Após o banho, vesti uma roupa confortável, escovei os cabelos e fui para a cozinha preparar algo para comer.
Enquanto saboreava minha refeição, fui surpreendida por batidas na porta e ao abrir, vi Alex diante dos meus olhos. A presença inesperada dele trouxe uma mistura de surpresa e curiosidade. — Alex, o que faz aqui? — Posso entrar? Eu acenei com a cabeça concordando. Alex entrou com cuidado e seus olhos observaram os meus com atenção. Com gestos suaves, ele segurou carinhosamente meu queixo, notando os olhos vermelhos causados pelas lágrimas. — Melissa, não permitirei que ninguém a faça chorar novamente dessa forma. Isso não deveria ter acontecido. A lembrança dos eventos dolorosos ainda pesava no meu peito, e involuntariamente, lágrimas molharam novamente o meu rosto, a vulnerabilidade do momento era evidente, mesmo diante da presença reconfortante de Alex. Ele percebendo as lágrimas em meu rosto, agiu com gentileza, limpando-as suavemente. Em seguida, pediu que eu me arrumasse, pois tinha planos de me levar a algum lugar e mesmo sem muita vontade, decidi seguir suas instruções e fui pro meu quarto enquanto ele me aguardava na sala. Eu fui escovar os dentes e depois fui escolher a roupa que eu usaria. A curiosidade sobre para onde ele me levaria competia com a cautela que as experiências recentes haviam causado. Eu escolhi um vestido que marcava perfeitamente a minha cintura, eu estava tentando transformar a dor recente em uma expressão de beleza. Com uma maquiagem leve eu procurei disfarçar os rastros das lágrimas, depois eu organizei novamente os cabelos e calcei as sandálias. Ao sair do quarto, percebi o olhar fascinado de Alex, captando a transformação. Alex se aproximou de mim, e seus olhos refletiram apreciação e carinho. — Melissa, você está deslumbrante. O elogio dele trouxe um toque de calor à noite, dissipando um pouco das sombras deixadas pelas experiências difíceis. — Alex, você está muito próximo... Murmurei, sentindo uma proximidade intensa entre nós. Ele olhou nos meus olhos e, com sinceridade, admitiu... — Eu estou tentando conter a vontade de beijá-la. A proximidade da respiração de Alex, tão próxima, fez minha pele arrepiar intensamente. Cada centímetro entre nós pulsava com uma eletricidade palpável, a troca de calor e a respiração compartilhada criavam uma sensação de proximidade íntima. O arrepio na pele era um eco das emoções intensas que permeavam o momento, enquanto a noite, carregada de expectativas e desejos contidos, continuava a desdobrar-se em uma dança emocional imprevisível. Mesmo com a tensão palpável entre nós, Alex revelou que não poderia perder a linha naquele momento, pois tinha que me levar a um lugar específico, e ele se afastou, quebrando momentaneamente a intensidade do momento. A compreensão de que havia outros planos naquele momento adicionou uma camada de complexidade à nossa interação, e a promessa de algo além do imediato criava uma antecipação ansiosa. O afastamento de Alex, embora temporário, deixou no ar a promessa de um futuro desconhecido e emocionante. Ao sair de casa acompanhada por Alex e entrarmos em um carro luxuoso, percebi o olhar atento dos vizinhos, e uma sensação de vergonha se instalou. A ostentação do momento destacava-se no ambiente mais modesto ao redor. Alex, atento às minhas emoções, percebeu a vergonha refletida em meu rosto. O contraste entre os mundos, diante dos olhos dos vizinhos, me deixou desconfortável. Alex, percebendo minha vergonha diante do olhar deles quebrou o silêncio. — Amanhã, vou levá-la para morar em outro lugar, assim, não terá mais sua vida sendo comentada por ninguém. A promessa de um novo lar, longe do julgamento alheio, trazia uma mistura de alívio e expectativa. — Eu vou morar onde? — No apartamento que eu prometi que te daria. A rapidez com que a promessa de Alex iria ser cumprida quase parecia surreal, e uma onda de emoção tomou conta de mim. Eu Mal podia acreditar que em tão pouco tempo, a promessa de um novo lar iria ser realizada. Eu agradeci a Alex pela promessa cumprida e, em seguida, me mantive em silêncio durante o restante do percurso, pois o turbilhão de emoções internas pedia um momento de introspecção. Ao pararmos exatamente em frente ao salão da qual fui humilhada, um nó se formou em minha garganta, o silêncio era carregado de memórias e significados, e o destino escolhido por Alex sinalizava que a noite não seria apenas sobre luxo, mas de justiça. — O que viemos fazer aqui, Alex? — Vou ensinar à dona do salão a nunca mais tratar ninguém da forma como você foi tratada, vamos descer, você vem comigo. Seguindo a determinação de Alex, desci do carro com ele