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As verdades que queria evitar - Parte I

Jenny morava em um condomínio na parte mais alta da cidade, porém no sentido oposto ao Pico da Forca, o bairro em si era um dos mais antigos de Jalines e por sua vez, o mais rico. Ela não gostava que pensassem que era uma daquelas princesinhas mimadas, a jovem sempre fez questão de parecer uma garota simples, tratava todos muito bem e nunca fazia acepção de ninguém por causa da pele, status social ou gênero e sexualidade. Quase sempre muito sensata, Jenifer lutava pelas pessoas, mesmo que não as conhecesse... Talvez fosse uma herança genética de seu pai, o deputado estadual Armando Bünchen, um dos poucos ainda honestos.

Dalila se orgulhava da amiga em muitos aspectos, muitas vezes até se espelhava nela, mas não no momento em que percebeu que o senso de autopreservação dela fora prejudicado. Assim que Gabriel estacionou sua moto no jardim dos Bünchen, a morena encarou a Lamborghini Aventator cor de chumbo com irritação e surpresa, porque sabia que certamente pertencia ao loiro petulante que conversava com Jotapê na sacada da sala, aonde qualquer um que visse poderia dizer que eram amigos de longa data.

“Será que a Jenny desligou seu radar de encrenca?” Pensou a morena se aproximando da porta com cara de poucos amigos.

Gabriel não entendeu nada, a acompanhou mesmo sem ter sido convidado e depois de 3 toques seguidos na campainha, a Senhora Vargas, que atuava há 30 anos como governanta da família de Jenny, os atendeu com a familiaridade que se recebe netos em um almoço de família. Foi logo abraçando Dalila que teve que relaxar para não parecer mal educada com a senhora que agia amavelmente desde que a conheceu.

— Lila, minha querida, andou muito sumida dessa casa! Entra guria, entra! — Dando espaço para a morena, ela abraçou Gabriel da mesma forma e o empurrou para dentro antes de fechar a porta animadamente. — Hoje a senhorita Bünchen deu para receber amigos, que milagre... Como estão?

— Bem, senhora Vargas. — Os dois responderam em uníssono e a velha de olhos azuis sorriu satisfeita.

— Podem subir na sacada, os meninos estão lá e a senhorita Bünchen deve ir em breve. — Encerrou ela, virando-se para deixá-los.

— Aonde a Jenny está? — Questionou Dalila tentando parecer doce.

— No escritório dela há cerca de duas horas. Uma reunião inesperada com o senhor Bünchen que acabou se estendendo mais do que o previsto, sabe? — Explicou a governanta ao se virar para os dois mais uma vez.

— Eu entendo. Deve estar acabando, então acho que vou esperar ela por lá, assim consigo mais privacidade com ela antes de ir com os guris. — Dalila disse e recebeu um aceno sorridente de afirmação por parte da velha, que logo tomou seu rumo, deixando Gabriel perdido na espera de explicações.

— Por que saiu marchando? Faz isso quando está puta... — Os olhos verdes procuravam alguma pista nos olhos perdidos da morena e só conseguiam captar a irritação. — O que a Jenifer fez dessa vez?

— Nada. — Ela sussurrou a resposta, deixando o amigo ainda mais confuso.

— Por que está sussurrando? — Perguntou no mesmo tom que ela, se aproximando mais.

— Esse cara que estacionou a Lamborghini aí na frente... — Começou ela, mantendo a conversa em tom baixo.

— Amigos ricos da Jenny ou do pai dela... Nenhuma novidade, coelhinha... — Debochou ele e ela rolou os olhos.

— Como tu é lento! Não viu o cara na sacada? Com o Jotapê? Ele é Tommaso Capadócci, okay? Ele parece ter ajudado o Kiper e os outros a organizarem aquela festa do João Guilherme, e fomos apresentados ontem, ele disse que me quer tocando nas festas dele, mas... Sei lá...

— O que tem de errado? — Gabriel segurou a mão dela preocupado.

Nesse momento um som característico de alguém limpando a garganta fez os dois se virarem.

— Falando de mim? Buone cose, eu espero... — A voz penetrante que Dalila já conhecia fez Gabriel cruzar os braços desconfortável.

Julien Mendes

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