Início / LGBTQ + / SOPHIA / Capítulo 3 - Amargo Ciúme
Capítulo 3 - Amargo Ciúme

A situação inverteu e agora era Luzia que sentia queimar dentro dela o ardor do ciúme, além da vergonha de ser desmascarada diante de das provas que não deixavam qualquer dúvida quanto a suas ações infames contra a companheira, que se dedicou tanto para preservar o relacionamento oriundo de uma amizade sincera, mas que terminava ali, naquele exato momento, e de forma constrangedora.  Ao ouvir de Sophia que tinha passado a noite no mesmo local onde ela a vários meses encontrava-se com o amante e que teria sido ao lado de um amigo, quase morre de raiva.

Desejou descobrir de quem se tratava para tomar satisfações, pois o canalha estaria saindo com sua mulher. Eram casadas, as coisas não poderiam simplesmente acontecer assim. Era de fato verdade o que ela analisava, mas teria antes que refletir nas atitudes que tomou contra sua companheira até poucos meses atrás, quando ela rastejava como um pobre diabo. Desejosa de pelo menos uma migalha de atenção e era tratada como uma inútil que sequer merecia um pouco de consideração. Luzia esqueceu de que a terra é redonda e ao girar voltamos ao mesmo lugar de antes.

Porém, aquele que estiver por cima voltará por baixo, e quem planta o mal só colherá sementes da maldade. Daquela noite em diante Sophia encerrava seus afazeres no restaurante e seguia direto para o barzinho. Ia encontrar-se com Aluísio, depois dormiam juntos numa pousada. Luzia continuou a namorar Eduardo, mas agora ardia em ciúme ao pensar que sua mulher poderia naquele momento estar entregando-se a outra pessoa, o que de fato acontecia mesmo.

 As duas mulheres continuaram suas convivências naturalmente na mesma casa, mas dormindo em quartos separados e pouco conversavam. Como se fossem pessoas estranhas que nunca antes tivessem se conhecido. A princípio isso aconteceu sem muitos problemas, mas depois as coisas começaram a se complicar. Porque, diferente de Sophia, ela era extremamente possessiva e explodiu em fúria ao chegar todas as noites do trabalho e não mais encontrá-la em casa

. Naquela sexta-feira teve um dia péssimo no trabalho, discutiu com o namorado e ainda por cima a cabeça estourava de dor. Ao entrar e se deparar com a imensa solidão que lhe aguardava incansável naquela sala, decorada com papéis floridos na parede.  Cujo padrão eram lindas rosas vermelhas, o piso com tapetes finos e móveis de alto valor dos tempos antigos, quando os primeiros proprietários ainda eram jovens e tudo aquilo era novidade. Joga a bolsa para um lado e acomoda-se do outro, deitada olha o teto, sentindo-se uma droga. No início achou seu relacionamento com Eduardo prazeroso e acreditou que a paixão pudesse tomar um rumo sério, mas foi virando uma rotina e perdeu a graça.

O pior de tudo era perceber que sua antiga companheira parecia não mais amá-la, estava vivendo outra fase na vida, parecendo mais realizada, mais feliz. Quanto a ela, o que restou foi trocar de lugar Sair da posição de quem humilha para ser humilhada, de quem menosprezou para o lugar do desprezo. Sophia tem uma ótima noite de sono e acorda bem cedo para ir ao restaurante, passou às pressas, mas ainda percebeu a outra que dormia no sofá da sala.  Isso a fez lembrar dos tempos em que fez o mesmo, enquanto amargava o ciúme da traição.

 Como de costume, no final da tarde foi tomar um chope gelado no barzinho onde Aluísio trabalhava e ali conversaram sobre uma proposta que desejou lhe fazer, ela o convidou para ajudá-la a gerenciar o restaurante, visto que tinha em mente abrir outro no centro. Valença do Piauí sempre foi uma cidade pacata e de poucos habitantes. Com uma população pequena que sobrevivia do comércio e agricultura. Mas teve um grande desenvolvimento com a chegada de pequenas empresas que geraram novos empregos e rendas aos seus moradores. Principalmente as redes de motéis, hotéis e restaurantes que infestavam por todos os cantos, nunca se viu por lá tantos empreendimentos, como se via naqueles dias. A filial foi inaugurada tempos depois e Sophia entrega a gerência na responsabilidade do namorado, causando revolta em Luzia que andava inconformada com toda aquela situação. A empresa onde trabalhava encerrou as atividades de mineração na localidade e demitiu todos os funcionários.

 Entre eles ela, que dali por diante ficou sem trabalho. Recorrendo a companheira na esperança de poder voltar a ajudá-la na administração dos restaurantes. Porém não encontrou apoio, haja vista ter Aluísio assumido esta função ao lado dela. E depois disso não haver mais necessidades de outra pessoa para assumir tal cargo. Percebendo que sua mulher estava mesmo decidida a abrir mão do relacionamento e partir para outra, unindo-se em definitivo a seu novo amor, Luzia encheu-se de rancor. Dali em diante o clima entre elas não poderia ter ficado pior.

