Após a agitada manhã na cafeteria, voltei para casa, tomei um banho rápido e me preparei para cuidar do visual conforme as instruções de Alex.
Decidi ir a um salão que nunca imaginei ter dinheiro para frequentar. Ao entrar no salão, porém, a atmosfera mudou. O tratamento que recebi foi frio e distante, uma clara indicação de que não era uma cliente típica. Os olhares e comentários sussurrados sugeriam que minha presença ali não era bem-vinda. Mesmo diante do tratamento desagradável, respirei fundo, decidida a não deixar que a hostilidade daqueles olhares me afetasse. A dona do salão apareceu com seus olhos críticos fixos em mim e com uma expressão de desdém falou comigo. — Certamente, você não tem dinheiro para frequentar este lugar. Por favor, retire-se. A humilhação pairava no ar enquanto os olhares curiosos se voltavam para a cena constrangedora. Ouvir aquilo foi doloroso, tornou-se um lembrete das barreiras sociais que o dinheiro muitas vezes costumava impor. — Não é justo você afirmar que eu não tenho dinheiro para frequentar este lugar, você não pode julgar meu valor ou capacidade financeira, eu exijo respeito. Respondi com a minha voz firme apesar da situação desconfortável. A dona do salão pareceu momentaneamente surpresa pela minha assertividade. As palavras que eu escolhi eram uma defesa contra o preconceito que estava sendo dirigido a mim naquele momento de forma tão descarada. — Eu posso fazer qualquer julgamento me baseando apenas pelas suas roupas baratas que provavelmente você comprou em algum brechó, agora saia daqui e não volte mais. Saindo do salão, as lágrimas nos olhos eram uma expressão visível da humilhação que eu havia acabado de enfrentar, eu nunca me senti tão vulnerável e desrespeitada. Caminhando pelas ruas, respirei fundo, buscando recuperar a compostura e fui em direção ao shopping, eu mal poderia imaginar que sofreria o mesmo preconceito ao entrar em uma loja. A esperança de uma experiência diferente foi rapidamente desfeita quando me deparei com mais um preconceito. Os olhares julgadores e a atitude indiferente das funcionárias indicavam que elas não me enxergavam como cliente. A sensação de ser constantemente vigiada enquanto eu explorava a loja era mais uma ferida na minha autoestima. Uma das vendedoras, movida por preconceitos infundados, escolheu seguir-me, presumindo que eu poderia roubar algo. Mantendo minha dignidade, decidi encarar a situação diretamente. —Não é necessário me seguir, estou aqui para fazer compras como qualquer outra pessoa. Falei tentando desafiar o estigma que me cercava. — Você não é o tipo de cliente que eu costumo atender aqui. Diante da resposta da vendedora, que reforçava a discriminação, respondi com firmeza... — Independentemente do que você está acostumada, todos merecem respeito como clientes. Estou aqui para fazer compras e espero ser tratada da mesma forma que qualquer outra pessoa. A firmeza nas palavras era uma tentativa de desafiar a discriminação evidente, enquanto eu buscava manter minha dignidade naquela situação constrangedora, mas a vendedora sem noção continuou... — Você tem dinheiro mesmo pra comprar as peças dessa loja? Elas são muito caras. — Minha capacidade financeira não deveria determinar o meu tratamento como cliente. A vendedora então se retirou e eu achei que havia me livrado do preconceito dela, mas ela foi apenas chamar a gerente da loja como se eu fosse uma criminosa. A intervenção da gerente, que reforçava a discriminação, foi mais um golpe pra mim. — Boa tarde, sugiro que você busque lojas mais baratas pra fazer suas compras, aqui não é o lugar adequado pra você. Diante do contínuo tratamento humilhante, decidi deixar a loja, sentindo-me completamente destruída por dentro. Ao sair, as lágrimas que haviam sido contidas escorriam livremente. Com os olhos vermelhos de tanto chorar, cheguei em casa e, decidida, liguei para Alex. — Alex, não vou sair com você a noite... Disse com a voz embargada pela tristeza e frustração. Ao perceber minha voz embargada, Alex imediatamente perguntou o que havia acontecido. Entre soluços, contei toda a experiência humilhante de discriminação que enfrentei apenas por causa das minhas roupas e aparência. — Eu quero o nome do salão e da loja