Tommaso com seu ego inflado pelo sinal de devoção da mulher diante dele e o poder que ela inconscientemente emanava o fez deseja-la e assim como a maioria dos vampiros, esse desejo era convertido em sede pois sabia que apenas assim era preenchido pelo êxtase. Ela notou seu olhar faminto, engoliu seco, ainda tinha suas mãos agarradas ao tecido da camisa preta e foi soltando aos poucos. — Quer que eu cuide do seu pulso? Ele parece ter te arranhado. — Soou gentil, mas um tremor foi notado em sua voz e o fez agarrar sua cintura apenas para sentir novamente a adrenalina dela subir. Tommaso não compreendia a diferença de tesão e pavor, em termos de batimentos cardíacos ambos eram semelhantes, afinal. — Há tantas coisas da qual gostaria que cuidasse, Dalila... — Ele sussurra perto dos lábios dela. Não havia o que fazer, ela escolheu estar ali, não escolheu? Sentia-se como nunca se sentiu antes. Indigna de si mesma, suja. Via de relance as duas mulheres apáticas sentadas naquelas malditas
Dalila desejou ter o número de telefone do Giovanni, primeiro sentia raiva de não o ver outra vez, não sabia se Tommaso cumprira com sua palavra ou não, temia que algo tivesse acontecido. Depois, percebeu que na verdade sentia saudades dele, da voz grave, do cheiro de cigarro e menta, do seu olhar quente e o comportamento bruto e impaciente... Sentia falta de ser ela mesma, o que só podia fazer ao lado dele, já que era obrigada a mentir para todo o resto.Infelizmente não tinha o que fazer a respeito, além de seguir sua vida e esperar os próximos episódios da sua novela.Ainda estava magoada com Gabriel, ficou por horas esperando-o aparecer, mas além de não aparecer ainda rejeitava todas as suas ligações. Em algum momento o pai dele atendeu para dizer que ele estava muito ocupado e que ligaria assim que pudesse, o que obviamente não aconteceu.Viu Elias na segunda, brevemente. Ele entregou um disco que comprara pra ela e a avisou de uma viagem aos EUA com a Babí, ficariam 6 dias por l
Giovanni não voltou para a fazenda na noite de sábado, nem no domingo, tampouco nos dias que se seguiram.A todo momento ele se lembrava de que fora criado para obedecer e atacar. As leis da família voltavam como tinta fresca, manchando sua consciência de desconforto. Ao conhecer Dalila, algo nela o fez encarar o mundo de uma nova forma, e agora estava pagando pelas consequências de sentir-se forçado a sacrificar qualquer coisa por suas convicções, incluindo a vida.Por muito tempo ele se agarrou a ideia de que a vida que tinha era o que os deuses haviam reservado, foi o que ouviu todos os dias desde a infância, mas como podia ser isso? Que Deus ou Deusa destinaria um menino a nascer para matar os inimigos do seu pai e servir ao seu irmão mais novo? Por que matar sua mãe e tirar dela a eternidade se essa era uma dádiva?Dalila não inspirou apenas reflexões urgentes de como libertá-la, ela o fez questionar o todo e então, questionar o direito do seu irmão de viver para ser o monstro qu
Jocasta não demorou para pular em Giovanni, cruzando as pernas ao redor do seu pescoço para usar seu peso, velocidade e gravidade no intuito de derrubar o homem enorme abaixo dela. Tommaso aproveitou o embate para soltar Dalila, o buraco em sua garganta estava quase 100% curado e a morena plenamente fora do seu próprio controle.Pulou a janela quebrada com ela nos ombros, se prontificando a subir em qualquer carro preparado para leva-los ao aeroporto.Giovanni, apesar de lançado no chão, não deu trégua a Jocasta a qual foi agarrada pela perna e puxada ao chão, aonde ele subiu no corpo pequeno da mesma e desferiu socos em seu rosto repetidamente, o bastante para sangrar. Em um piscar de olhos ela deteve um dos socos e empurrou o mestiço com os dois pés na sua barriga. Em pé novamente, Giovanni cambaleou e avistou finalmente a arma, lançando-se ao chão rápido a bastante para pegá-la e atirar quando a vampira já estava sobre ele. Dois tiros precisos em sua cabeça foram o bastante para de