Passou a existir brigas constantes, já não era mais possível a convivência harmoniosa dentro da casa onde moravam e Sophia tomou a decisão de sair. Foi morar num apartamento num dos bairros mais nobres da cidade.  Sozinha e amargurada Luzia volta à casa dos pais e busca refúgio ao lado de quem desprezou os conselhos, mas seu pai não lhe quis ajudar. A mãe era do tipo submissa ao marido e nada fez a seu favor, mesmo lhe amando muito, pois viu o quanto a filha envergonhou o nome da família, unindo-se a outra mulher numa vida promíscua.

 Sem qualquer apoio retorna e fica morando sozinha onde um dia foi feliz ao lado daquela que tanto a amou. Mas não soube dar-lhe o devido valor e agora teria que vê-la sendo plenamente realizada nos braços de outro.  Amargurada separou-se do amante e passou a sair pela noite, bebendo, fumando e se prostituindo com qualquer um que lhe agradasse, se tornou uma vadia sem pudor algum. Sophia ficava sabendo de todas as suas loucuras, mas se manteve em silêncio. Nada dizia contra ou a favor, apenas conduzia a nova vida e seus negócios de forma a somente melhorar dia após dia.

Certa ocasião os três encontraram-se numa das ruas da cidade.  Ver aquela com quem até pouco tempo atrás dormia a seu lado e na mesma cama de mãos dadas com outro lhe ardeu o sangue nas veias e lhe amargou o ciúme no coração. Não tiveram chance de fazer qualquer apresentação, porque Sophia estrategicamente desviou o caminho, levando consigo o namorado desavisado do ocorrido. Mais e mais descia ao fundo do poço.

Para tentar preencher o vazio enorme dentro do peito fez novas amizades nos lugares errados, com pessoas indevidas, e acabou perdendo-se nos vícios. Tornou-se viciada em maconha, depois cocaína e craque, sobrevivia das economias guardadas na época de vacas gordas. Quando trabalhava na mineradora, entretanto, já estava quase no fim, pois fazia diariamente saques de altas quantias para manter o maldito vício.

Aos poucos destruindo a si mesma, cada vez mais escravizada às drogas afastou-se da família, dos amigos e da sociedade como um todo.  Passou a andar meio a outros viciados, tornou-se uma mendiga, morando debaixo das pontes, ao relento e vestia roupas sujas e rotas. Seu intelecto parou, foi destruído pelo crack e outras misturas químicas que usava como meio de fugir da horrenda realidade que ela mesma criou com seus feitos irresponsáveis.

Suas noites e seus dias eram semelhantes, porque neles só havia escuridão. Ao seguir aquele caminho dos infernos para tentar fugir da culpa que silenciosamente castigava sua consciência pesada por ter provocado a dissolução de uma união que tinha tudo para dar certo causou o distanciamento dela de Sophia, o fim de uma história que teve início com uma bela amizade. Ali sentada naquela sarjeta, olhando quase sem perceber as pessoas que passavam à sua frente e se moviam como vultos quase imperceptíveis ao seu olhar confuso.

 Devido à grande quantidade de drogas ingeridas desde o dia anterior. Quase não se alimentava, nem dormia a várias noites, era sustentada pela maldita pasta que fumava ou pelo pó que cheirou. Aquela noite seria igual a tantas outras se não fosse pela trama maldosa do destino em mais uma vez lhe punir com grande rigor. Enquanto adormecida sobre aquela calçada fria e húmida por causa do sereno que caia levemente, alguns delinquentes passaram pelo local e por maldade decidiram atear fogo em alguns drogados que ali dormiam.

Eram jovens delinquentes de classe média que detestavam os pobres diabos e planejaram matá-los numa forma de protesto a existência deles pelas ruas, muitos foram gravemente feridos entre eles encontrava-se Luzia. Ela que ainda foi socorrida por populares e levada, juntamente com outros moradores de rua, para um hospital público, onde lhes foi prestado os primeiros socorros.  Assim que ficou ciente do que aconteceu aos mendigos que vivem jogados na periferia, Sophia lembrou-se logo dela.

 Saiu pelos hospitais à sua procura até encontrá-la. Seu estado de saúde era grave e precisou de cuidados urgentes. Pois sofreu queimaduras profundas em algumas partes do corpo, sendo necessária uma intervenção cirúrgica de emergência, com isso teve que lhe transferir para o Hospital Getúlio Vargas, na capital.  Foi necessária uma cirurgia plástica para reconstituir áreas danificada pelo fogo ateado pelos vândalos, enquanto dormia pelas ruas.

