Envergonhada, Maya contou tudo pra avó. Da briga na boate depois que Danilo chegou do nada, da tórrida noite de amor e de descobrir que Danilo foi o homem daquela noite, o que o colocava como o pai de Justin. — Não entendi seu raciocínio de seguir com o DNA...— Vó , eu preciso colocar uma pá de cal nessa história com o Denny. Danilo acha que ele quer recuperar a juventude que viu se esvair ao lado de Hanna. E eu não duvido disso não. Ele se fez de vítima pra mim, mas não acredito muito nele. Quem ama não trai. Ele nunca me amou de verdade e agora quer me usar pra se livrar de Hanna e da falência. Ele não tinha o direito de inventar essa história. E eu não quero ficar batendo nessa mesma tecla, passando uma vida me defendendo. Vou lá, faço esse exame, provo que ele mentiu e sigo minha vida! E outra coisa: passei 9 anos dizendo para meu filho que ele é uma produção independente e vendo ele me defender quando os coleguinhas diziam que eu fui abandonada. Para justificar esse exame, tive
Maya não gostava de violência, mas queria dar um grande soco na cara de Denny por fazer ela e Justin passarem por aquela humilhação! Só o que a confortava, era que ela gostou muito da audiência preliminar onde o juiz pediu o exame:— Senhora Bukaiter, a senhora pode afirmar com cem por cento de certeza que não era o senhor Toronto naquele quarto de hotel, na noite da concepção do menor em questão? — Não senhor. Eu sei que meu marido é pai do meu filho, porque nós dois fomos drogados para passarmos a noite juntos. Sei que não tive relações com o senhor Toronto dois dias antes, como ele afirma. — A senhora se lembra do seu marido passando a noite com a senhora, ou é apenas a coincidência da mesma situação? — Não me lembro.— Então como pode afirmar que Justin é filho do seu marido? — Uma marca de nascença que os dois têm no peito...— Vou acreditar em sua palavra, senhora Bukaiter. Minha larga experiência como juiz de família, me diz que uma mulher semp
Danilo olhava pela janela do escritório dele na sexta-feira às quatro da tarde. Ele adorava aquela vista, como da primeira vez que a viu. Aquela cidade era linda e apaixonante! Estava sentindo falta de Maya. Pensava em como uma pessoa podia se tornar seu tudo assim, de uma hora pra outra? Seu telefone tocou e ele estranhou. Faltava menos de meia hora para o fim do expediente. Normalmente ninguém mais trazia problemas pra ele a essa hora. Atendeu uma Sabrina enfezada: — Danilo, estou checando toda a documentação da semana pra mandar pro jurídico. Tenho em minha frente um contrato de compra e venda da Mansão Toronto assinado por você em nome de Hanna Lizze Dawson Toronto! Me diz que isso é um documento falsificado que se eu não checasse, você estaria sendo roubado! — Não é falso! Pode mandar Thomás liquidar na próxima semana. — E você pode me explicar porque você fez isso? — Não te devo satisfações das minhas atitudes. Mas você sabe porque!— Não, Danilo. Eu nã
Maya estava atendendo um casal muito distinto, se forçando a sorrir, quando queria era ir embora. Chegou na cidade no dia anterior na parte da tarde, não deu tempo de ir em seu apartamento antes, se trocou no vestiário de funcionários mesmo! Atendeu até quase uma da manhã. Naquele dia, sua agenda começou as 11, mas tinha que conferir a agenda da próxima semana, estoque, fazer pedidos e ainda organizar o novo serviço que Danilo inventou! Ele sugeriu sociedade com a adega dela, e deixou bem claro que era um negócio, nada relacionado ao casamento deles. Mas se desse certo, seria muito vantajoso para os dois. Maya nem pensou e aceitou. Danilo ofereceu as garrafas ouro da adega particular dele para exposição na adega dela, com degustação e venda das garrafas de produção daquela safra. A visitação e degustação ficava por conta dela, lucros e despesas, e o estoque dos vinhos por conta dele, transporte e entrega, e ele ainda pagava a comissão pra ela. Maya entendeu que era uma par