e entrei no salão ao seu lado. A presença imponente de Alex ao meu lado era palpável, e o salão, que outrora me havia humilhado, agora se transformava em um palco onde justiça e confronto se encontrariam. A dinâmica da noite assumia uma complexidade ainda maior, e eu me preparava para enfrentar não apenas as memórias dolorosas do dia, mas também para testemunhar as consequências das ações de Alex na busca por equidade e respeito. O olhar penetrante da dona do salão e das clientes presentes se voltaram para nós, e ficou evidente que a dona estava nitidamente assustada. A presença de Alex e minha entrada ao lado dele alteraram a dinâmica do salão, transformando-o momentaneamente em um cenário de confronto. — Alex? O que te trás aqui? Perguntou enquanto olhava pra mim desconfiada, mas logo em seguida voltou a encará-lo. O fato dela ter o chamado pelo nome deixava evidente que já se conheciam, e eu fiquei intrigada. A resposta de Alex foi direta... — Quero você fora deste estabelecimento pela manhã. No mesmo momento, uma revelação chocante me atingiu, Alex era o dono do estabelecimento. A mulher olhou pra mim e pareceu perceber o motivo daquela decisão. — Eu não sabia que você conhecia essa moça, Alex. — É sua obrigação tratar bem qualquer pessoa. — Desculpe, isso não irá se repetir. — Não irá mesmo, pois você irá devolver o ponto comercial logo pela manhã. — Você não pode fazer isso Alex, eu estou aqui há cinco anos, e nós renovarmos a pouco tempo o contrato. — Eu faço questão de pagar a quebra do contrato, isso não será um problema. — Alex, peço que você reconsidere, dificilmente eu irei conseguir um ponto comercial em um local tão bom e acessível. Diante do desespero da mulher, Alex olhou pra mim, e imediatamente me deu autonomia pra tomar aquele decisão. — Você decide Melissa, você permite que ela continue aqui? A mulher olhou pra mim e se desculpou pela forma como me tratou, e ao receber as desculpas dela, mesmo que não parecessem sinceras, permiti que ela continuasse no estabelecimento. A superficialidade do pedido de desculpas não alterou minha integridade, e eu escolhi seguir adiante, mantendo minha dignidade inabalável. A decisão de permitir que ela continuasse refletia não apenas uma força interior, mas também uma compreensão de que, independentemente do tratamento recebido, minha identidade permanecia intacta.Quando voltamos pro carro, Alex me olhou com surpresa.— Eu achei que você iria querer ela fora dali.— Eu sempre vou escolher o bem independente da maldade das pessoas Alex.— Você é tão diferente de mim Melissa, essa sua bondade e pureza me deixa fascinado.— Mas você já não sabia quem eu era antes de entrar na minha vida?— Eu deixei passar esses detalhes que com certeza irão me modificar por dentro, eu sinto uma necessidade absurda de proteger você e eu não estava contando com isso.— Então me diz Alex, quais eram os planos iniciais? O que te motivou a me fazer a proposta que fez?— Ainda não é o momento pra falarmos sobre isso, agora vamos.— Pra casa?— Não, Melissa, ainda resta um lugar pra irmos.Mesmo sem Alex mencionar explicitamente o local, eu pressentia que ele estava me conduzindo ao shopping, a intenção dele era clara, ele desejava que a dona da loja que me destratou recebesse a mesma lição que a dona do salão. A surpresa tomou conta de mim quando chegamos ao shopping
Enquanto Alex e eu caminhávamos pelo shopping, como um casal, meus olhos se fixaram em um vestido deslumbrante na vitrine. Era um vestido longo, envolto em um tom suave de rosa pálido. A saia fluída proporcionava um movimento gracioso, e a parte superior delicadamente bordada com detalhes florais em tons mais escuros dava um toque romântico.As mangas curtas apresentavam um padrão sutil de renda o deixando elegante e o decote em V acentuavam a feminilidade, enquanto a cintura marcada realçava a silhueta, ele era perfeito.Ao perceber o brilho nos meus olhos diante do vestido, Alex me puxou para dentro da loja. A expectativa e a empolgação preenchiam o momento enquanto íamos em direção ao vestido que capturou minha atenção. — Sejam bem vindos, como posso ajudá-los?A vendedora perguntou com um sorriso no rosto, mas eu não sabia se aquele tratamento era sincero ou era pelo fato dela ter percebido o padrão do Alex.— Minha namorado gostaria de experimentar esse vestido.A simples mençã