O preço foi absurdo como tudo nesse país, mas Sophia ia bem financeiramente e nem sentiu o peso das despesas, fez tudo de bom grado, sem pensar em recompensas nem futuros agradecimentos, pois sabia que era seu dever estender a mão aos que precisam de ajuda. No entanto, mesmo depois de ajudá-la pediu a administração do hospital para manter total sigilo quanto ao que tinha acabado de fazer. Em alguns dias Luiza se recuperou do incidente e voltou para casa, onde passou a ser cuidada pela mãe.

Isso porque o pai já havia falecido a alguns meses atrás e ela, mantendo-se distante nem foi avisada, ficando impedida de se despedir dele apesar dos pesares. Agora que só restou ela e a mãe retorna à sua antiga rotina de vida. Totalmente recuperada da dependência química e disposta a recomeçar do zero. Fez uma visita a velha amiga com quem se casou e agradece pela força. Pedindo, juntamente, desculpas pelo mal que causou a todos e a si mesma.

 Finalmente teve a oportunidade de conhecer melhor Aluísio e entender que teria sido mesmo a melhor escolha de Sophia. Segue em frente após superar a perda da mulher que amava, depois de ter percebido isso tarde demais. Os meses se passavam calmamente em suas vidas, quando surge o inesperado. Com a aproximação de Luiza e Aluísio e a grande amizade que acabou surgindo entre ambos, aos poucos Sofia foi ficando no canto da relação e novamente deixada para trás.

 Aos finais de semana os dois já não saiam sozinhos, sem a presença dela, pois ele fazia questão de poder contar com a nova amiga nos passeios.  Sofia era uma mulher bonita e interessante, mas Luíza, além de linda era bem mais jovem, e para os homens isso conta e muito. Sem que a namorada soubesse, Aluísio convidou a amiga para uma conversa num local reservado, alegando que o assunto era importante. Encontraram-se num restaurante fora da cidade, onde ninguém os conhecia, e lá ele foi direto em declarar seu interesse por ela:

 — Não estou acreditando no que acabei de ouvir, está me dizendo que se apaixonou por mim?

 — Isso mesmo, me desculpe, mas o coração é assim mesmo se apaixona sem avaliar as consequências — O coração não, mas nós devemos ponderar as coisas! Sophia acredita firmemente na sinceridade do amor que diz sentir por ela, o que acha que vai sentir ao descobrir essa traição?

 — Sei disso, mas e eu, como fico se levar isso em consideração, devo pensar na dor que ela vai sentir ou na minha felicidade? ― Falando assim você se parece muito insensível, egoísta demais!

 — Talvez, mas aprendi que na vida para sermos felizes devemos, algumas vezes, agir com certa dose de exclusividade, nos colocar em primeiro lugar e deixar os outros em segundo plano. Por exemplo: Veja só o que ela mesma fez com você, mesmo jurando amor eterno. Desistiu de tentar te reconquistar e partiu para outra a meu lado, por acaso levou em conta o que você ainda sentia por ela?

 — Calma lá, mas eu mereci, pois fui a primeira a trair

 — Mas, se o amor que dizia sentir fosse mesmo verdadeiro teria te perdoado e dado uma segunda chance na relação, ela foi egoísta, pensando apenas em si mesma e na dor que sentiu ao descobrir a traição, não compreendendo sua fraqueza!

As colocações de Aluízio levaram Luíza a refletir melhor e ver que em certos pontos ele estava com a razão, e daquele dia em diante passou a ter encontros no mesmo local para conversarem sobre vários assuntos, agiam como bons amigos, mas ela sempre ciente do verdadeiro interesse dele em abandonar a namorada para ficar a seu lado.

Havia algo diferente naquele homem que ela não encontrou antes em nenhum outro, ele era extremamente carismático.  Atencioso e pronto a ouvir mais do que falar, o que numa relação é fundamental. Na maioria dos casos o fim de um relacionamento se dá exatamente pela ausência de diálogo e compreensão. Quando um dos parceiros não sabe ouvir os desabafos do outro nem estar disposto a dar opiniões que o ajudem a resolver seus problemas pessoais, quer apenas receber atenção e viver o prazer do momento, agindo de forma egoísta, pensando apenas em si mesmo.

 Mas ele era o oposto disso, sabia escutar e dar conselhos, e isso o tornava bem mais especial.  Aos poucos ela passou a admirá-lo cada vez mais, e esta é a fórmula mágica para se conquistar o coração de uma mulher cativar sua completa admiração. Não demorou para que ela fosse completamente envolvida por seus encantos, sendo dominada pelo coração e envolvida pela alma que suspirava ser amada, desejada e receber carinhos que durante muito tempo não teve. Isso por ela estar jogada no mundo das drogas.

 Luíza foi envolvida pelo jeito cativante daquele homem diferente e estranhamente espetacular que a prendia com uma força tão imensa, semelhante a laço de uma serpente junto ao seu corpo másculo. Era um macho cheio de vitalidade. Isso era de uma forma inexplicável de onde ela não conseguia mais sair. O fim disso tudo foi a cama, sem forças para continuar evitando o forte desejo que sentia por ele acabou por ceder a seus sucessivos apelos e se entregou como jamais havia feito, para logo em seguida descobrir que, além de extremamente cavalheiro e cortês, ele era também um excelente amante.