Maya nem teve tempo de ficar impressionada com a luxuosidade do lugar. Danilo a deixou por um minuto na sala, mas logo voltou para buscá-la. E ela descobriu que ele tinha colocado a banheira pra encher. Colocou ela sentada na banheira e tirou os sapatênis pretos que ela usava, faziam parte do uniforme. Ele desabotoou sua camisa do uniforme e a tirou, deixando ela de sutiã preto de Lycra. Ela também usava esses sutiãs que não marcavam no uniforme da Saborosa e tinha implementado também no uniforme das meninas. Depois Danilo trançou seus cabelos e ela ficou se perguntando como ele sabia que ela não ia molhar. Danilo viu a dúvida na feição dela:— Eu vi você secando ontem de manhã antes de irmos para a clínica. — E como você sabe que eu não lavo todos os dias? — Porque vocês mulheres tem uma coisa estranha com esse negócio de cabelos! Se lavar todos os dias, fica pesado e armado, se ficar dois dias sem lavar, está oleoso e a cabeça coça. Então vocês chegaram a um ent
Maya via pela janela do carro, a cidade que amava outrora passando. Seus olhos brilhavam. Não sabia se a cidade que voltou a ser linda ou seu estado de espírito que tornou tudo mais bonito! Dois motoristas foram buscar os dois no aeroporto. Danilo tinha que ir imediatamente para o escritório e ela ainda poderia levar um tempo antes de ir pra Saborosamente. No dia anterior, acordou com o café na cama, como era praxe Danilo levar pra ela desde que assumiram seu casamento como um relacionamento. Maya pensou que só faziam dez dias mesmo? Estava vivendo um conto de fadas, daqueles que só se via em filmes. Conversaram bastante enquanto tomavam café, e até os problemas foram levados numa boa. — Porque você veio pra cá, Danilo? — Porque somos casados, não faz sentido passarmos os finais de semana separados! Nosso trabalho já nos obriga passar a semana inteira separados e criamos nosso filho meio a meio. Nos finais de semana, ele vai pro sítio da vovó Sophia e não tem neg
A semana passou voando! Quando se deram conta, ela estava viajando novamente na quinta-feira. A previsão para as considerações dos críticos eram para aquela tarde. A Master of Wine (MW) britânica Jancis Robinson já tinha dado sua nota no jornal onde assina, logo pela manhã: 98 pontos! A crítica dela era a mais esperada, porque sua preferência é por vinhos mais elegantes. E vinho de guarda não é tão elegante assim. Mesmo assim, Bodas pontuou na opinião dela dois a mais do que a última garrafa ouro de Danilo. A próxima nota esperada era de Robert Parker, que tem preferência por vinhos encorpados, onde o vinho de guarda se encaixa! Essa crítica é extremamente importante para a produção da safra! Quanto maior a pontuação, maior a tiragem de garrafas. Danilo disse que a produção inicial é de 1000 garrafas, depois da crítica é que elas começam a sair de fato e determinam quantas garrafas mais vão produzir. Os dois vinhedos de produção dele estavam trabalhando a todo vapor e quando Ma
Maya viajou na quinta-feira seguinte sem vontade nenhuma! Não entendia: amava a Saborosa, ela representava tudo o que sonhou e o que quis fazer. Seu trabalho era tudo o que mantinha sua sanidade. Sabia que não podia comparar, Justin era seu tudo, mas nem ele fez sozinha! Não estudou sozinha, não criou seu filho sozinha nos primeiros anos, não saiu de Napa sozinha. Mas a Saborosa sim! Saborosa era sua realização pessoal e adorava estar lá, cuidar, atender seus clientes que vinham por ela! Então porque, de repente, viajava pra lá como um fardo? Danilo e ela discutiram várias opções para o problema dos dois: ele sugeriu se mudarem para São Francisco de vez, mas a opção de presidência da Coop para o substituir seria Denny, o que eles não aceitavam. Também tinha a vovó Sophia e John Lee, que não podia nem sonhar em fazer a viagem antes do transplante. Não podia simplesmente deixar de ir pra lá no mínimo três dias por semana. O diferencial de sua adega era o seu atendimento! Mes