Estrada de eucaliptos, Fazenda Villa-lobos – Jalines— Como se sente? — Perguntou cuidadoso o mestiço quando finalmente parou o carro em uma estradinha apertada e remota que Dalila não conhecia.Ela olhava para ele respirando devagar, buscando o controle da crise de ansiedade. Ele não saberia como ajuda-la.— Coloque isso. — Continuou ele tirando do bolso de seu sobretudo um colar com pingente de um emaranhado de raízes com um cheiro forte que logo a incomodou. — Isso vai nos deixar invisíveis por um tempo.Ela arregalou os olhos assustada, olhando para seu próprio corpo.— Como assim “invisível?” — Soltou com a voz tentando ser firme.— Não é literalmente, se acalme. — Abrandou ele, segurando as mãos dela em seus joelhos para que relaxasse. — Sinto muito que tenha visto o que viu, deve ter muitas perguntas.Ela olhou o vazio atrás dele, o escuro da noite, pensando em cada uma das cenas que viveu nos últimos momentos para formular qualquer resposta ou pergunta inteligente, mas só vinh
Giovanni não tinha problemas com o silêncio antes de conhecer Dalila, ele passava um tempo surpreendentemente longo sozinho, as vezes em missão, as vezes simplesmente por não fazer parte do clã como os outros faziam. Era como se eles fossem lobos e Tommaso fosse um alfa como seu pai era, enquanto ele era apenas um ômega, rejeitado por motivos que fugiam do seu controle.Nem todos os clãs vampíricos agiam da mesma forma, na verdade, na maioria deles cada um agia por si mesmo, obedecendo apenas as regras mais simples da sociedade. Os Capadócci só eram tradicionais e ordenados daquela forma porque se deixaram guiar pelas leis da máfia.Sangue e onore. “Quanta piada...” Pensava o homem enquanto tomava uma estrada de terra que eles finalmente encontraram depois de alguns minutos andando entre arvores e mato.— Eu conheço essa estrada. — Soltou Dalila repentinamente, atenta.— Conhece? — Ele arqueou a sobrancelha, focado na estrada. — Sabe dizer se estamos perto?— Continua nessa mesma est
Giovanni não dormiu até que a luz do Sol entrasse pelas vidraças da sala aonde se instalou. Tinha uma boa visão da rua através daqueles janelões e podia descansar no sofá vez ou outra, aonde adormeceu quando já era dia, seguro de que ninguém estaria os procurando nas próximas horas.Dalila, não dormiu tão bem quanto deveria, os pesadelos com Tommaso e o suicídio da avó rondaram sua mente a noite toda, mesmo que se esforçasse para descansar. Não aguentou mais ficar deitada depois que viu o Sol entrando pelas frestas da cortina do quarto.No closet da avó não encontrou nada decente para vestir e enquanto pensava sobre isso, ela ficou curiosa com o que mais teria sido mantido na casa, se aventurou nos corredores resgatando memórias da sua infância, parte delas com sua falecida irmã.Entrou no quarto que um dia pertenceu aos seus pais e ficou surpresa vendo que a avó manteve as coisas como eram quando seus pais moravam ali. Não estava limpo como aquele em que dormiu, mas estava intacto e
Casa da Jenifer Bünchen, Jalines – RS— Você sabe como eu te amo Jen, não tem outra mulher no mundo pra mim. — Disse João Pedro com seu típico sorriso malandro.Jenifer, em um dos seus raros momentos relaxados na companhia do namorado, fingia estar magoada depois de ler uma mensagem carinhosa no direct dele escrita por uma dançarina com quem tinha trabalhado semanas antes em um clipe. Jenny sabia que ele nunca trairia e que a mensagem tinha um tom profissional, mas era do tipo que gostava de ver até aonde ia a paciência do seu companheiro. Funcionaria se ele não conhecesse ela tão bem e soubesse que estava brincando.— Tu ta rindo, Pê! Não acredito! — Acusou ela manhosa e ele riu alto, se deitando sobre o corpo dela na cadeira de piscina.— To nada amor, juro. Me perdoa. — Desculpava-se alto, propositalmente dramático, abraçado a ela que não se movia facilmente apesar de tentar derrubá-lo.Ela se deu por vencida, mesmo que ele fosse baixinho, era bem mais forte e nunca conseguiria tir