 Na hora do sexo o prazer que dele recebeu foi divino. O leve toque de suas mãos que deslizavam pelo seu corpo, as dezenas de beijos dados da boca até as partes íntimas... Além da maneira como seus dedos grossos invadiram sua vagina úmida pelo forte êxtase sentido, a enlouqueciam e, quando entrou dentro dela a fez quase desmaiar.  Aluísio era perfeito na forma de amar uma mulher, sabia como fazê-la se desmanchar nos seus braços, ele veio para inovar seu jeito de buscar prazer, era tudo inusitado, moderno, diferente.

A cada instante entendia ainda mais o porquê de ter sido trocada por ele, nem de longe entendia de tantas técnicas sexuais e como uma amante tinha muito o que aprender com ele, e estava fazendo exatamente isso naquele momento. Depois de realizarem todas as fantasias sexuais que imaginaram fazer juntos. Cada um retornou para sua casa e, enquanto isso, Sophia se dedicava ao máximo na administração de seu restaurante, acreditando que o namorado estivesse fazendo o mesmo.

 Devido ter vindo de uma origem medíocre, vivia o tempo inteiro em busca de mais dinheiro que lhe proporcionasse uma vida cada vez mais abastada e confortável. Pois ao lembrar do quanto foi amargo os primeiros dias de sua vida sentia-se ainda mais impulsionada a lutar por este ideal.  Infelizmente, sem sorte no amor, todas as pessoas com quem se envolveu até o presente momento não souberam reconhecer seu valor como uma mulher que dava tudo de si na batalha da sobrevivência. Antes lhe traiam e feriam seu já sofrido coração.

 Mal tinha conseguido se recuperar da dor que sentiu ao perder Luzia e outra enorme decepção a aguardava. Sua má sorte de perder todos quanto amava tinha voltado a agir e perderia o único homem por quem realmente se via perdida de paixão, e seria sua maior rival quem tiraria ele dela.  Presa a sua inocente forma de encarar a realidade, sempre confiando nas pessoas com quem se relacionava.

Permanecia de corpo e alma presa ao trabalho, enquanto era outra vez traída. Foi Aluísio quem passou a administrar o restaurante que teria sido inaugurado na capital. Enquanto a namorada ficava a semana inteira na cidade de Valença, a alguns quilômetros dali. O distanciamento dos dois facilitava em muito os encontros dele com Luzia. Que por estar cega de paixão não se preocupou mais com o que ela poderia sentir ao descobrir o caso existente entre os dois. Passavam a semana juntos num hotel de luxo, tudo pago com o saldo do faturamento do estabelecimento.

 Na verdade, era Sophia quem bancava a própria traição pela qual estaria passando. Teresina era a metrópole, uma linda cidade, e poucas vezes ela teve a chance de aproveitar as maravilhas daquele lugar. Agora trabalhava feito uma condenada, para bancar a safadeza de um casal de cretinos que não tinham por ela qualquer consideração. Eles se divertiam o quanto podiam e das mais variadas formas, gastando muito dinheiro e esnobando luxúria, eram dois vadios.

Usufruindo do suor derramado no rosto daquela mulher que veio do nada e tentava construir um pequeno negócio que a impedisse de voltar a ser vítima da miséria. A mesma na qual viveu grande parte de sua vida, ela simplesmente tinha pavor da pobreza. O caso existente entre os dois infiéis perdurou por muitos meses sem que fosse percebido. Porém, nada nesta vida permanece oculto por muito tempo, nem para sempre, e a hora da revelação chega inesperadamente. Certo dia da semana, quando

 Aluísio não esperava, sua namorada chega de surpresa no restaurante e não o encontra assumindo suas responsabilidades, um dos funcionários lhe comunicou o que costumeiramente acontecia. Sobre suas saídas repentinas do local e sua volta apenas dias depois. Também a alertou sobre a moça morena e alta que o acompanhava, passando a maior parte do tempo a seu lado. Sophia tremeu na base ao perceber que outra vez era vítima de traição por parte de alguém em quem depositou sua confiança. Ela não sentia os pés no chão, dentro do peito o coração ardia em brasa.

Ela sequer era capaz de saber o que realmente sentia. Se ódio, revolta ou sede de vingança.  Após identificar o lugar onde eles estavam dirigiu-se para lá, confiante de que lhes encontrariam na prática da infidelidade. E não deu outra, verdadeiramente as coisas aconteceram como previa. Ao chegar na finíssima cobertura em que estavam deparou-se com uma cena terrível.

