Paramos o carro alguns quilômetros da casa e descemos. Dolsom me entrega um colete à prova de balas, e eu o coloco enquanto caminhamos junto com os policiais. Alguns cercam a casa, enquanto paramos perto da porta. Meu coração está aflito. Assim que Rick começa a dar ordens para invadir, ouvimos o barulho de dois tiros. Desespero-me e não consigo pensar em mais nada! Chuto a porta, arrombando-a, e entro. A casa está um pouco escura. Corro abrindo as portas até que vejo uma luz fraca no final do corredor, com a porta entreaberta. Entro correndo, e a cena que vejo me faz entrar em desespero.— Lunna! — grito, correndo em sua direção, e me ajoelho no chão sujo de poeira e sangue.— Chamem os paramédicos agora! — Ouço alguém dizer, e, mesmo sem poder, tiro Romolo de cima dela.Há tanto sangue que não sei se ela está machucada ou não! Os paramédicos entram, e Rick me puxa para sair de perto. Vejo-os examinarem Lunna e Romolo, que está com dois tiros no peito. Olho mais uma vez para Lunna, p
Após a recepcionista me entregar os documentos da Lunna, não sei quanto tempo se passou, mas estou muito impaciente. Ando de um lado para o outro tentando me controlar. Assim que resolvo mandar uma mensagem para o Evam perguntando sobre a Kim, ele me liga.— E aí, cara, como está minha irmã? E o meu sobrinho?— Estão bem. Ygor nasceu assim que ela chegou ao hospital. Seus pais não param de perguntar por que você e a Lunna não estão aqui, e a Kim quer saber se já a encontraram.— Inventa algo. Não quero alarmar ninguém sem saber se a Lunna e o meu filho estão bem.— Como assim? A Kim só me contou que a Lunna sumiu, mas depois não conseguiu me explicar direito.— Não conte nada para minha irmã, por favor! — digo, respirando profundamente. — O Romolo a sequestrou. Vi tudo pelas câmeras do shopping.— Meu Deus, Adam! Ela está bem?— Assim que chegamos, ouvimos tiros. Entrei desesperado na casa. A Lunna estava desacordada no chão, cheia de sangue, e o Romolo caído em cima dela. Não sei o q
Assim que saio do neonatal, encosto na parede, respiro fundo e limpo as lágrimas. Vou caminhando lentamente…— Senhor! — Ouço uma voz atrás de mim e, ao olhar, vejo um homem jovem, com cerca de 23 ou 24 anos. — Estava à sua espera. Prazer, sou o doutor Ivo Donovan — ele estende a mão, e eu a aperto antes de soltá-la.— Muito prazer, doutor. Meu nome é Adam Fiore.— O prazer é meu, senhor Fiore. Podemos ir até a sala do doutor Weber? Ele gostaria de falar com o senhor sobre sua noiva. A doutora Ballard mencionou que o encontraria por aqui — diz ele, sorrindo. — Vamos?— Claro! — respondo, indicando que ele vá à frente.Caminhamos por um longo corredor até uma sala. Ele bate na porta antes de abri-la.— Doutor, trouxe o senhor Fiore, familiar da senhorita Rivera — anuncia, abrindo a porta para que eu entre. Entro e ele fecha a porta atrás de nós. Vou até a poltrona indicada e me sento.— Muito prazer, senhor Fiore — diz o médico, estendendo a mão.— Como está minha noiva? — pergunto, an
Flashback on.Pego meu celular, respiro fundo e ligo para ela.— Oi, meu filho, tudo bem? — ela atende com sua voz acolhedora.— Oi, sogra. Como a senhora está? E o Lucca?— Estamos bem, ele está mais esperto a cada dia! O que houve com o celular da Lunna? Liguei, mandei mensagens e não obtive resposta.— É sobre isso que liguei… — suspiro, buscando coragem para contar.— O que aconteceu com a minha filha e com o meu neto, Adam?— Ela foi sequestrada pelo Romolo, mas eu a encontrei. Quando a achei, ela estava desacordada e a bolsa havia estourado. Assim que chegamos aqui, a levaram para a sala de cirurgia e fizeram uma cesariana de emergência. Nosso Vincenzo está bem e crescendo a cada dia. Mas a Lunna… — hesito, contendo as lágrimas — ela está em coma. Teve um traumatismo craniano e o cérebro está inchado. Por isso, o médico decidiu sedá-la para facilitar a recuperação.— Meu Deus, Adam! Por que não me contou antes?— Me perdoe… estou tão desesperado e sem saber o que fazer… — minha