MELISSA*Eu nunca imaginei que um homem milionário e dono da metade dos estabelecimentos comerciais de São Paulo fosse cruzar a minha vida e virar ela de cabeça pra baixo.Ele era casado e eu era só uma garota com traumas e virgem, alguém que nunca soube o que era ter um homem dentro de si.Crescer naquela casa sempre foi como dançar em uma corda bamba, esperando a queda a qualquer momento. Minha relação com meus pais era mais uma partitura desafinada do que uma harmonia familiar.Minha mãe, com seu olhar crítico, sempre parecia encontrar falhas até nas minhas melhores conquistas. "Melissa, isso poderia ter sido feito de forma melhor"...Ela dizia, como se perfeição fosse uma obrigação e não uma escolha. Meu pai, por outro lado, estava sempre imerso em seu próprio mundo, distante e indiferente às batalhas diárias que eu enfrentava.Numa noite fria, ao jantar, tentei compartilhar um pouco do meu dia..."Consegui uma boa nota na prova de matemática hoje", eu disse com um sorriso frág
Eu tinha o sonho de me tornar médica, mas eu sabia que aquela era uma realidade distante, e o que me restou foi um emprego em uma cafeteria, já que o emprego na loja ficava muito longe da minha mais nova morada.Enquanto as máquinas de café produziam uma melodia monótona na cafeteria, eu sorria para os clientes, escondendo o eco persistente desse sonho que ainda ressoava em meu coração. O aroma do café substituía o cheiro do formol dos laboratórios, e os pedidos de cappuccinos substituíam as consultas que eu sonhava em conduzir.Cada xícara servida era um lembrete silencioso das escolhas que a vida me ofereceu. No entanto, mesmo entre os grãos moídos e os clientes apressados, eu encontrava pequenos momentos de satisfação. Cada expresso era uma paleta de experiências únicas, e eu aprendia a saborear as histórias que os clientes compartilhavam enquanto aguardavam o café.Nos intervalos entre os turnos na cafeteria, as apostilas de biologia e anatomia se misturavam aos pacotes de café. À
No fim do expediente eu fui pra casa, tirei o número do bolso, peguei o celular e liguei pro número fornecido pelo Alex.— Eu estava esperando a sua ligação Melissa.— Como você sabe que sou eu?— Eu dei esse número apenas pra você.— Eu não entendi o motivo de você ter deixado o seu número, qual foi a sua intenção?— Eu tenho uma proposta para você. — Que proposta?— Te darei um apartamento, um milhão de reais e a faculdade de medicina dos seus sonhos, tudo isso em troca de ser minha amante pelos próximos seis meses.A proposta que ele fez era inesperada e, de certa forma, desconcertante, a oferta pairou no ar, uma mistura estranha de oportunidade e dilema. Por um lado, estavam os sonhos que eu guardava secretamente, agora tão perto de se realizarem. Por outro lado, a ideia de ser amante de alguém por um período definido deixava-me desconfortável.— Como você sabe que quero fazer medicina? Perguntei, perplexa.Ele respondeu com uma calma calculada...— Pra mim não é difícil ter ess
No dia seguinte, enquanto eu estava me arrumando pra ir ao trabalho, o meu celular tocou, era o Alex, sua voz firme ecoou no celular...— Melissa, a partir de agora, você deve pedir demissão do seu trabalho. Assumo integralmente os seus gastos.A instrução de Alex trouxe consigo uma nova realidade, um mergulho mais profundo no mundo que ele estava proporcionando. A promessa de segurança e o compromisso financeiro intensificavam o vínculo entre nós, trazendo à tona as implicações práticas daquela escolha.Com uma mistura de apreensão e curiosidade, eu me vi ponderando sobre as mudanças que aquela decisão acarretaria.— Você tem certeza que quer bancar todos os meus gastos? Perguntei com uma pontada de dúvida na minha voz, mas ele respondeu, com uma confiança aparente...— Melissa, isso é parte do acordo. Quero garantir que você tenha tudo o que precisa, sem se preocupar com as questões financeiras.Apesar da explicação, uma sensação persistente de desconforto permanecia. A ideia de de
Após a agitada manhã na cafeteria, voltei para casa, tomei um banho rápido e me preparei para cuidar do visual conforme as instruções de Alex. Decidi ir a um salão que nunca imaginei ter dinheiro para frequentar.Ao entrar no salão, porém, a atmosfera mudou. O tratamento que recebi foi frio e distante, uma clara indicação de que não era uma cliente típica. Os olhares e comentários sussurrados sugeriam que minha presença ali não era bem-vinda.Mesmo diante do tratamento desagradável, respirei fundo, decidida a não deixar que a hostilidade daqueles olhares me afetasse.A dona do salão apareceu com seus olhos críticos fixos em mim e com uma expressão de desdém falou comigo.— Certamente, você não tem dinheiro para frequentar este lugar. Por favor, retire-se.A humilhação pairava no ar enquanto os olhares curiosos se voltavam para a cena constrangedora. Ouvir aquilo foi doloroso, tornou-se um lembrete das barreiras sociais que o dinheiro muitas vezes costumava impor.— Não é justo você