 Do tipo que uma mulher jamais gostaria de ver, seu homem no maior amasso com a amante. A despreocupação deles era tamanha que sequer trancaram a porta.  E ficou fácil para que ela entrasse sorrateiramente, flagrando a cruel infidelidade. Mil desculpas foram dadas, mas nenhuma delas foi suficiente para aplacar a ira que lhe queimava por dentro. E possuída de raiva saiu quebrando tudo ao seu redor. Partiu para cima da amante do namorado e a espancou com ódio mortal, foram tantas as pancadas dadas na rival com as mãos, pés e com tudo o que pudesse usar como arma, que a deixou desfalecida no chão.

Mesmo com o traidor tentando impedi-la de cometer tamanha barbaridade. Mas ainda não estava a seu contento e, depois de se lançar sobre a outra, partiu violentamente para o namorado armada de uma cadeira e desferiu vários golpes sobre o mesmo. Apesar de ser um homem com avantajado porte físico e ser capaz de defender-se de tais ataques, a agressora também era de grande estatura e pela ira que a dominava se tornou bem mais perigosa. Sem contar que ele evitaria atacar sua agressora, pois era mulher e reconhecia seu erro.

 Sophia espancou os dois com a fúria de uma mulher transtornada pela traição sofrida, mas tinha consciência de suas atitudes e não fugiria ao merecido castigo. Antes de regressar, tomou providencias para que o infiel fosse impedido de continuar à frente de seus negócios, nomeando outro funcionário no seu lugar. Completamente desolada ela volta para sua cidade e busca refúgio entre as quatro paredes de seu quarto, ao lado da solidão que insistia em participar de suas dores sempre que caia em desgraça.

 Deitada em sua cama, com o olhar preso no teto forrado com lambril em madeira de lei, ela busca respostas para dúvidas confusas que perambulam por sua mente atormentada, vagando entre o presente e o passado, como se estivesse tentando achar uma explicação lógica para tantos fracassos no amor. Não conseguiu ser feliz ao lado da família miserável na qual nasceu. Nem dos poucos amigos que conquistou na longa jornada que percorreu até a mudança que ocorreu na sua vida depois que foi adotada.

Mas, nem mesmo depois que mudou de condição financeira e passou a viver num mundo melhor conseguiu ser amada. Todos a quem entregou seu coração lhe traíram, mentiram, a enganaram. De início aprendeu a não confiar nos homens, pois um deles a estuprou e roubou sua honra.  Em seguida tentou viver um grande amor ao lado de outra mulher, acreditando que seria compreendida.

 Que finalmente seria amada por alguém do mesmo sexo, que compreendia os sentimentos femininos, sua forma de se entregar e suas necessidades mais íntimos, entretanto, a decepção que lhe sobreveio foi igualmente dolorosa. Então lhe surge um homem que aparentemente era diferente dos outros que conheceu no passado, educado, atencioso e cavalheiro. Além de um ótimo amante. Entregou-se aos seus encantos e neles perdeu-se meio ao prazer que dele recebia. Já não tinha mais medo da dor nem da traição, pois tinha certeza de que finalmente tinha encontrado o amor de sua vida

. E agora, talvez por ironia do destino ou por puro azar tudo volta a se repetir e é novamente apunhalada pelas costas. A surra que deu neles ainda foi pouco diante do que mereciam, mas tirou a fonte que jorrava dinheiro nos bolsos do traidor e, conhecendo bem Luzia, que gostava mais do bom conforto de que dos seus amantes.  Logo, ela o deixaria a ver navios, e tomara que ele não ousasse bater em sua porta com pedidos de perdão, pois jogaria água quente no safado. Ficou reclusa na enorme casa onde morava na companhia do fiel amigo Chico, um gato de raça que comprou na viagem que fez ao Rio de Janeiro, quando se casou com Luzia.

E as antigas lembranças de Dona Ana que se encontravam espalhadas por todos os lados. Desde os antigos móveis às inúmeras plantas que ela cultivava no espaçoso jardim em frente a propriedade. Os vizinhos comentavam a situação em que vivia aquela pobre mulher, sozinha e infeliz. Apesar da riqueza que possuía, trazia no rosto as macas de sofrimento. Dias depois criou coragem e decidiu retomar seus negócios, fazendo uso da pouca força que ainda lhe restava.

 A capacidade de se refazer das decepções que a vida lhe reservava era admirável. Suas quedas e tropeços eram momentâneos, erguia-se de forma repentina, suas feridas emocionais logo cicatrizavam e dava a volta por cima, revitalizada e pronta para um novo recomeço.  Ela se restabelecia e os infiéis recebiam o salário por suas traições, Aluízio ficou desempregado. O dinheiro que desviava dos restaurantes gastou quase tudo com a amante.

 Ficou quebrado economicamente e nessa situação foi dispensado por ela, que saiu a procura de uma nova paixão, pois seus sentimentos eram movidos a ganância do poder. Disso Sophia bem sabia. Como previsto, voltou depois de um tempo a procurá-la em busca de reconciliação. Mas dela nada recebeu a não ser o desprezo, devido o grande mal que havia causado no passado.

