Nem que eu quisesse muito aquela informação fazia sentido na minha cabeça, eu sei, ela era difícil, mas minha irmã não era o tipo de pessoa que seria uma chefona em algum lugar.Mas o olhar de Matteo aquela noite era tão visceral que eu não consegui não me conectar com a sua preocupação.Eu fiquei olhando nos olhos dele de uma forma diferente, eu estava com medo, mas o corpo dele ao lado do meu me deixava um pouco mais calma.Eu sabia que aquele casamento era arranjado, mas a sensação de que poderia ser real não saía da minha mente, principalmente quando ele estava por perto, tão perto que o perfume dele exalava pelo quarto e invadia as minhas narinas.- Está tudo bem Isabella? – ele disse olhando nos meus olhos.- Está... eu não sei, você deu uma informação que muda tudo e nem é isso que está me chateando.Ele colocou as mãos quentes no meu rosto e eu fechei os olhos por alguns segundos absorvendo tudo o que tinha de bom naquela situação, tentando pelo menos fingir que havia alguma
Nascida e criada em um meio não tão bom, sofrendo pelos mesmos motivos que todas as pessoas normais sofrem, mas em um ambiente onde nenhuma pessoa normal deveria viver... assim eu fui criada, assim eu vivi, assim eu cresci e provavelmente assim será a minha morte.Quando o meu coração que é feito de mim, decidir parar o corpo que também é feito de mim.- Eu já disse Beatrice não tenho nenhum interesse se quer nos planos do nosso pai, eu não sou como você... - eu disse enquanto minha irmã mais velha afofava o meu vestido de baile, ela fazia a função de mim mãe desde que ela meteu uma bala na cabeça no meu aniversário de cinco anos de idade, trágico, mas eu evitava pensar muito nisso para não acabar enlouquecendo mais do que já era de praxe - eu agradeço que esse baile seja para te apresentar um marido, por que assim eu posso ficar um pouco mais livre. Até parece que estamos no ano de mil e quinhentos onde uma mulher não tem chance de se apaixonar de verdade. Não sei como você não se in
Aqueles momentos constrangedores e desajustados causaram um efeito em mim, eu estava afinal de contas, na porra da minha casa, então por que eu estava tão aflita? Tentei manter a compostura, da forma como eu consegui, bom, não havia compostura olhar para ele me deixava nervosa. Um tipo de nervoso diferente, era como olhar direto para o sol e sentir a sensação de ter os seus próprios olhos queimando.- Ah... desculpa... eu não vi que já estava ocupado... - eu disse sem graça, querendo olhar para ele e querendo fugir.- Não se preocupa, tem lugar para todo mundo que acha essas porras de eventos insuportáveis! - eu nem acreditava que ele havia tido coragem de falar isso, eu mesma achava a mesma coisa, mas ouvir alguém dizer isso sobre um evento que era sobre a sua irmã... era difícil.Eu queria dizer o mesmo, mas eu podia detonar aquele evento de todas as formas, mas ele? Ele não!- Não são tão ruins assim... tem bebida de graça... e a anfitriã é linda.- Você é o que? parente do dono da
Eu estava tão perturbada que saí tropeçando pelo salão até finalmente conseguir me trancar dentro do meu quarto, fiquei parada na porta tentando absorver o que tinha acontecido, o que rolou ali no meio de todos?O meu primeiro pensamento foi "Será que Beatrice viu?" "Será que ficou chateada comigo?" "Não foi intencional"Depois eu percebi que eu estava me justificando em cima de algo que eu não precisava justificar, já que NADA ACONTECEU.Eu só precisava me convencer disso o mais rápido possível.Mas se eu fechasse os olhos eu via os olhos verdes daquele demônio insuportável, acho que ele me impressionou pela capacidade de me tirar do sério, por isso eu estava pensando nele, não rolou nada especial, só rolou alguém que me desafiou... e isso não acontecia normalmente. E eu nem sei por que eu estava tão focada em algo que aconteceu apenas a cinco minutos atrás, já era passado.Eu já estava envolta em minhas cobertas quando Beatrice entrou no meu quarto. Eu sentia os passos dela, sabia e