Já se passaram algumas semanas. Vincenzo está muito bem e já está mamando na chuquinha. Ele cresceu bastante e ganhou peso. Estou contando os dias para ele ir para casa, já que está no berçário juntamente com outros bebês. Assim que estou entrando no carro para ir ao hospital visitar os meus amores, meu celular toca e pelo painel vejo ser do hospital.— Alô?— Senhor Fiore, aqui é do Massachusetts General Hospital. Estou ligando para dizer que o Vincenzo Rivera Fiore está de alta. Pode trazer uma roupinha para a saída dele.— Sério? Posso trazer meu filho para casa? — digo com uma alegria que não cabe em meu peito.— Sim, ele está de alta.— Obrigado, muito obrigado — digo, e ela desliga.Saio correndo do carro, deixando a porta aberta, e entro em casa. Subo as escadas indo até o quartinho dele, que a Lunna não teve a chance de terminar de montar. Entro, vou até o closet e pego a bolsinha, a roupinha para a saída do hospital, e saio do quarto indo para fora da casa. Entro no carro e o
Todos foram embora, e assim que eu avisar, irão para o hospital. Minha sogra decidiu ir para o apartamento, mas disse que, assim que a Lunna estiver em casa, ficará conosco. Concordei, e eles partiram, deixando apenas o Rick. Estou no quarto do Vince, brincando com ele no berço para mantê-lo acordado antes do banho.— Olha ele aqui para mim um pouquinho, vou encher a banheira para dar banho nele — digo, olhando para o Rick, que está sentado na poltrona de amamentação com os olhos arregalados.— O que foi?— Você vai dar banho nele? — pergunta ele, incrédulo.— Claro! Saímos do hospital; tenho que dar um banho nele — respondo, enquanto ele se levanta da poltrona e se aproxima do Vince.— Por que não pediu para a sua mãe ficar e te ajudar?— Sei cuidar dele. Fiz isso por dois meses com a ajuda das enfermeiras. Aprendi muito com elas, e agora é a minha vez de fazer sozinho.Vou até o banheiro, coloco a banheira para encher e volto ao quarto.— Por que está parado aí como uma estátua? Meu
Saio da casa do Adam e sigo para o distrito policial. À noite, irei ao hospital ver a Lunna. Hadja aceitou tomar um café comigo e vou aproveitar para me abrir com ela, conhecê-la melhor e, quem sabe, aproximar nossos mundos.Desde que perdi meu primeiro e único amor, decidi nunca mais abrir o coração para outra pessoa. Raquely sempre terá um lugar em mim, mas percebo que não posso continuar vivendo no passado.Dessa vez, algo mudou. Eu realmente me apaixonei pela Hadja. Caso ela me aceite, precisarei ser honesto sobre a Raquely. Será um desafio, mas sinto que Hadja é a pessoa que pode me ajudar a começar uma nova história.Estaciono o carro no distrito policial, preparado para falar com o promotor sobre o caso da Lunna.••••♥•••••Mais tarde, no café.Estou sentado à mesa, esperando Hadja. O sino da porta soa quando alguém entra, e ao me virar, lá está ela, deslumbrante como sempre. Hadja caminha até mim e eu me levanto, tentando disfarçar o nervosismo.— Obrigada pelo convite, Rick —
Abro os olhos, mas os fecho rapidamente. A luz está muito forte, invadindo meus sentidos. Respiro fundo, sentindo um aroma doce e familiar, enquanto alguns fios de cabelo balançam suavemente no meu rosto.Dessa vez, abro os olhos devagar, permitindo que a claridade se ajuste à minha visão. Diante de mim, há um gramado verdejante, uma enorme árvore com um balanço de pneu pendurado nela. Caminho em sua direção, mas paro ao sentir algo estranho em meus pés.Olho para baixo e percebo que estou descalça.— Por que estou descalça? — murmuro para mim mesma, intrigada.Volto meu olhar para a árvore, atraída por uma sensação calorosa e familiar. Dou mais alguns passos até ela e, quando chego perto, coloco a mão sobre sua casca áspera, sorrindo ao reconhecer algo.— Meu nome… — sussurro, enquanto meus dedos percorrem as letras entalhadas no tronco.Dou um passo para trás e me viro, observando o que há ao redor. Atrás de mim está uma casa antiga, com uma varanda e uma cadeira de balanço que pare