 O sofrimento e as decepções a transformaram numa mulher rancorosa. Seus bons sentimentos transformaram-se em amargura e deixou de se apiedar do semelhante, por considera-los todos injustos e desmerecidos de misericórdia. Depois da infidelidade de Aluísio não entrou em depressão, como ocorreu no caso de André, nem ficou rastejando atrás dele, como fez com Luzia. É claro que doeu, sentiu o amargo do engano na boca mais uma vez.

 Porém, soube usar todas as suas forças emocionais, bater a poeira. Levantar e transformar aquela vergonha em mais uma experiência para sua maturidade e seguiu em frente com passos largos. Entretanto, não deixou de criar dentro de si uma parede protetora para evitar novas decepções. Proteção essa feita de puro egoísmo e indiferença. Seus sonhos e projetos futuros deixaram de conter planos que incluíssem a ideia de ajudar a terceiros. Agora, de acordo com sua nova maneira de pensar, seu único objetivo seria buscar a própria felicidade.

Sendo uma mulher insensível, Luzia era interesseira e sua atração por alguém estava diretamente ligada às condições financeiras da qual ela viesse a possuir. E como o amante desceu de status ela de imediato deu-lhe o merecido desprezo.  Seu interesse pelo namorado da amiga se deu por três motivos: Primeiro, porque se sentiu atraída sexualmente por ele. Segundo, porque o rapaz estaria numa condição de lhe proporcionar luxo e conforto. Além de estar decidida a separá-lo de sua antiga mulher. E de fato alcançou estes propósitos, pois terminou por usufruir de momentos regalados a luxúria e no final vê-los separados

. Terceiro, para reconquistar Sophia, pois não era do tipo que aceitaria passivamente uma derrota. Durante dias se esmerou para ter a chance de se aproximar dela, a fim de se desculpar e pedir o seu perdão, mas nada conseguiu. Por fim, percebendo que Sofia se encontrava irredutível quanto a aceitar novamente a amizade que um dia lhes uniu, partiu para um confronto mais direto e fez uma visita no restaurante, no propósito de ter uma conversa franca com a mesma. A princípio Sophia, amargamente ferida com a traição, pensou em não atender, mas por curiosidade optou em ouvi-la:

 — Obrigada por me receber

 — Fiz isso pela amizade que um dia tivemos uma pela outra, mas por favor seja breve!

 — Ok. Vim aqui admitir meus erros e te pedir que me perdoe

 — Não dá, você foi longe demais!

 — Não seja irredutível! Todos nós cometemos falhas e reconheço que deslizei mais uma vez com você, porém me arrependi e estou aqui tentando reparar meu erro, aceite minhas desculpas e me dê mais uma chance de corrigir as coisas entre nós.

 — Eu lhe dei a chance de ser minha mulher, um dia, e o que você fez? Me trocou pelo primeiro que apareceu na sua frente! Depois, não satisfeita, destrói meu relacionamento com o homem que aprendi a amar. E ainda tem o cinismo de vim aqui pedir desculpas, depois de me ferir tanto? Santo Deus, você não tem noção do mal que me fez? Se ainda estou de pé é porque a vida me ensinou a ser forte e não é qualquer pancada que me mantém no chão, entretanto, as marcas das feridas permanecem e incomodam.

 Por isso me desculpe, mas não vou fingir que esqueci de tudo e te aceitar outra vez na minha vida como se nada tivesse acontecido. Me faça um favor, Luzia, vá embora e não volte mais a me procurar, pois da próxima vez não serei tão cordial com você como agora! Ao falar estas coisas ela levanta-se, deixando-a sozinha à mesa, e não mais retorna para assisti-la. Decepcionada com a tentativa frustrada de sua reconquista, Luzia retirou-se humilhada.

 O futuro de Sofia era tenebroso, sem boas ou más perspectivas, no entanto ela perseverava à procura de felicidade, pois dinheiro já possuía o bastante para não acordar todos os dias preocupada com o que se alimentar, como aconteceu na infância pobre que teve.  Numa breve viagem que fez à capital conheceu Brenda, uma jovem de vinte e cinco anos. Era alta, loira, olhos azuis e professora de uma academia localizada ao lado do restaurante Avenida, de sua propriedade. Foi durante almoço que as duas conversaram pela primeira vez e criaram ali um vínculo forte de amizade que às levou a um relacionamento mais íntimo.

Depois que a nova amiga revelou ser homossexual e estar interessada nela para viverem um romance. Vindo de experiências frustradas com homens e mulheres, Sophia não demonstrou interesse imediato em aceitar tal proposta. Pois a última decepção sofrida com Aluísio lhe deixou desmotivada para qualquer tipo de relação daquele tipo. Passou a ver o amor e a paixão dentro de uma esfera semelhante ao que Lúcia, sua mãe, costumava descrever. Ela sempre lhe alertava, dizendo que estes sentimentos são para pessoas fracas de espírito.

