— Você está bem mesmo? — Ele chamou minha atenção. Encarei o moreno e assenti. — Meu nome é Dominic e o seu?
Ele olhou-me rapidamente antes de voltar sua atenção para a estrada. Com esse movimento algumas mechas do seu cabelo caíram em seu rosto. Eu olhava seu rosto com mais detalhe e ele percebeu isso. Dominic sorriu de canto. Foi um sorriso contido, mas muito bonito.
— Kendall.
— É um prazer te conhecer Kendall. — Ele não tirou os olhos da estrada. — Então quer ir em alguma delegacia…
— Não! — Falei rapidamente.
A delegacia envolve muita gente e como esse incidente foi perto da boate a oportunidade de descobrirem sobre o corpo antes do tempo é maior. Não posso arriscar, sem polícia vão demorar para descobrir o corpo. Assim tenho tempo para ir embora. Não descobriram que matei o homem do bordel. Sem polícia! Dominic me olha por alguns segundos confuso pelo jeito que falei.
— Você apareceu e me ajudou. — Suavizei minha voz. — Agora quero esquecer isso.
Dominic fez um gesto de cabeça concordando e deu de ombros. Ele não insistiu e isso é bom.
— Você quer que eu te deixe onde? — Perguntou.
Olhei ao redor. Estou muito longe da minha casa, mas mesmo que estivesse perto não deixaria ele me levar até em casa. Eu não conheço ele e também não quero conhecê-lo. Preciso chegar em casa logo. Eu já perdi muito tempo. Preciso me livrar dele. Hum! Não preciso ser rude fazendo isso.
— Na próxima esquina.
Estamos bem longe do acontecido.
— Tem certeza? Porque são uma da manhã e na próxima esquina só tem comércios…
— Não estou indo para casa.
Dominic não discutiu, mas acredito que não gostou da ideia. Segundos depois ele parou o carro como eu pedi e me encarou.
— Você é estranha. — Ele me olhou e dessa vez seu sorriso aumentou um pouco. Esses olhos… — Mas foi bom te conhecer. É uma pena que não tenha sido em um momento bom.
O jeito que ele me olha. Eu podia sentir a intensidade do seu olhar. Não tinha raiva ou preocupação. Talvez carinho? É uma sensação boa. Evito olhar para ele. Não pense que só porque me ‘salvou’ vou para cama com você. Isso não acontecerá. Ele está enganado se pensar que vou cair nesse truque.
Principais características: alto, 1,85 de altura. Sua pele em um leve tom de marrom claro, acredito que sua pele fica facilmente bronzeada. Seu cabelo é preto, um pouco grande, fazendo uma franja sobre a testa. Quando ele apareceu estava em um perfeito topete, agora está levemente bagunçado.
Ocasionalmente ele passa a mão pelo cabelo colocando para trás. Seus olhos são verdes, um tom de verde-escuro. Deve mudar a cor dependendo do tempo. Maxilar levemente marcado. Seus músculos se contraem contra a roupa com seus movimentos. Pelo jeito que ele socou o homem, aposto que faz alguma luta.
— Comerei naquele lanchonete. — Apontei para a lanchonete que estava aberta.
O que estou fazendo? Não tenho que avisar o que farei.
— Posso acompanhá-la se você quiser. — Ele se oferece e olha para a lanchonete.
Não.
— Tudo bem.
Saímos do carro e fomos para a lanchonete em silêncio, o lugar tinha poucas pessoas e é muito agradável. Sentamos na última mesa um de frente para o outro. Ele é lindo, eu não posso dizer ao contrário. Sempre que sorri, o que ele deveria fazer mais vezes, suas covinhas aparecem chamando atenção. Ele sorri com olhar. É bom de se ver.
Seu rosto muda muito quando ele sorri ou quando está sério.
Sua roupa chama minha atenção. Ele está com alguns botões da camisa social aberta e com o casaco do terno dobrado até o cotovelo. Ele tem um jeito mais despojado, ficando mais atraente do que já é mesmo não querendo. Sua gravata deve estar no banco de trás do seu carro nesse exato momento. Depois de um dia cansativo tirar a gravata seria o suficiente para melhorar seu humor.
Não duvido que sua roupa tenha sido elaborada sob medida. As peças ficam perfeitas nele.
Até mesmo a garçonete percebeu isso já que mordia os lábios e olhava para Dominic o tempo todo, enquanto notava nossos pedidos. Dominic é gentil com ela, mas não devolve suas investidas. Querendo se fazer de bom moço ou está apenas esperando eu ir ao banheiro para poder corresponder o desejo dela.
— Depois daqui posso te deixar em casa. — Dominic sugeriu.
Não, você não pode.
— Não precisa.
Dominic inclinou a cabeça para o lado, seu cabelo acompanhou seu movimento. Ele sorriu e coçou a nuca.
— Estou com receio de te deixar ir sozinha e algo acontecer.
Deixei um meio sorriso escapar e abaixei a cabeça para ele não perceber. O que está acontecendo comigo? Ele é perda de tempo. Está me atrasando mais ainda. Ele é igual a todos, essa imagem de gente boa passará assim eu dar espaço para ele.