Eu somatizei todas as coisas, isso é verdade, eu fiz de tudo para que eu não pensasse mais naquele homem nem no cheiro dele ou no modo como ele me segurou forte nos braços a noite toda em meus sonhos, ele era noivo da minha irmã, e eu não podia interferir em nada que pudesse colocar em risco á vida perfeita e quadrada que minha irmã tanto queria para ela. Eu acordei no outro dia estranha, a calcinha melada da noite anterior, uma vontade imensa de ter tirado ela na frente de Matteo. Corei com o pensamento e me senti a maior das vagabundas, tomei um banho e desci as escadas na esperança de tudo aquilo ter sido apenas um maldito devaneio da droga da minha cabeça. - Olá Bella, acordou só agora... eu já estava indo ao seu quarto te acordar – disse Beatrice sorridente demais para o meu gosto no salão principal. - Eu só preciso de um café para acordar de algum jeito Bea, logo volto aqui e falo com você... sou um monstro com fome – sim eu era, aquilo ao menos não era mentira, porém, eu est
Eu não sou como toda mocinha de conto de fadas e livros clichês, eu nunca me senti desajeitada diante da minha irmã que era um monumento, eu nunca me senti feia em relação a nada e quando ele olhava para mim eu sabia que ele me queria de todas as formas possíveis e em todos os lugares e posições possíveis.Eu aceitei, com o coração batendo mais forte do que eu conseguia conter, mas eu encarei aquele desafio.- E então... Isabella não é? – disse o irmão dele caminhando ao meu lado, enquanto ele esticava o pescoço para trás para saber o que estávamos falando.Eu tinha pena.Minha irmã tentava incessantemente chamar a atenção do seu noivo, o homem que deveria estar dando 100% de atenção a ela o tempo inteiro.Matteo parecia incomodado demais com a forma como o irmão estava falando comigo.- E então... vocês dois... podem andar na nossa frente! – ele disse irritado demais para o meu gosto.- Eu realmente não vejo motivo para andarmos na frente, vocês dois precisam de um espaço para se con
Eu caminhei com o Pedro e ele brilhava. Mas infelizmente brilho nunca me atraiu e eu sempre gostei demais de problemas, eu não conseguia evitar. Era mais forte do que eu o meu ímpeto de ser uma m*****a louca de pedra. - Garotos – chamou minha avó do gramado – vamos jantar! – era ordem, ninguém se atrevia a não obedecer a uma ordem direta de uma dama envolvida com um monte de mafiosos armados até os dentes. Crescer nisso dava uma aura engraçada para a minha vida, e enquanto eu crescia em um colégio católico cheio de pompas e circunstâncias eu ouvia o quanto os pais das minhas amigas eram CEO’s de grandes empresas, enquanto eu sempre soube que o meu pai matava pessoas e contrabandeava drogas pelo mundo inteiro. O meu senso de justiça foi afetado, e talvez, só talvez, o meu senso de atração também. A luz nunca me disse nada, eu gostava de problema, e os olhos dele era puro ódio e me atraíam como um raio para ele. Ele se sentou na outra ponta da mesa, mas o meu sentimento, era que e
Todo o motivo do desprezo de Matteo era porque eu estava na jogada.E essa frase ficava ecoando na minha mente, de novo e de novo e sem pausa enquanto ela chorava as lágrimas mais sinceras que podia chorar.Eu não queria decepcionar Beatrice, minha intenção jamais havia sido essa, eu não esperava que esse homem me atropelaria como um caminhão sem freio em uma rodovia molhada pela chuva.Mas foi assim que aconteceu.- Tudo bem Bea, fala para o papai... que você... não se sente confortável se casamento com alguém que claramente não tem sentimentos por você! – até que ponto o meu conselho para ela era real? Até que ponto eu realmente estava preocupada com seus sentimentos e não com os meus?- Eu não posso! Eu quero me casar com ele! – ela disse firmemente se levantando e limpando as lágrimas no rosto.- Por qual motivo você iria querer se casar com um cara que não está nem aí para você? – eu falei veemente, acho que fiquei com o rosto vermelho do nada, por que sentia como se pegasse fog