 E os que amam ou se apaixonam só servem para servirem de idiotas.  Entretanto, não podia negar a extrema beleza de Brenda, além de ser agradável estar na sua companhia. Como a academia ficava localizada ao lado do restaurante, Brenda fazia suas refeições diárias no local e, com isso, elas viam-se constantemente. Disso resultou ainda maior intimidade, até porque a empresária fazia seus exercícios regularmente na academia todo final de tarde, após seu expediente. Era um sábado, fazia uma noite linda e estrelada, a lua cheia de tão grande parecia tocar o chão.

 Elas pararam o carro nas margens do rio Parnaíba, embaixo da ponte que liga os dois Estados, Maranhão e Piauí. Numa área onde localizava-se uma avenida que ligava os dois extremos da capital nos sentidos Leste e Oeste, onde muitas pessoas ficavam namorando e curtindo o luar. Com o veículo estacionado nas proximidades das águas barrentas do largo rio que quase transbordavam, permanecendo dentro do veículo de vidros escuros.  Elas conversavam e aos poucos, com um forte incentivo de Brenda, as duas passaram a trocar carícias e se beijaram ardentemente.

 Iniciando daquele momento em diante um sério envolvimento que traria resultados trágicos para ambos as partes. Mais uma vez Sophia se via envolvida num relacionamento íntimo com outra pessoa do mesmo sexo, era a segunda tentativa de ser plenamente feliz. Talvez valesse a pena, apesar dos meios usados serem completamente errados no sentido moral e espiritual, pois sabia o quanto aquela união era abominável aos olhos do Criador.

Mas, devido as fracassadas tentativas de encontrar a realização sentimental que buscou incansavelmente até aquele dia E, tendo tentado se realizar ao lado de dois homens de maneira frustrante, apelava novamente para uma relação ao lado de outra mulher.  Brenda era uma jovem solteira, de classe média, elegante e finíssima socialmente, porém excessivamente possessiva. E essa possessividade passou a causar sérios problemas entre elas.

 Porque sequer amizade com outras pessoas Sophia podia ter sem que houvessem aborrecimentos. Hora por outra as duas mulheres estavam discutindo por causa disso e pouco a pouco a liberdade era impedida de ser estabelecida na relação, Brenda era dominadora e ciumenta ao extremo. O caso delas era uma mistura de paixão e agressividade que originava certa tensão. E na verdade isso não caia bem diante dos planos de Sophia para encontrar a verdadeira felicidade.

 Então ela decidiu pôr um fim naquilo, anunciando a separação. Ocorreu que, ao ser notificada de que a relação chegaria ao fim, Brenda mostrou-se ainda mais agressiva e partiu para a agressão física, espancando a face da namorada e acusando-a de traição. Alegava que sua desistência se dava pela razão de ter outra pessoa, o que foi descartado pela parceira.  Mas a agressora persistia na acusação. Parecia que a sorte da empresária era mesmo não ter paz nos seus relacionamentos, todos eram igualmente conturbados.

 Sophia apresentou queixas contra Brenda na delegacia da mulher e foi amparada pela lei, ela teve que pagar uma indenização por danos morais. Pelas agressões respondia a um processo em liberdade, a justiça determinou que ela se mantivesse distante da vítima. E que não se aproximasse num espaço de cem metros. Esta decisão tomada pela delegada foi para evitar outras possíveis agressões físicas.  A academia ficava localizada ao lado do restaurante, seria quase impossível as duas mulheres não se veem de vez em quando, porém evitavam trocar olhares, cumprimentos e qualquer outra forma de contato.

 Mas Brenda não pretendia desistir fácil da paixão que ainda sentia. Vivia observando de longe a rotina de Sofia. Suas idas e vindas de casa para o trabalho, passeios, ambientes que frequentava sozinha. Às vezes, também na companhia de alguém, esperando o momento certo para agir caso à visse tendo um caso íntimo com algum homem ou outra mulher. Até ali só a viu com amigos ou acompanhada por funcionários, estava tudo certo. Porém, certa noite ela resolveu fugir da rotina e foi a uma danceteria se divertir e lá conheceu Luana.

 Uma linda morena, jovem, atraente e bem feminina. Com quem passou toda a noite dançando e bebendo uma finíssima bebida francesa. A outra observava tudo à distância, como um animal feroz que espera a hora mais adequada para atacar sua presa. Pelo amanhecer lhes seguiu na esperança de descobrir o que pretendiam fazer.  temia que fossem a um motel ou coisa parecida, certamente não iria permitir que isso acontecesse.

