Danilo estava cada dia mais mal humorado. Sabrina avisou que a mãe estava ao telefone. — Cadê a Lizzie? — Ela está de atestado, Danilo. — Plena segunda-feira? Deve ter enchido a cara! — Danilo, Maya está dormindo de calça jeans? — Samantha perguntou. Sabrina transferiu a chamada dela sem avisar ao Danilo! — Deve estar, dona Samantha. Porque ele está azedo há dias... — Sabrina, pode desligar o seu ramal, por favor. Essa é uma ligação particular. As duas riram e Sabrina desligou, deixando Danilo com a mãe na linha. — O que está acontecendo, Dan? — Ele está em minha casa, mãe. Há um mês em minha casa. Andando por lá, usando da minha piscina. Maya e Justin dão toda atenção a ele! — Espere, fale devagar pra que eu possa entender. Você está com raiva de estar morando com o sogro ou com ciúmes da sua mulher e seu filho estarem dando atenção para ele? — Você sabe muito bem o que está me irritando, mamãe. É ter que olhar e cuidar do assassino de meu pai, que eu estava quase
— Eu estou te falando, mamãe. É ele! — Como assim, Hanna? — Danilo Bukaiter é o mesmo homem que marcou encontro com você no hotel dez anos atrás. — Você disse que não conseguiu acesso ao registro do homem, e também não conseguiu vê-lo chegar por causa da despedida da Maya. Repassamos isso um milhão de vezes nos meses seguintes Hanna. — Eu batizei a bebida da Maya. Preparei a seringa e aguardei o garçom me avisar que o homem do quarto do recado pediu alguma coisa. Comprei toda a bebida do frigobar e batizei. Assim que cheguei no hotel, mesmo antes de Maya, paguei o segurança das câmeras pra trocar as imagens pela porta fechada, de todo o corredor. Depois ele me cobrou um extra pra manter a farsa porque os seguranças do hóspede puxaram as imagens em tempo real. Quando Maya bebeu, eu a levei pro quarto dele. A porta estaria aberta para você entrar. Depois desfiz a festa e fui para meu quarto, Denny deveria chegar a qualquer momento. Onde fiquei até a hora do flagrante. Achei que v
Maya desembarcou em Napa contente. Fazia uma semana inteira que não voltava pra casa. Estava com saudades do pai e de Justin. Tá, tinha que ser honesta, de Danilo também! Há mais ou menos um mês, ele a chamou para uma conversa. Disse que não ia mais insistir em um casamento de verdade, já que ela não confiava nele. Prometeu que não saiu com nenhuma outra mulher desde que a conheceu, mas não esperava que ela acreditasse nele. E fez uma oferta de paz! Que os dois fossem amigos e levassem os 9 meses que faltava para o fim do casamento, tranquilos. Maya aceitou, e então eles ficaram muito amigos. Ele a ajudava em tudo, dava dicas de como fazer as adegas crescerem, conversava com ela sobre como deveriam agir com Justin e até estava tentando manter um relacionamento com John Lee. Ela passou a admirar o marido. Ele estava cumprindo bem sua promessa. Não tinha um dia que dormiam juntos que ele não tinha uma ereção. Mas não avançava o sinal nem ficava se esfregando nela. Nos primeiros dias
Danilo estava completamente desatento, segurando o porta-retratos com a foto de seu casamento. O fotógrafo pediu pra ele segurar na cintura de Maya e a curvar pra trás, e ela colocar a mão nos rosto dele que tentava beija-la. Fizeram essa cena muitas vezes e nunca dava certo. Eles estavam tentando de novo, rindo do fotógrafo que estava perdendo a paciência e ele flagrou o momento espontâneo e descontraído. E a foto ficou muito melhor do que o esperado! Danilo olhava aquele sorriso sincero de sua mulher, louco de saudades dela. Samantha disse pra ele parar de insistir e deixar ela sentir falta da insistência dele, que ela acabaria cedendo. Mas como estava difícil resistir àquela mulher gostosa ao seu lado! E já fazia um mês, mas ao invés de ela ceder, estava se jogando cada vez mais de cabeça no trabalho e Danilo começava a se arrepender de a ajudar! Estava pensando nisso quando sua secretária avisou que Hanna Toronto estava lá. Ele esperava a visita dela, então autorizou. Mas gu