— Não precisa se preocupar. — Voltei a olhar para ele. Dessa vez seria.
Dominic me encarou por um tempo, sem dizer nada. Agora ele faz o mesmo que eu fiz, ele está me analisando e finjo que não estou percebendo. Pouco tempo depois os nossos pedidos chegaram.
— Você realmente não é muito de falar, não é? — Dominic perguntou depois que a garçonete saiu.
— Não muito.
— Tímida?
— Um pouco. Não sou de conversar com desconhecidos.
— Ah? Não somos completos desconhecidos, somos amigos desde… — Ele olhou o celular. — Alguns minutos atrás.
Não pude deixar de rir e dessa vez ele deu um sorriso de verdade. Talvez eu possa conversar um pouco. Talvez.
— O que quer saber? — Perguntei.
— Quando vou vê-la novamente? — Dominic não recuou nas palavras e nem no olhar.
Ele é aquela pessoa que vai direto ao assunto. Isso não é bom. Tenho que ter cuidado com o que falo com ele. Dominic é um homem esperto que dá para ver em poucos minutos de conversa, ele tem presença e com certeza tem um cargo alto na empresa onde trabalha. Não acho que a Ferrari seja seu único carro caro.
— Talvez demore, talvez não.
— Não gostei. Precisamos reverter isso. — Dominic tomou um gole do seu refrigerante me olhando atentamente. — Quantos anos?
— Vinte e dois e você?
— Vinte e sete. Cinema ou balada?
— Cinema.
— filme ou série?
— Filme.
— Você gosta de batata frita ou cozida?
— Que pergunta é essa? — Acabei rindo de sua pergunta sem noção.
Esse homem é tão estranho. Enquanto passa uma imagem de homem sério e empresário, ele é totalmente diferente, não deixando essas características te definir. Dominic riu junto comigo e deu de ombros.
— Eu queria fazer perguntas rápidas, mas acabei me enrolando. — Dominic falou, ele pegou um guardanapo para limpar a boca.
— Percebi.
— Tem namorado?
— Você é sempre direto?
— Acho desperdício de tempo ficar enrolando. E também não quero confusão ao meu lado caso eu te veja novamente. — Dominic terminou de comer o hambúrguer. — Já que logo vamos nos ver. — Ele diz confiante.
Ele não me parece um homem que vem comer um lanche em uma lanchonete qualquer, mas ver ele sentado ali e agindo normalmente é como ver uma versão que talvez seja nova para ele mesmo.
— Como pode ter certeza?
Ele me olhou sorrindo e terminou de beber o refrigerante.
— Apenas tenho.
Mordi o lábio inferior e terminei de comer, conversamos mais um pouco e foi um custo fazer o Dominic ir embora sem mim, mas ele percebeu que não conseguiria me fazer mudar de ideia e resolveu ir embora. Dominic se despediu beijando minha bochecha e me abraçou forte sussurrando “toma cuidado”. É diferente, está em seus braços.Depois que Dominic entrou na sua Ferrari e foi embora, andei por um tempinho sem mais intromissões dessa vez. Logo achei um táxi. Em meus pensamentos eram divididos entre Dominic e o homem que matei. É perca tempo pensar neles. O homem está morto e não tem volta. E eu não voltaria no tempo para mudar isso.E Dominic… foi um acaso desnecessário. Não posso confiar nele e não posso dar a ele a chance de se aproximar de mim. Vai me usar como todos. Eles só sabem fazer isso. Peguei o dinheiro para pagar o taxista e sair do carro quando cheguei na mansão do meu pai. Os seguranças liberaram minha passagem. Logo passo pela porta principal, eu fecho atrás de mim.— Como f
P.V. KENDALLAjeitei meu casaco no corpo, olhando de um lado para o outro antes de atravessar a rua. Dei uma corridinha quando um carro chegou perto.- Essa foi quase...- Mas você viu que olhei antes. – Dei um selinho demorado nele.- É, mas todo cuidado é pouco.- Tá bom, tá bom. – Ri.David entrelaçou nossos dedos e caminhamos até a praça, sentamos em um dos bancos dali. David colocou seu braço por cima do meu ombro e eu me aconcheguei deitando minha cabeça em seu peito. Ficamos olhando as pessoas e os pássaros. Londres estava frio e o vento um pouco forte. Há duas semanas vim para Londres para minha próxima vítima e tudo está ocorrendo bem.Muito bem!- O que você tanto pensa em mocinha? – David acariciou meu ombro e beijou minha testa.Encarei ele sorrindo.- Em como sou sortuda por ter você.- Minha namorada está romântica hoje.Dei um tapa de leve no seu peito.- David, eu sou romântica, pode parar. – fiz bico.- Ah, coitada dela. – David me deu um selinho e mordeu de leve meu
