça foram o bastante para de
Estrada de eucaliptos, Fazenda Villa-lobos – Jalines— Como se sente? — Perguntou cuidadoso o mestiço quando finalmente parou o carro em uma estradinha apertada e remota que Dalila não conhecia.Ela olhava para ele respirando devagar, buscando o controle da crise de ansiedade. Ele não saberia como ajuda-la.— Coloque isso. — Continuou ele tirando do bolso de seu sobretudo um colar com pingente de um emaranhado de raízes com um cheiro forte que logo a incomodou. — Isso vai nos deixar invisíveis por um tempo.Ela arregalou os olhos assustada, olhando para seu próprio corpo.— Como assim “invisível?” — Soltou com a voz tentando ser firme.— Não é literalmente, se acalme. — Abrandou ele, segurando as mãos dela em seus joelhos para que relaxasse. — Sinto muito que tenha visto o que viu, deve ter muitas perguntas.Ela olhou o vazio atrás dele, o escuro da noite, pensando em cada uma das cenas que viveu nos últimos momentos para formular qualquer resposta ou pergunta inteligente, mas só vinh