Quando Danilo chegou, Maya lhe mostrou a intimação e ele teve certeza que Hanna não mentiu, pelo menos nisso! Ele a acalmou e mandou tomar um banho e ir descansar de uma semana cansativa em São Francisco. Enquanto ela dormia, ligou para seus advogados do escritório. A audiência já seria na segunda-feira, com certeza o juiz mandaria que se fizesse o teste de DNA e já encaminharia a clínica. Como Danilo tinha dinheiro e influência, pediria pra ser realizado o exame express. Ele já tinha pesquisado, sabia que teria que desembolsar uma taxa e eles teriam o resultado em 24 horas. Isso o colocava sem tempo para analisar o que Hanna pediu. Os advogados pediram um tempo para analisar a situação inusitada e como estava perto da hora do almoço, Danilo foi até o quarto ver se Maya não queria comer ou pelo menos conversar. A encontrou sentada na cama, com cara de quem não pregou o olho, olhando pela janela perdida em pensamentos. Estava linda! Uma longa camiseta cinza sem gola com abertura
Quando Danilo chegou na boate que Maya e Samuel estavam, acenou para o segurança e entrou. Ele era VIP. Maya escolheu um bom lugar. Claro que ele mandou um segurança a acompanhar quando ela dispensou o motorista, que na verdade era um segurança que Danilo contratou especialmente pra ela. Sabia que ela iria ficar uma fera quando descobrisse, mas tinha o argumento perfeito: não confiava em Hanna! Era sua irmã e tals, mas era uma cobra, uma pessoa do mal. Precisa convencer sua mulher a aceitá-lo pra poder lhe contar toda a verdade. Antes que ela descobrisse por Hanna! Fez uma varredura e a encontrou sentada, conversando com Samuel, tímida. Sentou em um canto do bar e pediu uma água com gás. O barman ficou olhando pra ele, confuso. — O senhor gosta de um cowboy 18 anos! — Hoje não, Jeffrey. Hoje estou de motorista da rodada. — Quando seus amigos chegam? — Não é para meus amigos, Jeffrey. E se algum deles chegar, por favor, quero ficar quieto... — Pode ir pro camarote, Bukaiter.
Maya levantou da cama e sem aviso prévio pegou no pau de Danilo: — Que droga, Maya. Você está bêbada! Se continuar agindo assim, vou para o outro quarto! Danilo não queria ficar perto dela o atacando daquele jeito! Uma mulher bêbada não é legal... — Não estou! Não vai embora. Fica comigo… — Depois diz que não está bêbada! — Danilo falou, revirando os olhos. Ele odiava o poder de sedução de Maya. Pior que ela nem percebia o quanto ficava sexy e desejável com aquela saia de couro preta, top branco que valorizavam um busto perfeito, batom vermelho na boca. Sua esposa era linda! — Você nem vai lembrar amanhã que me disse essas coisas, Maya. — Eu não estou bêbada. E vou te provar! Danilo sentiu diferença na voz dela, como se ela tivesse ficado sóbria de uma hora pra outra. Balançou a cabeça. Não, ela não era assim e já tinha dito que não o queria. Resolveu brincar com ela, para que ela voltasse a rir como antes. — Como? Vai fazer o quatro? — Engraçadinho! Você uma vez me disse
Danilo parou de falar, se lembrando daquela noite. Aquela mulher que estava ao seu lado na cama, deitada de bruços, os cabelos loiros sobre o rosto, somente as nádegas cobertas. O longo banho, os pensamentos, as lembranças. A decepção quando saiu do banheiro e não a encontrou. A longa procura por aquela sensação novamente. Sabia que não estava louco, que não foi uma alucinação da droga que lhe deram. Tinha marcas de unhas nas costas pra provar pra si mesmo! Depois começou a lembrar das coisas que Maya lhe contou que fazia todo o sentido: ela foi drogada na despedida de solteira dela. Quando entrou no hotel, viu a despedida de solteira. Mulheres todas de máscara de coelhinhas se divertindo. Comentou com o barman! Um pensamento lhe veio à cabeça, e resolveu perguntar, se afastando dela: — Você me disse que quando refaziam a cena daquela noite, Steve participava. Porque? — Quando acordei, ouvi barulho de chuveiro e achei que era a Hanna. Vi um chupão em meu peito. — Danilo se lembr