agora Melissa, e eu prometo que tomarei medidas extremas sobre isso. Diante da promessa de Alex, forneci as informações detalhadas sobre o salão e a loja onde fui humilhada. A sensação de ter alguém disposto a agir em meu nome trouxe um alívio momentâneo diante da injustiça que enfrentei. Enquanto eu tirava as roupas para tomar um banho, uma enorme tristeza invadiu o meu peito, no calor da água, as lágrimas se misturavam, e eu comecei a me questionar se havia feito a escolha certa ao entrar naquela jornada com Alex. A vulnerabilidade do momento revelava a complexidade das decisões, e a dúvida se instalava. A busca por luxo e estabilidade financeira se entrelaçava com as lutas emocionais e sociais que eu estava enfrentando. Enquanto a água escorria, eu refletia sobre o que ainda eu teria que enfrentar ao longo do caminho. A tristeza da experiência recente misturava-se com o pensamento sobre o tipo de pessoa que eu queria ser. Mesmo almejando a riqueza e estabilidade financeira, estava claro para mim que, se alcançasse esses status no futuro, jamais mudaria a minha essência e jamais trataria alguém com desrespeito, como fui tratada. Aquela auto reflexão tornou-se uma âncora em meio às incertezas, uma promessa silenciosa a mim mesma de que, independentemente do que o futuro reservasse, minha integridade e compaixão permaneceriam inabaláveis. No íntimo, eu desejava que a jornada com Alex não apenas transformasse minha condição financeira, mas também fortalecesse os princípios que eu carregava em meu coração.Após o banho, vesti uma roupa confortável, escovei os cabelos e fui para a cozinha preparar algo para comer. Enquanto saboreava minha refeição, fui surpreendida por batidas na porta e ao abrir, vi Alex diante dos meus olhos.A presença inesperada dele trouxe uma mistura de surpresa e curiosidade. — Alex, o que faz aqui?— Posso entrar?Eu acenei com a cabeça concordando.Alex entrou com cuidado e seus olhos observaram os meus com atenção. Com gestos suaves, ele segurou carinhosamente meu queixo, notando os olhos vermelhos causados pelas lágrimas.— Melissa, não permitirei que ninguém a faça chorar novamente dessa forma. Isso não deveria ter acontecido.A lembrança dos eventos dolorosos ainda pesava no meu peito, e involuntariamente, lágrimas molharam novamente o meu rosto, a vulnerabilidade do momento era evidente, mesmo diante da presença reconfortante de Alex.Ele percebendo as lágrimas em meu rosto, agiu com gentileza, limpando-as suavemente. Em seguida, pediu que eu me arrumas
Quando voltamos pro carro, Alex me olhou com surpresa.— Eu achei que você iria querer ela fora dali.— Eu sempre vou escolher o bem independente da maldade das pessoas Alex.— Você é tão diferente de mim Melissa, essa sua bondade e pureza me deixa fascinado.— Mas você já não sabia quem eu era antes de entrar na minha vida?— Eu deixei passar esses detalhes que com certeza irão me modificar por dentro, eu sinto uma necessidade absurda de proteger você e eu não estava contando com isso.— Então me diz Alex, quais eram os planos iniciais? O que te motivou a me fazer a proposta que fez?— Ainda não é o momento pra falarmos sobre isso, agora vamos.— Pra casa?— Não, Melissa, ainda resta um lugar pra irmos.Mesmo sem Alex mencionar explicitamente o local, eu pressentia que ele estava me conduzindo ao shopping, a intenção dele era clara, ele desejava que a dona da loja que me destratou recebesse a mesma lição que a dona do salão. A surpresa tomou conta de mim quando chegamos ao shopping
Enquanto Alex e eu caminhávamos pelo shopping, como um casal, meus olhos se fixaram em um vestido deslumbrante na vitrine. Era um vestido longo, envolto em um tom suave de rosa pálido. A saia fluída proporcionava um movimento gracioso, e a parte superior delicadamente bordada com detalhes florais em tons mais escuros dava um toque romântico.As mangas curtas apresentavam um padrão sutil de renda o deixando elegante e o decote em V acentuavam a feminilidade, enquanto a cintura marcada realçava a silhueta, ele era perfeito.Ao perceber o brilho nos meus olhos diante do vestido, Alex me puxou para dentro da loja. A expectativa e a empolgação preenchiam o momento enquanto íamos em direção ao vestido que capturou minha atenção. — Sejam bem vindos, como posso ajudá-los?A vendedora perguntou com um sorriso no rosto, mas eu não sabia se aquele tratamento era sincero ou era pelo fato dela ter percebido o padrão do Alex.— Minha namorado gostaria de experimentar esse vestido.A simples mençã
