Mordi o lábio inferior e terminei de comer, conversamos mais um pouco e foi um custo fazer o Dominic ir embora sem mim, mas ele percebeu que não conseguiria me fazer mudar de ideia e resolveu ir embora. Dominic se despediu beijando minha bochecha e me abraçou forte sussurrando “toma cuidado”. É diferente, está em seus braços.
Depois que Dominic entrou na sua Ferrari e foi embora, andei por um tempinho sem mais intromissões dessa vez. Logo achei um táxi. Em meus pensamentos eram divididos entre Dominic e o homem que matei. É perca tempo pensar neles. O homem está morto e não tem volta. E eu não voltaria no tempo para mudar isso.
E Dominic… foi um acaso desnecessário. Não posso confiar nele e não posso dar a ele a chance de se aproximar de mim. Vai me usar como todos. Eles só sabem fazer isso. Peguei o dinheiro para pagar o taxista e sair do carro quando cheguei na mansão do meu pai. Os seguranças liberaram minha passagem. Logo passo pela porta principal, eu fecho atrás de mim.
— Como foi?
Viro-me vendo Marcus Moss no alto da escada, seus olhos brilhavam, como sempre quando eu voltava das minhas “missões”. O único homem que posso confiar. Ele nunca me faria mal algum.
— Tudo certo, papai.
Ele me olha com orgulho.
— Oh! Querida. — Sorriu e fez gesto com a mão. — Venha.
Marcus está com sua roupa de dormir. Ele sempre está com roupas elegantes e na hora de dormir não é diferente. Marcus tem bom gosto e boas decisões. Meu pai é um bom homem e não me abandonou nos meus momentos difíceis. Minha mãe escolheu não estar com a gente.
Eu subi as escadas e ele pegou na minha mão, fez um leve carinho antes de caminharmos na direção do seu quarto. Marcus soltou minha mão e deitou na cama me olhando com luxúria, coloquei minha bolsa em cima da poltrona que fica do lado da janela. O tempo está mudando e uma forte chuva está por vir.
Olho para o chão. Não preciso me preocupar com mais nada. Nada pode me machucar enquanto eu estiver aqui. Papai garantiu isso. Estou segura agora.
— Agora tire a roupa, querida.
— Como o senhor deseja.
P.V. DOMINIC BRANCH
Vou direto ao mini bar da minha sala pegando qualquer bebida e enchendo o meu copo. Sento no sofá e fecho meus olhos não querendo pensar no que aconteceria com aquela mulher se não tivesse chegado a tempo. Cedi em não ir para a delegacia com ela, mas minha vontade era bater naquele homem até ele perder a consciência. Não fiz por vê-la assustada. Senti necessidade em tirar ela dali.
Foi por pouco e reflexo que eu a vi. Vi aquele maldito homem a jogando no chão. Eu sabia suas intenções. Era óbvio. E eu não podia ficar sem fazer nada. Não posso salvar todas, mas o máximo que eu conseguir, farei.
Àquela mulher… Kendall. Com toda certeza será difícil de esquecê-la. Seu rosto vinha constantemente em minha mente desde que nos despedimos. Por alguns segundos pude ter ela em meus braços. Uma mulher simples pelo menos no modo de vestir. Não a vi usando nenhum acessório.
Não é alta, mas tem oportunidades como modelo se quisesse. Uma mulher de poucas palavras. Não sei se era pelo acontecido de antes ou era apenas preciso de mais tempo para se soltar. Mesmo sem falar muito o que me chamou a atenção foi sua risada. Ela fez eu me perder nas palavras e rir com uma vontade que a tempos não faço.
Quero conhecê-la mais. A imagem dela, no chão olhando para aquele homem me veio à mente. Não sei porque me encantei tanto por ela. Ver ela indefesa me deu mais vontade de protegê-la.
Agora aqui sentado no meu sofá, eu faço o menor movimento possível. Tive um dia longo hoje, no final de tudo pelo menos podia conhecer uma bela mulher. E uma mulher com mais vontade de me afastar do que me manter perto.
Sem bajulação. Poucas fazem isso.
Estou assumindo agência de modelo de minha mãe. Uma agência completa tendo o nosso próprio setor de ‘marketing’, setor de redação, área para avaliação das modelos, estúdios para o trabalho e produzimos nossa própria revista.
Hoje fizemos uma varredura em uma das filiais da agência. Minha mãe e eu fomos em cada pedacinho da agência. De modo a monitorar cada passo e saber de cada detalhe de cada setor. E como a empresa não é pequena, o trabalho foi muito grande.
Ainda tinha documentos para poder revisar. Pessoas falando o tempo todo. Alguns dando sugestões que valiam a pena e outras apenas querendo atenção e a prática de elogios desnecessários. Era essas pessoas que tentava evitar. O que era bem difícil? Sim!
Não é a maioria, mas uma parte dela. Também tem aquelas pessoas que preferem fazer seu trabalho e pronto, falando só o necessário. Eu gostava mais dessas. Tem dias que é um sofrido trabalhar lá ou conviver com certas pessoas que gostam de interferir em minha vida me fazendo perguntas desnecessárias.
Ainda mais o famoso: quando você vai casar, Sr. Branch? Como se minha vida dependesse de um casamento. Ficar perto de uma mulher já era sinal de fofoca. Evito o máximo de contato com as modelos daqui. Não quero estresse e confusão. O máximo que falo são meus amigos de longa data que trabalham aqui. São poucos. De resto prefiro ser profissional.
Passo por tudo isso para no final da noite encontrar uma mulher que quase foi estuprada. Eu massageei as têmporas e bebi o resto da minha bebida. Espero pelo menos ter sonhos bons agora. Sonhar com ela seria bom. Não vou me contentar só com sonhos, mas…
Espero poder vê-la de novo.
Levanto do sofá deixando meu copo em qualquer lugar e vou para o meu quarto. O cansaço já está tomando conta. Tiro minha roupa em movimentos lentos, eu tenho certeza que assim que deitar na cama o sono não vai demorar chegar. Em baixo do chuveiro senti a água pelo meu corpo era como se diminuísse a tensão e cansaço. Só uma boa noite de sono.
Não demorei no banho. As minhas horas de sono estão contadas. Preciso dormir. Amanhã será tão cansativo quanto hoje. Espero que à noite não tenha surpresas.
P.V. KENDALLAjeitei meu casaco no corpo, olhando de um lado para o outro antes de atravessar a rua. Dei uma corridinha quando um carro chegou perto.- Essa foi quase...- Mas você viu que olhei antes. – Dei um selinho demorado nele.- É, mas todo cuidado é pouco.- Tá bom, tá bom. – Ri.David entrelaçou nossos dedos e caminhamos até a praça, sentamos em um dos bancos dali. David colocou seu braço por cima do meu ombro e eu me aconcheguei deitando minha cabeça em seu peito. Ficamos olhando as pessoas e os pássaros. Londres estava frio e o vento um pouco forte. Há duas semanas vim para Londres para minha próxima vítima e tudo está ocorrendo bem.Muito bem!- O que você tanto pensa em mocinha? – David acariciou meu ombro e beijou minha testa.Encarei ele sorrindo.- Em como sou sortuda por ter você.- Minha namorada está romântica hoje.Dei um tapa de leve no seu peito.- David, eu sou romântica, pode parar. – fiz bico.- Ah, coitada dela. – David me deu um selinho e mordeu de leve meu
Desembarquei em New York, peguei minha mala para ir para casa, entrei no táxi passando o endereço da minha casa para o taxista. No caminho para casa notei que o taxista olhava para o decote da minha blusa tentando ver meus seios, balancei minha cabeça ignorando ele. Minutos depois cheguei em casa, paguei o taxista e saí do carro ignorando uma cantada que ele fez. Cumprimentei alguns seguranças que estavam no portão e entrei na mansão seguindo direto para o meu quarto.Deixei minha mala do lado da porta e deitei na minha cama, fechando meus olhos. Finalmente em casa. Não estava cansada, não queria dormir, então resolvi tomar um banho e depois ficar deitada sem fazer nada mesmo. Não demorei muito no chuveiro e tentei não demorar muito na hora de lavar o cabelo, logo saí do banheiro enrolada na toalha.- Poderia ter me esperado.Encarei Marcus sentado na minha cama.- Não sabia que o senhor estava em casa. – Respondi.Entrei no meu closet e vesti minhas roupas íntimas, uma blusa larga e
Arrumei o vestido no meu corpo, ou melhor estou tentando. Não sou muito fã de vestido, mas usar às vezes não mata ninguém. Aceitei sair com Dominic hoje a noite e claro será a última. Não perderei meu tempo com ele, tenho coisas a se fazer e logo voltarei para casa, esquecendo de vez que um dia conheci Dominic. Aceitei sair com ele para dar a certeza que seria uma perda de tempo ficar nos vendo.Deixei meu cabelo solto, nada de acessório. Sair do apartamento indo para o elevador. Apertei o botão para ir ao estacionamento, pegar meu carro, sair do elevador conferindo se meu celular estava na minha bolsa.- Kendall?Olhei para frente.- O que você está fazendo aqui, Dominic?- Vim te buscar. – Dominic falou como se fosse óbvio.- Como você sabia que eu estava aqui?- Eu te seguir. – Deu de ombros.Se ele queria parecer natural com esse gesto, não conseguiu. Como eu não percebi isso? Será que Dominic sabe o que faço? Ou pode alguém ter mandando ele para me matar. Uma vingança. Suspirei i
Voltei a prestar atenção no filme ainda com a cabeça apoiada no ombro dele, rindo de várias cenas do filme, e quando acabou continuamos sentados esperando as pessoas saírem. Dominic continuava mexendo no meu cabelo e aquilo era tão bom que não dava vontade de ir embora.- Temos que ir. – Dominic sussurrou.Levantei contra vontade, mas levantei. Saímos da sala e Dominic segurou minha mão novamente. Por um momento achei que iríamos andar pelo shopping, mas fomos para o estacionamento. Por que eu quero andar pelo shopping com ele? Não faz sentido. Eu nem faço isso. Balancei a cabeça de um lado para o outro, entramos no carro logo entrando nas ruas de New York.- Estou com fome. – Dominic falou.Olhei para ele.- Sério? Você comeu a sua pipoca, comeu a metade da minha, bebeu seu refrigerante e claro o meu também. – Falei contando no dedo a lista que fiz.- Você estava demorando demais para comer. – Dominic se defendeu.Dominic é um homem grande e diria que sem paciência também, mas que el
Estou tão confusa. Por que fico triste com a possibilidade de não ver mais ele? Ele não é uma missão, não é alguém que é preciso eu sair e depois me livrar, mas ainda sim é um homem como qualquer outro e meu pai pode está certo. Meu pai sempre está certo. Dominic pode está querendo me usar. Mas para que? Por que eu desperto seu interesse?Tudo isso está se tornando uma bola de neve na minha cabeça. Não tenho tempo para isso. É aquele ditado: deixe seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda. Pensar desse jeito me deixa mais segura. Respirei fundo e me aproximei dele, dei um beijo na sua bochecha.- Quando vamos nos ver de novo? – Perguntei.Domi
P.V. DOMINIC BRANCHFoda-se! Na primeira vez que nos vimos ela disse que não tinha. Se Kendall está ou não namorando, eu saberei futuramente. Vou me agarrar no não e conquistá-la de algum jeito. Talvez seja um ficante e nada mais, preciso agir antes que tal homem a conquiste antes de mim. E isso não deixarei acontecer.Eu nunca corri atrás de uma mulher desse jeito. Me peguei seguindo Kendall até seu apartamento, eu nunca fiz isso e estou começando a me sentir um manico. Não me culpe, não quero fazer mal algum a ela. Mas não posso deixar essa mulher escapar de novo. Preciso conhecê-la mais. Aos meus 27 anos, uma mulher me deixou louco apenas por ser quem é.[…]
P.V. KENDALLColoquei minhas coisas em cima da cama e fui até minha mala pegar uma roupa para tomar banho, não demorei muito no banheiro e coloquei um short curto com uma blusa larga. Sair do quarto indo para cozinha preparar um sanduíche. O jogo de basquete seria às oito da noite, Max vai jogar hoje, então ainda tinha tempo. Abri meu notebook e conectei minha câmera para passar as fotos, fiquei um tempinho analisando as fotos e apareceu na tela uma chamada de vídeo do meu pai.- Oi, pai. – Falei assim que atendi.Ele sorriu. Dava para ver uma parte da estante de livros, ele estava no escritório.- Oi, querida. Está tudo indo bem ai?&
Não sei bem o que iria falar para ele. Ele começando ganho mais tempo. - Trabalho na empresa dos meus pais, eles passaram tudo para mim me tornando o CEO. – Dominic me olhou querendo ver minha reação. Fiquei surpresa? Sim, mas não demonstrei. – Branch’Model é uma das mais requisitadas. Começou como uma simples agência e logo se tornou algo maior publicidade, trabalhamos com comerciais, modelos, roupas e essas coisas de moda. – Dominic deu de ombros. – Eu cresci nesse meio, seria bem difícil tomar outro rumo. Você deve conhecer minha mãe. – Qual é o nome dela? – Melissa Branch. Repeti esse nome várias vezes na minha cabeça. É um nome familiar e quando reconheci o nome, arregalei os olhos.