Desembarquei em New York, peguei minha mala para ir para casa, entrei no táxi passando o endereço da minha casa para o taxista. No caminho para casa notei que o taxista olhava para o decote da minha blusa tentando ver meus seios, balancei minha cabeça ignorando ele. Minutos depois cheguei em casa, paguei o taxista e saí do carro ignorando uma cantada que ele fez. Cumprimentei alguns seguranças que estavam no portão e entrei na mansão seguindo direto para o meu quarto.Deixei minha mala do lado da porta e deitei na minha cama, fechando meus olhos. Finalmente em casa. Não estava cansada, não queria dormir, então resolvi tomar um banho e depois ficar deitada sem fazer nada mesmo. Não demorei muito no chuveiro e tentei não demorar muito na hora de lavar o cabelo, logo saí do banheiro enrolada na toalha.- Poderia ter me esperado.Encarei Marcus sentado na minha cama.- Não sabia que o senhor estava em casa. – Respondi.Entrei no meu closet e vesti minhas roupas íntimas, uma blusa larga e
Arrumei o vestido no meu corpo, ou melhor estou tentando. Não sou muito fã de vestido, mas usar às vezes não mata ninguém. Aceitei sair com Dominic hoje a noite e claro será a última. Não perderei meu tempo com ele, tenho coisas a se fazer e logo voltarei para casa, esquecendo de vez que um dia conheci Dominic. Aceitei sair com ele para dar a certeza que seria uma perda de tempo ficar nos vendo.Deixei meu cabelo solto, nada de acessório. Sair do apartamento indo para o elevador. Apertei o botão para ir ao estacionamento, pegar meu carro, sair do elevador conferindo se meu celular estava na minha bolsa.- Kendall?Olhei para frente.- O que você está fazendo aqui, Dominic?- Vim te buscar. – Dominic falou como se fosse óbvio.- Como você sabia que eu estava aqui?- Eu te seguir. – Deu de ombros.Se ele queria parecer natural com esse gesto, não conseguiu. Como eu não percebi isso? Será que Dominic sabe o que faço? Ou pode alguém ter mandando ele para me matar. Uma vingança. Suspirei i
Voltei a prestar atenção no filme ainda com a cabeça apoiada no ombro dele, rindo de várias cenas do filme, e quando acabou continuamos sentados esperando as pessoas saírem. Dominic continuava mexendo no meu cabelo e aquilo era tão bom que não dava vontade de ir embora.- Temos que ir. – Dominic sussurrou.Levantei contra vontade, mas levantei. Saímos da sala e Dominic segurou minha mão novamente. Por um momento achei que iríamos andar pelo shopping, mas fomos para o estacionamento. Por que eu quero andar pelo shopping com ele? Não faz sentido. Eu nem faço isso. Balancei a cabeça de um lado para o outro, entramos no carro logo entrando nas ruas de New York.- Estou com fome. – Dominic falou.Olhei para ele.- Sério? Você comeu a sua pipoca, comeu a metade da minha, bebeu seu refrigerante e claro o meu também. – Falei contando no dedo a lista que fiz.- Você estava demorando demais para comer. – Dominic se defendeu.Dominic é um homem grande e diria que sem paciência também, mas que el
Estou tão confusa. Por que fico triste com a possibilidade de não ver mais ele? Ele não é uma missão, não é alguém que é preciso eu sair e depois me livrar, mas ainda sim é um homem como qualquer outro e meu pai pode está certo. Meu pai sempre está certo. Dominic pode está querendo me usar. Mas para que? Por que eu desperto seu interesse?Tudo isso está se tornando uma bola de neve na minha cabeça. Não tenho tempo para isso. É aquele ditado: deixe seus amigos perto e seus inimigos mais perto ainda. Pensar desse jeito me deixa mais segura. Respirei fundo e me aproximei dele, dei um beijo na sua bochecha.- Quando vamos nos ver de novo? – Perguntei.Domi
P.V. DOMINIC BRANCHFoda-se! Na primeira vez que nos vimos ela disse que não tinha. Se Kendall está ou não namorando, eu saberei futuramente. Vou me agarrar no não e conquistá-la de algum jeito. Talvez seja um ficante e nada mais, preciso agir antes que tal homem a conquiste antes de mim. E isso não deixarei acontecer.Eu nunca corri atrás de uma mulher desse jeito. Me peguei seguindo Kendall até seu apartamento, eu nunca fiz isso e estou começando a me sentir um manico. Não me culpe, não quero fazer mal algum a ela. Mas não posso deixar essa mulher escapar de novo. Preciso conhecê-la mais. Aos meus 27 anos, uma mulher me deixou louco apenas por ser quem é.[…]
P.V. KENDALLColoquei minhas coisas em cima da cama e fui até minha mala pegar uma roupa para tomar banho, não demorei muito no banheiro e coloquei um short curto com uma blusa larga. Sair do quarto indo para cozinha preparar um sanduíche. O jogo de basquete seria às oito da noite, Max vai jogar hoje, então ainda tinha tempo. Abri meu notebook e conectei minha câmera para passar as fotos, fiquei um tempinho analisando as fotos e apareceu na tela uma chamada de vídeo do meu pai.- Oi, pai. – Falei assim que atendi.Ele sorriu. Dava para ver uma parte da estante de livros, ele estava no escritório.- Oi, querida. Está tudo indo bem ai?&