MELISSA*Eu nunca imaginei que um homem milionário e dono da metade dos estabelecimentos comerciais de São Paulo fosse cruzar a minha vida e virar ela de cabeça pra baixo.Ele era casado e eu era só uma garota com traumas e virgem, alguém que nunca soube o que era ter um homem dentro de si.Crescer naquela casa sempre foi como dançar em uma corda bamba, esperando a queda a qualquer momento. Minha relação com meus pais era mais uma partitura desafinada do que uma harmonia familiar.Minha mãe, com seu olhar crítico, sempre parecia encontrar falhas até nas minhas melhores conquistas. "Melissa, isso poderia ter sido feito de forma melhor"...Ela dizia, como se perfeição fosse uma obrigação e não uma escolha. Meu pai, por outro lado, estava sempre imerso em seu próprio mundo, distante e indiferente às batalhas diárias que eu enfrentava.Numa noite fria, ao jantar, tentei compartilhar um pouco do meu dia..."Consegui uma boa nota na prova de matemática hoje", eu disse com um sorriso frág
Eu tinha o sonho de me tornar médica, mas eu sabia que aquela era uma realidade distante, e o que me restou foi um emprego em uma cafeteria, já que o emprego na loja ficava muito longe da minha mais nova morada.Enquanto as máquinas de café produziam uma melodia monótona na cafeteria, eu sorria para os clientes, escondendo o eco persistente desse sonho que ainda ressoava em meu coração. O aroma do café substituía o cheiro do formol dos laboratórios, e os pedidos de cappuccinos substituíam as consultas que eu sonhava em conduzir.Cada xícara servida era um lembrete silencioso das escolhas que a vida me ofereceu. No entanto, mesmo entre os grãos moídos e os clientes apressados, eu encontrava pequenos momentos de satisfação. Cada expresso era uma paleta de experiências únicas, e eu aprendia a saborear as histórias que os clientes compartilhavam enquanto aguardavam o café.Nos intervalos entre os turnos na cafeteria, as apostilas de biologia e anatomia se misturavam aos pacotes de café. À
No fim do expediente eu fui pra casa, tirei o número do bolso, peguei o celular e liguei pro número fornecido pelo Alex.— Eu estava esperando a sua ligação Melissa.— Como você sabe que sou eu?— Eu dei esse número apenas pra você.— Eu não entendi o motivo de você ter deixado o seu número, qual foi a sua intenção?— Eu tenho uma proposta para você. — Que proposta?— Te darei um apartamento, um milhão de reais e a faculdade de medicina dos seus sonhos, tudo isso em troca de ser minha amante pelos próximos seis meses.A proposta que ele fez era inesperada e, de certa forma, desconcertante, a oferta pairou no ar, uma mistura estranha de oportunidade e dilema. Por um lado, estavam os sonhos que eu guardava secretamente, agora tão perto de se realizarem. Por outro lado, a ideia de ser amante de alguém por um período definido deixava-me desconfortável.— Como você sabe que quero fazer medicina? Perguntei, perplexa.Ele respondeu com uma calma calculada...— Pra mim não é difícil ter ess
No dia seguinte, enquanto eu estava me arrumando pra ir ao trabalho, o meu celular tocou, era o Alex, sua voz firme ecoou no celular...— Melissa, a partir de agora, você deve pedir demissão do seu trabalho. Assumo integralmente os seus gastos.A instrução de Alex trouxe consigo uma nova realidade, um mergulho mais profundo no mundo que ele estava proporcionando. A promessa de segurança e o compromisso financeiro intensificavam o vínculo entre nós, trazendo à tona as implicações práticas daquela escolha.Com uma mistura de apreensão e curiosidade, eu me vi ponderando sobre as mudanças que aquela decisão acarretaria.— Você tem certeza que quer bancar todos os meus gastos? Perguntei com uma pontada de dúvida na minha voz, mas ele respondeu, com uma confiança aparente...— Melissa, isso é parte do acordo. Quero garantir que você tenha tudo o que precisa, sem se preocupar com as questões financeiras.Apesar da explicação, uma sensação persistente de desconforto permanecia. A ideia de de