Mas para seu alívio cada uma delas seguiu nos seus veículos para suas casas. Parecia que tinha rolado apenas amizade entre elas. Pelo menos até aquele instante, mas no futuro tudo poderia mudar. Nos dias que seguiram Brenda passou a dedicar-se menos à administração da academia e voltou-se mais a seguir os passos de Sophia. Enquanto ela, inocente quanto a isso, tranquilamente vivia suas rotinas diárias sem imaginar que era seguida.

Observada por aquela com quem teve um breve caso, mas bem explosivo por sinal. Inconsciente do tipo de pessoa com quem tinha se envolvido pouco se preocupava com uma possível revanche ou coisa do tipo. Confiava que fossem cumpridas as determinações da justiça em que se mantivessem distantes uma da outra. Dessa maneira tranquilizava-se e não se mantinha atenta ao que pudesse estar acontecendo quanto a isso. Naquela sexta-feira, como já era de costume, ela e a nova amiga saíram para se divertirem numa das muitas boates existentes na cidade e escolheram a famosíssima Studio 51.

 O ambiente era bastante frequentável pela elite, era costume acontecer grandes shows e a presença da classe jovem era garantida, permitindo maior badalação no local. Luana e Sophia dançaram por toda a noite e fizeram novas amizades. Na manhã seguinte receberam um convite. Foram convidadas a participarem de um almoço na residência de Fernanda, uma das muitas moças que conheceram naquela noite. O sábado foi de muita animação e ao anoitecer Brenda propõe passarem a noite juntas em seu apartamento, no Jockey Club, um dos bairros mais nobres da capital. O convite foi aceito de bom grado pela empresária.

 Pois havia sido combinado assistirem filmes comendo pipocas e refrigerantes. O que ela adorava, pois lhe recordava seus tempos de infância que, mesmo sofridos, marcaram bastante sua vida. O ambiente era lindo e confortável, as paredes revestidas com papel de cor suave, detalhes no teto à base de gesso e um piso preparado no capricho revestido de porcelanato preto. Realçando os móveis na cor vinho presentes na maior parte do lugar. 

Tudo ali combinava com uma perfeição admirável. Mas não poderia ser de outra forma, afinal, a proprietária era uma excelente e renomada decoradora de ambientes. Enquanto elas se divertiam assistindo uma antiga comédia. Estavam lá embaixo, com seu carro estacionado na lateral da rua sob as sombras feitas pelos galhos das árvores plantadas em toda a extensão da avenida Getúlio Vargas, Brenda aguardava impaciente a saída de Sophia.

 Sem se dar conta de que a mesma não retornaria para casa naquela mesma noite. Passavam das duas da manhã, quando cansou da vigilância e decidiu ir embora, amargando de ciúmes e planejando tomar medidas urgentes e a qualquer custo, para pôr fim naquele relacionamento. Enquanto isso, as duas mulheres permaneciam acordadas e revelando suas confidências, Sophia sentia forte atração pela amiga, mas ao ouvi-la dizer que era heterossexual limitou-se a manter segredo.

Ocultou-lhe a verdade sobre seus sentimentos. Após assistirem vários filmes e terem uma agradável conversa foram dormir juntas no mesmo quarto, mas em camas separadas. Ao amanhecer despediram-se e Sofia retornou para casa, sentindo-se feliz e paz consigo mesma, entretanto, mal sabia que o destino tramava mais uma fortíssima tempestade para atormentá-la. Nas semanas seguintes os encontros e passeios das amigas continuaram a acontecer. Sempre monitorados de perto por Brenda que, ardendo em ciúmes, parou até de trabalhar para vigiar os passos de Sophia.

 Pois era seu objetivo estar a par de todos os seus movimentos e dos lugares por onde andasse. O que a outra fazia e com quem iria estar se tornou sua obsessão. Dois meses depois da separação ela ainda seguia de perto àquela que um dia decidiu espancar. E agora tentava impedir a qualquer custo o direito de ela viver em liberdade. Brenda era uma mulher emocionalmente descontrolada, vivendo toda a infância e juventude em total desprezo. Porque seus pais dedicaram-se mais aos negócios e ao dinheiro do que em dar atenção a única filha que tinham em casa.

Sem uma mãe presente e um pai descomprometido com a família, nunca soube o que foi ser amada de verdade. Ainda na adolescência descobriu seu interesse por pessoas do mesmo sexo e aos quinze teve sua primeira experiência com outra garota. Ao se apaixonar pela primeira vez foi traída e humilhada, passando a viver apenas de aventuras amorosas sem entregar o coração até o dia em que conheceu Sophia, novamente se apaixonou.

E por medo de perdê-la acabou agindo com impulsividade, destruindo por completo a relação que lhes unia. Depois de tê-la agredido fisicamente e estar respondendo a um processo por lesões corporais aplicados violentamente contra quem dizia amar. Corre contra o tempo para tentar reconquistá-la, mas parecia ser tarde demais. Enquanto ela amargava a solidão, o ciúme e a angústia do imenso vazio que sentia, Sophia e sua mais nova amiga se divertiam pelas noites afora. 

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo